23.4.22

Cinema Olympia completa 110 de portas fechadas

Cine Olympia, em 2018
 Foto: Otávio Henriques/Projeto Circular
Patrimônio de Belém, o Olympia chega aos 110 anos com pouco a comemorar. Em 2020, a pandemia suspendeu as sessões e o cinema passou o resto do ano esquecido. Reabriu em janeiro de 2021, no dia 12, para uma sessão especial de aniversário de Belém. Depois disso, fechou as portas, chegando a 2022 desativado.

Em mais de um século, grandes filmes foram projetados em sua tela e festivais locais e internacionais foram realizados no cinema Olympia, testemunha e vítima do tempo, local onde muitas emoções foram vividas e debates realizados sobre o cinema paraense, brasileiro e estrangeiro. É sonho de todo cineasta paraense exibir seu filme naquele telão, mas isso se tornou praticamente impossível, pois o equipamento de projeção está sucateado, assim como toda sua parte interna. 

Há meses que a situação do cinema vem sendo debatida pelas redes sociais. Até Pedro Veriano, um dos nossos críticos de cinema mais respeitado, autor de livros que contam as histórias do nosso cinema, se manifestou no Facebook pedindo que a prefeitura cuide do assunto com urgência. Vas últimas semanas não faltaram histórias sobre esse importante espaço cultural da capital contadas por cinéfilos, críticos e  pesquisadores da sétima arte, também nos principais veículos de comunicação do Estado. 

O Olympia já passou por muitas crises, mas nunca havia ficado por tanto tempo fechado. O título de cinema mais antigo em funcionamento ininterrupto no Brasil ainda lhe cabe? 

Em resposta às severas críticas da população à prefeitura, o atual presidente da FUMBEL - Fundação Cultural do Município de Belém -, o historiador Michel Pinho, informou publicamente a situação grave do cinema, o que não é uma novidade, mas também garantiu que seriam tomadas providências. Na semana seguinte, teve inicio uma “manutenção preventiva”,  “para salvaguardar o patrimônio”, “a fim de abri-lo o mais rápido possível para a população”. Os reparos no telhado, porém, estão longe de atender a real necessidade do prédio. 

 Construído em 1912 pelos empresários Carlos Teixeira e Antonio Martins, donos do Grande Hotel e do Palace Theatre, respectivamente, o prédio original tinha influência da arquitetura da Belle Époque, o movimento francês do século 19 que inspirou e caracterizou a modernização de Belém, no governo de Antônio Lemos. Na década de 40, o espaço recebeu detalhes ornamentais no estilo “art deco” e na década de 60 passou pela segunda reforma que lhe trouxe a fachada atual, além de poltronas estofadas, refrigeração ambiente e tapeçaria na área interna. Depois disso, o prédio recebeu pequenas manutenções que não resistiram aos dois últimos anos.

Espaço Municipal Cine Olympia e projeto de reforma

Foto/reprodução: Irene Almeida/Diário do Pará

Não é a primeira vez que a população sai em defesa do Olympia. Em 2006, artistas, ativistas culturais, amantes da sétima arte se mobilizaram e ocuparam, em fevereiro daquele ano, o hall do Olympia, realizando uma grande manifestação de protesto e depois preenchendo os mais de 400 lugares na plateia, para assistir ao que seria a última sessão, pois os herdeiros da família Severiano Ribeiro, proprietária do cinema ameaçava vende-lo caso o poder público não tomasse uma iniciativa. 

No dia seguinte, representantes de associações de cinema e cultura do Estado se reuniram com o então prefeito de Belém, Dulciomar Costa (PTB), para achar uma solução. Foi aí que se propôs a gestão compartilhada entre o poder público e os proprietários, o que se concretizou em 2007, com a criação do Espaço Municipal Cine Olympia, como existe até hoje, mas sem que nenhuma reforma consistente tenha sido feita, como também foi solicitado na época.

Em 2012, quando o Olympia foi declarado, pela Lei 8.907, patrimônio histórico e cultural do município de Belém, tivemos esperança disso se concretizar. A Fumbel já estava até finalizando o processo de licitação do restauro, via financiamento da Prefeitura, junto ao PAC das Cidades Históricas/Iphan. O projeto era da Secretaria Municipal de Urbanismo (Seurb), e em agosto de 2015, aguardava-se a liberação de recursos, mas nada aconteceu. 

Em 2017, fazendo uma reportagem sobre o PAC das Cidades Históricas, deparei-me com o projeto de reforma, que previa reforma na parte externa e interna do cinema e compra de som e projetores digitais.  Na planta, se via a modernização da sala de exibição, além da criação de um café, uma livraria e um espaço para oficinas de cinema, justamente como aquela comissão em 2006 havia proposto, mas para tornar o projeto de restauro completo realidade esbarra-se em outra questão, a necessidade de comprar o prédio da família Severiano Ribeiro, proprietária do cinema, um acordo a que ainda não se chegou. Como então, garantir a reforma que queremos?

20.4.22

Cine-Debate Arte pela Vida no cine Líbero Luxardo

No âmbito da 7ª Edição da Feira de Empreendedores LGBTI+ de Belém,  o Comitê Arte pela Vida exibe, dia 23 (sábado), às 16h, no Cine Líbero Luxardo, do Centur, uma sessão especial do primeiro filme produzido sobre AIDS no mundo: "Buddies", realizado em 1985 por Arthur Bressan Jr.

A iniciativa que visa sensibilizar e informar o público sobre a importância da prevenção e da conscientização em torno das doenças sexualmente transmissíveis, em especial o HIV, abre o projeto Cine-Debate Arte pela Vida, com bate-papo após a projeção e o ingresso revertido na doação de dois quilos de alimentos para famílias em situação de vulnerabilidade social.

Como constata Chico Vaz, um dos coordenadores do Comitê, essa pandemia silenciosa continua presente e crescendo, sobretudo entre os jovens ( em Belém, a maioria dos casos atinge a população de 14 a 29 anos). E, neste contexto, o audiovisual, ressalta, é uma ferramenta importante para mobilizar e impactar as pessoas. "'Buddies' é uma obra pioneira a tratar do assunto e nos permite retomar um olhar acerca dos primeiros anos da infecção. Um período de muita dor, apreensão e intolerância", complementa.

Esse retorno às origens reforça ainda a luta do Arte pela Vida, organização não-governamental que atua há mais de 25 anos na assistência, acolhimento e suporte social aos portadores do vírus HIV em Belém e região meteopolitana. 

"Escolhemos as expressões artísticas para agrupar e difundir nossos esforços e agora incorporamos o cinema nessa empreitada", destaca Chico Vaz que acrescenta que "além do Líbero, vamos promover exibições em outros espaços como no Sesc Ver-o-Peso, sempre com debate após as sessões dos filmes".

Para os voluntários do Comitê também é uma questão de visibilidade. Por isso a importância de associar o projeto de cinema, nesse primeiro momento, à Feira dos Empreendedores LGBTI+ de Belém,  que movimenta as praças do Artista e do Povo, na sede da Fundação Cultural do Pará. 

"O evento, voltado para a promoção de negócios, já conta com ações culturais como shows, performances, rodas de conversas, desfile de moda e música com DJs. Integrar o Líbero Luxardo ao circuito é muito importante para nós", finaliza Chico Vaz.

Buddies (EUA, 1985)

Direção: Arthur J. Bressan Jr.

Duração: 78 minutos

Classificação: 14 anos

Sinopse - Quando David, um yuppie gay de 25 anos, se voluntaria a ser um buddy para pacientes com AIDS, ele conhece Robert, 32 anos, um jardineiro californiano de verve altamente politizada, que foi abandonado pelos amigos e pela família. À medida que David muda sua visão ao conhecer Robert, nós também mudamos. Passado quase todo em torno do quarto de hospital, o filme é centrado nos dois personagens (o resto do elenco pode ser apenas ouvido). Um retrato atemporal de uma era da história LGBTQ, este foi o primeiro filme produzido sobre a AIDS.

(Texto: Adolfo Gomes)

Serviço

Cine-Debate Arte pela Vida, dia 23/4 (sábado), 16h, no Cine Líbero Luxardo (Centur) - Av. Gentil Bittencourt, 650. 

Ingresso: doação de dois quilos de alimentos não-perecíveis. 

Realização: Comitê Arte Pela Vida. 

Apoio: Fundação Cultural do Pará.

Contato/informações: 

Chico Vaz 91 98280-2188

(Holofote Virtual com assessoria de imprensa)


17.4.22

"Para Sempre Ruy" e outras homenagens ao poeta

Até o final deste ano preparem-se para ouvir, cantar, ler e conhecer muito mais o Ruy Paranatinga Barata, em todas as suas vertentes, indo do poeta ao político, do advogado ao professor e letrista. Vai ter prêmio, álbum, songbook e biografia, como antecipa na matéria a seguir, o filho do poeta, o jornalista Tito Barata.  para começar, o show “Para Sempre Ruy” vai reunir mais de 60 profissionais, nos dias 28 e 29 de abril, às 20h30, no palco e nos bastidores do Teatro Margarida Schivasappa do Centur.  Os ingressos começam a ser vendidos nesta terça-feira, 19, na bilheteria do teatro, confere as informações no final da matéria.

“Para Sempre Ruy” vai trazer aquele repertório recheado de grandes canções da parceria com Paulo André Barata e alguns outros compositores, mas com detalhes que Tito Barata não ousa contar para não estragar a surpresa. Ele faz a direção geral do espetáculo, que tem direção musical de Ziza Padilha e produção executiva da Talentos da Amazônia, somando mais de 60 profissionais, entre intérpretes, músicos, arranjadores e técnicos. 

"O Ruy encantava a juventude, sempre, e todas as pessoas que hoje o homenageiam, foram seus alunos, conviveram com ele ou são os filhos de quem ele era amigo. Vai ser um show com roteiro para se emocionar de várias formas, rir, chorar, bater palmas”, afirma Tito, em entrevista ao blog. “Convidamos artistas do circuito dos barzinhos e da música instrumental para fazer uma retrospectiva das músicas dele com o Paulo André, contando algumas historinhas sobre elas, mas não vou contar os detalhes, haverá muitas surpresas”, diz o jornalista e também filho de Ruy Barata.

A iniciativa conta com o apoio do Governo do Pará e da Fundação Cultural do Pará, além de amigos e parlamentares. Toda a renda será revertida para instituições de apoio aos mais vulneráveis. Uma delas é a Cooperativa Social de Trabalho de Arte Feminina Empreendedora – COOSTAFE, que reúne mulheres detentas do sistema penitenciário. Elas também estão confeccionando os adereços e acessórios que os artistas usarão no espetáculo, compondo os figurinos assinados por Maurity Ferrão.

“Também receberão parte da renda, a República do Pequeno Vendedor, o Centro Nova Vida e a Biblioteca Rosa Luxermburgo”, complementa Tito que comemora todas as demais iniciativas programadas para homenagear Ruy Barata este ano. "Em 2020 iríamos marcar o centenário de nascimento do Ruy com todas elas mas não deu por causa da pandemia. Este ano tudo melhorou, os teatros reabriram e em janeiro resolvemos que não daria mais para esperar", diz Tito.

Prêmio e musical além de biografia e songbook

Depois de "Para Sempre Ruy" será lançado, no mês de junho, o Prêmio Ruy Barata, com cerimônia marcada apara o dia 24, véspera da data de nascimento do artista, na cidade de Santarém, em 25 de junho 1920. E no final do ano, nos dias 30 de novembro, 1 e 2 de dezembro, será apresentado um musical que terá direção do professor, ator e diretor Alberto Silva Neto. 

Tem mais. Vai ter biografia e songbook, além de um álbum. Estamos gravando, e já tá quase terminado, inclusive, o disco que fará parte do songbook, que vai sair talvez no segundo semestre. Gravamos no Rio e aqui em Belém, e entre os intérpretes estão Zeca Pagodinho, Maria Rita, Zé Renato, Áurea Martins, Mônica Salmaso, Joyce, Leila Pinheiro, Jane Duboc, Fafá, Vital Lima”, revela. 

A personalidade múltipla de quem não se rendia ao obvio e nunca fez a poesia pela poesia ou a arte pela arte, também será revelada em maiores detalhes ao público. Está saindo a biografia de Ruy Barata, que está sendo escrita pelo roteirista e biógrafo Denilson Monteiro, um paraense que mora no Rio de Janeiro, autor também das biografias do Chacrinha, Carlos Imperial, Cartola, Erasmo Carlos, entre outros. É um cara experiente e está trabalhando há um ano e meio nisso. Em maio, ele deve finalizar entrevistas aqui em Belém”.

“Ainda não tem nome definitivo mas vamos falar de como ele se tornou poeta e dessa trajetória na política, na advocacia, como professor, como político caçado. Vai ser muito importante, não só para o Ruy, mas para nos alertar que temos valores aqui importantíssimos que precisam ter suas historias recuperadas, como as histórias do Central Café, que  será em parte contada nesta biografia”, acredita Tito. 

Ele se refere a quando Ruy passa a frequentar a roda de papo do Central Café, no centro de Belém, liderada pelo professor Francisco Paulo do Nascimento Mendes, que reunia a sua volta a mais brilhante geração de intelectuais paraenses, formada por Mário Faustino, Paulo Plínio Abreu, Benedito Nunes, Haroldo Maranhão, Waldemar Henrique, Machado Coelho, Nunes Pereira, Cauby Cruz, Napoleão Figueiredo e Raimundo Moura, entre outros, em 1943.

Tito também diz que é muito importante para ele como filho, poder produzir algo que possa salvaguardar essa obra. "Hoje confesso que estou preparado e consigo lidar melhor e de forma mais distanciada, embora haja sempre um envolvimento emocional. Fico orgulhoso, no bom sentido disso tudo, e feliz de estar divulgando a obra dele, que acho muito rica do ponto de vista estético e filosófico”, conclui. 

Serviço

“Para sempre Ruy”, show em homenagem a Ruy Barata, nos dias 28 e 29 de abril às 20h30, no teatro Margarida Schivasappa (Centur). Ingresso a preço única: R$ 50,00. Venda antecipada na bilheteria do teatro: dias 19, 20, 23 25, 26 e 27 de abril, horário comercial. Para outras formas de pagamento, entrar em contato: (91) 98088.95.21.

12.4.22

Alepa reconhece Siriá como patrimônio cultural


Assembleia Legislativa do Estado do Pará (Alepa) reconhece o Siriá como patrimônio cultural e imaterial do estado do Pará. De autoria da deputada estadual Dilvanda Faro (PT), o Projeto de Lei 391/2021 foi aprovado por unanimidade pelos deputados e deputadas, nesta terça-feira (12). Agora, o PL segue para sanção do Executivo.  

Depois da Guitarrada e do Carimbó, é a vez do Siriá, enquanto gênero musical, ser reconhecido como patrimônio cultural imaterial do Pará. O gênero foi reinventado pelo cametaense Mestre Cupijó na década de 1970, ao misturar diversos ritmos tradicionais da região do Baixo Tocantins, como o Samba de Cacete. A notícia se espalha e é comemorada por músicos e familiares do mestre.

"É muito importante que a cultura do nosso povo seja reconhecida. O Siriá vem da manifestação do Samba de Cacete mas o papai foi quem, a partir dos anos 70, repaginou o ritmo que ficou como hoje a maioria das pessoas conhece”, diz Osvaldo Castro, um dos três únicos filhos vivos de Mestre Cupijó, que aprendeu a tocar com o pai e o acompanhava em algumas de suas apresentações.

"Fico muito feliz em saber que algumas pessoas se importam com isso. Esse reconhecimento é importante não só para o Mestre Cupijó, mas para todo o povo cametaense e do estado também. Nossa musica é autêntica, precisa ser preservada e fomentada para que continue sendo repassada para as novas gerações", conclui. 

Jorane Castro, cineasta e sobrinha de Cupijó, contou a história do músico em seu documentário “Mestre Cupijó e seu Ritmo”, um projeto que se desdobrou em DVD e num baile, que circula em casas de show e festivais de música. O longa traz depoimentos de pessoas que eram próximas ao Mestre e uma mescla de imagens de arquivo que apresentam as falas de Cupijó, bem como de seus filhos e de várias integrantes do projeto. 

“O Siriá foi um ritmo inventado pelo Mestre Cupijó, os dois estão intimamente ligados. Não é carimbó, como comumente se confunde, é um ritmo que ele inventou a partir dos ritmos tradicionais do baixo Tocantins”, explica Jorane. "Ele pesquisava muito os ritmos tradicionais e ouvia muita música nas rádios, e como artista e interprete dessas culturas, ele acabou misturando muita coisa que se transformou no que se conhece hoje como o Siriá", diz Jorane.

Cupijó mistura samba de cacete, banguê e merengue

O multi-instrumentista Joaquim Maria Dias de Castro, mais conhecido como Mestre Cupijó, acelerou as batidas e incluiu arranjos de sopro, agregando, ainda, a influência caribenha, como o mambo e o merengue. “A banda dele, que era o saxofonista, já usava instrumentos elétricos, como baixo e guitarra, teclado, além de bateria. A música dele é uma criação, além de ser um mestre da cultura popular, assim como o Vieira, que criou a Guitarrada, e a Dona Onete que criou o Carimbó Chamegado. Eles todos merecem ser homenageados, reconhecidos e nós tivemos a sorte de conviver com eles”, celebra Jorane Castro.

Gileno Foinquinos,  músico cametaense chama atenção para uma história curiosa sobre a origem do Siriá. “O Siriá deve ser oficializado como gênero musical, ao se tornar patrimônio, mas não era um ritmo, era uma música feita no gênero musical chamado Samba de Cacete. Temos poucos catálogos sobre isso, então qualquer iniciativa que evidencia a existência  e fomentar os nosso ritmos é muito louvável, pra mim é maravilhoso”, diz.

“Este Projeto de Lei tem como objetivo reconhecer e dar o devido valor para o gênero musical reinventado pelo cametaense Mestre Cupijó, para que as novas gerações de músicos encontrem as antigas gerações, e, assim, descubram e conheçam melhor a música popular do nosso Pará”, destaca a deputada Dilvanda Faro, autora do PL.

Além de músico e compositor, Cupijó foi vereador e advogado. Morreu em Belém no dia 25 de setembro de 2012, acometido por um câncer. Afastado dos palcos por conta da doença, ele reclamava do ostracismo. 

Vamos aguardar que o PL seja sancionado,  tornando o Siriá patrimônio e que a partir disso sejam criadas políticas públicas que fomentem essa cultura no Pará. Isso vale para todos os demais gêneros musicais já reconhecidos como patrimônio cultural imaterial. 

(Imagens desta postagem são reproduções da Internet)

4.4.22

Rock na Floresta para o lançamento de Intoxicated

Dead Level lança o 1o álbum gravado em estúdio, com festa que reúne as bandas Delinquentes, Shildrain e Warpath. Neste sábado, 9 de abril, a partir das 18h, no Parque dos Igarapés. Ingressos já estão à venda e dão direito ao CD. 

Desde que foi lançado nas plataformas de música, em março deste ano, "Intoxicated" vem ganhando espaço em canais liderados por estrangeiros no Youtube, como o canal 666 MR. DOOM (220.000 inscritos) e no Holy Parish of Doom (20.000 inscritos), além de sair no site Norte-Americano “Doomednation” e no site Belga “Shoot me again”, entre outros.  

A celebração dessa repercussão será no "Rock na Floresta", que vai reunir, além da Dead Level, três bandas importantes do underground do rock paraense. A “Shildrain”, duo peso-pesado, que tem influências de heavy/thrash e sludge, foi formada em 2015 por Alexandre (guitarra e vocais) e Augusto Maia (bateria). A banda lançou o EP "Drained", com 5 músicas, em 2019; e dois singles, “Trash”, em 2017, e “Eremite”, em 2020. O terceiro single, “Reckoning”, será lançado este ano, em junho.

Outro show será com o grupo "Warpath", banda que está de volta à cena celebrando uma carreira de dez anos. O grupo já lançou CDs Demo e EP e segue divulgando e solidificando o nome do Thrash/Speed Metal paraense no cenário nacional. Formada por Márcio (baixo/vocal), Danilo (guitarra) e William (bateria), a banda já foi campeã na seletiva regional do Wacken Metal Battle e disputou a final da batalha das bandas no Festival Roça ‘n’ Roll (Varginha MG), ficando entre as cinco primeiras bandas. Além disso, já realizou turnê pelo norte e nordeste do Brasil e pela Europa passando por 8 países.

Fotos: Júlio Douahy

Para fechar o evento com chave de ouro, a Delinquentes, uma das bandas de rock mais antigas do Pará em atividade, entrará em cena! Trazendo em suas músicas letras de protesto, encontrando eco em um autêntico hardcore crossover genuinamente amazônico, a banda tem um currículo repleto de grandes festivais, turnês, coletâneas nacionais, além de três discos, um DVD, vários videoclipes e muito material gravado. 

A Delinquentes passou por todas as grandes transformações da cena independente paraense, e se firmou na história da música local sem nunca ter parado de tocar, desde 1985. Já a Dead Level, fundada em 2015, está há pouco mais de seis anos nessa cena, com seu som mesclado de influências Stoner-Doom, Garage punk e Hard Rock setentista. Embora já tenha lançado singles e EPs, “Intoxicated” é o primeiro álbum autoral do grupo, gravado em estúdio. As oito faixas mantém o tom crítico do grupo, trazendo letras que apontam para um cenário de intoxicação social, mental e espiritual. 

"Intoxicated" já está nas plataformas digitais de música desde o início do mês de março. O trabalho foi realizado de forma independente e contou com apoio e esforço conjunto de quase todos os músicos que tocaram ou já tocaram na banda, incluindo a formação atual: Uirá Seidl (vocais), Arthur Fonseca (baixo), Fause Pereira (guitarra) e Beto Brasil (bateria). A expectativa com o ‘Rock na Floresta” é de que seja um grande evento, oferecendo uma boa estrutura e com um público significativo.



“O line do evento conta com bandas proeminentes no cenário local, que já apresentaram e ainda apresentam trabalhos consistentes que vêm abrindo portas para outros grupos. Fico feliz que possamos lançar este álbum num espaço como o Parque que já realizou tantos eventos musicais espetaculares, e o Rock na Floresta sem dúvida promete, e muito”.  Uirá Seidl, da banda Dead Level

 

Ingressos: R$ 10,00 (antecipado), com promoção do combo (ingresso + CD Dead Level "Intoxicated"), ou R$ 15,00 na portaria. Caso opte pelo combo, via Sympla, o CD será retirado no dia e local do evento, apresentando RG conforme sua efetivação da compra no site. Obrigatório uso de máscaras e apresentação de carteira de vacinação.

Ouça “Intoxicated”

https://www.youtube.com/watch?v=FQJvp-TnCPk&feature=youtu.be

www.deadlevelstonerock.bandcamp.com

https://www.youtube.com/watch?v=w-TIxYFt_4o

Acompanhe a banda pelas redes sociais: 

FB: facebook.com/deadlevelstoner

Instagram: instragram.com/deadlevelstoner

Ficha técnica

Vocals:  Uirá Seidl 

Electric guitar at tracks 01, 02, 04, 05 and 06: Leonardo Venturieri

Electric guitar at tracks 03 and 08: Aramys Souza

Electric guitar at track 07: Fause Pereira

Bass: Arthur Fonseca

Bass in track 8: Paulo Siqueira

Drums: Beto Brasil 

Keyboards at track 06: Andro Baudelaire

Backing Vocals at tracks 04 and 07: Andro Baudelaire

Sound effects: Andro Baudelaire and Uirá Seidl

Gravado no Abbey Monsters Studio – 2021

Mixagem e Masterização: Andro Baudelaire

“Monteiro Lopes” com exibição no Líbero Luxardo

Trazendo como tema a relação inter-racial e homoafetiva entre duas mulheres e, como pano de fundo, a criação do doce regional, o curtametragem terá exibição única neste sábado, 9, às 15h30, no Cine Líbero Luxardo. A sessão será única e acompanhada pela diretora Bianca D’Aquino, que vai bater um papo com o público ao final. A entrada é gratuita, com retirada de ingressos 1h antes da sessão, com lotação reduzida para 66 pessoas. Neste sábado, 9, ás 15h30, no Cine Líbero Luxardo. 

“Monteiro Lopes” é o curta metragem que entra para o catálogo do cinema paraense no início de abril trazendo a diversidade LGBTQIA + à frente e atrás das câmeras. Escrito e dirigido por Bianca D’Aquino, o filme baseia-se na história do famoso biscoito da cidade de Belém para narrar a história de Mariana Lopes e Júlia Monteiro, personagens que passam por uma jornada de descobertas e construção de afetos, trazendo a visibilidade de questões LGBT+ para o cinema paraense contemporâneo. 

Na história, Mariana Lopes e Júlia Monteiro são descendentes de donos de padarias concorrentes. Enquanto Júlia foi criada com liberdade e espírito explorador, que lhe permitiram descobrir seus desejos e talentos culinários, Mariana, por outro lado, teve uma criação rígida e um pai conservador que lhe cerceava a todo momento. Conforme a amizade e o posterior romance entre as duas avança, Mariana percebe sua dificuldade em lidar com a própria sexualidade e decide ir embora de Belém. Anos mais tarde, ao retornar à cidade, Mariana reencontra Júlia e agora precisará lidar com os conflitos não resolvidos de sua juventude.

As questões LGBT+ como pilar da narrativa 

Júlia e Mariana passam por muitas descobertas. Uma foi criada com liberdade e espírito explorador, que lhe permitiram descobrir seus desejos e talentos culinários, e a outra, com a criação rígida e um pai conservador. O contraste destas realidades irá gerar conflitos sobre sexualidade, conservadorismo e afeto que irão definir o desenrolar da ficção.

“A realização de um filme regional com protagonistas femininas e dirigido por uma mulher da população LGBTI+ (que tem como ponto central uma relação inter-racial e homoafetiva, cujo o pano de fundo é a criação de um doce regional) contribui para a visibilidade destas questões dentro da sociedade e também no fortalecimento de nossa cultura dentro e fora do Estado podendo no futuro servir como referência para outros realizadores”, diz Bianca D’Aquino.

Contemplado pelo edital de Audiovisual da Lei Aldir Blanc, o curta foi gravado, produzido e ambientado na cidade de Belém por uma equipe e elenco inteiramente paraense e conduzido pela diretora estreante, Bianca D’Aquino. Movimentar e integrar a cadeia de profissionais do audiovisual paraense foi uma das premissas desta produção.

“Fazer cinema no Norte do país é fortalecer o Norte, como território capaz de realizar e dominar sua própria narrativa, e também reforçar a identidade e os profissionais locais - fato que julgo por si só como um ato de resistência e inquietação, necessários para o estabelecimento de uma produção audiovisual Amazônica consistente”, defende a diretora.

O filme, que terá apresentação única em Belém, para se manter o ineditismo exigido pelos festivais de cinema, é acompanhado por uma trilha sonora original produzida pelo cantor e compositor Pratagy e traz como grande tema a música “Afeto”, escrita e interpretada pela cantora Malu Guedelha, nomes emergentes da novíssima música paraense. 

“O convite surgiu por parte da diretora, quando o filme ainda estava apenas escrito. O roteiro ainda estava se desenvolvendo e li algumas versões dele, e foi em cima disso que comecei a compor pequenas peças musicais inspiradas nos momentos descritos. É interessante pra mim participar de uma trilha sonora porque diferente do que faço na minha carreira, com músicas mais longas e com vocais, aqui vão ser pequenos trechos de música que precisam passar a ideia da totalidade da sensação da cena, é sempre um desafio”, conclui o músico.

Confira o trailer: 

https://youtu.be/DPZCq4DtM3E 

Serviço

Lançamento do Curta Monteiro Lopes. Neste sábado, 9, às 15h30, no Cine Líbero Luxardo – Fundação Cultural do Pará – Av. Gentil Bittencourt, entre Quintino Bocaiúva e Rui Barbosa. Entrada gratuita (retirada de ingressos 1h antes da sessão - 66 lugares)

Artista paraense é destaque em exposição Alemã

Xan Marçall, natural de Belém, é um dos destaques na exposição “Encantadas - Brazilian Transcendental Arts“, que iniciou no dia 12 de março, em Berlim, na Alemanha. Ela apresenta o filme “Sob a Terra do Encoberto“, uma obra experimental, que mistura documentário e ficção e traz histórias de pessoas trans marcadas pelo território geográfico nortista e nordestino. O longa faz parte de uma plataforma curatorial sobre processos de transmigrações e transancestralidades, a partir do Norte e Nordeste do Brasil.

A exposição levou diversas artistas nortistas e nordestinas a Berlim. Xan Marçall foi uma das artistas amazônidas convidadas pela curadoria para escrever e dirigir o filme, em co-autoria com a pernambucana Libra. “O filme é uma cartografia sobre as transcestralidades no Norte e Nordeste do Brasil, em que poesia, espiritualidade, política, educação, ativismo e cosmovisões afro-indigenas são fundamentos nos processos existenciais, identitários de pessoas trans/travestis nesses territórios”, explica Xan.

“Sob a Terra do Encoberto“ é o primeiro longa-metragem de Xan Marçall. Atriz e professora de formação, estreou no cinema através de “IAUARAETE“, um curta metragem lançado em 2020, que recebeu dois prêmios em festivais internacionais: prêmio Elke Maravilha de melhor atriz de curta-metragem no 14º Festival de Cinema e Cultura da Diversidade Sexual For Rainbow e 17º Festival Internacional Panorama Coisa de Cinema na categoria Melhor Direção de Arte. A previsão para lançamento no Brasil é para o segundo semestre de 2022.

Xan comemora a visibilidade às pessoas trans amazônidas e destaca a falta de oportunidade e incentivo à formação em cinema para artistas T. “Existe um movimento independente e articulado de pessoas trans e travestis no cinema, que tem movimentado a cena audiovisual no Brasil. No entanto, a presença de trans e travestis amazônidas ainda é extremamente insignificante - não menos poderosa e inventiva. No Norte, temos problemas sérios de acesso à formação no cinema para pessoas T, pois fazer cinema no Brasil é caro. A grande realidade é que não temos dinheiro para pagar essas oportunidades. Então, em especial, nós, travestis e pessoas trans da Amazônia, temos feito um trabalho precursor no cinema“, conclui.

Xan Di Alexandria de Oliveira Moura, conhecida artisticamente como Xan Marçall, reside há um ano em Salvaterra, na Ilha do Marajó. No ramo da arte, iniciou no teatro, ainda na adolescência, na Casa da Linguagem e trabalhou com nomes importantes da cena paraense, como Wlad Lima e Cláudio Barros. Com 20 anos de carreira no teatro, Xan destaca como referências artísticas, o coreógrafo Ronal Bergman, a atriz Nilza Maria, as mestras contadoras de histórias de Belém e o Grupo In Bust de Teatro.

A experiência no cinema tem sido uma nova forma de se comunicar e memorizar histórias para Xan. Diferente do teatro vivo, feito pontualmente, no cinema, ela destaca a oportunidade de se continuar após essa vida. “Penso que se trata de uma memória sobre uma arte transgênera produzida em Belém, no Pará, na Amazônia. Entendendo a memória como uma ação que, ao mesmo tempo, preserva e conserva a produção de uma artista travesti na Amazônia ao modo amazônico, que insiste por uma poética cabocla, ribeirinha, negra e indígena, em suas particularidades e complexidades“, diz.

(Com informações da assessoria de imprensa da artista)