Depois de passar por Recife (PE), Itacaré (BA) e Viçosa (MG), o projeto de circulação “Perfume para Argamassa” chega em Belém (PA), nesta terça-feira, 27, trazendo como proposta uma intervenção poética em paisagens urbanas. Em outubro, os artistas envolvidos seguirão para a cidade de Fortaleza, no Ceará.
Recursos tecnológicos (vídeo,audiovisual e projeção), artes plásticas e movimentos corporais para falar de natureza, de animais e plantas com muita poesia. Na cena, bailarinos que se multiplicam pela sombra de seus corpos, evoluem como os insetos e dançam para e com as plantas: ele (Kleber), abelha satisfeita e ela (Viviane) uma libélula empertigada, se encontram como beija-flores um tanto curiosos, um tanto autônomos. O público entra, literalmente, correndo por esse jardim, em busca do espetáculo.
Eis um pequeno resumo do espetáculo “Perfume para Aragamassa”, que reúne num só projeto uma instalação que será inaugurada nesta terça-feira, 27, no Museu Casa das Onze Janelas, uma roda de conversa com os artistas e idealizadores do projeto, que ganhará espaço na quarta-feira, 28, no Estúdio Reator (Nando Lima) e duas intervenções, nos dias 29 e 30, na Estação das Docas e no Forte do Presépio.
A intervenção Perfume Para Argamassa estreou em julho de 2009 dentro da programação do Seminário de Teatro e suas Antropologias, da Escola de Musica e Artes Cênicas da Universidade Federal de Goiás, e participou de festivais como: Goiânia em Cena, Bienal Internacional Sesc de Dança, Festival de Dança do Triângulo em Uberlândia, TENPO – Festival de Teatro de Porangatu, Festival Diagnostico de Anápolis, Marco Zero em Brasília e Motevideo Sitiada, no Uruguai.
Recentemente foi contemplado com o Prêmio Klauss Vianna de Dança da FUNARTE para realização de circulação nacional e pela Lei Goyazes (Programa de Incentivo à Cultura do Governo de Goiás) para circulação pelo interior do Estado e outras cidades brasileiras.
Intervenção - De acordo com seus idealizadores, a intervenção é como adubo orgânico para imaginação poética, uma transposição da experiência de jardim por meio de projeções no espaço urbano, irrigação luminescente de superfícies, materiais compostos e estruturas metálicas. É plantio de mudas imaginárias que lançam o olhar para genialidade, preciosidade e originalidade das formas botânicas e ainda traz reflexões sobre as distâncias entre arquitetura, natureza e o corpo humano.
A escritura do movimento desapegada de categorias, de formas vazias e hierárquicas da composição coreográfica institucionalizada, se revela a partir da fragilidade, da pulsão e do respeito ao acaso, como um desejo de escutar arbustos e pulverizar aromas alimentados pela memória de viveiros.
Vídeo - O vídeo instalação “Descoberto Incolor” traz uma proposta sensorial onde o público participante pode transitar “dentro” de fotografias. As imagens são projetadas sobre uma estrutura retangular de profundidade rasa, coberta com fina camada de água.
O observador é convidado a ocupar e deslocar sobre este “espelho d’água”, de forma a distorcer, movimentar e descobrir novas percepções, apreensões e compreensões da imagem. Assim como de sua ausência revelada na transparência camuflada de seu suporte. Um meio despretensioso e descontraído de estimular a sinestesia e o imaginário por meio de performatividades metafóricas como caminhar sobre a imagem.
Oficina - Na oficina, Corpo Cartoon (oficina) a ideia é instaurar um ambiente de investigação pela aproximação de abordagens e problematizações da dança e do desenho animado. Um lugar de trânsito e inferências, que instigue os participantes a experimentar possibilidades de diálogo e contágio entre os estágios de configuração, projeção e fruição da imagem, com a modelagem do movimento e a proposição de ações corporais.
O trabalho traz estudos direcionados para estimular a criatividade e a inventividade dramatúrgica através da imersão e ocupação dialógica em instalação interativa e propõe a experimentação em distorção de imagens, formas, proporções e a hibridez
antropomórfica presente nos cartoons.
Trupe Perfumada – O projeto tem Guilherme Wohlgemuth - artista plástico, produtor cultural e bacharel em Direito pela PUC-GO, que já contribuiu em diversos projetos culturais nas áreas de artes visuais, cinema e dança. Tem também Kleber Damaso, artista, pesquisador e professor da Escola de Música e Artes Cênicas da UFG.
Graduado em Dança pela UNICAMP, integrou a Cia. Domínio Público e a Quasar Cia. de Dança. Desenvolveu residências coreográficas pelo Centro Dramático de Aragon (Espanha) em 2006 e 2007 e atualmente coordena o programa de residências transestéticas “Conexão Samambaia”.
Já Raoni Gondim é graduado em Fotografia e Imagem, pós-graduado em Artes Visuais e professor tutor pela Universidade Federal de Goiás-FAV-EaD. Ele, que já integrou o Núcleo de Pesquisa em Artes Cênicas do Espaço Quasar, traz em seu trabalho diálogos relacionados à percepção, transversalidades, organicidade, duração, rito e meio ambiente.
E Viviane Domingues, bailarina e pesquisadora transdisciplinar há mais de dez
Anos. É arte educadora licenciada pela UFG e aprendiz de aromaterapia. Ela já dançou no Balé Jovem do Estado de Goiás por oito anos (1995 a 2002) e integrou o Núcleo de Pesquisa em Artes Cênicas do Espaço Quasar de 2003 a 2007.
Como pesquisadora, atuou no projeto “Intersecções entre os Sentidos e a Ausência”. Mais recentemente iniciou seus estudos de Vj em Paris com o grupo TerratoneVision e em 2010 recebeu o Prêmio FUNARTE de Dança Klauss Vianna.
Programação
27 / 09 – Instalação. Museu Casa das Onze Janelas: 91 4009-8711
27 / 09 –.Oficina (das 09h às 13h). informações: 91 4009-8711
28 / 09 – Roda de Conversa. 19h. Estúdio Reator: 91 8112.8497
29 / 09 – Intervenção. 20h. Estação das Docas / Forte do Presépio.
30 / 09 – Intervenção. 20h. Estação das Docas / Forte do Presépio.
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