30.12.18

Adelaide Oliveira deixa legado na emissora Cultura

Adelaide Oliveira 
Adelaide Oliveira sai da presidência da Funtelpa, a Cultura Rede de Comunicação, com gosto de uma missão bem cumprida. Jornalista e Mestre em Artes, ´com jeito extrovertido, tipo pimentinha, olhos verdes que faíscam quando gesticula dando movimento a suas comunicações, ela revelou firmeza e aptidão como gestora. Esta semana, ela se despediu dos funcionários e sua equipe cheia de gratidão. Vem aí um novo governo e tudo que se espera é que com nova sede e um acervo precioso, essa história no mínimo prospere.

“Meu coração carrega só esses sentimentos quando penso nos oito anos que estive à frente da presidência da Cultura. O local que acolheu lá atrás uma estagiária sonhadora e ajudou a formar a profissional que sou hoje”, escreveu em uma postagem mais longa em suas redes sociais. Ela deixa seu legado na Funtelpa, que inclui uma mudança de prédio há muitos anos aguardada.

A sede própria da emissora de TV, Rádio e Portal finalmente foi inaugurada, da forma devida, no final de outubro, após 30 anos de ocupação de um prédio emprestado da Imprensa Oficial do Estado, na Almirante Barroso. Ali se fez uma história, mas Adelaide deu início a uma nova era por lá.

Foram diversos projetos realizados, documentários lançados, incentivo ao audiovisual e uma prática diária de apoio a artistas e à cena cultural do estado.  Não vou enumerar aqui tudo, porque não tive tempo de reunir as informações necessárias com links etc, mas como venho acompanhando de pertinho isso tudo, posso dizer. E a inauguração do prédio poderia ter sido o último grande feito da agora ex-Presidente, Jornalista e Mestre em Artes. Só que não. 

Antes de fechar completamente o ano e a gestão, a presidenta ainda cuidou do bem estar dos profissionais da emissora, criou um espaço de convivência que elevou a autoestima de antigos e novos funcionários e lançou documentários como Amazônia Samba, Toni Soares e Nazaré Pereira, que se juntam a muitos outros realizados ao longo dos anos, além do livro do Catalendas, programa que é um marco na animação educativa da televisão brasileira, e se tornou nos últimos anos em um projeto muito desejado, finalmente entregue. Na entrevista que você vai ler, ela dá mais detalhes sobre esse processo. 

Programa Conexão no novo estúdio (Foto: Camila Lima)
No inicio de novembro, estive em um Conexão Cultura especial, já no novo estúdio, que leva o nome de Afonso Klautau, homenagem ao saudoso diretor na primeira fase da Funtelpa, nos anos 1980.

Apresentado pela própria Adelaide Oliveira, naquele dia o programa que é transmitido pela televisão, rádio e internet, estava uma festa com a presença de vários artistas, entre eles, Dona Onete, divulgando o documentário de sua trajetória, e Elder Eff que estava lançando novo álbum.

Saindo de lá, acabei batendo um papo com ela sobre as novas instalações e fizemos também um pequeno balanço desses dois períodos de governo em que a TV e a Rádio passaram por profundas mudanças. Na contabilidade final, o saldo é muito positivo, mas não foi nada fácil. Adelaide conta que o prédio já tinha sido inaugurado em 2010, de forma incompleta, precisando de inúmeras adaptações e adequações técnicas para uso. 

Produção, no novo prédio (Foto: Camila Lima)
“E isso era fundamental para receber também os artistas que frequentam a emissora para dar entrevistas ou em busca de parcerias que nos trazem conteúdo pra emissora. E para quem trabalha na emissora pudesse produzir com qualidade”, diz Adelaide Oliveira, que esteve à frente da Cultura Rede de Comunicação (Funtelpa).

Para além de uma sede própria, com um novo formato na produção de notícias, sua gestão garantiu recursos para fortalecimento da produção audiovisual de produtoras independentes, e conteúdos inéditos para a emissora. Foram dois editais Cultura de Audiovisual. 

Em setembro saiu o resultado do último, em que sete novos produtos na área, com financiamento total de R$ 4.490.000,00 assegurados pela Ancine (Agência Nacional do Cinema). Em 2019 esses projetos http://www.portalcultura.net.br iniciam produção.  O primeiro foi lançado em 2014, com menos recurso. Foram produzidas duas obras de ficção, que receberam R$ 1 milhão cada; um documentário e uma animação, que receberão R$ 500 mil cada. 

Adelaide Oliveira assumiu a Funtelpa em 2011. Quando foi visitar o prédio que já estava inaugurado confessou que ficou apavorada com o que se deparou, sendo inviável se mudar daquele jeito. Algumas coisas estavam lá, como uma placa de homenagem a Walter Bandeira, saudoso cantor e ex-funcionário da Rádio Cultura, que até hoje ainda veicula vinhetas com sua voz inesquecível.

Produção, no novo prédio (Foto: Camila Lima)
“Tiramos a placa e a guardamos, porque isso é uma homenagem legítima e ninguém vai tirar. Vamos colocar na hora certa”, relembra Adelaide. Além dessa homenagem, no estúdio da rádio, Afonso Klautau dá nome ao estúdio da TV, e Augustinho Linhares, o funcionário mais antigo, à sala de entrevista para convidados.

“O Afonso Klautau é uma grande referência como diretor de TV, acho que ele imprimiu o DNA que se tem até hoje na emissora, e como ele era visionário de conteúdo, o que a gente viu 10 ou 15 anos depois, o Afonso fez nesta emissora. Inclusive ele que me fez ter vontade de um dia trabalhar aqui”, diz Adelaide Oliveira, sobre quem ainda haveria muito mais a se dizer aqui, suas diversas conexões no meio artístico e ativista da cidade, a mãe, a ciclista, enfim, mas nos detemos no capítulo Funtelpa.

Na entrevista a seguir falamos sobre a nova estrutura do prédio, as dificuldades com a mudança, a felicidade com a inauguração e um pouco de sua trajetória na emissora, as prioridades que ela aponta para a nova gestão e seus planos para um futuro próximo. Segura que lá vem textão, a ocasião requer.

Holofote Virtual: Está fechando um ciclo, o que desejas para o futuro dessa emissora? 

Adelaide Oliveira: Eu desejo toda sorte do mundo para a Cultura em 2019 e para quem vier assumir a emissora, pela qual eu tenho um afeto real. Trabalhei aqui e devo a minha formação a esta casa, tenho muito carinho por tudo, e por muitos, e quero continuar telespectadora, ouvinte, internauta do conteúdo que está sendo produzido, desejo sempre o melhor. Eu acho que as instituições permanecem e nas gestões temos obrigação de deixar tudo um pouco melhor do que como encontramos.

Holofote Virtual: Falando nisso, quais foram as maiores complexidades da mudança para o prédio próprio? 

Adelaide Oliveira: Entre elas trazer mais 04 antenas parabólicas gigantescas, desmontar todo o parque técnico e operacional da Almirante Barroso e trazer pra cá. Não era uma mudança simples, eu sempre dizia, não é só mudar mesas e cadeiras, você tem toda uma complexidade nessa mudança. A torre e o parque de transmissão da Cultura continuam lá na Almirante Barroso, então precisava fazer a ligação. Vamos fazer fibra? É a melhor forma? É a mais segura? Correta? Decidir tudo isso levava tempo, levava conversa, precisava pensar o orçamento para tudo isso. 

Holofote Virtual: Quais adaptações precisaram ser feitas?

Beto Fares (Foto: Camila Lima)
Adelaide Oliveira: A TV tinha um prédio anexo que estava bem cru e precisamos chamar os serviços da Telem (Técnicas Eletro Mecânicas S/A), uma empresa nacional que faz estúdios no interior e na capital de São Paulo, cuidou dos estúdios da Tv Brasil, do Teatro Nacional do Chile. Eles têm muito conhecimento.

Estiveram aqui este ano em três momentos, no último eles vieram só para ministrar um curso da mesa de iluminação, toda motorizada, que você não precisa de escada pra ajustar a luz. É só descer, fazer o ajuste necessário. Isso é muito bacana, um aprendizado para os nossos profissionais. 

Na rádio, fomos definindo os estúdios, que precisavam ser melhores. Não adiantava mudar para uma estrutura inferior a que se tinha então chamei profissionais competentes e montamos uma equipe grande para ajudar a terminar o estúdio da rádio, que é quase artesanal, de madeira, com tratamento acústico, todo o revestimento etc. 

O Beto Fares sugeriu uma sala de ensaio poderosa, que os dois estúdios pudessem estar funcionando, e que a sala de ensaio também pudesse estar com a sua programação, e que um não interferisse no outro. A gente conseguiu isso.

Holofote Virtual: Qual o investimento para transformar este prédio no jeito que ele está agora? 

Adelaide apresentando o Conexão Cultura, com Elder Eff
Adelaide Oliveira: Há mais de R$ 5.000.000,00 investidos, vindos do Tesouro do Estado. É importante dizer que foi também complicado conseguir o recurso, pois precisávamos de uma nova licitação, mas a Cultura não tinha “Know how” pra fazer essa licitação. Quem fez foi a secretaria de obras, na época, e esse recurso veio do Tesouro.

Mas esse estúdio que nós estamos agora e todo esse complexo da rádio, nem entrou nesta licitação, então isso a Funtelpa teve que tirar do custeio, do recurso próprio, então o dinheirinho que vinha de algumas parcerias nos ajudou, mídia paga quando havia também era direcionada para isso.

Holofote Virtual: Foram muitos anos para concluir tudo...

Adelaide Oliveira: Em determinados momentos, os investimentos foram suspensos, por exemplo, quando a ponte do Mojú caiu e era uma emergência. Depois tivemos 2015, um ano bem difícil, o início de uma crise muito complicada, de pouco investimento nessa obra, mas ela em momento algum parou completamente, tinham coisas sendo feitas, a gente estava cuidando da produção visual, “não tem dinheiro pra cá, mas vamos continuar ali”. 

Em momento algum eu duvidei que a gente ia entregar.  A Beth (Dopazo) diz que fui persistente, e eu fui mesmo, mas eu tinha muita crença que a gente ia entregar, de verdade. Foi difícil, eu queria entregar no primeiro semestre, que a gente estivesse usando isso há mais tempo, mas aí as coisas não são no nosso tempo.

Foto que fiz no dia em que estive no Conexão, com 
Mestre Solando, Dona Onete e outros ilustres convidados. 
Holofote Virtual: E além da questão estrutural também tinha uma questão de resistência à mudança...

Adelaide Oliveira: Saímos de um endereço, que é na Almirante Barroso, lugar central, e viemos para a Cremação, foi um impacto para várias pessoas. Diziam é “longe”, não tem onde “estacionar”. Quando ia fazer visitas na obra, comecei a brincar, “olha tá saindo a Van, vamos conhecer o prédio da Pariquis” e fui trazendo os funcionários, aos poucos, porque, sabe a história do pertencimento? 

Lá na Almirante Barroso isso já estava concretizado, e no novo prédio, não. Esses laços afetivos ainda não estavam construídos, mas começaram a surgir, então fizemos a inauguração formal com as autoridades, essas coisas todas, mas no dia seguinte a gente fez um café da manhã para os funcionários. Na hora do almoço, vamos ao sétimo andar, e está todo mundo almoçando junto, isso não tinha mais, sabe? As pessoas não se viam, não se curtiam, e está todo mundo trabalhando junto.

Holofote Virtual: Vamos falar sobre o projeto de publicação do livro do Catalendas? Como foi que surgiu a ideia?

Adelaide Oliveira: Quando eu voltei em 2011 para a televisão, já como presidente, o Cata Lendas não estava mais sendo gravado. E o Catalendas não é um audiovisual fácil de fazer. Cada episódio na época custava em torno de R$ 20.000,00 a R$ 25.000,00 e isso já tem uns 06 anos. Então a gente sentou de novo com o pessoal da In Bust Teatro com Bonecos e pensamos em alguns novos episódios, em 2012 e 2013. Conseguimos produzir 14 episódios inéditos, mas agora só nacionalmente, pois já foram exibidos na TV Cultura do Pará. 

São os únicos episódio gravados em HD, quando a gente nem tinha a digitalização da TV. Gravamos o Catalendas em alta resolução, mas não tivemos fôlego para gravar mais. As agendas com a In Bust, que é o coração do Catalendas, complicou, os integrantes estavam com inúmeros compromissos e você não faz o Catalendas durante dois, três meses, você faz o Catalendas, se dedicando a ele, em pelo menos um ano.

Holofote Virtual: E vocês não tentaram buscar outras maneiras para viabilizar? 

Adelaide Oliveira: Depois desse período e desses últimos episódios a gente não teve mais como manter e tentamos negociar com a TV Brasil para que fosse exibido nacionalmente, e que eles entrassem com parte do recurso, só que não foi possível isso. Então decidimos fazer esta edição especial para marcar os 20 anos de criação do programa.  

Adriana Crus e Aníbal Pacha, da In Bust + André Mardock
Gravação do Catalendas, nos anos 1990
Holofote Virtual: Esse programa teve uma aceitação de público nunca antes vista na história da TV Cultura, não é?

Adelaide Oliveira: Tem uma memória gigante. Eu sigo uma hashtag Catalendas no Twiiter, e quase todo dia tem alguém escrevendo alguma coisa sobre ele, é surpreendente isso, né? Achei que precisávamos fazer alguma coisa, e o que poderia ser feito? Gosto muito de publicações. E falando de memorias é muito bacana que se tenha um objeto ou um livro, que se guarde. É um objeto de valor, e cada vez mais essas publicações são pérolas. 

A ideia foi contar a história desse programa e compartilhar com as pessoas o processo de como ele foi pensado, em 1998, ainda na época do Nélio Palheta, na época com Peter Roland. Como é que este programa mexeu com o próprio modo de fazer da televisão e vice versa? Porque foi uma simbiose total, o aprendizado de luz, de captura de áudio, numa época em eu você tinha uma estrutura muito pequena para fazer tudo isso. Isso é memória da Tv Cultura do Pará.

Ainda queríamos fazer uma exposição grande, e isso de fato, na minha gestão não seria mais possível, mas o livro a gente conseguiu lançar e será distribuído nas bibliotecas públicas. É uma quantidade pequena, mas a gente consegue mandar também pra biblioteca da Terra-Firme, do Combú. Não é uma publicação infantil, tá? Ele fala da criação dos roteiros, da criação dos bonecos, mas ele vai interessar também às crianças.

Adelaide com Arthur Espíndola e produção, além de
Rogê Paes, parceria com a série "Amazônia Samba".
Holofote Virtual: A TV também retomou de forma bem pontual a produção de documentários. Fala dos mais recentes.

Adelaide Oliveira: Sim, e a série Amazônia Samba, que estreou em novembro, um projeto do Arthur Espíndola que a gente fez em parceria com ele, desde a primeira temporada, e agora ele viajou para mais 13 municípios e descobriu pessoas talentosíssimas, espalhadas neste Pará. Foi um garimpo que o Arthur fez para convidar essas pessoas pra gravar estas músicas, e os caras estão se surpreendendo.

Ele trouxe coisas legais desses municípios e a gente finalizou, com direção do Rogê Paes. Também lançamos o documentário da Nazaré Pereira, grande Mestra, uma entidade da nossa música. Mostramos um pouquinho dessa história, que é imensa, grande e poderosa como ela, mas que precisamos fazer um recorte. Assinei a direção deste junto com Robson Fonseca que o finalizou. 

Holofote Virtual: São oito anos só como presidente, mas já respiras a TV Cultura há muitas décadas. Não passa um filminho na tua cabeça, agora? Lembro de ti uma menina recém saída da universidade. Chegamos na TV juntas para bater o ponto, era meados dos anos 1990. 

Adelaide Oliveira: Acho que eu recebi um presente, de verdade, vindo pra cá, foi desafiador, eu costumo falar que meu maior talento é reconhecer o talento dos outros, eu não sou uma mulher de muitos talentos, mas reconheço o talento dos outros. E tive a oportunidade de montar uma equipe talentosa, mas o critério número um para estar em uma diretoria ou estar em uma equipe mais próxima, é que tivesse carinho pela emissora. Acho que com carinho a pessoa se compromete mais, trabalha melhor, com mais responsabilidade com o trabalho, então foi um presente, eu espero deixar essa emissora melhor e espero que ela continue sendo melhor. 

Por isso, fiz questão de escolher o Abílio (Martins), que é um engenheiro da casa durante muito tempo, a Beth (Dopazo), que já tinha passado pela casa, e tem muito carinho, o Beto Fares, que pra mim é um grande nome desta emissora, que entende de música, entende qual é o papel desta emissora, provoca isso, é um batalhador, tenho muito respeito pelo Beto Fares, por todo mundo que o cerca.

A Lícia, que é uma funcionária do governo, não era da Funtelpa, mas é uma administradora muito cuidadosa. Eu falei “preciso aprender com ela, preciso de uma figura assim”, então eu trago a Lícia pra trabalhar junto, e ela era da Seduc. Era importante formar essa equipe que tivesse um carinho pela emissora de alguma forma, e responsáveis, pra que você pudesse concluir projetos. A gestão pública tem muito atraque. É muito difícil, te podam, tem burocracia, a grana nunca dá pra tudo e você não pode errar na hora de investir o dinheiro, não pode.

Fachada do novo prédio
Holofote Virtual: As perspectivas das emissoras públicas não são muito boas para o próximo Governo Federal...

Adelaide Oliveira: As emissoras públicas no país estão ameaçadas, a Tv Cultura, a TV Brasil. A EBC está ameaçada. É preciso entender que estamos falando de um patrimônio, que não dá pra abrir mão disso. Eu trabalhei sempre com muito carinho aqui, tem horas que cansa, tem horas que estressa, tive alguns problemas, nem tudo foi só alegria. Enfrentei muitos problemas trabalhistas neste período, quando mudaram a natureza jurídica da Funtelpa, mas ainda assim, eu acho que valeu a pena tudo isso, acho que vale a pena comemorar e celebrar, e aí essa menina, que tu encontraste lá no ponto, está feliz por ter contribuído; de verdade.

Holofote Virtual: Começaste fazendo aquele programa, o Enfim? Quando tu entraste, não foi pra fazer esse programa? 

Adelaide Oliveira: Eu comecei sendo estagiária da Ana Estorino, uma querida, no programa “Saúde”, que era feito pelo Rogê Paes e pela Ana. O José Carlos Gondim era nosso coordenador de produção, eu comecei ali, passei 02 anos como estagiária. Não fui contratada, eu fui e vim, em pelo menos dois momentos e fiquei até o início de 2007, 2008 eu acho. Depois saí, queria fazer meu mestrado e voltei em 2011, mas nunca deixei de olhar, nunca deixei de ficar atenta às coisas.

No estúdio Edgar Proença, antigo prédio e antigo programa
Conexão, com Sebastião Tapajós, Nilson Chaves, Jane Duboc, 
Ana Clara e Andreson Dourado.
Holofote Virtual: Nesta fase de transição, como é que ficam esses projetos que tiveram início na tua gestão?

Adelaide Oliveira: Tem uma transição maior, que é o governo que sai e o que entra. A gente fornece informações pra eles, os orçamentos de pessoal, essas coisas todas, e tem projetos que são tocados 100% pela Cultura. 

No caso dos projetos que ficam, como o edital do audiovisual, todo mundo que foi contemplado no último edital, assinou contrato também com a Ancine. Acho muito difícil que a Cultura não honre isso. O audiovisual paraense precisa ser melhorado, mas obviamente que cada um encontra suas prioridades.

E eu também acho que não dá mais pra pensar a TV Cultura só como uma janela do audiovisual, você precisa pensar em política pública, e tem hoje diversos instrumentos interessantes pra você continuar acessando. Há outras prioridades, como olhar mais pelas nossas repetidoras, buscar mais geradoras no interior, acho isso superimportante, reformar a torre, que é antiga e precisa de uma boa reforma, num investimento de pelo menos R$ 200.000,00.  Tem muita coisa bacana que pode ser feita e eu tenho certeza que a figura que entrar vai ter isso como compromisso, senão tiver, será cobrada.

Holofote Virtual: Projetos para um futuro próximo?

Adelaide Oliveira: Olha, eu falo, as pessoas pensam que é sacanagem, meu projeto inicial é ser meio hippie, eu não tenho grandes projetos pessoais, eu preciso de desapego, e não é pelo cargo, mas é pelo meu dia a dia, as pessoas, o emocional mesmo, o vínculo que você tem por isto, é natural que você precise desse momento que é de “detox” também dessa parte administrativa.

Eu ainda não sei muito bem, mas eu acredito no audiovisual, devo em algum momento voltar pra esse mercado, fazer produção executiva de alguma coisa, mas isso também depende do que o governo federal vai fazer com estas ferramentas que a gente tem hoje, o Ministério da Cultura, a Agência Nacional de Cinema.

Esse tipo de coisa, talvez ligada á área digital, de rede, talvez seja interessante, mas eu tenho ainda um lastro de três a quatro meses para me organizar, curtir meu paquera, curtir meu Erê, mas em algum momento vou precisar ganhar dinheiro, e penso em me jogar neste mercado, só preciso de uns dias de tranquilidade.

29.12.18

Festival Latinidade encerra o ano na beira do rio


No último domingo do ano, 30 de dezembro, o Festival Latinidade encerra as atividades na beira do rio, com shows de Bruno Benitez e Jeff Moraes. A partir das 16h30, no Marina Amazônia Legal (Av. Bernardo Sayão entre Timbiras e Caripunas). Ingresso: 1kg de alimento ou R$ 10,00, na bilheteria.

Os shows de Bruno Benitez e de Jeff Moraes compõe a tendência de revalorização da sonoridade latina que tanto influenciou a música amazônica. Em duas edições realizadas, o Latinidade já teve em seus palcos, 12 artistas diferentes. O formato itinerante já passou por teatros, casas noturnas e espaços públicos, sempre apresentando a diversidade dos gêneros musicais latinos e a influência da música latina no Pará e suas ramificações. 

O show do músico e anfitrião do festival, Bruno Benitez, por exemplo, traz repertório repleto de carimbó, lambada, salsa, candombe, tecnobrega, tango, cúmbia, entre outras misturas latino amazônicas. “Mostrarei músicas do meu segundo álbum Miscigenado e coisas do primeiro, o CD Coração Tambor, além de alguns clássicos das canções latinas que fazem parte do mesmo universo no qual o CD foi concebido, ambiente latino amazônico e todas as suas influencias”, diz Bruno. 

O guitarrista ressalta que num primeiro momento, o nome do festival pode soar como coisa estrangeira, mas que a latinidade é mais "o estado de espirito da alegria de conviver com sua cultura que é isso que temos aqui na Amazônia”. 

Em 2019, Bruno espera captar recursos e buscar parcerias a fim de ampliar este formato de itinerância e percorrer outros espaços, fora de Belém. “Sempre fazemos em três etapas, em cada edição, e queríamos chegar às ilhas, aos municípios, e fazer shows com artistas desses lugares”. 

O convidado da última edição é Jeff Moraes, artista que emerge das rodas de batucadas em ocupações artísticas de praças da cidade. Foi a partir daí que Jeff Moares ganhou os palcos com um trabalho voltado à música brasileira e agora se prepara para em 2019 focar numa carreira solo. O show que ele traz para o Festival Latinidade será, de acordo com o cantor, uma viagem musical pelo Brasil. 

“Vai ter da musica regional às canções de influências latinas, além de samba rock, a música soul do Rio de Janeiro, as sonoridades afros da Bahia, tudo isso e muito mais estará presente no palco, como Gil, Tim Maia, Mateus Alaeluia, Joãozinho Gomes”, diz Jeff, que encerra o ano comemorando conquistas. 

“2018 foi ano que começou com força e muitas lutas, com proposições, conquistas. A minha careira deu uma guinada por conta de fazer a apresentação de um programa de TV, o Sons do Pará, que foi um especial sobre os 50 anos do brega. Foi um ano importante, lancei videoclipe Yabás, numa parceria com o produtor e Dj paraense ProefX, me formei em Teatro na Ufpa, teve altos e baixos, mas foi também um ano de muita revolução e luta”, analisa.

Jeff entende a Amazônia como um caldeirão cultural, de múltiplas cores, essências, sabores, sonoridades, mas também muitas carências, que vêm sendo dribladas pelos próprios artistas e ativistas culturais. 

"As dificuldades existem mas seguimos nesta contramão, ocupando os espaços e fazendo as coisas acontecerem. O  Festival Latinidade traz isso também, e vamos fechar o ano com chave de ouro, será bonito", afirma. Para 2019, o artista está otimista e anuncia que tem vídeo clipe novo chegando, além de iniciar um novo trabalho em estúdio. “Acredito que 2019 trará realizações e será um ano de muita cultura para todos nós”, aposta Jeff. 

Serviço
2ª edição do Festival Latinidade 2018 – 3ª etapa. Neste domingo, 30, a partir das 16h30, no Espaço Marina Amazônia Legal - Na Av. Bernardo Sayão entre Timbiras e Caripunas (antigo Porto de Marés). Ingresso pode ser trocado por 1kg de alimento não perecível ou R$ 10,00, na bilheteria. Apoio: Prefeitura de Belém, Lei Municipal de Incentivo a Cultura Tó Teixeira, e patrocínio da Universidade da Amazônia (UNAMA). Realização da MM Produções.

Úrsula Vidal traz esperança para a área da cultura

Helder Barbalho (MDB-PA), governador eleito, convidou a jornalista Úrsula Vidal, até então filiada ao PSOL, para assumir a pasta da cultura em seu governo. Convite feito e aceito. A notícia movimentou a sexta-feira, 29 de dezembro, com um debate longo que se instalou pelas redes sociais. O ponto mais polêmico foi o político partidário, mas em contraponto, a escolha foi muito bem recebida por fazedores de cultura que aguardam há décadas uma renovação na Secult.

Úrsula Vidal tem 46 anos e uma atuação reconhecida na área da cultura. De forma autoral, como realizadora audiovisual. Ela também conhece a cena cultural em sua diversidade e com a qual durante muitos anos estreitou laços por meio de seu trabalho jornalístico no SBT (Belém). O programa ETC e Tal foi um marco e se tornou uma vitrine indispensável para a cultura paraense.

Em 2016, ela entrou para a política ao aceitar o convite para se filiar à REDE, partido pelo qual saiu candidata à prefeitura, ficando em terceiro lugar no número de votos. Em fevereiro deste ano saiu do partido para se conectar ao PSOL e se candidatar ao Senado, obtendo número expressivo de votos, para quem pela primeira vez mostrava sua força ao restante do Estado. (Correção: Antes de se filiar à REDE, Úrsula Vidal já havia sido do PPS).

Durante essa campanha teve oportunidade de reunir e debater com artistas de várias linguagens, mas também fazer incursões em outros municípios, com perspectivas para a cultura de cunho social. É fato que a identificação natural da jornalista com a área da cultura traz esperança e entusiasmo. A situação caótica de ausência de políticas públicas para a cultura pede passos firmes e corajosos.

Não foi surpresa absoluta o convite de Helder. Identificada com a nova cena do fazer cultural, em transe com as culturas de gênero, feministas, LGBT, negra, indígena e popular, entre os nomes que circularam pelos bastidores da cultura em Belém, o dela era o mais esperado pela classe artística. 

A executiva do PSOL Pará repudiou o aceite de Úrsula, que se desfiliou do partido que, em nota divulgada e amplamente multiplicada pelas redes sociais diz que considera "um erro político o ingresso de Úrsula no governo estadual” do MDB. Penso que o aspecto político partidário da situação existe, mas a realidade pede urgência.

É salutar que se inverta a lógica da Secult de Paulo Chaves, glorificada por uma parte da sociedade, pelos Festivais de Ópera,  Feira do Livro e grandes obras. São projetos que têm a sua importância, já trabalhei enquanto jornalista algumas vezes, mas isso perde sentido quando se pensa na falta de políticas mais inclusivas e de fomento da cultura em sua diversidade nos quatro cantos desse estado que de tão grande a gente costuma chamar de país. Portanto não é uma engrenagem fácil, mas também não é aceitável que em 16 anos de PSDB e 4 de PT tão pouco tenha sido feito para reverter isso.

Não sabemos como a Secult será repassada e nem qual orçamento e autonomia a nova secretária terá para a atender as demandas. E não esqueçamos que a gestão do país ano que vem não será fácil para a área da cultura. Em nível estadual, primeiro, é preciso tomar pé da situação e passar pela fase de transição, que esperamos não seja muito longa, pois tudo urge.

Haverá novas emoções nos próximos dias, pois a área da cultura ainda espera, entre outras, pelas indicações à Fundação Cultural do Pará, que gere também  a Lei de Incentivo do Estado - Semear -, o Complexo Cultural do Centur, o IAP e Curro Velho, pasta importantíssima para a cultura também, e que teve como gestora a artista plástica Dina Oliveira. 

Na área da comunicação, quem assumirá a Cultura Rede de Comunicação, cuja presidência vinha sendo exercida, há oito anos, com maestria, pela também jornalista Adelaide Oliveira? O jogo político usará de sua máxima estratégia. Vamos aguardar,  mas 2019 já começou!

(Todas as fotos utilizadas para ilustrar este texto, foram baixadas da página oficial de Úrsula Vidal, no facebook)

26.12.18

Banco da Amazônia divulga patrocínios para 2019

Circular é um dos contemplados (via Lei Rouanet)
Por meio dos Editais Públicos de Patrocínios, em 2019, o Banco da Amazônia vai patrocinar, em toda a região amazônica, 112 projetos que abrangem os segmentos social, cultural, esportivo, ambiental e de eventos (feiras, congressos e exposições). Deste total, 42 foram selecionados somente no Estado do Pará. O valor destinado para patrocinar estes projetos será de R$ 2,55 milhões.

Ao todo, o Banco recebeu 751 projetos para o Edital de Patrocínios, sendo que o maior número foi do Pará, onde foram protocolados 332 pedidos. O segundo colocado em inscrições foi o Amazonas, com 107 projetos. De acordo com o Secretário Executivo do Banco, Alcir Erse, neste valor está contido o apoio financeiro à cultura que a Instituição oportuniza por meio da Chamada Pública para a Lei Rouanet, que é de R$ 700 mil e, ainda, o quanto é destinado através do Edital de Pautas do seu Espaço Cultural que é de R$ 75 mil.

Segundo o coordenador de Patrocínios do Banco, Ewerton Alencar, a análise dos projetos inscritos levou em conta se o projeto apresentou compatibilidade entre as despesas e atividades necessárias à execução do projeto, ações inovadoras para a comunidade amazônica, melhores práticas de sustentabilidade e socioambientais e se estava em acordo com o Edital divulgado.

Arthur Nogueira também garantiu patrocínio 
“Os projetos foram apresentados conforme os critérios dos Editais e avaliados por uma equipe técnica de comunicação do Banco. Agora, haverá a fase de homologação dos projetos, onde os selecionados deverão apresentar todas as suas documentações de acordo com o exigido no Edital”, informou o coordenador.

Os projetos para a realização de feiras e exposições têm suas ações alinhadas com o incentivo ao desenvolvimento do agronegócio regional, ao turismo, ao micro empreendedor individual, à indústria e a micro e pequenas empresas.

Os projetos culturais, incentivados ou não por Lei Municipal, são voltados à Literatura, Eventos Culturais, Música, Audiovisual e Artes Cênicas. Já os de cunho esportivo incentivam esportes olímpicos e paralímpicos. Os da área ambiental ou de cunho educativo são sobre sustentabilidade ambiental e os da área social se propõem a ações de promoção à inclusão.

A Chamada Pública para a Lei Rouanet 2019 é voltada à seleção de projetos culturais incentivados pela lei federal, com objetivo em contribuir para a melhoria do acesso à cultura regional. Neste edital, o Banco da Amazônia contempla projetos de artes cênicas (teatro, dança, performance, ópera e circo), cinema (mostras e festivais) e música, sendo priorizados àqueles que apresentarem diversidade temática, multiplicidade de linguagens e, principalmente, qualidade artística.

Pássaro Colibri terá patrocínio para 2019 (via Lei Rouanet)
O Edital de Pautas do Espaço Cultural, também denominado “Prêmio Banco da Amazônia de Artes Visuais” destina-se à seleção de projetos para serem expostos na galeria da Instituição, localizado em Belém. 

O Espaço Cultural completará 17 anos de existência em 2019 e é reconhecido pela classe artística regional e nacional como apoiador de projetos de artistas consagrados, mas também como formador de novas expressões regionais que tem sua arte admirada e reconhecida.

Os selecionados foram Maria Madalena Pinho com a mostra “Paisagens da Memória – Trajetórias de um olhar”, o qual  terá fotografias de Geraldo Ramos; Elaine Arruda, com a exposição Mastarel; e Marcelo Silva, com o projeto “Chamando os ventos: Por uma cartografia dos Assobios”.

A relação completa dos projetos aprovados encontra-se no site institucional:  Resultado_Edital_Banco_Da_Amazônia
Resultado_ Edital_Banco_Rouanet 

21.12.18

Bianca Leão lança "Caleidoscópio de Memórias"

Os poemas escritos ao longo dos últimos sete anos trazem à tona diferentes situações e sentimentos diversos. O livro sai pela editora Empíreo, com lançamento no próximo dia 26 de dezembro, às 17h30, na Livraria da Fox  (Tv. Dr. Moraes, 584 - Nazaré).

Da mesma forma como um caleidoscópio, ao ser revirado, o livro de poemas de Bianca cria diferentes formas e imagens. O leitor, ao virar suas páginas, será remetido a diferentes memórias e experiências peculiares, define Bianca Leão, 31, jornalista, mestranda do Programa de Pós-Graduação Comunicação, Cultura e Amazônia (PPGCom/UFPA).

Desilusões amorosas, cenas cotidianas, sonhos, propostas e outros temas abrem diversas possibilidades de interpretação a partir da subjetividade de cada leitor. Os textos são imagéticos e remetem a diferentes lugares e situações. 

As ilustrações são de Tarcila Alvarenga, ilustradora carioca, que tem como inspiração Raymond Briggs e Beatrix Potter, e gosta de trabalhar com lápis de cor, nanquim, grafite e aquarela. A autora bateu um papo com o blog e falou um pouco mais sobre seu processo criativo.

Holofote Virtual: Sete anos de poemas neste livro...

Bianca Leão: Na verdade são só 15 poemas. Mas, para ser bastante sincera, quando os escrevi, por ser muito nova, tive medo de publicá-los e achá-los bobos depois. Então deixei passar uns anos e selecionei os que eu realmente gostava para publicação. O resultado disso foi muito positivo porque tenho poemas com sonoridades bem diferentes, sobre situações diferentes, o que  torna a alusão a um caleidoscópio de memórias bem válida, porque as imagens que se formam por meio dos poemas são bem diversas.

Holofote Virtual: Você sempre escreveu, como isso tomou ênfase na tua vida?

Bianca Leão: Sempre escrevi. Brincava de fazer livrinhos com textos e ilustrações e entregava aos parentes quando eu era criança. Acho que escolhi fazer jornalismo muito mais porque eu gostava de escrever do que por interesse em notícias. Mas a escrita lírica especificamente há muito tempo - não sei especificar quanto - é um dos meus caminhos preferidos para a minha compreensão de mim mesma e do mundo, para a ressignificação de situações. 

Holofote Virtual: Como se constroem os teus poemas ? As poesias se remetem a sua vida? Traz um quê de experiências próprias?

Bianca Leão: Sim, as poesias trazem um pouco da minha vida, das minhas experiências mas, ao mesmo tempo, elas falam de todo mundo, de sentimentos e sensações humanas. Elas podem remeter a situações que eu nunca vivi porque elas conversam mais com sentimentos do que com fatos. 

Quanto ao processo de construção, muitas vezes os poemas me vieram à mente em momentos bem inadequados. Às vezes os versos vinham mais ou menos como se eu lembrasse de uma música, só que eles só existiam na minha cabeça. Às vezes eu estava atrasada para ir para algum lugar, ou tinha acabado de acordar,mas eu sabia que se eu não escrevesse eu iria esquecer, então escrevia. 

Holofote Virtual: Fala um pouco do processo editorial do livro, quanto tempo levou entre a concepção e o lançamento? 

Bianca Leão: Comecei a conversar com a ilustradora em setembro do ano passado. A Tarcila Alvarega, que fez minhas ilustrações, é carioca e, por sorte, namora um dos meus melhores amigos, que é paraense. Digo "por sorte" porque a Tarcila é muito competente e entendeu muito bem o espírito do livro. O projeto gráfico ficou melhor que eu esperava. 

Depois disso, comecei a pesquisar a editora e cheguei à conclusão de que a Empírio seria uma ótima opção, porque os livros dela costumam ter uma boa aceitação no mercado local. E aí fiz um novo amigo, que é o Filipe Larêdo, publisher do livro. Fora ele, escolhi fazer todos os demais processos do livro com mulheres e não me arrependi das escolhas. Desde a maquiagem que eu fiz para as fotos de divulgação com a Nayana d'Oliveira até a finalização do livro com a Priscila Castro. Todas mulheres talentosíssima, que fizeram toda a diferença para o resultado final. 

Holofote Virtual: Projetos futuros...

Bianca Leão: Atualmente eu sou mestranda, pesquisadora bolsista do PPGCom da UFPA e pesquiso pessoas em situação de rua. Paralelamente, já começo a pensar em outros projetos literários, dessa vez, um livro em prosa. Porém, eu pretendo manter esse viés mais lírico. Ou, futuramente, fazer algo mais voltado para o humor.  Humor é bem difícil de fazer. Seria um projeto mais ousado, talvez.

11.12.18

Dayse Addario em circuito com Melodia das Chuvas

No próximo dia 12 de dezembro, quarta-feira, a cantora Dayse Addario, Zarabatana Jazz Band e Cameratamazônica iniciam o circuito de shows do projeto Melodia das Chuvas. O show gratuito será no Teatro Margarida Schivasappa dentro do 45a Enarte e Projeto Sarauparauara.

Após o lançamento do disco virtual, o CD físico chega agora para iniciar este circuito em celebração aos 30 anos de carreira de Dayse. Pensado para ser um presente de aniversário pra Belém, o projeto levou pouco mais de três anos para chegar ao público. Intitulado "Melodia das Chuvas", o trabalho tem a voz de Dayse Addario à frente da Zarabatana Jazz Band e da Cameratamazônica, que dão o tom jazzístico e de câmara para as músicas amazônicas. Tudo com direção musical e arranjos de Ziza Padilha que assina todo o projeto e regência da maestrina Cibelle J. Donza.

Com canções que passeiam pelos 30 anos de trajetória artística de Dayse Addario, o disco tem texto de abertura de Edgar Augusto e traz composições de Guilherme Coutinho, Walter Bandeira, Edir Gaia, Edson Coelho, Saint Clair Du Baixo, Almino Henrique, Paulinho Moura, Ziza Padilha, Dudu Neves, Nilson Chaves, Antonio Carlos Maranhão, Rafael Lima, Joãozinho Gomes, Ronaldo Silva, Macário Lima, Alfredo Reis, Paulo Uchôa e Március Cabral.

Para este show no dia 12 haverá ainda participações especiais de Bruna Magalhães, Mayara Cavalcante, Luiz Pardal ( Guitarra Baiana), Felipe Bruno (Violino),  Antônio Neto(Baixo) e Coro Infantil Clave do Céu. No geral, mais de 50 músicos estarão no palco do Margarida Schivasappa. 

A realização é da Universidade Federal do Pará - UFPa, Instituto de Ciências da Arte - ICA, Escola de Música da UFPa - Emufpa e Fundação Amparo e Desenvolvimento da Pesquisa - Fadesp, com apoio da Emenda Federal do Deputado Edmilson Rodrigues. O disco Melodia das Chuvas tem patrocínio do Banco da Amazônia e Ministério da Cultura através da Lei Rouanet de Incentivo à Cultura. Todo o circuito de lançamento tem apoio cultural da Academia Top Fit, Cia Paulista de Pizza, Músicaparaense.org, Rosário Instrumentos, Pro Music, Doceria Amorosa e Zarabatana Produções.

Serviço
Show de lançamento do disco Melodia das Chuvas - 30 anos de carreira de Dayse Addario, com Zarabatana Jazz Band & Cameratamazônica Teatro Margarida Schivasappa - Fundação Cultural do Pará (Centur) - Avenida Gentil Bittencourt, 650. Dia 12 de dezembro de 2018, quarta-feria, 20h. Entrada Franca. Retirada de ingressos: Escola de Música da UFPa - Emufpa - Avenida Conselheiro Furtado, 2007; e na secretaria do Teatro Margarida Schivasappa (andar térreo do Centur).

(com informações da assessoria de imprensa)

“Saramago – os pontos e a vista” chega a Belém

Foto: Carol Quintanilha
Trazendo o mesmo conteúdo exibido em São Paulo, com ajustes apenas na cenografia, a primeira itinerância da exposição ‘Saramago, os pontos e a vista’ ficará em cartaz no Museu do Estado do Pará (MEP), de 15 de dezembro a 17 de fevereiro de 2019, com curadoria de Marcello Dantas e patrocínio do Santander, por meio da Lei Rouanet.

Saramago foi um intenso viajante, em especial nos últimos anos de sua vida, quando a maior parte do material audiovisual da exposição foi captado. Essa natureza errante marcou nossa opção por criar um desenho que se inspira nas caixas de transporte, malas e ícones de movimento como o carro. A exposição ganha esse contorno do espírito de um homem inquieto em permanente busca por expandir o seu alcance e aliviar a dor do planeta”.

Baseada na integração de quinze módulos, cada um composto de breves textos explicativos e objetos cênicos, que se mesclam com a projeção de vídeos de momentos da vida de Saramago, selecionados a partir do acervo de imagens do diretor português Miguel Gonçalves Mendes, que produziu o filme José e Pilar após anos de convivência com o casal. De forma lúdica e interativa, o público terá contato com mobiliários e acessórios originais do escritor: óculos, lupa e cama, que integram o acervo da Fundação José Saramago.

Marcello Dantas, o cruador
Foto: Christian Maldonado
Ao todo, serão aproximadamente 500m² de área expositiva, montada em seis salas do pavimento térreo do MEP. Cada módulo aborda uma dimensão da vida do escritor, como sua visão sobre a vida e a morte, lugares por onde passou e o encontro com a jornalista, escritora e tradutora espanhola Pilar Del Río, com quem se casou em 1988. No espaço destinado à cronobiografia, estarão disponíveis livros para consulta, além de fotos e vídeos, muitos deles também cedidos pela Fundação José Saramago. 

Para Marcos Madureira, vice-presidente executivo de comunicação, marketing, relações institucionais e sustentabilidade do Santander, “O encontro do Santander com o premiado Nobel de literatura, por meio desta exposição, está atrelado à memória, um dos alicerces que dão sentido à vida. Estamos muito felizes em poder trazer essa mostra aos paraenses após exibição no Farol Santander, em São Paulo, que foi um sucesso de público, e esperamos o mesmo aqui em Belém”.

Além de ressaltar que o Pará possui uma cultura efervescente, Paulo Cesar F. de Lima Alves, superintendente executivo da rede Norte do Santander, destaca que o Estado tem grande potencial econômico. “O Pará é uma das principais regiões da estratégia de expansão dos negócios do Santander no Brasil”.

No dia 14 de dezembro, às 17h30, véspera da abertura da mostra ao público, ocorrerá a sessão de abertura da exposição, na Sala das Artes do MEP, com falas institucionais, e palestra do professor Carlos Reis, da Universidade de Coimbra. Às 19h30, haverá a visita oficial à área da exposição, seguida de coquetel e sessão de autógrafos da edição brasileira do livro Diálogos com José Saramago, de Carlos Reis, da editora da Universidade Federal do Pará, ed.ufpa. Nos dias 14, 15 e 16 de dezembro, a Livraria da ed.ufpa estará com um estande no MEP, com diversas obras de José Saramago, com destaque para a sua produção ficcional publicada no Brasil pela Companhia das Letras.

A produção é da Magnetoscópio e a realização é do Governo Federal, por meio do Ministério da Cultura; da Fundação José Saramago; da Reitoria da Universidade Federal do Pará (UFPA) e da Cátedra João Lúcio de Azevedo Camões, I.P|UFPA, com o apoio do Governo do Estado do Pará, por meio da Secretaria de Estado de Cultura do Pará (SECULT), Sistema Integrado de Museus e Museu do Estado do Pará (MEP).

Proposta narrativa

Foto: Carol Quintanilha
A exposição proporciona ao visitante um encontro com as dimensões da vida de Saramago que permearam sua produção literária. Para isso, os módulos expositivos foram organizados de forma linear, mas não cronológica, convidando o visitante a um passeio guiado pelo universo do autor. Para isso, haverá ilustrações no piso indicando o percurso de toda a área expositiva. 

A ideia é que o visitante veja o mundo pela perspectiva de Saramago, reconheça seu comportamento inquieto e desassossegado frente ao mundo, ou simplesmente acompanhe o autor ao relatar memórias, devaneios e reflexões sobre a vida. Em um dos módulos expositivos, intitulado Visão, o público poderá assistir ao autor falando sobre o estado de cegueira do mundo atual. Para isso, os visitantes usarão óculos interativos que simulam o grau de miopia do próprio autor, experimentando em um primeiro momento a sensação de vista nublada e que é normalizada ao final da exibição do vídeo.

Essa proposta narrativa expressa a postura inquieta de Saramago em busca do autoconhecimento. Como dito pelo autor em uma de suas obras mais festejadas, Ensaio sobre a cegueira, durante a vida deve-se buscar uma coisa que há “dentro de nós”, “uma coisa que não tem nome, essa coisa é o que somos”. Assim como nos livros do autor, cada visitante viverá uma experiência imaginativa particular, na qual realidade e literatura se mesclam e fazem cada um (re)pensar o seu papel no mundo. 

O homem-escritor Saramago

Crédito: Arquivos Fundação Saramago
Filho e neto de camponeses, José Saramago nasceu na aldeia de Azinhaga, província do Ribatejo, em Portugal, no dia 16 de novembro de 1922. Seus pais emigraram para Lisboa quando ele não havia ainda completado dois anos. Fez estudos secundários que, por dificuldades econômicas, não pode prosseguir. O seu primeiro emprego foi como serralheiro mecânico, tendo exercido depois diversas profissões: desenhista, funcionário da saúde e da previdência social, tradutor, editor, jornalista. 

Publicou o seu primeiro livro, o romance Terra do Pecado, em 1947, tendo estado sem publicar até 1966. Trabalhou durante doze anos em uma editora, onde exerceu funções de direção literária e de produção. Colaborou como crítico literário na revista Seara Nova. Em 1972 e 1973 integrou a redação do jornal Diário de Lisboa, onde foi comentador político, tendo também coordenado, durante cerca de um ano, o suplemento cultural daquele vespertino. Pertenceu à primeira Direção da Associação Portuguesa de Escritores e foi, de 1985 a 1994, presidente da Assembleia Geral da Sociedade Portuguesa de Autores. Entre abril e novembro de 1975 foi diretor-adjunto do jornal Diário de Notícias. 

A partir de 1976, passou a viver exclusivamente do seu trabalho literário, primeiro como tradutor, depois como autor. Em fevereiro de 1993 decidiu dividir o seu tempo entre a residência habitual em Lisboa e a ilha de Lanzarote, no arquipélago das Canárias (Espanha). Em 1998 foi-lhe atribuído o Prêmio Nobel de Literatura. José Saramago faleceu aos 87 anos, em 18 de junho de 2010, em Lanzarote. Sua obra é reconhecida como um dos maiores legados da literatura contemporânea. 

Crédito: Arquivos Fundação Saramago
A exposição em Belém integra o calendário oficial de celebração dos 20 anos de atribuição do Prêmio Nobel de Literatura a José Saramago, com eventos organizados pela Fundação José Saramago em parceria com entidades públicas e privadas, em Portugal e em vários outros países. 

As celebrações tiveram início em outubro, com a visita a Lanzarote dos Primeiros-Ministros de Portugal e Espanha, António Costa e Pedro Sánchez, e à ilha convertida em jangada de pedra ao encontro de outros continentes. Posteriormente, ocorreu o Congresso Internacional José Saramago: 20 Anos com o Prêmio Nobel, na Universidade de Coimbra, assim como foram realizadas conferências em diversos países.

As comemorações se encerram no dia 15 de dezembro, em Lisboa, com a estreia mundial da sinfonia Memorial, composta por António Pinho Vargas, que assinala os 70 anos da Declaração Universal dos Direitos Humanos. Com essa sinfonia, baseada em três romances de José Saramago, será lançada a proposta da Declaração Universal dos Deveres Humanos.

Serviço
Exposição “SARAMAGO – Os pontos e a vista”. Entrada franca. Museu do Estado do Pará (Endereço: Praça D. Pedro II, s/n - Cidade Velha, Belém). Funcionamento: De terça a domingo, no período de 15 de dezembro de 2018 a 17 de fevereiro de 2019. Horários: De terça a sexta, das 10h às 17h; sábado, domingo e feriados, das 9h às 13h. 

(Holofote Virtual com assessoria de imprensa UFPA)

10.12.18

1o Festival de Curtas agita Bragança nesta semana

A Pérola do Caeté sedia o 1º Festival Curta Bragança, com programação nos dias 13 e 14 de dezembro, com objetivo de divulgar o curta brasileiro, fortalecer o diálogo entre os produtores nacionais e regionais, além de promover a produção audiovisual bragantina. Os premiados receberão o troféu "Valdir Sarubbi", em homenagem póstuma ao artista plástico bragantino, e o troféu Fabra. A realização é da Faculdade de Bragança – Fabra - e da Sapucaia Filmes. O festival conta com programação na Universidade Federal do Pará, campus Bragança, Rádio Educadora, Fabra e Praça das Bandeiras.

Divido em duas mostras competitivas, Mostra Curta Brasis e Mostra Curta Bragança, o festival traz ainda uma oficina de documentário, cujas inscrições ainda estão abertas até esta quarta-feira, 12. O evento oferece aos vencedores de cada categoria o troféu Valdir Sarubbi, homenagem “in memorian” ao artista plástico bragantino. O melhor filme do festival receberá o troféu Fabra.

Foram inscritos 42 dois filmes de São Paulo, 21 do Rio de Janeiro, 14 do Pará, 12 de Minas Gerais, 12 de Goiás, 6 da Bahia, 6 do Ceará, 5 do Rio Grande do Sul, 3 do Espírito Santos, 3 da Paraíba, 3 de Santa Catarina, 3 de Sergipe, 2 do Rio Grande do Norte, e 1 do Maranhão, 1 de Rondônia, 1 do Mato Grosso e 1 do Paraná. Seis filmes estão concorrendo também no concurso de melhor cartaz da edição 2018 do festival curta Bragança. A eleição é feita por enquete eletrônica no site oficial do festival, com votação até dia 13 de dezembro.

Na abertura, às 19h, no dia 13 de dezembro, o cerimonial conta com a exibição de um vídeo sobre o artista plástico bragantino Valdir Sarubbi, completando este ano 18 anos de saudades, com breve apresentação da professora e mestra Mariana Bordallo, que defendeu tese na UFPA sobre a representação da cultura bragantina na obra e vida do artista, falecido no ano 2000, em Sã Paulo.

“Estou muito feliz com esta homenagem, porque esse sempre foi meu objetivo quando fiz o Mestrado sobre ele, de trazer essa figura, não só o artista, mas a pessoa que ele foi, para ser reconhecida pelo povo bragantino. Ele não foi uma pessoa que nasceu aqui e foi embora, ele é muito próximo, viveu e conviveu, estava sempre perto, assimilou essa cultura, além da família dele ser daqui. 

Temos essa mistura de índio, português e negro. E quando Valdir resolveu deixar o Direito e fazer Arte, isso acabou aparecendo no trabalho. Em qualquer lugar onde sua obra está, a gente o reconhece como artista amazônico. E quem conhece a cultura bragantina, reconhece esta se manifestando na arte dele”, diz a professora e pesquisadora.

Mariana é graduada em Letras e Artes (UFPA), com especialização em Sociologia e Educação Ambiental com a monografia Pensar em Natureza é Falar de Arte (UEPA) e mestrado em Linguagens e Saberes da Amazônia com a dissertação Memórias que Tecem Arte - memórias afetivas e raízes culturais na obra de Valdir Sarubbi (UFPA/campus de Bragança), e professora da SEDUC. Além da abertura, ela realiza no dia seguinte, 14, uma roda de conversa  intitulada "Memórias que tecem arte", às 17h, Universidade Federal do Pará, campus Bragança.

Valdir Sarubbi foi um dos artistas plásticos mais significativos da região amazônica. Ele nasceu em Bragança, foi morar em São Paulo e apresentou seus trabalhos em muitos países da Europa e da América. Através de sua arte podemos identificar não só suas memórias afetivas, a família e os amigos, mas também, a cultura bragantina e amazônica. Conhecer a arte e a vida de Sarubbi permite aos bragantinos reconhecer-se e conhecer um pouco mais da história e da cultura de sua cidade.

A abertura do Festival Curta Bragança contará ainda com a exibição de um filme promocional do festival e show de Alex Ribeiro, músico e compositor da zona do salgado. Para San Marcelo, idealizador e coordenador do evento, o festival vem para marcar e gerar links da identidade cultural bragantina com o Brasil e com o mundo.

“O polo audiovisual de hoje formado em nossa região é de natureza complexa. Neste sentido, o festival busca reverberar uma produção inquieta, sem amarras, livre nas suas formas de expressão e linguagem estética e de gêneros, abarcando novos formatos, gerando novas posturas, abordagens, análises e conteúdo”, explica San Marcelo.

Na programação entre outras atividades paralelas, também será realizada a oficina "Documentando - O Cinema do Possível", que busca historiografar e dar ferramentas para que os participantes experimentem e discorram audiovisualmente sobre o gênero documental, que com o passar das décadas subverteu essa convenção e hoje é uma forma própria de arte – o cinema documentário. 

Abordar as diferentes vertentes, linguagens e estilos, partindo de exemplificações, além de fornecer diretrizes do “Cinema do Possível” para a construção narrativa e estética de filmes documentais dentro dessa perspectiva. Exercícios práticos serão aplicados, além do compartilhamento de técnicas de entrevista e de dinâmicas sobre a construção de ideias e personagens.

Oficina de Documentário

"DOCUMENTANDO - O CINEMA DO POSSÍVEL" - 14 de dezembro - manhã e tarde.
Local: Universidade Federal do Pará
Carga horária: (6 horas/aula)
Ministrante: Lorenna Montenegro – roteirista, jornalista, integrante do Coletivo Elviras de Críticas de Cinema e filiada à ACCPA.

As inscrições ainda podem ser feitas até dia 12 de dezembro, na Secretaria de Cultura, Desportos e Turismo (Estação cultural Armando Bordallo - Praça dos Eventos), das 8h às 14h, com direito a certificado. A taxa de inscrição é R$ 20,00 (vagas: 20).

PROGRAMAÇÃO

Quinta-feira, dia 13
Auditório Maria Lucia Medeiros – UFPA-Bragança

  • 19h – Cerimonial de Abertura do Festival
  • Exibição do Vídeo – Valdir Sarubbi / Breve apresentação por Mariana Bordallo.
  • Exibição de um filme promocional do festival.
  • Show com Alex Ribeiro

Sexta-feira, 14

Auditório Maria Lucia Medeiros – UFPA-Bragança
Das 9h às 11h30 - Das 15h às 17h -  Exibição da Mostra Competitiva

Auditório Fundação Educadora de Comunicação
17h – Roda de conversa - Memórias que tecem arte – Mariana Bordallo

Sala I – FABRA-Bragança
9h às 11h30 - Oficina de Documentário – Ministrada por Lorena Montenegro

Auditório Faculdade de Bragança – FABRA
15h às 17h30 - Oficina de Animação – Ministrada por Rosinaldo Pinheiro

Na Praça das Bandeiras
9h às 11h30 - Exibição da Mostra Competitiva 
15h às 17h30 - Exibição da Mostra Paralela

Auditório Maria Lucia Medeiros – UFPA-Bragança
17h30 às 19h - Exibição da Mostra Paralela (Sessão Livre)

20h – Cerimonial de encerramento do Festival
Exibição dos três filmes ganhadores do festival (Trechos).
Entrega da premiação.

MOSTRA CURTA BRASIS (20 FILMES SELECIONADOS)

  • À luz do sol - Documentário - 13min16s       - Belém/Pará - Edielson Shinohara – Cor -2017
  • A mulher do treze – Ficção - 16min-Vitória/Espirito Santo - Rejane Arruda- Cor- 2017
  • Aquarela-Ficção -15min - São Luiz / Maranhão - Thiago Kistenmacker e Al Danuzio – Cor-2018
  • Arquitetura do abismo – Experimental -17min-São Paulo -Pietro Santurbano – Cor-2018
  • BOLHA - Animação - 15min - Recife/Pernambuco-Mateus Alves  -Cor-2018
  • Caranguejo Homem –Ficção - 17min-São Paulo-Aline Pellegrini e Wallyson Mota-Cor-2018
  • Da terra vem-Documentário/Etnográfico-14min-Pelotas/Rio Grande do Sul-Camila Albrecht e Takeo Ito-Cor-2017
  • De Vez em Quando, Quando Eu Morro, Eu Choro-Ficção-15min-João Pessoa/Paraíba-R.B. Lima-Cor-2017
  • Em Torno do Sol-Ficção-12min-Natal / Rio Grande do Norte-Júlio Castro e Vlamir Cruz-P&B-2017
  • Fantasia de Índio-Documentário-18min-Recife/Pernambuco-Manuela Andrade-Cor-2017
  • Impávido Colosso-Documentário-15min-     Aracaju/Sergipe-Fábio Rogério e Marcelo Ikeda-Cor-2018
  • Kátharsis-Ficção-18min-Caxias do Sul/Rio Grande do Sul-Mirela Kruel-P&B-2017
  • Majur-Documentário-20min-Rondonópolis/Mato Grosso-Rafael Irineu-Cor-2018
  • Maria-Documentário-16min44s-Manaus/Amazonas-Elen Linth e Riane Nascimento-Cor-2017
  • Marias –Ficção-15min--Goiânia/Goiás-Edem Ortegal-P&B-2017
  • O Malabarista-Animação-11min-Goiânia/Goiás-Iuri Moreno-Cor-2018
  • Um Café e Quatro Segundos-Ficção-15min-Rio de Janeiro-Cristiano Requião-Cor-2018
  • Um filme de Baixo Orçamento-Ficção-13min-São Paulo-Paulo Leierer-Cor-2018
  • Vidas Cinzas-Documentário-15min-Rio de Janeiro-Leonardo Martinelli-P&B-2017
  • Você, morto-Ficção-19min-      Vila Velha/Espirito Santo-Raphael Araújo-Cor-2018


MOSTRA CURTA BRAGANÇA (6 FILMES SELECIONADOS)

  • Africateua-Etnográfico-19min36s-Bragança/Pará-Danilo Asp-Cor-2018
  • Covato – Desenterre seus segredos-Ficção-16min-Santarém/ Pará-Emanoel Franklin-Cor-2018
  • Me entende mais - Ficção - 11min-Belém-Pará-João Luciano-Cor-2018
  • Na Boca do Peixe-Documentário-8min- Bragança/Pará - Almirzinho Gabriel-Cor-2002
  • Pena e Maracá – A Encantaria do Fundo-Documentário/Etnográfico-20min- Rio de Janeiro-Leonardo Carrato e Daniel Meneguelli-Cor-2018
  • Shala-Ficção-11min- Belém/Pará-João Inácio-Cor-2016