27.11.20

Um papo sobre cultura com Edmilson Rodrigues

Edmilson Rodrigues (Foto/Reprodução)

No próximo domingo, 29 de novembro, teremos a chance de apertar 50 e trazer de volta um dos melhores prefeitos, senão o melhor que já tivemos em Belém. Dos que eu pude testemunhar mais de perto, sim, o melhor. Nada contra ninguém, como já disse o cantor e compositor Nilson Chaves, recentemente, ao declarar, como tantos outros artistas, seu apoio ao candidato Edmilson Rodrigues (PSOL). 

Bienal da Música, Aldeia Cabana, reforma do Ver-o-Peso, criação da Praça Waldemar Henrique e do Ver o Rio, retomada da Seresta do Carmo. Esses são apenas alguns dos projetos e iniciativas de suas duas gestões exercidas entre 1997 e 2005, marcando a história de Belém. Um período intenso e importante em minha formação como jornalista cultural. 

Nesta época, vimos o cinema paraense ser retomado, paralelamente ao cinema brasileiro, quando a  Fumbel - Fundação Cultural de Belém - lançou o 1º e o 2º Prêmio Estímulo de Produção de Curta Metragem. Entre outros filmes, foi possível, por exemplo, realizar "Chama Verequete", obra prima e documento histórico do nosso audiovisual. Pude presenciar a filmagem da cena antológica em que Mestre Verequete sobe as escadarias do Mabe - Museu de Arte de Belém, retratado como rei da cultura popular.  É um registro precioso e muito caro a todos nós. Eis a beleza e importância do cinema. 

E é triste ver como está o Palácio Antônio Lemos, que além de abrigar o Mabe, também era a tradicional sede da prefeitura. O prédio, histórico, tombado como patrimônio cultural da cidade, foi abandonado por Zenaldo Coutinho. O incêndio que o edifício sofreu, em 2017, deixou danos que estão até hoje sem reparo, sem falar que o público também ficou sem acesso a várias de suas salas para visitação no piso superior.

Outra iniciativa importante foi a restauração do Palacete Bolonha e a criação, em 2003, do Memorial dos Povos, com um anfiteatro e a sala Vicente Salles, que abrigou uma exposição permanente em homenagem ao povo de Belém, formado pelo cruzamento étnico de vários povos que contribuíram para a história da cidade, como portugueses, espanhóis, africanos, índios, árabes, libaneses, italianos e japoneses. Ocupado hoje pela Fumbel, está de portas fechada ao público, enquanto espaço de entretenimento e lazer, sua vocação. E se encontra em estado crítico, só não pior do que a sede oficial desse órgão que deveria promover a cultura em nosso município e zelar pelo nosso patrimônio. 

Sede da Fumbel - Abandonado
Foto: Cláudio Ferreira

Localizado na Praça Frei Caetano Brandão, o casarão do início do século XIX, situado em pleno Complexo Feliz Lusitania, está em ruínas. Não estou falando isso de forma superficial. Tive a oportunidade de investigar e escrever várias reportagens sobre a situação do nosso patrimônio material, publicadas em edições da Revista Circular, disponíveis em formato digital, consultem, especialmente as de número 2 e 3.  

O atual prefeito, que está se despedindo do mandato, também acabou com a Lei Tó Teixeira e Guilherme Paraense, assim como abandou outros projetos deixados por Edmilson, na tentativa de apagar da memória das pessoas, o que foi feito e funcionou, um ato inconcebível e estratégico da tal "velha política" de que tanto se fala. Não esqueçamos, que antes de Zenaldo, tivemos Duciomar Costa, somando assim 16 anos muito difíceis para Belém.

Eu sempre digo que só quem tem memória faz do presente uma conquista para o futuro. Não é à toa que a classe artística, não só de Belém, mas de diversos outros municípios e de outros estados do país estão manifestando apoio ao candidato do PSOL à prefeitura neste pleito de 2020. E também os educadores e trabalhadores de inúmeras outras áreas, movimentos culturais, instituições e projetos da sociedade civil, como o Circular Campina Cidade Velha, que também já disseram: Agora é Edmilson 50, constituindo essa pororoca lilás de esperança que se expande em busca de uma cidade melhor.

Foto reprodução/PSOL

Edmilson Rodrigues foi o deputado federal mais votado do estado do Pará em 2018 com 184 mil votos. O desempenho nas urnas foi fruto de décadas de trabalho e dedicação em defesa de diretos sociais. Professor, arquiteto, autor de livros e Doutor em Geografia Humana pela Universidade de São Paulo, começou a trajetória como professor da rede pública estadual.

A carreira política dele também traz 3 mandatos de deputado estadual (1987-1990, 1991-1994 e 2011-2014) e 2 de deputado federal (2015-2018 e  2019 aos dias atuais). No primeiro mandato na Assembleia Legislativa do Pará, ele atuou na elaboração da Constituição do Estado do Pará, promulgada no dia 9 de outubro de 1989. E, em 2010, atingiu a votação recorde na eleição para aquela Casa com 85 mil votos. Já na Câmara Federal, tem se destacado a cada ano em premiações de reconhecimento ao trabalho dele. Em reconhecimento pela gestão de excelência, Belém foi consagrada ao receber mais de 50 prêmios nacionais e internacionais, com destaque ao “Prefeito Criança”, recebido por três vezes.

Há uma semana, entrei em contato com a assessoria de Edmilson, solicitando esta entrevista, em meio a uma campanha combativa às fake news geradas pela equipe de Eguchi, apoiado por Zenaldo. O candidato do PSOL respondeu com afinco ao Holofote Virtual, questões que envolvem a política pública e os projetos que seu governo pretende implementar e retomar para transformar Belém mais uma vez, em uma cidade de novas ideias. E não esqueci de perguntar a ele também, sobre os investimentos em educação, saúde, planejamento urbano e segurança, importantíssimos para que se possa atingir a plenitude dessas ações na área cultural. Confiram. 

Foto: Benedito Costa
Holofote Virtual: Quem circula por Belém, já teve oportunidades de encontrá-lo participando de eventos e ações culturais. O que o construiu enquanto político e cidadão sensível à arte e a história e memória da nossa cidade? 

Edmilson Rodrigues: Eu sou um entusiasta da nossa maravilhosa cultura paraense. Nosso Estado, como um todo, é uma fonte cultural ímpar em nosso país. Belém, por ser o coração pulsante do Estado do Pará, consegue ser uma capital que sintetiza realmente a riqueza cultural do Estado. 

Desde sempre, as manifestações culturais de nossa terra fazem parte da minha vida como cidadão, e levei esse sentimento para a vida pública, pautando sempre a valorização cultural de nosso Estado. Nosso programa de governo se pautará em fortalecer a Cultura como eixo estratégico de desenvolvimento no qual se construa uma visão de Belém como Metrópole Cultural e Criativa da Amazônia. 

Holofote Virtual: No âmbito das políticas públicas, como se dará o fomento à cultura? Eventos gratuitos ao público são bem vindos, mas falo de política enquanto fomento a novos projetos culturais e geração de emprego e renda à artistas e fazedores de cultura em geral. 

Edmilson Rodrigues: Em nosso futuro governo, o artista terá nosso total apoio. A Pandemia agravou a situação financeira de quem vive da música e da produção cultural em nosso Estado. Com isso, é necessário ajudar esses trabalhadores para que possam desenvolver sua arte. Com a retomada do Banco do Povo, vamos financiar com microcrédito a juros baixos o músico que quiser adquirir um instrumento musical, o grupo de jovens que precisar de investir em sua banda, o DJ que precisa adquirir um equipamento, mas não tem dinheiro para comprar, e por aí vai.    

Vamos desenvolver ações que permitam a criação de redes colaborativas e auto gerenciadas de produtores, ativistas culturais e artistas, para, dessa forma, buscar construir modelos produtivos culturais que dinamizem a produção e a circulação de bens e ideias culturais. 

Holofote Virtual:  Um dos grandes anseios dos trabalhadores da área cultural é a retomada da Lei Valmir Bispo, que foi descaracterizada por Zenaldo e extinguiu a única ferramenta de política pública que restou nestes últimos 16 anos, a Lei Tó Teixeira. Como isso está sendo visto em seu projeto de governo?

Edmilson Rodrigues: Vamos efetivar a Lei Valmir Bispo dos Santos e retomar as diretrizes do texto original e ainda realizar estudo sobre a Lei Tó Teixeira e Guilherme Paraense. Queremos assegurar o funcionamento dos Fóruns Permanentes de Cultura – setoriais e distritais - e fortalecer institucionalmente a política cultural com valorização profissional.

Foto: Mário Ferreira

Holofote Virtual:
 Há uma grande preocupação também com o centro histórico de Belém, enquanto espaço de patrimônio cultural material e imaterial, mas que em todos esses anos tem sido abandonado pelo poder público. Como essa área histórica e de memória será olhada pela sua gestão?

Edmilson Rodrigues: É lamentável a situação de abandono que o nosso patrimônio histórico e cultural vem sofrendo há 16 anos por total falta de políticas públicas dos últimos governos. No nosso governo, preservar o patrimônio cultural material e imaterial será prioridade. É preciso ter como princípio estratégico a conservação e a valorização das identidades locais da memória, das tradições, do conhecimento da história ou da cultura.

Holofote Virtual: E como se dará o incentivo à cultura popular?

Edmilson Rodrigues: Vamos dar atenção total à nossa cultura popular para que possamos contar com espaços culturais, financiamento, economia da cultura, economia criativa e fomento à cultura. Dentro dessa perspectiva, iremos promover festivais de cultura para fortalecer os espaços de cultura, e, dessa forma, valorizar nossos talentos e fomentar as atividades de arte-educação, além de divulgar trabalhos. Vamos tornar as escolas espaços de produção cultural, onde será possível reconhecer os protagonismos de expressões culturais, entre estudantes e servidores municipais, e nas interações com a comunidade.

Vamos ampliar a mobilização da cultura carnavalesca, para fortalecer e valorizar o Carnaval, de modo a estender para, além da passarela do samba, a ação das políticas públicas. Vamos mobilizar as agremiações, os blocos e os grupos de samba com capilaridade no cotidiano das comunidades. Vamos implantar a Cidade do Samba que, para além da confecção de alegorias e fantasias para o carnaval, vai se constituir em um local de produção de arte-educação, de realização de eventos e de fomento à cultura.

Holofote Virtual:  Nas suas duas gestões tivemos projetos como a Bienal de Música; o projeto sociocultural da Aldeia Cabana, a Praça Waldemar Henrique, hoje completamente abandonada, e o Prêmio Estímulo para o audiovisual. O senhor pretende trazer de volta alguns desses projetos, e que outros, novos, serão apresentados? 

Edmilson Rodrigues:  Sem dúvida iremos resgatar todos os projetos culturais que instituímos durante nossos dois mandatos de prefeito. No caso da Bienal de Música, vamos retomar o projeto e também iremos criar a Bienal das Artes. Em relação à Aldeia Cabana, vamos reestruturar o projeto para garanti-lo como espaço do Carnaval de Belém e ampliar o seu uso para outras expressões culturais e de finalidade social. 

A Praça Waldemar Henrique sofre um lamentável abandono há 16 anos. Vamos revitalizá-la dentro do nosso projeto de recuperação de espaços públicos e equipamentos culturais nos distritos, bairros e região das ilhas de Belém. Mas queremos avançar ainda mais com novas ideias para criar novos espaços de vivência das experiências de cultura nos distritos de Belém. 

Holofote Virtual: O audiovisual cresceu muito em Belém, mas devido às políticas nacionais ficou desestruturado e, inclusive, o governo Bolsonaro pretende acabar com a Ancine. Logo, precisamos nos fortificar aqui, localmente. Acabamos de aprovar na Alepa, a Lei Estadual Milton Mendonça, de incentivo à produção audiovisual. Como a prefeitura poderá somar com essa iniciativa?

Edmilson Rodrigues: Vamos introduzir no sistema de educação do município o projeto Cinema na Escola, para tornar o audiovisual e a comunicação digital ferramentas pedagógicas, inclusive com a regulamentação e aplicação da Lei Ordinária 8.432 de 13/06/2005, que instituiu o programa de cinema nas escolas da rede municipal de ensino. Assim, vamos promover a formação de plateias, geração de cineclubes e espaços de exibição, e realizar desde ações de ensino e práticas pedagógicas, até ações lúdicas nas interações com a comunidade. 

Dessa forma, o Cinema na Escola vai agregar a presença de produtores locais de arte visuais, documentaristas, fotógrafos, cineastas, técnicos de som, entre outros convidados para atividades de vivências nas escolas e atividades de produção, como oficinas, minicursos, circuitos alternativos de exibição, e ainda gerar interação e parcerias entre a Semec (Secretaria Municipal de Educação) e a Fumbel (Fundação Cultural do Município de Belém), e com produtores, coletivos produtores da cultura audiovisual no município, de modo a fortalecer a Escola de Tempo Integral.

Foto /Reprodução

Holofote Virtual:  Como será esse diálogo com a classe cultural em todas as suas linguagens?

Edmilson Rodrigues: Nosso plano de governo está pautado no mais amplo diálogo com todos os seguimentos da sociedade e não será diferente em relação à classe cultural. Nossas diretrizes da política cultural se apoiarão nas transversalidades com as demais políticas públicas. 

Vamos combinar as ações tanto no centro como nos espaços existentes nos bairros periféricos, para favorecer o reconhecimento de práticas sustentáveis, e na promoção de diálogos permanentes com a sociedade civil e na criação de meios educativos alternativos para comunicar a cultura e assegurar à população o direito básico à cultura,  à comunicação e à educação. 

Vamos criar mecanismos, metodologias para mapear, identificar e reconhecer a diversidade das experiências da cidade, para que possamos criar espaços para o amplo reconhecimento dessas experiências, e combater quaisquer práticas, seja por quaisquer formas, racista, sexista, xenófoba, classista, entre outras. Vamos fortalecer nossas identidades culturais, a diversidade e a ancestralidade pela salvaguarda de bens, seja de natureza material ou imaterial, por meio de ações políticas que reconheçam o nosso bem cultural.

Holofote Virtual: Sabemos que a fatia do orçamento para a cultura sempre é muito pequena. Como fazer tanto, com tão pouco?

Edmilson Rodrigues: O financiamento ou apoio a projetos culturais, programas e ações culturais podem ser feitos por meio de duas modalidades: ou pelo Fundo Municipal de Cultura, ou por meio de Incentivo Fiscal. Porém, a alocação de recursos no Fundo via orçamento municipal sofreu um grande revés com a modificação na Lei Valmir Bispo Santos (que instituiu o Sistema Municipal de Cultura – SMC Belém em 2012) enviado à Câmara Municipal e que foi aprovado em abril de 2017. Para se ter uma ideia, na atual gestão municipal, o Fundo Municipal de Cultura só foi utilizado uma vez em 2018, no edital da Fumbel, por pressão do MPE (Ministério Público Estadual).

Por isso, vamos implementar o Sistema Municipal de Cultura de Belém (SMC Belém), com efetivação do chamado CPF da Cultura, formado pelo Conselho Municipal de Cultura, Plano Municipal de Cultura e Fundo Municipal de Cultura. Além disso, vamos efetivar a Lei Valmir Bispo dos Santos para retomar as diretrizes do texto original e assegurar o funcionamento dos Fóruns Permanentes de Cultura setoriais e distritais. Queremos ainda fortalecer institucionalmente a política cultural com a valorização profissional e realizar estudos sobre as Leis Tó Teixeira e Guilherme Paraense, além de implantar o edital literário da Prefeitura Municipal de Belém.

Foto: Mário Ferreira

Holofote Virtual: Para que o povo consuma e produza cultura, ele precisa também de uma vida digna, com direito à saúde, educação, emprego e oportunidade para empreender como autônomo. Temos problemas sérios em todas estas áreas e ainda lidamos com a violência. Há uma juventude à deriva. Gostaria que o senhor falasse também de forma mais ampla sobre o seu projeto de governo, que pretende gerar uma nova Belém.

Edmilson Rodrigues: Sem dúvida, um dos maiores desafios que teremos à frente da Prefeitura de Belém será combater a fome, que se agravou devido à crise financeira e o aumento do desemprego por conta da Pandemia. Por isso, a minha primeira medida, logo após tomar posse como prefeito, será assinar a criação do Programa Bora Belém, para oferecer renda mínima às famílias que mais precisarem, para combater a fome e ajudar a evitar com que crianças fiquem nas ruas.

Além disso, vamos rearticular o Banco do Povo, criado quando fui prefeito de Belém. Com isso, vamos poder gerar financiamento com microcrédito aos micros e pequenos empreendedores, para contribuir com a geração de emprego e renda. Vamos implantar o Programa Dona de Si para dar financiamento a empreendimentos liderados por mulheres, em especial, as mães-solo. E também para garantir formação e qualificação profissional de mulheres chefas de família. 

Vamos implantar o “Programa Jovem do Futuro” para dar capacitação em tecnologias inovadoras e financiamento de negócios liderados por jovens empreendedores através do Banco do Povo. Na educação, vamos dobrar o número de vagas nas creches (0 a 3anos); universalizar a pré-escola com nenhuma criança de 4 a 5 anos fora da escola; conectar todas escolas da rede municipal à internet com a distribuição CHIPS 4G e promover a Escola de portas abertas para a comunidade em atividades de cultura, esporte e lazer. E vamos implantar a Escola em tempo integral. 

Na saúde, iremos ampliar a Estratégia Saúde da Família com cobertura em toda a cidade com equipe completa, com médico, enfermeiro e Agente Comunitário de Saúde. Além disso, vamos implantar um programa chamado Saúde nas Ilhas que vai contar com a Unidade Básica de Saúde Fluvial, com serviço de ambulanchas para atender casos de urgências. Daremos prioridade para a proteção das vidas de nossos cidadãos neste período de Pandemia. Vamos apresentar um plano emergencial de enfrentamento da Covid-19, e unir forças com o Governo do Estado e ainda cobrar a responsabilidade do governo federal. Vamos garantir que a vacina chegue para quem mora em Belém.

25.11.20

FAM viaja pelo universo da realidade expandida

Dica cibernética cultural interessante para você acessar de onde estiver. E se a gente pode falar de coisas positivas que chegaram até nós, por conta da pandemia, isso se chama tecnologia, algo que estamos aprendendo a lidar de forma mais prazerosa. E a experiência que o Festival Amazônia Mapping, o primeiro de projeção mapeada do Brasil, é um ótimo exemplo.

O evento digital abriu ontem (24) e vai até o dia 28 de novembro, pelo canal de Youtube do festival, trazendo como tema “Realidades Expandidas”. Depois de 3 edições realizadas de forma presencial, a deste ano traz programação, de forma inteiramente on line, ocupando uma ilha imaginária amazônica, criada em 3D, com projeções de videomapping, apresentações audiovisuais, performances, oficinas e muito mais. 

Criação da artista visual e amiga querida, Roberta Carvalho, o FAM nos traz este ano a possibilidade de nos sentirmos no coração de uma Amazônia imaginária, situada entre a floresta e a cidade. Com gráficos realistas, o projeto da ilha Amazônia Mapping foi construído através de uma programação gamer, nos proporcionando uma nova experiência de streaming ao público. 

Além disso, até dia 28, haverá centenas de obras exibidas no ambiente virtual e também na cidade de Belém. E como forma de dar boas-vindas ao público, o FAM 2020 ocupará a fachada de alguns prédios da capital para que o público possa acompanhar as projeções de suas sacadas. Olha só que ideia incrível. Então se você estiver no Pará, poderá de repente se deparar com uma dessas visões de sua janela. Entre as obras exibidas estão de artistas como Denilson Baniwa, Evna Moura, Keila Serruya, Marcela Bonfim, além de outras que serão selecionadas na chamada aberta do Festival. 

No dia 27, por exemplo, haverá videomapping na fachada da versão digital da Igreja Matriz de Santarém. E também recebe o Trio Manari, grupo com 20 anos de carreira, formado pelos percussionistas Márcio Jardim, Nazaco e Paturi. A banda traz ao festival os sons da floresta interagindo com as projeções de Lucas Mariano, premiado multiartista visual de Belém.

No dia 28, o festival vai abrir com Will Love e a Nave do Som. Quem tiver um óculos de realidade virtual em casa poderá fazer uma experiência na companhia do músico, que criou uma performance sonora feita exclusivamente para o projeto. E ainda haverá shows de imagem e música com a Guitarrada das Manas e VJ Lê Pantoja. 

Fechando a série de shows, o festival. Promove também seu intercâmbio e traz para sua programação, um convidado do Peru. O som do duo Dengue Dengue Dengue, diretamente de Lima, mostra sua mistura psicodélica de cúmbia e beats eletrônicos.  Para encerrar, o projetaço Resiste!, que ocupa a floresta virtual com centenas de obras. 

Espero que tenham curtido a dica. Na semana que vem vamos viajar aqui na coluna em um intercâmbio entre Belém e Cabo Verde, aguardem! 

Veja e acesse toda a programação do FAM: 

www.amazoniamapping.com

21.11.20

Circular vai debater sobre a Belém que queremos

Neste domingo, 22 de novembro, dentro da programação de sua 33ª edição, a quarta em formato digital, pelas redes sociais, o Circular Campina Cidade Velha promove a live “Belém do Amanhã”, roda de conversa sobre a cidade que queremos para o futuro. E o futuro, sabemos, depende de nossas escolhas no presente!  

Temas como cultura, educação, patrimônio, mobilidade, acessibilidade, urbanização e saneamento nortearão a live, que será realizada pelo Canal de Youbue do Circular, das 17h às 18h30, podendo até se estender um pouco mais.

A programação conta com quatro mediadores e vários convidados, de áreas específicas, mas que convergem no amor à Belém, na atuação em prol da cidadania e da preservação do patrimônio cultural. A dinâmica será em formato de um bate papo em mediadores e convidados entrevistarão uns aos outros.

“Estamos em pleno período eleitoral, às vésperas para escolha de um novo gestor para Belém, onde temos 2 candidaturas para o segundo turno com programas e propostas bem distintas. É importante que alinhemos nossas expectativas com relação ao futuro da cidade a nossa escolha no próximo domingo, de modo que elas reflitam essa Belém que queremos deixar para as próximas gerações”, diz a arquiteta Dorotéia Lima, coordenadora do Fórum Circular – Patrimônio, Cidadania e Sustentabilidade.

A arquiteta também estará na mediação, ao lado do historiador Michel Pinho, da professora Goretti Tavares, do projeto Geo Turístico e da arquiteta; e da professora Roberta Rodrigues, da Faculdade de Arquitetura da UFPA.

Que Belém é essa que queremos? 

É o que o público vai poder dizer, nesta roda de conversa digital, ao vivo, e que contará ainda com a participação de Giovanna Cabral, cria da Sacramenta, criadora de conteúdo da página Karmadacena e integrante da Clínica de Direitos Humanos/CESUPA; Na Figueiredo, empresário e produtor cultural; Melissa Noguchi, que é ciclo ativista, articuladora do ParáCiclo e uma das idealizadoras do Pedala Mana, mãe do Ravi e do Raul; Auda Piani, produtora cultural e pesquisadora, Na Casa do Artista, e Movaci de Icoaraci; Mariana Guimarães, comunicóloga e educadora sócio ambiental, Co fundadora do Coletivo Ame o Tucunduba.

Ainda como convidados, teremos Nailce Ferreira, de  Outeiro. Ela é professora da rede pública e arte educadora, Guardiã do Cordão de Pássaro Urubu, do bairro do Fidélis; Alexandre Costa, ativista da Frente dos Moradores Prejudicados pela Bacia do Uma; Joana Lima, Associação dos Moradores e Comerciantes do Bairro da Campina, Raimundo Oliveira, professor, atua na área do Livro e Leitura, coordenador  do Espaço Nossa Biblioteca do Guamá. 

E mais, a conversa também terá Ivan Silveira da Costa, Presidente do observatório Social de Belém e Beto Paes – Ativista LGBT, Movimento LGBT + do Pará, Aliança Nacionalidade LGBT + Rede Gay do Brasil. O Circular convida a todos para participarem desta roda, de forma gratuita neste final da tarde de domingo. 

PROJETO CIRCULAR

33ª EDIÇÃO CIRCULAR CAMPINA CIDADE VELHA

22 DE NOVEMBRO DE 2020

LIVE “BELÉM DO AMANHÔ

MEDIADORES

  • Dorotéa Lima | Projeto Circular, Coordenadora do Fórum Nacional de entidades em Defesa do Patrimônio-Pará.
  • Goretti Tavares | Roteiro Geo – Turístico (UFPA).
  • Michel Pinho | Historiador
  • Roberta Rodrigues | Faculdade de Arquitetura e Urbanismo (UFPA)

CONVIDADOS

  • Alexandre Costa | Frente dos Moradores Prejudicados pela Bacia do Una
  • Auda Piani | Produtora cultural e Pesquisadora| Icoaraci.
  • Beto Paes | Movimento LGBT + do Pará, Aliança Nacionalidade LGBT + Rede Gay do Brasil.
  • Giovanna Cabral | Criadora de conteúdo - Karmadacena e integrante da Clínica de direitos Humanos/CESUPA | Bairro da Sacramenta.
  • Ivan Silveira da Costa |Presidente do observatório Social de Belém | Cidade Velha.
  • Joana Lima | Associação dos Moradores e Comerciantes | Campina. 
  • Mariana Guimarães |Comunicóloga e Educadora Sócio Ambiental, Co Fundadora do Coletivo Ame o Tucunduba.
  • Melissa Noguchi |Cicloativista, ParáCiclo e Pedala Mana.
  • Ná Figueiredo | Empresário e Produtor Cultural.
  • Nailce Ferreira | Guardiã do Cordão de Pássaro Urubu | Outeiro.
  • Raimundo Oliveira | Espaço Nossa Biblioteca| Bairro do Guamá. 

Veja a programação completa da 33ª edição do Circular: 

www.projetocircular.com.br

19.11.20

Luis Girard faz live de lançamento do 1o álbum

Fotos: Carlos Borges 

Luis Girard, um dos grandes nomes da música paraense, agora é "Colossal", primeiro disco solo do artista que com este novo trabalho nos convida a um passeio aos áureos tempos das gafieiras em Belém. Neste sábado, 21, às 20h45, uma live no canal de Youtube do artista, marca o lançamento do álbum com o patrocínio oficial do Banco da Amazônia e apoio cultural da Rede Cultura de Comunicação e MM Produções.

O álbum é composto por 11 faixas. Luis Girard assina a autoria única de três canções e mais seis em parceria de Allan Carvalho, sendo que uma destas ainda tem a participação de Aninha Moraes. O álbum se completa com um merengue inédito de Ronaldo Silva e um carimbó que ganha nova versão na voz de Luis Girard.

Colossal é fruto de um processo criativo do Projeto de Pesquisa e Experimentação “Nave do Tempo – Uma Viagem pelos Bailes da Saudade”, idealizado pelo artista e contemplado no Edital do Programa SEIVA – 2018 de Fomento à Cultura, da Secretaria Estadual de Cultura, através da Fundação Cultural do Pará e a Casa das Artes.

“Na pesquisa busquei as referências da música ao vivo dos bailes noturnos, dos anos 60 aos 80 na periferia de Belém. E toda a diversidade me inspirou na criação das canções que, cada uma na sua medida, espelha a sonoridade latina e caribenha da música paraense e a arremete à contemporaneidade”, explica Girard. "O resultado desse trabalho é uma sonoridade de gafieira com o sotaque paraense, que combina metais, cordas e percussões, numa recriação experimental de um ambiente saudoso", completa.

Luis Girard é um artista com uma carreira reconhecida em Belém. Afinal há quase 40 anos atua no cenário artístico brasileiro como cantor/intérprete, ator, produtor cultural, artista plástico, e, paralelamente, acumulando conhecimentos técnicos em iluminação cênica, roteiro musical e na área de cenografia entre inúmeras outras atividades artísticas. 

“Hoje posso afirmar que seja nos meus estudos técnicos ou nas minhas incontáveis experiências no palco ou fora dele, sempre está por trás disso a preferência e o amor pelo ofício de cantar,” afirma o artista. 

Há alguns anos, depois de um período morando fora de Belém, o artista começou a questionar o que deveria cantar e quais os artistas que sustentam sua arte. Destas questões surgiu uma certeza: ser um músico que corre atrás do swing musical brasileiro, usando a musicalidade da sua terra como ponto de partida para reiterar o fato de que ela também faz parte do Brasil.

“O que tenho procurado reproduzir nos meu trabalho é buscar a originalidade e interpretar prioritariamente a música popular do meu lugar no intuito de representá-la. Neste sentido, Colossal surgiu da necessidade do artista em afirmar a qualidade sonora da música produzida na região e em reconhecer a música paraense enquanto integrante histórico indissociável da MPB. 

Gafieira do Vavá é inspiração

As primeiras ideias do projeto surgiram em 2016, no período em que protagonizou o espetáculo Gafieira do Vavá – no tempo de Osvaldo Oliveira, uma homenagem ao genial compositor e cantor paraense Osvaldo Oliveira, o inesquecível "Vavá da Matinha", falecido no dia 31 de março de 2010. Em 2018, a Gafieira foi fundida com a pesquisa do cantor Allan Carvalho, principal parceiro musical de Luis Girard, sobre o cantor Ary Lobo, resultando no show Sentinelas do Norte. 

Continuando sua pesquisa, Girard identificou nas origens de nossa música as chamadas “pressões sonoras de cima para baixo”, como o bolero e o samba (e seus derivados), nacionalizados pelas gravadoras pelo potencial massivo da era do rádio, ou de baixo para cima, como foi a música nordestina, surgida no começo do século XX com a vinda dos imigrantes do ciclo da borracha.

“Estas pressões sonoras aconteceram constantemente de cima para baixo, mas, o que é inusitado no fenômeno em Belém com o merengue nos anos 50 ao sucesso do brega nos idos de 1980, este movimento se deu de baixo para cima. Isto é, muitas vezes foi o público da periferia que ditou as regras que posteriormente foram assimiladas pelo mercado local e até nacional”, explica Luis Girard.

Outro destaque é a presença da sonoridade caribenha e ritmos como o merengue, a salsa e a cúmbia, de forma pura ou repaginada, que hoje já podem ser chamados de paraenses. Mas como se deu esse contato entre o Caribe e a Amazônia? 

Luis Girard foi buscar nas pesquisas acadêmicas as respostas. Andrey Faro Lima, antropólogo e pesquisador, em sua tese de doutorado, “Caiu do Céu, Saiu do Mar”, fez um estudo sobre a presença da música caribenha e sul-americana na Amazônia, e em especial no Pará.

Andrey explica que esse contato se deu através das ondas tropicais das rádios latinas que alcançavam grandes distâncias, chegando à nossa região. Mas se deu também de forma inusitada, nas zonas portuárias de Belém. 

“Os marinheiros viajavam com esses LPs, e ao frequentarem o baixo meretrício, normalmente situado na região portuária, trocavam seus LPs pelos serviços das meretrizes. Muitos navios, na verdade, não vinham do Caribe, mas sim dos Estados Unidos, onde paravam para pegar tripulação em Porto Rico e vinham até Belém, depois voltavam a deixavam de volta em Porto Rico. Era a tripulação que entrava com disco como moeda de troca, e valia ouro nestas zonas do meretrício”, completa Andrey.

“Ao ouvir o álbum, a impressão que se tem é que ele pode ser um dos melhores discos, tanto pela qualidade do material gravado quanto pelas melodias em si, pois tem muito a ver com a gente. O disco tem a alma do paraense, pega essa atmosfera da boemia, o que se ouvia nos bares e clubes naquele período da pesquisa”, completa Ná Figueiredo, da Ná Music, responsável pela edição do trabalho. 

Com quase 40 anos de experiência no mercado da música na região, o empresário deve fazer a divulgação do álbum pelas plataformas digitais, como a Spotfy. “Eu costumo dizer que é um disco radiofônico, um disco pra tocar em rádio. Pois os programas querem tocar os hits. O disco é todo assim, pode tocar a todo o momento. Muito fáceis de ouvir, de cantar”.

Lançamento adaptado para o digital

Uma marca desse ano pandêmico, as lives chegaram para ficar e hoje movimentam os profissionais do entretenimento neste período de distanciamento social. Colossal também teve que se adaptar a estes novos tempos. Inicialmente, o lançamento do primeiro álbum musical de Luis Girard seria marcado com um espetáculo cênico musical ao ar livre, mas assim como muitos outros projetos, a pandemia chegou para mudar os planos.

“Resolvemos optar pela live para garantir o retorno ao público dessa pesquisa que fala da cultura suburbana de Belém que não é tão falada”, explica Luiza Bastos, responsável pela direção geral da apresentação ao vivo que será transmitida do espaço Ná Figueredo. 

“O choque de realidade nos levou ao choque financeiro para realizar o show virtual que nos colocou novos custos, uma situação que naturalmente nos levou para as parcerias, como o Ná Figueredo, a MM Produções e a Tv Cultura, que vai transmitir pela Tv e pelo Portal Cultura”, completa.

Para Ewerton Alencar, Coordenador de Patrocínio do Banco da Amazônia, patrocinador oficial do projeto, a chegada do novo coronavírus reforça ainda mais a importância da política de patrocínio da instituição.

“A gente entende que é mais importante do que nunca manter o apoio aos projetos que possam ter continuidade, respeitando as normas de segurança. E os projetos que foram adequados conseguimos manter integralmente em formas não presenciais” destaca.

Serviço

Live Colossal - Dia 21 de novembro, às 20h45, no canal do Youtube do artista (youtube.com/luisgirard1) com transmissão ao vivo pela TV e Portal Cultura.

(Holofote Virtual com assessoria de imprensa do projeto)

18.11.20

FAM aposta em interatividade e na imersão virtual

Obra de Carol Santana

O Festival Amazônia Mapping te convida a uma experiência inédita. Pela 1a vez em formato virtual, o projeto ocupará uma ilha imaginária amazônica, criada em 3D. Não perca, de 24 a 28 de novembro, pelo canal de Youtube do festival.

A programação traz projeções de videomapping, apresentações audiovisuais, performances, oficinas e muito mais. Este é o primeiro festival de projeção mapeada do Brasil. O FAM coloca a Amazônia na rota mundial de grandes eventos de mapping e nnas edições de 2013, 2016 e 2017, movimentou Belém e Santarém com arte e tecnologia nos espaços urbanos. 

Em meio à pandemia, o projeto se reinventa em sua quarta edição. O formato de apresentações a céu aberto precisou ser adaptado. Mas o desafio forjou desdobramentos capazes de potencializar conexões. Desta vez, o tema é “Realidades Expandidas”, e o evento vai contar com vários artistas audiovisuais de renome internacional, e traz como destaque interações entre imagem e música com Trio Manari + Lucas Mariano, Guitarrada das Manas + VJ Lê Pantoja, e o grupo peruano de música eletrônica Dengue Dengue Dengue.

Na ilha 3D, construída especialmente para o festival, o público estará no coração de uma amazônia imaginária, entre a floresta e a cidade. Com gráficos realistas, o projeto da ilha Amazônia Mapping foi construído através de uma programação gamer, e vai proporcionar uma nova experiência de streaming ao público. 

“A impossibilidade da presença física nos abre possibilidades riquíssimas de experimentar processos digitais e reinventar o espaço online a partir da arte e das nossas relações dentro do ambiente que criamos para o FAM. A ilha Amazônia Mapping é este espaço onde a arte se conecta às pessoas. As atrações artísticas são inseridas neste ambiente virtual amazônico e o público pode ter uma experiência imersiva no festival”, diz Roberta Carvalho, artista visual, idealizadora e curadora do festival, promovido pela 11:11 ARTE. A cantora paraense Aíla é curadora musical das lives audiovisuais. 

Programação abre com a etapa de formação

Ilha digital amazônica
Serão três oficinas gratuitas. Nos dias 24, 25 e 26, Bianca Turner promove o workshop “Vídeo Projeção, Corpo e Cena”. A artista, com graduação e mestrado em Londres, aborda maneiras de usar a vídeo projeção em teatro, dança, performances e artes visuais.

Nos dias 24 e 25, Ygor Marotta, o VJ Suave, ministra a oficina “Desenho e Animação em Tempo Real”. Marotta já expôs seu trabalho em mais de 20 países. Na oficina, através do aplicativo Tagtool, participantes aprenderão técnicas para desenvolverem desenhos que serão animados e projetados em tempo real. 

O VJ Pixel ministra a oficina “Da Realidade Aumentada à Projeção Mapeada”, no dia 28 de novembro. O VJ já realizou trabalhos na Ásia, Europa, América do Norte e do Sul. Na oficina, irá apresentar cases com diferentes técnicas e estéticas de arte em realidade aumentada (RA), criando paralelos com projeção mapeada.

Na noite do dia 26, haverá um bate-papo sobre a Amazônia enquanto território de cultura, inventividade e resistência. Além de Roberta Carvalho, participam do encontro a drag queen Uýra Sodoma, que usa elementos da floresta na composição da personagem e aborda, por meio da arte, debates como sustentabilidade, questões de gênero e direitos LGBTQI; e Keila Serruya, cineasta e artista visual do Amazonas, que pesquisa a ancestralidade negra e indígena em suas obras. 

Festival promove o Projetaço

Trio Manari é o som de uma das projeções
Foto: Alan Moraes
Serão centenas de obras exibidas no ambiente virtual e também na cidade de Belém: como forma de dar boas-vindas ao público, o FAM 2020 ocupa a fachada de alguns prédios da capital para que o público possa acompanhar as projeções de suas sacadas. 

Entre as obras exibidas estão de artistas como Denilson Baniwa, Evna Moura, Keila Serruya, Marcela Bonfim, além de outras que serão selecionadas na chamada aberta do Festival.

No dia 27, haverá videomapping na fachada da versão digital da Igreja Matriz de Santarém. Em seguida, o FAM  recebe o Trio Manari, grupo com 20 anos de carreira. Formada pelos percussionistas Márcio Jardim, Nazaco e Paturi, a banda traz ao festival os sons da floresta interagindo com as projeções de Lucas Mariano, premiado multiartista visual de Belém.

A noite segue com show do Orquestra Vermelha, projeto premiado de Matheus Leston, o único músico que está realmente no palco, ao vivo, controlando tudo. Todos os outros membros da banda são sombras, projetadas em tamanhos reais em painéis de led. Esses músicos virtuais foram filmados e gravados em estúdio, improvisando sons a partir de bases musicais.

No dia 28, o FAM 2020 abre com Will Love e a Nave do Som. Quem tiver um óculos de realidade virtual em casa poderá fazer uma experiência na companhia do músico, que criou uma performance sonora feita exclusivamente para o projeto.

No line-up, mais shows de imagem e música com a Guitarrada das Manas + VJ Lê Pantoja. A primeira banda de guitarrada formada por mulheres combina elementos do pop contemporâneo às batidas de ritmos regionais. Para fechar a série de shows, o festival trouxe um convidado do Peru. O som do duo Dengue Dengue Dengue, diretamente de Lima, mostra sua mistura psicodélica de cúmbia e beats eletrônicos.  Para encerrar, o projetaço Resiste!, que ocupa a floresta virtual com centenas de obras.  

O FAM 2020 tem patrocínio da Oi e apoio do Oi Futuro via Lei de Incentivo à Cultura Semear, do Governo do Estado do Pará e Fundação Cultural do Pará.

Serviço

Festival Amazônia Mapping 2020 - Realidades Expandidas - De 24 a 28 de novembro - On-line, transmitido pelo canal oficial do festival no Youtube.

PROGRAMAÇÃO

www.amazoniamapping.com

24 a 26 de novembro: Oficina “Vídeo Projeção Corpo e Cena”, com Bianca Turner

24 e 25 de novembro: Oficina “Desenho e Animação em Tempo Real”, com VJ Suave

28 de novembro: Oficina "Da Realidade Aumentada à Projeção Mapeada", com VJ Pixel

IMERSÃO EM PROCESSOS ARTÍSTICOS

28 de novembro: Um mergulho no processo de criação de artistas visuais (com artistas do Festival)

APRESENTAÇÕES ARTÍSTICAS

26 de novembro

Bate-papo de abertura com Uyrá Sodoma, Keila Serruya e Roberta Carvalho

Projetaço ambiente virtual

Performance Uýra Sodoma

Projetaço ambiente virtual e na cidade de Belém

27 de novembro

Videomapping na versão digital da Igreja Matriz de Santarém

Imagem e Música: Trio Manari + Lucas Mariano

Imagem e Música: Orquestra Vermelha

28 de novembro

Performance Will Love e a Nave do Som

Video Mapping na versão digital da Igreja Matriz de Santarém

Projetaço ambiente virtual

Imagem e Música: Guitarrada das Manas + Vj Lê Pantoja

Imagem e Música: Dengue Dengue Dengue (Peru)

Projetaço: Resiste!  

“Afroamazônico” é o primeiro DVD de Bruno BO

O trabalho traz canções que marcaram a trajetória de mais de 20 anos do rapper. No material há ainda cenas de bastidores, depoimentos de outros artistas e videoclipes. Você confere a partir desta quarta-feira, 18, às 19h, no canal do artista no YouTube.

Original do Norte, Bruno BO é um dos nomes pioneiros do Rap e do Ragga no Estado do Pará. Em carreira solo, desde 2002, o artista faz fusões de estilos como Rock, Rap e Ragga. Esta experimentação está presente em “Afrormazônico”, com faixas que englobam sucessos e inéditas, que falam sobre ancestralidade, sua visão de mundo e amor. O projeto contempla ainda uma semana de extensão envolvendo Rap e Educação, com patrocínio do programa Natura Musical. 

Elementos afrolatinos da Cumbia, Guitarrada, Lambada e também o Tecnobrega paraense fazem parte da bagagem sonora do trabalho.  “O DVD traz o show ao vivo, videoclipes, declarações e uma mixtapte. Como não havia feito em mais de 20 anos várias coisas tradicionais no Hip Hop, agora fiz pra entender o ‘Afroamazônico’ e o Bruno BO de alguma forma”, diz o rapper. 

Além de MC, Bruno BO é pesquisador e fez pesquisas durante toda sua trajetória acadêmica, em Ciências Sociais, sobre a cultura Hip Hop, em especial o Rap, se tornando o primeiro MC de Rap brasileiro a conquistar o título de Doutor em exercício. Seu conhecimento antropológico é aliado à sua musicalidade. 

Para as canções que integram a mixtape Bruno BO convidou nomes importantes para sua carreira, da nova e da antiga geração do Rap paraense e também nacional. São eles: Bruna BG (PA), Negro Edi (PA), Pjó (PA), Slim Rimografia (SP), Souto MC (SP), Thiago Elniño (RJ); além de dialogar com músicos de outros gêneros musicais, tais como: Manoel Cordeiro, Nanna Reis, Keila e Jayme Katarro. 

A produção musical é de Wagner Bagão, renomado engenheiro de som, que já acumula trabalhos com Tribo de Jah, S.O.J.A e Sizzla. Em 2018, eles gravaram “Sempre pelo Certo” para a mixtape do projeto Dubalizer – de Bagão – que deve ser lançada no próximo semestre. 

Bruno BO é doutor em Antropologia e professor do Instituto Federal do Pará (IFPA). Em alusão às celebrações pela Consciência Negra, promoveu, ainda, de 16 a 18, a segunda edição do projeto “Semana de Extensão Quinto Elemento” e a “V Africanidades”, com uma programação que envolve Rap e Educação. 

Com a proposta de discutir o Rap como ferramenta de Educação e a música como instrumento de transformação social, a programação promove mesas de debates com artistas e pesquisadores do segmento. Toda a programação será realizada pela internet. A programação acadêmica contou com a participação da rapper paulista Souto MC e do paraense Pelé do Manifesto. Ambos foram convidados especiais no DVD “Afroamazônico”.  

O DVD “Afroamazônico” é um projeto contemplado pelo programa Natura Musical por meio do edital 2017, com o apoio e da Lei estadual de incentivo de incentivo à Cultura – Semear e realização do MusicaParaense.Org. 

Canais do artista

Confira as canções que integram o DVD: 

  • Arma Literária - participação: Thiago ElNiño e Bando Mastodontes
  • Sempre pelo certo
  • Sentimento real
  • Dom da vida
  • Garota do setor
  • Floresta de concreto - participação: Keila
  • Calor, suor e paixão – participações: Slim Rimografia e Nanna Reis
  • Só na manha - participação: Pjó
  • Mesmo assim - participações: Bruna BG e Negro Ed
  • Expressividade - participação: Souto Mc
  • Loirinha americana - participações: Mestre Laurentino e Ícaro Suzuki
  • Delinquentes - participações: Jayme Katarro e Ícaro Suzuki
  • Sua revolução
  • Ocultando conclusões
(Holofote Virtual com informações da assessoria de imprensa do artista)

16.11.20

IFPA realiza o webnário internacional Brasil-África

O I Webinário Internacional Brasil-África abriu nesta segunda-feira, 16, e vai até dia 23 de novembro, com realização do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia (IFPA). Trazendo como tema “Olhares de Resistência e a questão de direitos sobre a vida e a ancestralidade”, em formato on-line, o evento tem como objetivo celebrar o dia da Consciência Negra, comemorado no dia 20. A proposta, interdisciplinar, reúne artistas, intelectuais, militantes do movimento negro e indígena. 

Durante os seis dias de programação, assuntos importantes sobre racismo e equidade racial serão tema de debate, como Necropolítica, Saberes Arte e Cultura, Gênero, A Questão Ambiental, Religiosidade e Ancestralidade, entre outros. O roteiro inclui ainda atividades culturais, com show musical e mostra de cinema. A proposta é estimular reflexões, evidenciar e debater os múltiplos olhares de resistência, e a questão de direitos sobre a vida e ancestralidade no Brasil e na África. 

O Webinário é promovido pela RENNEABI- IFPA (Rede de Núcleos de Estudos Afro-brasileiros NEAB, de Núcleos de Estudos Afro-Brasileiros e Indígenas e Grupos Correlatos), com representantes dos 18 campi da Instituição.  A Rede atua há anos nas diferentes dimensões das relações etnicorraciais, promovendo ações e políticas afirmativas. 

Os núcleos e grupos estão definidos em legislação própria a partir do Plano Nacional de Implementação das Diretrizes Curriculares para a Educação das Relações Etnicorraciais e para o Ensino em História e Cultura Afro-brasileira e Africana, obedecendo dessa forma à implementação do Artigo 26A da LDB nº 9394/1996.

“As ações coletivas requerem maior discussão propiciada por esse conjunto de mentes. Essa é uma ação construída e associada a vários campi do IFPA, com uma pluralidade de temas e convidados e abordando as diversas realidades regionais, nacionais e internacionais. No entanto, numa ação conjunta com os outros NEABIs e NEABs, apostamos num evento que apresenta e fortalece as ações em Rede, e que traz uma pauta comum: diversidade e antirracismo. Com as limitações impostas pela pandemia, e mesmo distantes, queremos estreitar relações, promovendo o diálogo sobre temas tão importantes. Reuniremos membros da sociedade civil, pesquisadores, artistas, militantes brasileiros e africanos, dando visibilidade e protagonismo a esses atores fundamentais para a preservação das tradições e culturas afro-brasileiras e africanas”, diz Laurenir, da Coordenação Geral, em Belém.

Além de dar visibilidade ao trabalho dos Núcleos, o encontro quer aproximar os diversos grupos sociais no Brasil e na África, estendendo e estreitando as relações institucionais com setores variados da sociedade. 

Entre os palestrantes estão representantes de Moçambique e Benin; de instituições como IFPA, Universidade Estadual do Pará (UEPA), Universidade Federal do Pará (UFPA), Universidade Federal do Oeste do Pará (UFOPA), Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Secretaria de Educação (Seduc), Secretaria de Meio Ambiente (Sema) e Associação dos Filhos e Amigos da Cultura Afro Brasileira (Afacab).

Uma das mesas vai discutir "Gênero, raça e sexualidade", que pretende trazer alternativas para enfrentar os problemas sérios enfrentados no Brasil e em vários outros países da África. Para Ana Célia Barbosa Guedes que estará junto com José Luiz de M. Franco, neste debate, o I Webnário Internacional Brasil-África: Olhares de Resistência e a questão de direitos sobre a vida e a ancestralidade vai apresentar questões específicas sobre raça, gênero e sexualidade, problematizando e debatendo questões fundamentais para a compreensão das desigualdades existentes em nosso país. 

"Essas discussões e debates dentro do Instituto Federal do Pará certamente ajudarão docentes, discentes e profissionais de diversas áreas do conhecimento a refletir e questionar seus pares e instigar a uma educação antirracista e mais comprometida com a equidade de raça, gênero e ao respeito às diferentes sexualidades”, diz Ana Célia.

O Brasil também passa por um momento de acentuada intolerância em vários setores – especialmente entre os praticantes de religiões afro-brasileiras. E esse será tema da  mesa Aláfia: Olhares Interdisciplinares acerca das tradições religiosas Afro Brasileiras. Para Douglas de Oliveira e Oliveira, as tradições religiosas afro-brasileiras no Brasil sofrem ataques há séculos. 

"A grande diferença nos tempos atuais é que a tecnologia e as redes sociais estão permitindo o registro e a denúncia de forma mais rápida. Importante também destacar que essas tradições não são vítimas apenas de preconceito (ideias preconcebidas) e de discriminação (exteriorização dessas ideias) – são alvo de algo muito mais grave: racismo religioso. O I Webnário Internacional Brasil-África será um espaço importante para dar visibilidade, vez e voz a pesquisadores e praticantes dessas tradições religiosas, ajudando a desmitificar o tema, promover a educação antirracista e combater o racismo religioso”, diz Douglas de Oliveira e Oliveira.

Serviço

O que – I Webinário Internacional Brasil-África

Quando – 16 a 23/11

Programação:

www.is.gd/1wiba2020

Inscrições até dia 16 de novembro:

www.is.gd/inscricao1wiba

Leo Chermont traz inspiração do rio em novo clipe

Trazendo imagens do rio Guamá e dos furos da região da Ilha do Combu, Leo Chermont funde música, letra e entrevistas no single que será lançado no dia 20 de novembro na internet, aquecendo para o lançamento de um disco em dezembro e um documentário, em 2021. 

A relação entre homem e natureza sempre foi tema de pesquisas e de trabalhos de Léo Chermont, músico e produtor musical de destaque na cena paraense. Esse fascínio pela floresta, seus cheiros, cores e sonoridades, o levou a viajar para diferentes pontos da Amazônia brasileira, sempre com um gravador na mão, registrando paisagens sonoras. O foco do novo trabalho é no futuro das populações que vivem nas fronteiras entre o concreto e a natureza. 

“Eu fico me questionando sobre como a humanidade vai tá daqui a 30, 50 anos. Comecei a pensar muito nisso depois da paternidade”, confessa Léo. Então, uniu uma câmera de vídeo junto ao gravador para registrar entrevistas com moradores da Ilha do Combu, do Furo do Combu, da Ilha do Maracujá e da Ilha das Onças para entender o que mudou desde a popularização do turismo nos rios e furos ao redor de Belém.

O resultado dessa pesquisa gerou um disco que une música, letras e falas das entrevistas com os moradores numa experiência inovadora na carreira do artista. O tom de alarme e denúncia de desamparo da população pode ser sentido no videoclipe “O Rio”, primeira parte do trabalho que será lançado no dia 20 de novembro. 

A música escolhida retrata “dois lados da ilha, de todo crescimento e é proposital [essa dualidade]. A ideia é de uma música pop, uma guitarrada ribeirinha, falando do rio, mas que lá no meio ela tem uma virada de chave, uma quebrada que tira essa alegria pra pensar um pouco e refletir sobre o que tá acontecendo”, explica o artista.

Léo Chermont é multi instrumentista e produtor musical responsável por gravar e produzir diversos trabalhos de artistas paraenses como Pio Lobato, Nazaré Pereira, Camila Honda, Natália Matos, Sammliz, Inesita, entre outros. Também dirigiu o documentário “Explosão da Ilha” (2019) e o videoclipe “Queimadas” de Nazaré Pereira, gravado na França. É um dos sócio-criadores do estúdio Floresta Sonora, que vem registrados diversos trabalhos da música paraense há mais de 10 anos. Com a STROBO, banda onde assume guitarra e outros instrumentos eletrônicos, lançou quatro discos e acompanhou Marina Lima em turnês por três anos.

Lançamento do Single-clipe "O Rio"

20 de novembro, a partir de 00h

Nas plataformas de streaming de música

Mais informações: http://instagram.com/leochermont 

(Holofote Virtual com informações da assessoria de imprensa)

12.11.20

Festival de Cinema Negro realiza 2a edição on line

Discutir o racismo através do audiovisual e valorizar a produção de cinema realizada por afro-brasileiros na Região Amazônica. O II Festival de Cinema Negro Zélia Amador de Deus será on-line, de 25 de novembro e 10 de dezembro, trazendo como homenageada, a diretora de cinema e atriz Rosilene Cordeiro.

A programação inclui debates, premiação e exibição de filmes, tudo de forma virtual, pelo site www.todesplay.com.br e pelas redes sociais. A abertura será feita através de live, no Facebook e Instagram do Cine Diáspora, com a exibição do filme, "Princesa do Meu Lugar" de Pablo Monteiro (São Luís/MA) e homenagem à Rosilene Cordeiro da Conceição, que é professora de teatro, diretora, performer, atriz, produtora e colaborou com o curso de Licenciatura em Teatro da Escola de Teatro da Escola de Teatro e Dança da Universidade Federal do Pará (Etdufpa/UFPA).

Nesta edição, 135 produções foram recebidas, sendo 56 (41,48%) da Região Amazônica e 79 (58,52%) de outras regiões do país. Desses, 21 filmes de cineastas amazônicos foram escolhidos e irão concorrer ao prêmio Zélia Amador de Deus nas categorias: Clipe da Região Amazônica; Projeto para Web da Região Amazônica; e Curta-Metragem da Região Amazônica. Na categoria Curta-Metragem Nacional, 27 filmes estão na disputa (veja a lista completa abaixo).

A ideia da segunda edição do festival era repetir o formato da primeira, que ocorreu em novembro de 2019, e recebeu 107 filmes de todo o Brasil – a maioria da Região Amazônica, com 14 pontos de exibição nas periferias da Grande Belém. 

Entretanto, por causa da pandemia da covid-19, o evento presencial precisou ser suspenso, mas seguirá on-line. O Festival Zélia Amador de Deus contribui diretamente na renda de 24 profissionais, todos negros e, a maioria, da periferia da capital.

“O II Festival Zélia Amador de Deus parte de uma construção coletiva feita a partir de uma reunião de amigos artistas, cineastas e produtores culturais negros, que sentem em suas vidas a importância do cinema, o percebem como instrumento de mudança de mentalidades, incentivando práticas antirracistas e de valorização da produção artística afrodiáspórica e africana”, conta Fernanda Vera Cruz, da curadoria e produção da iniciativa.

Homenagem e acessibilidade 

O Festival também homenageia a professora, atriz, diretora de teatro e ativista Zélia Amador de Deus. “Zélia é uma das fundadoras do Cedenpa (Centro de Estudo e Defesa do Negro no Pará) e grande referência na luta contra as opressões que mulheres e homens pretos sofrem. Nós acreditamos na frase ‘nossos passos vêm de longe’, ou seja, estamos aqui produzindo cultura negra na Amazônia porque o Cedenpa existiu. Reconhecemos sua importância na luta quilombola, pelas políticas de ações afirmativas e contra o racismo”, explica Lu Peixe, da coordenação do Festival.

Partindo da crença do potencial transformador do cinema e visando a ampliação do entretenimento, o Festival de Cinema Negro também terá uma sessão especial destinado a pessoas com deficiência auditiva e surdos. Para isso, a organização selecionou duas produções de diretoras negras na Linguagem Brasileira de Sinais (Libras). Trata-se das obras Blackout, de Rossandra Leone (RJ), e Seremos Ouvidas, de Larissa Nepomuceno (PR).

Anote e acesse!

O II Festival de Cinema Negro Zélia Amador de Deus é uma realização da produtora audiovisual Cine Diáspora e tem o apoio do Prêmio Preamar de Cultura e Arte da Secretaria de Estado de Cultura (Secult). De 25 de novembro a 10 de dezembro via www.todesplay.com.br e Instagram (@cinediaspora) e Facebook (/cinediasporapa).

Conheça os indicados por categoria:

Clipe da Região Amazônica

- Estorvo - Mc Super Shock por Saturação (Macapá/AP)

- Batidão – Enme por Jessica Lauane (São Luís/MA)

- Pretinha – Taslim por Nádia D’Cassia (São Luís/MA)

- Eu sou Tambor - Vanessa Mendonça (Belém/PA)

- Retomada Ancestral - Vanessa Mendonça (Belém/PA)

- Pesadelos - Bruna BG por Anna Suav (Belém/PA)

Projeto para Web da Região Amazônica

- Enme No Corre - Enme Paixão (São Luís/MA)

- AfricAmazônia - Amérika Bonifácio (Icoaraci-Belém/PA)

- Teia de Aranha - Emily Cassandra Bonifácio (Belém/PA)

- Medo de Travesty - Attews Shamaxy (Ananindeua/PA)

- Turva Preamar Marejante - Samily Maria (Belém/PA)

Curta-Metragem da Região Amazônica

- Brilhos Apagados - Nilce Braga (São Luís/MA e Buenos Aires/ARG)

- Quedaria - Brenna Maria (São Luís/MA)

- Sobre Aquilo que Fica - Thais Sombra (Belém/PA)

- Mametu Muagile Rainha de Angola - Elizabeth Leite Pantoja (Belém/PA)

- Que Liberdade é Essa? - Sol Oliver (Belém/PA)

- A Sússia - Lucrécia Dias (Arraias/TO)

- Romana - Helen Lopes (Natividade/TO)

- Minguante - Maurício Moraes (Belém/PA)

- Traçados - Rudyeri Ribeiro (Belém/PA)

- São Geraldo – Homem de Música e Planta – Keila dos Santos (Manaus/AM)

Curta-Metragem Nacional

- Blackout – Rossandra Leone (RJ)

- Alfazema – Sabrina Fidalgo (RJ)

- 111+ - Ivaldo Correa (RJ)

- Um Grito Parado no Ar – Leonardo Souza (RJ)

- Joãosinho da Goméa – O Rei do Candomblé – Janaina Oliveira Refem e Rodrigo Dutra (RJ)

- A Cama, o Carma e o Querer – Daniel Fagundes (SP)

- Alforria Social Beat – Rodjéli Salvi (SP)

- Minha Deusa e Eu – Gabrela Vieira (SP)

- Barco de Papel – Thais Scabio (SP)

- Dádiva – Evelyn Santos (SP)

- Aurora - Everlane Moraes (SP)

- Corre – Carolen Meneses e Sidjonathas Araújo (SE)

- Filhas de Lavadeira – Edileuza Penha de Souza (DF)

- Pernambués – Quilombo Urbano de Lúcio Lima (BA)

- Adventício – Abdiel Anselmo (CE)

- Live – Adriano Monteiro (ES)

- Rio das Almas e Negras Memórias – Taize Inácia Thaynara Rezende (GO)

- Nove Águas – Gabriel Martins e Quilombo dos Marques (MG)

- Reflexo Reverso: O Outro em Branco – Fernanda Thomaz (MG)

- Banho de Flor – Hiura F. (PB)

- Seremos Ouvidas – Larissa Nepomuceno (PR)

- 2704 km – Letícia Batista (PE)

- Notícias de São Paulo – Priscila Nascimento (PE)

- Os Verdadeiros Lugares Não Estão no Mapa – João Araió (PI)

- Por Gerações – Leila Xavier (RJ)

- Encruza – Bruna Andrade, Gleyser Ferreira, Maíra Oliveira e Uilton Oliveira (RJ)

- Por Trás das Tintas -  Alek Lean (RJ)

Filmes Convidados

- Princesa do Meu Lugar – Pablo Monteiro (São Luís/MA)

- O Nikse é Que Nos Socorre – Weverton Ruan Vieira Rodrigues (Belém/PA)  

Amostraí Virtual em mais uma edição na pandemia

Pelo sétimo mês consecutivo, no próximo sábado, 14 de novembro, às 17 horas, vai ter mais um Amostraí Virtual, evento já estabelecido no circuito arte-pandêmico da cidade. Os responsáveis pela empreitada são os integrantes e os convidados do coletivo Casarão do Boneco, situado no limite entre os bairros da Cidade Velha e Batista Campos. 

Por Edson Nascimento

Edição: Holofote Virtual

Como vem se tornando tradição, desde que o coronavírus aportou por essas plagas, uma turma aguerrida se encontra no segundo sábado do mês para contar histórias, tendo como desafio transpor essa linguagem, tão associada àquela roda de pessoas sentadas ao chão, para o solo virtual de pixels e algoritmos, emoldurado em telas de computadores e smartphones.

Em sua versão convencional, o Amostraí apresenta também números musicais e circenses, além de espetáculos teatrais. Já na variante eletrônica, a prioridade é a contação de histórias. “Por causa do tempo. Até março, presencialmente, no Casarão, a programação era de cerca de duas horas; na versão virtual, o tempo que nós conseguimos fidelizar o espectador é de cinquenta a sessenta minutos. Mais que isso, ele começa a sair”, conta Leonel Ferreira, ator, diretor e produtor da Cia de Teatro Madalenas e “casarônico”, como são carinhosamente chamados os membros do coletivo.  

O Amostraí nasceu faz quase cinco anos para ajudar na manutenção do prédio secular, tanto em sua estrutura física, como no pagamento de água, luz e internet. E esse é um outro ponto delicado do processo de virtualização da arte, marcha em curso nesses tempos de isolamento social: nem sempre o objetivo financeiro é alcançado; no caso do Amostraí, só as três primeiras edições atingiram a meta. 

“A nossa maior dificuldade é sensibilizar as pessoas para que elas possam contribuir com o Casarão, que tem contas fixas, e, sem as atividades dentro da casa, a gente não consegue levantar recursos para honrar nossos compromissos”, completou Leonel.

Para reverter a sequência negativa, o Casarão do Boneco trouxe um time de peso para a frente das câmeras. Serão três contações de história, tendo como anfitriã e apresentadora Adriana Cruz, atriz da In Bust – Teatro com Bonecos e professora da ETDUFPa.

Desfazendo nós

A primeira narrativa do dia fica por conta do próprio Leonel Ferreira, que assina também a dramaturgia, uma livre adaptação do livro “Nós”, de Eva Furnari. Em “Mel & Kiko: uma história com muitos nós”, Mel, uma garotinha, moradora da cidade de Pamonhas, vivia cercada por borboletas, suscitando risos, brincadeiras e comentários maldosos por parte de seus vizinhos. A atitude de seus conterrâneos a deixava muito triste, mas a menina simplesmente não conseguia chorar. Um dia, ela resolve sair da cidade, e nessas andanças conhece Kiko, que vai lhe mostrar um outro jeito de viver.

Classificação: Livre 

Dramaturgia e Narração: Leonel Ferreira 

Confecção de bonecos: Aníbal Pacha 

Ah, se minha calça falasse!

“As Histórias que Meu Guarda-roupa Guarda” tira do armário as memórias e lembranças de indumentárias e acessórios: o que aquela blusa de duas décadas atrás diria sobre você? E o vestido de sua avó, como ele contaria a trajetória de sua família? Pensando assim, quantas histórias cabem em um guarda-roupa? Munida dessas perguntas, Nanan Falcão, atriz com mais de vinte anos de estrada, atuante do coletivo Casarão do Boneco, mantenedora do Atelier de Nanan e estudante do Curso técnico de figurino cênico na Escola de Teatro e Dança da UFPa, foi a campo em pesquisa pessoal sobre figurino e atuação. Confira o resultado no próximo sábado, 17 horas, em https://www.facebook.com/casaraodoboneco.

Classificação: Livre 

Dramaturgia e Narração: Nanan Falcão 

É tempo de Colheita

Lucas Alberto entra em cena para fechar o Amostraí de novembro com “Contos dos Kayapós e outros Heróis da Floresta”. São três relatos contando sobre a chegada dos Kayapós aqui na terra, depois como o grande Ajuricaba se tornou o rio da liberdade e, finalizando, o coco do “Arcebispo que abençoou as comidas doadas pelos Sem Terra”.

Para o ator, criador da @ciasorteiodecontos, trata-se de uma reverência à tradição dos povos originários. “A meu ver, a contação de história na cultura tradicional é uma ferramenta de profunda importância para o gerir da comunidade, deve-se ter cuidado e respeito ao recontá-la em outra comunidade, para que o efeito original permeie, agrade aos antepassados e nos dê boas colheitas”. E é de boas colheitas que o Casarão do Boneco está precisando.

Para colaborar participe com quanto puder. 

As contas disponíveis são:

  • Leonel Rodrigues Ferreira: Banco do Brasil | Ag. 2946-7 | C/C: 716.222-7 | CPF: 395.501.252-20.
  • Maria de Fátima Sousa Sobrinho: Caixa Econômica Federal | Ag. 0022 | C/Poupança 31965-3 | CPF  049. 559. 942-53
  • Virginia Abasto | Nu Bank | Ab. 0001 | C/C 63587988-6 | CPF 536.329.232-7

Anote:

Amostraí Virtual. Neste sábado, 14 de novembro, a partir das 17h, com transmissão ao vivo pelo Facebook do Casarão do Boneco.

https://www.facebook.com/casaraodoboneco. 

Informações pelo celular: (91) 9 9175.3114.

10.11.20

Allex Ribeiro lança o 1o EP com Live no Instagram

“O amor que acreditei de porre” reúne cinco faixas autorais com participação de Nilson Chaves em uma delas: “Sina Versus Sonho”, que também vai se tornar videoclipe. O lançamento do EP, nesta quarta-feira, conta com uma Live, às 21h, transmitida pelo Instagram do artista, anote! @allexribeirooficial.

Por Clemente Schwartz
Edição | Holofote Virtual
Fotos | San Marcelo

“Torre de Mabel” abre o projeto entre acordes de guitarra, emprestando o verso que batiza o EP. “É uma ‘balada romântico-política’ que fala da realidade dura dos dias em que as pessoas não se entendem mais. É uma sátira com a Torre de Babel (passagem bíblica sobre a torre que estava sendo construída para se chegar ao céu, mas desaba) que dá voz a um personagem anti-herói que está muito presente na minha poesia”, descreve Allex.

“Olha aqui, meu bem / os automóveis andam loucos / os idiotas, neurastênicos e você não vem / Não adianta entediar Oxóssi / Intimidade com Deus quem tem? / O amor que acreditei de porre / é o mesmo amor que vai me engolir tão bem”, diz trecho da música. A canção chegou a ser lançada por uma editora e distribuidora americana, mas será relançada pela brasileira GRV Produções. 

O samba de breque “Errante”, composto em parceria com o poeta João Paulo Carvalho, assim como “O que me resta”, um brega com frescor do bolero e letra debochada, foram produzidos por Almirzinho. 

“Errante” ganhou percussão em ritmo de boi e sanfona, enquanto o que me resta é dominada pelos arranjos eletrônicos. “O que me resta” chegou a ser gravada em duo por Allex no projeto audiovisual de Almirzinho autor do zouk da  Naza “Nazaré” chamado “Amazônia Tan Tan”.

O duo com Nilson Chaves vem em seguida, coroando o projeto com “Sina Versus Sonho”, uma canção feita por Allex Ribeiro e José Aremilton para Nilson, quando Allex estava com apenas 17 anos e ainda nem conhecia o ídolo. “Eu nem esperava que ele ia aparecer na minha vida”, recorda.

O autor do sucesso “Sabor Açaí” assina a produção de “Sina”, que usou elementos de tango com sanfona, assim da última faixa, “Dançando sobre as telhas”, composição de Allex. Outra curiosidade é que “Dançando” conquistou Andréa Pinheiro, que gravou a faixa em pocket shows virtuais durante a pandemia, mas, nas mãos de Nilson, a música ganhou novos ares de fox blues com arranjos de banjo. “Pensei no musical ‘Dançando na Chuva’ estrelado pelo dançarino Gene Kelly, quando fiz essa música.

Clipes no final de 2020 e homenagem à Nilson Chaves

Além do EP, Allex Ribeiro acaba de gravar, também com Nilson Chaves, os videoclipes oficiais de “Sina”; e de outra canção que ficou fora do EP, “Eu Sou de Bragança”, um xote composto por Nilson. Ambos estão em fase de edição e serão ser lançados em breve. 

Preocupado com o estado de saúde do amigo e parceiro Nilson Chaves, que se encontra internado em tratamento de Covid-19, Alex Ribeiro promete homenagear o artista como forma de emanar boas energias para sua breve recuperação. 

"Nilson é muito querido e uma pessoa importante na minha vida. Nos falamos sempre e a gente já vinha conversando desde que ele sentiu os primeiros sintomas, até que se confirmou. A situação é difícil, eu já tive Covid também, mas temos confiança de que ele vai se recuperar", diz Allex.

Outro single autoral Allex que deve ganhar clipe em breve é a romântica “Eu te amo”, feita em parceria com o poeta João Paulo Carvalho, que fala de um relacionamento incompreendido pela sociedade. “Te falei que a cidade é pequena demais pra abrigar o amor de nós dois”, diz a letra. O clipe deve ser lançado até o final de 2020.

10 anos de trajetória e parcerias ilustres

Natural de Capanema e residente em Bragança, Allex coleciona parceiros como Almirzinho Gabriel, Andréa Pinheiro, Pedrinho Cavalléro, Paulinho Moura e Toni Soares e o poeta João Paulo Carvalho. 

Com 10 anos de carreira, as mais de 100 composições que possui se revezam entre versos poéticos e o humor ácido semelhante ao de Sérgio Sampaio – uma das influências do artista, assim como Raul Seixas, Zé Ramalho, Luiz Gonzaga, Fagner, Caetano Veloso, Roberto Carlos e Jessé.

Acompanhe o lançamento: 

Quarta-feira, 11 de novembro, às 21h. Pelo Instagram: @allexribeirooficial | No perfil do artista você também já pode conferir uma prévia do EP.