1.9.11

Lu Guedes apresenta sua EletrOrquestra.

Foto: Renato Reis

O lançamento do novo CD da cantora será nesta sexta-feira, 02, no Teatro Margarida Schivasappa. Lu Guedes também fará o lançamento de seu trbalho em São Paulo (08/09) e no Rio de Janeiro (12/09).

Mixado pelo produtor nova-iorquino Victor Rice, o CD traz produção da própria cantora, em parceria com o músico Adelbert Carneiro. EletrOrquestra é fruto da trajetória de trabalho de Lu Guedes, onde ideias foram amadurecidas ao longo do tempo até desaguar nas dez canções do CD. Um mergulho por musicalidades que pudessem valorizar a diversidade sonora que existe em cada pedaço de chão da Amazônia, e conectá-las às inovações da música pop.

Quando guitarras misturavam-se a tambores e regionalizações, a artista queria algo diferente. Que desse vazão aquela vontade de dançar e cantar quando ouvia Portishead, Massive Attack e Bjork, misturado às cantorias de marés, típicas do nordeste paraense. Veio “Estrela D’Água”, um cd demo originado de pesquisas sonora e de campo da cantora em terreiros de Mina Nagô, em Belém, para aprender sobre a musicalidade dos toques afros e construir um trabalho inédito a partir deles.

O tempo passou. Lu amadureceu e fez EletrOquestra. Dubs praieiros, ciranda eletrônica, canções serenas, orvalhadas. O projeto musical foi aprovado pela Lei Rouanet, do Ministério da Cultura, e contemplado pelo edital de patrocínios da Petrobrás. O disco traz uma parceria com o produtor nova-iorquino Victor Rice. Baixista aficionado por sonoridades jamaicanas, já trabalhou com nomes de peso desse estilo. É dele o conhecido baixo de “Dub side of the moon”, que recria o clássico floydiano. Rice fez a mixagem do último disco de Marcelo Camelo, ‘Toque Dela’. Atualmente co-produz e mixa o CD ‘Pitanga’, de Mallu Magalhães.

“As timbragens e edição foram feitas por ele em São Paulo. Victor trabalha com máquina de rolo analógica, a mixagem foi feita ao vivo. Acho muito poética a maneira como ele faz isso. Só há uma chance para trabalhar com cada faixa, depois é tudo zerado para iniciar outra. É analógica, das antigas. Ele tem vídeos na net, onde só aparecem os dedos deslizando os botões. Precisos. No som certo”, conta Lu.

A canção “De amar e de partir”, que abre o disco, virou teaser depois de um ensaio para o show em Belém e já circula na internet. O material foi produzido pela Improvídeo, com concepção de Lu Guedes e do ator Rodrigo Braga, da Companhia de Teatro Madalenas. “Mas se um dia fatal for a partida, não te partas de mim amargamente, nem te partas deixando-me partida, deixa a flor de um talvez em mim, pra sempre...”. A música é dela com o poeta Paes Loureiro, parceiro musical desde “Estrela d’Água”, com a faixa ‘Luandar’.

O arranjo de cordas de EletrOrquestra é do maestro Luiz Pardal, que recentemente foi o responsável pelos arranjos do show Terruá Pará. O CD foi mixado por Victor Rice em São Paulo e masterizado por James Cruz, em New York.

‘Anjo do dia’ é apenas de Lu. Revela as influências de rios. Depois vem o desfile de raízes próprias como as de Mestre Lucindo e um toque erudito, com Heitor Villa-Lobos. E tem ‘Onde Moro’, com participação especial do instrumentista Curumim, na bateria, e de um coro de crianças. A composição está disponível para ouvir e baixar no blog do projeto, o www.luguedeseletrorquestra.blogspot.com/ e toca na programação da rádio Cultura, de Belém do Pará. “Moro onde o tempo é tempo, outros instantes. A noite se enfeita e o céu brilha em diamantes. Não corro, navego. Se ando, flutuo. Um banho de rio, mergulho fundo”.

Serviço
Show de lançamento do projeto “Eletrorquestra”. Nesta sexta, 02, a partir das 20h30,no Teatro Margarida Schivasappa - Av. Gentil Bittencourt, 650. Ingresso: R$ 10 (na bilheteria do teatro) .

(com informações de Yorrana Oliveira)

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