28.1.21

Impactos da pandemia no pensamento positivo

Foto: Yasmin Alves

A “positividade” é um dos temas mais abordados na Reggae Music, mas como manter o “pensamento positivo” quando o mundo é atingido por uma pandemia que impacta principalmente as camadas mais pobres da população? Esse questionamento está presente em “Cultive”, EP do duo Dudu Urband e Selektah Nubeat, que será lançado na próxima semana, dia 5 de fevereiro. 

“A nossa mensagem principal através desse trabalho é: tenham força, não deixam de acreditar no bem, não deixem se abalar, por mais que o mundo bata”, afirma Selektah Nubeat, DJ e produtor musical do projeto. Por meio das três faixas que invocam um senso de elevação e apreciação da vida, os artistas dizem buscar a cura emocional em meio ao cenário atual e, assim, inspirar outras pessoas.

Selektah, que é fundador do selo Kizomba Groove, já conta com uma grande experiência no reggae produzido em Castanhal. Foi na cena do município a 68 quilômetros da capital paraense, que ele começou a propor outros estilos da reggae music, que estão presentes nas três faixas do EP, como é o caso do stepper e grimes 

“O reggae em Castanhal teve seu auge principalmente em meados dos anos 2000/2010 com as bandas Yeman Jah, Jaafa Reggae e um movimento de DJs. Foi quando, em 2012, eu e mais um outro amigo criamos a festa Kizomba, que vinha com essa proposta de introduzir outros estilos do reggae”, lembra ele, que inclusive trouxe o vocalista da veterana Yeman Jah, Adrianinho, para o "Cultive".

Dudu Urband, cantor e compositor do EP, explica o papel da música nesse período de covid-19 e isolamento social, que impacta na saúde mental das pessoas. “O isolamento afeta de forma positiva, já que é uma medida necessária para conter o vírus, mas também impacta negativamente, causando medo, preocupação e ansiedade. Todo esse processo fez com que a música produzida nesse período fosse voltada mais para o próximo, com o intuito de acolher e servir. Com o reggae não foi diferente”, disse.

As músicas seguem uma sequência, que não precisa necessariamente ser seguida. Todas foram gravadas em Castanhal e com músicos da cidade, tendo a mixagem ficado por conta de Yuri Pinheiro do estúdio Ver-O-Som (Belém) e a masterização com Buguinha Dub (PE), produtor musical que já colaborou com nomes renomados da música brasileira, como Chico Science.

O EP “Cultive” será lançado no dia 5 de fevereiro nos canais do Selo Kizomba nas plataformas digitais. O projeto é um dos selecionados do Edital de Projetos Artísticos-Culturais do Profº Roberto Marques - Lei Aldir Blanc/Secretaria Municipal de Cultura de Castanhal.

Serviço

Lançamento do EP “Cultive”, por Selektah Nubeat e Dudu Urband. Na próxima semana, 05 de fevereiro, pelo Canal do Selo Kizomba no YouTube e Instagram: @allan_slkt @dudurband. Mais informações: (91) 98353-1375.

(Holofote Virtual com Texto de Fernando Assunção) 

25.1.21

Workshop para mulheres na coordenação de palco

O palco é o centro nervoso de qualquer produção cultural. É lá que acontecem as apoteoses da programação, reunindo diferentes profissionais do mercado de shows e eventos. E para que tudo saia como planejado é necessário uma boa coordenação de trabalho. É aí que entra o Coordenador de Palco, profissional responsável em organizar todas as áreas envolvidas.

O curso será ministrado por Taca Nunes, que possui mais de 20 anos de experiência atuando como coordenador de palco. No workshop, voltado só para as mulheres, ele vai ensinar as técnicas para a realização de um bom trabalho de coordenação.

“Em todos esses anos de experiência, muito poucas vezes trabalhei com mulheres na coordenação de um palco de festival. Trabalho esse que não necessita de força muscular, mas sim de conhecimento e experiência. O Manas surgiu como uma vontade de contribuir para a mudança desse quadro”, explica. “Tudo gira em torno dos horários do palco, desde a passagem de som até o início e término do evento. Porque para você fazer a desprodução precisa ter o horário do palco”, completa.

As participantes serão escolhidas por suas trajetórias na produção cultural. “A experiência em produção cultural é importante e obrigatória pelo fato de que a coordenação de palco está linkada com a produção geral do evento, uma depende da outra. Veja, o receptivo, a produção executiva, o camarim tudo tá ligado ao palco. Portanto, essa vivência de modos de produção é fundamental para o aproveitamento do curso”, lembra Taca.

Com a chegada da pandemia, o setor de shows e eventos foi duramente atingido. “Fomos os primeiros a parar e com certeza seremos um dos últimos a voltar”, conta Taca. Aprovado no Edital de Música, da Lei Aldir Blanc, o Manas no Palco projeta novos profissionais no mercado, mas que também chegou em boa hora para movimentar o mercado de trabalho no setor de shows e eventos. “Eu sou um profissional que tenho me mantido com a Aldir Blanc. E hoje quem vai trabalhar comigo também foi desligado do trabalho, está desempregado. É uma forma de eu ajudar também”.

Serão três dias de atividades (02, 03 e 04 de fevereiro) unindo a teoria e a prática para uma boa e eficaz coordenação de palco. O curso é presencial e gratuito e para participar, basta enviar o currículo para o email manasnopalco@hotmail.com, explicando seu interesse no workshop. São 15 vagas e as inscrições já estão abertas e acontecem até o dia 29 de janeiro. 

Outras participações no front do curso

Também participam do workshop Kelly Kathyúrsia, Especialista em Técnica e Operação de Áudio, que vai bater um papo sobre o trabalho de sonorização e Malu Rabelo, Cenógrafa e Iluminadora, que traz as nuances do designer de iluminação de shows e eventos.

Fonoaudióloga de formação, Malu Rabelo largou a profissão para trabalhar no teatro. Desde 2010, ela atua com iluminação nas Artes Cênicas e, atualmente, é designer de iluminação do Grupo de Teatro Palha e integrante do Coletivo Alumiá e do Movimento de Mulheres na Técnica-Pa. “Vou falar sobre a diferença de luz para teatro e luz para show. Mostrar os diferentes equipamentos e efeitos que são utilizados para cada espetáculo”, explica.

Kelly Kathyúrsia é Especialista em Técnica e Operação de Áudio, ela vai explicar como é o funcionamento dos equipamentos utilizados, como mesas de som analógicas e digitais, tipos de microfones e suas diversas utilizações, tipos de cabos, como são feitas as equalizações dos instrumentos. “Vamos dar um enfoque prático, diante das situações reais que acontecem durante os eventos”, completa.

Serviço

Manas no Palco – Workshop Presencial sobre Coordenação de Palco.  Dias 02, 03 (das 09h às 12h e 14h às 17h) e 04 de fevereiro (09h às 12h). Local: Espaço Live Jeffersom (Av. Pedro Álvares Cabral, 15, esquina com D. Romualdo Coelho). Inscrições até o dia 29 de janeiro. Contatos: manasnopalco@hotmail.com e 91- 99354 1266 (Brena). Manas no Palco é um projeto apoiado pela Secretaria de Estado de Cultura, do Estado do Pará com recursos provenientes da Lei Federal No. 14.017, de 29 de junho de 2020.

(Holofote Virtual com informações das assessoria de imprensa)

15.1.21

Legítima Defesa chega com clipe nas plataformas

Foto: Mácio Ferreira
Composição de Naldinho Freire, letra de Escurinho, percussão de Loba Rodrigues e interpretação de Mariza Black. Gravado em Belém, em novembro de 2020, mês da Consciência Negra, o trabalho ganha lançamento nesta sexta-feira, 15, com clip e mini doc, nas plataformas digitais da Na Music e dos artistas. 

Legítima Defesa é música inspirada em ritmos afros, oriundos de Cabo Verde e da Nigéria, além de uma mistura cultural brasileira interessante ao reunir artistas do Pará, Paraíba e Pernambuco. A letra fala sobre como é viver num país que foi colonizado como o Brasil, mas embora já tenham se passado séculos, ainda se vive aqui, situações de racismo e violências que se refletem principalmente nas periferias. 

Para Mariza Black, paraense nascida em Belém, foi um prazer gravar a música. “Foi uma honra gravar essa música, ainda mais pela mensagem que ela nos repassa de luta e resistência da cultura negra, em nosso país”, diz ela, que possui voz inconfundível.  A artista, que sempre mergulhou no samba, interpretando obras de grandes compositores, agora segue um caminho mais autoral. Há dezessete anos cantando profissionalmente, em 2019, lançou seu 1º álbum intitulado “Samba Parauara”. 

Mariza Black, uma das maiores intérpretes de samba paraense, tem 17 anos de carreira, com presença marcante nos palcos, cantando e encantando ao som da percussão e do cavaquinho na cadência de composições do samba local, bem como na interpretação de grandes clássicos nacionais. A paraense também é uma das raras mulheres puxadoras de samba enredo com atuação nas escolas de samba Caprichosos da Cidade Nova (Ananindeua), Piratas da Batucada (Belém) e Crias do Curro velho (Belém) e do Bloco Unidos da Pedreira (Belém). Atualmente, ela coordena o Encontro Nacional das Mulheres na Roda de Samba no Estado do Pará. 

Naldinho Freire reuniu talentos na obra

Foto: Léo Eccard
O convite para gravar Legítima Defesa partiu de Naldinho Freire, parceiro do músico e poeta Escurinho, artista paraibano como ele. Compositor e também letrista, o músico lançou em 2019, em Belém, o álbum “sem chumbo nos pés”, como uma das ações de um projeto de intercâmbio realizado pela UFPA, e que aproxima, pelo viés do turismo cultural, Belém e Cabo Verde. Em 2020, o intercâmbio também teve desdobramentos, ocasião em que Mariza Black é convidada para uma de suas ações, estreitando assim a relação profissional entre os artistas. 

“Quando li essa letra, lembrei imediatamente do ritmo da Tabanca, que conheci a partir do meu encontro com o músico cabo-verdiano Mário Lúcio, e que se parece muito com o Ijexá. Pensei imediatamente na Mariza Black para interpretá-la”, diz Naldinho.  “E também convidamos a percussionista Loba Rodrigues”, complementa ele que em 2010, através da Embaixada do Brasil em Cabo Verde, realizou shows na cidade de Praia e São Domingos. 

Loba diz que eles se reuniram para fazer o desenho rítmico da música e ela foi inserindo outros elementos. “Eu me inspirei nos grupos de afoxé, os mais diversos, e também no ritmo da Tabanca, que Naldinho me apresentou. Fiz uma pesquisa e o que ouvi mais, foi o trabalho do grupo Sementeira, do qual participou o músico Mário Lúcio, que esteve em Belém em 2019”, comenta.

A Tabanca é um ritmo binário, executado por tambores, cornetins e búzios, estes geralmente em três registos diferentes (grave, médio e agudo) responsáveis pelo ostinato rítmico-melódico, cuja tessitura geralmente é de uma sexta. Já o Ije’xa, é oriundo da cidade da Nigéria, mas foi trazido para a Bahia pelo enorme contingente de iorubás escravizados que aportou neste estado do final do século XVII. Esse ritmo vem desde então sendo executado na música brasileira por artistas diversos.

O autor da letra, Escurinho, é artista pernambucano radicado na Paraíba. Nascido no Sertão de Pernambuco,  Escurinho acabou se mudando com a família para a cidade Catolé do Rocha, na Paraíba, onde passou a maior parte da infância e adolescência e onde tem os primeiros contatos com o fazer musical.  Foi nesse contexto que conheceu o jovem Chico Cesar que passou a ser um parceiro, e, mais tarde, em João Pessoa, Naldinho Freire, cantautor paraibano, cujo trabalho remonta aos anos 90, quando lançou o LP Lapidar. 

Além do lançamento do single, também será disponibilizado nos canais de Youtube dos artistas, clipe e mini doc mostrando os bastidores da gravação. Os vídeos têm a direção de Vinicius Fleury - Flemi Filmes e a canção tem a participação de Marcel Barretto (violão / Aço, synth bass, gravação e masterização – Budokaos). 

Serviço

Lançamento do single e clipe de Legítima Defesa, música de Naldinho Freire, com letra de Escurinho e interpretação de Mariza Black. Dia 15 de janeiro, às 19h, nas principais plataformas digitais da música e YouTube dos artistas.