31.10.13

Cotijuba é cenário e inspiração para o cinema

Depois da estreia, com sessão lotada no Cine Líbero Luxardo, deixando mais de 100 pessoas do lado de fora, “A Ilhaestá sendo lançado com exibições outras, espalhadas em espaços diversos na cidade. Nesta sexta-feira, 1º de novembro, às 19h30, tem sessão na Casa Dirigível - Espaço Cultural (Tav. Padre Prudêncio, 731 - entre Gama Abreu e Carlos Gomes), no dia 7, integra a programação da X Mostra do Curso de Artes Visuais e tecnologia da imagem (Unama - Alcindo Cacela, Auditório D-200), às 19h e, de 19 a 24 de novembro, sempre às 17h, ficará em cartaz no Cinema Olympia. Tudo com entrada franca. O diretor conversou com o blog e contou mais sobre a produção. 

Além de uma bela biodiversidade, a ilha de Cotijuba, situada próxima a Belém, possui uma vivência de crueldade que até hoje impregna a memória dos paraenses e que inspirou o cineasta Mateus Moura a filmar seu primeiro longa metragem de ficção. Para entender melhor, vale saber que quando foi descoberta, a ilha de Cotijuba era habitada pelos índios Tupinambás e que foram eles que a batizaram. Em tupi, Cotijuba significa "trilha dourada", o que tem a ver com as falésias que se expõem em argila amarelada, compondo o solo da ilha. 

Não são apenas as lendas indígenas, porém, que povoam o imaginário da população. Conhecida por sua biodiversidade e atraindo veranistas, a ilha tem uma história de violência e arbitrariedade. Em 1784, integrando Belém por causa da comercialização do arroz cultivado no Engenho Fazendinha, assim que este foi desativado, a ilha passou a ser habitada por famílias caboclas que sobreviviam principalmente do extrativismo. 

Cotijuba, ruínas do Educandário, em sua entrada
Nos idos de 1933, quando a violência imperava em Belém, foi inaugurado, em Cotijuba, o Educandário Nogueira de Faria, construído para abrigar menores infratores, mas que durante a ditadura militar, abrigou presos políticos. Em 1968, foi erguida, também, uma penitenciária que, por algum tempo, coexistiu com o educandário. 

Quando este foi extinto, a ilha se transformou em ilha-presídio, recolhendo condenados e presos políticos, adultos e menores, e protagonizando tempos de crueldade, que ficaram na memória e impregnam as histórias contadas na ilha até hoje. Desativada na década de 1970, com a inauguração da Penitenciária Estadual de Fernando de Guilhon, em Americano, o que restou da Colônia Penal de Cotijuba foi suas ruínas, que serviram também como locação para o longa metragem. 

Mateus soube reunir parte dos ‘causos’ macabros e complexos que circundam a história da Ilha, que já foi chamada de “Alcatraz Amazônica” e “Ilha do Diabo”. E por trás das ruínas que continuam lá, há histórias contadas de forma tensa e contraditória, incluindo fatos como tortura de presos políticos, entre outras mazelas humanas.

“Enfim, é de todo esse imaginário (“lendas” e “fatos”) que o filme se embriaga com lucidez e inocência para então construir sua ficção”, diz Mateus Moura. Cineasta, performer, ator, músico entre outras aptidões desenvolvidas no universo artístico, rural e urbano, ele conversou com o blog e contou mais sobre o processo de filmagem de “A Ilha” e sobre este imaginário que o inspirou.

Mateus Moura, o diretor
Holofote Virtual: Dentro desse contexto histórico que citamos acima, qual trama se estabelece no filme? E em que gênero você o situaria? 

Mateus Moura: Sabe que contar filme é coisa tão estranha pra mim? Antes d’A Ilha’ ficar pronta eu tinha que tentar isso: contar o filme através das palavras; e sempre foi um desastre. Agora que o filme tá pronto, e tem uma sinopse (que foi tão difícil talhar), não vejo realmente necessidade de tentar contar o filme. Até porque filme é pra ver e pra ouvir. 

Mas recentemente me vieram algumas definições, que talvez traduzam um pouco a tentativa de compreender onde o filme se aventura enquanto gênero: “um culto ao oculto”, “uma elegia histórica”, “um suspense dalcidiano”, “um drama familiar”. Foram categorizações que surgiram até o momento... Esclarecendo um pouco também essa questão de “uma história ficcionalizada do cotidiano ribeirinho”, não é bem isso... É justamente o casal forasteiro, da cidade, que vai morar na Ilha - a fronteira entre civilização e floresta, isolada. 

O nosso velho clichê do gênero horror onde o personagem racional, civilizado, vai adentrando o misterioso, o primitivo, sem se preocupar, até que é devorado por ele. Dessa regra de gênero construímos um “filme de personagens” com intenções de criar um mito, que seja, no seu “era uma vez”, metáfora de nossa era, e, não obstante, vazio potente para qualquer espectador ativo fantasiar os seus sentidos. 

Em uma das cenas...
Holofote Virtual: Um longa metragem não é fácil de fazer, ainda mais na Amazônia. Quanto tempo você levou pra concluir esta empreitada? 

Mateus Moura: Este é um projeto de vida&arte: dedicar, em sacro ofício, o tempo necessário que uma Obra precisa enquanto forma para se moldar. Isso, lógico, tendo como limite o nosso nada suave contexto. Levamos um ano, sendo seis meses dedicados quase diariamente e outros seis, como podíamos. O projeto teve seu primeiro impulso à realização em agosto de 2012. 

Morei em Cotijuba de setembro a dezembro. Lá, com parceiros, construímos o roteiro, pesquisamos locações, ensaiamos atores, afinamos a equipe. De novembro a fevereiro rodamos todas as cenas, em dias que podíamos reunir todo mundo. De fevereiro a agosto desse ano, construímos o som, editamos e finalizamos. Esse é o percurso de “A Ilha”, produção da Maria Preta, em parceria com a Insular Produções e a Coletivo Quadro a Quadro – pequenas produtoras amazônidas. 

Equipe trabalhou intensamente
Holofote Virtual: E também tem uma equipe extensa ... 

Mateus Moura: São tão importantes todas as mãos, corações e mentes que se doaram com toda criatividade para esse projeto que eu preciso citar cada uma, mesmo que brevemente. No elenco, Kid Quaresma, o nosso Nazareno, fiel companheiro e de uma solidariedade imensa, também escritor de mão cheia e que participou da feitura do roteiro; Carline Ramos, mãe, sensível atriz que se entregou de forma plena para o seu processo, mesmo com o tempo sempre apertado.

Também tivemos Tia Lili, nossa querida parteira, espontânea e sempre acolhedora; Adilardo Seabra, grande parceiro, nos brindou com suas experiências de vida e sua presença transcendental; Paulo Marat, a voz retumbante do profeta, e Rosilene Cordeiro, a estrela da noite, fulgurante e poderosa, receptiva e bela, vanguardista e ancestral. 

A atriz Rosilene Cordeiro
Na equipe, dois grandes amigos, onde a comunicação flui mais fácil que qualquer rio. 

Eles foram os assistentes de direção: Felipe Cruz e Rafael Couto; Rodolfo Mendonça, genial artífice, corajoso e visionário, foi o braço direito: fez direção de fotografia, câmera, montagem e finalização.

O Raquel Minervino foi o anjo que guardou todo o processo, e, que intuitivamente, fez um áudio direto primoroso; Raphael Vaz, sensível músico, com o seu rigor minimalista teceu toda a atmosfera que abraçou o projeto. 

Na direção de arte só os melhores figurinistas, cenógrafos, costureiros, carpinteiros, loucos da cidade: Virgílio Moura, o Zé do Caixão, Romário Alves, a pus, Mauricio Franco, o olhar que recebe, e Ila Falcão, a força. Todo mundo foi produtor do processo, e, além dos que já citei acima, tivemos ajudas preciosas da D. Madá e D. Conci, generosas mães, de Cássia Lorena e Carolina Rodrigues, jovens interessadas e ativas, de Marcelo Marat e Juliana Maués, que, mesmo distantes, deram contribuições narrativas valiosas. 

Quem assinou os cartazes foram: Paulo Evander, que também fez a vinheta e a logo geniais da produtora, além de fazer uma ponta no filme e o Maécio Monteiro, que também abriu as letras dos créditos. Essas foram as pessoas que trabalharam mais diretamente no filme, além de outras que ajudaram de forma indireta, na pré ou na pós-produção, com seu olhar e suas opiniões. 

Nas ruínas....
Holofote Virtual: Como foi compartilhar as dores e as delicias de se fazer cinema por aqui? 

Mateus Moura: Não sei o cinema, a linguagem, mas o filme, a obra, é algo extremamente coletivo, e sem todas essas mãos não teríamos esse resultado.

Se este filme é dedicado a alguém, além da Cobra Grande e do Grande Rio, é a estes obreiros, que, acreditaram desnecessariamente naquilo que nem víamos. O filme foi rodado na ilha do Cotijuba, na Baía do Guajará, na Baía do Marajó e na Ecovila Iandê, na Comunidade de São João Batista em Santa Bárbara. 

As filmagens foram sempre muito corridas contra o tempo, mas sempre momentos de êxtase e comunhão muito intensos entre a equipe. Essa equipe, com raras exceções, foi a primeira que eu trabalhei, que realmente tinha gozo por filmar! E isso foi maravilhoso! Existem alguns causos típicos do Cotijuba, que aconteceram durante as filmagens, mas seria extenso contar nessa entrevista (risos).

Mateus dirigindo uma das cenas
Holofote Virtual: Eu imagino (risos). Mas após todo o trabalho, sempre terminamos com a montagem. Como foi pra você ter que tomar decisões de cortes, enfim, fechar o filme para ser trazido a público? 

Mateus Moura: Uma questão interessante a se comentar sobre a questão da montagem do filme foi a revelação da metragem do mesmo. Desde que o projeto foi concebido sabíamos que não seria um curta-metragem, mas julgávamos que se tratava de um média. 

Antes da montagem, no entanto, já desconfiávamos que se tratava de um longa. O filme tem 60 minutos. Na verdade, a obra sempre foi concebida analogamente ao que seria o gênero (literário) da “novela” - nem “conto”, nem “romance”. E acho que esse tempo é bem fiel ao concebido. A verdade é que não nos preocupamos tanto com isso como alguns jornalistas tem pensado, o filme é que diz o tempo que ele deve ter, nosso trabalho é apenas esculpi-lo. Como não temos compromissos comerciais, gastamos nossos neurônios com outras questões. 

O cinema é, antes de tudo, criação de tempo, e se o espectador esquece o cronológico durante a projeção, ou mesmo esquece essas convenções puramente mercadológicas que querem categorizar filmes por sua duração para poder empacota-los mais facilmente, é aí que sentimos de fato que o dever foi cumprido. 

Todas as locações, na ilha
Quem assina a montagem sou eu e o Rodolfo Mendonça. A montagem teve três momentos: uma durante a pré-produção (pois o filme, antes de filmar, já estava montado na cabeça).

Outra, foi durante a pós-produção (pois o momento mágico da ilha de edição é também um momento de criação, e ali se descobrem relações entre planos, além de todo o ritmo do filme, sem contar a questão da trilha sonora, que é o que vai realmente fazer pulsar a alma das imagens).

Em um terceiro momento, depois de um mês distante da ilha de edição, com o primeiro corte rodando entre olhares, em que colhemos opiniões, percebemos onde e como o filme fisgava o público, e fizemos um último corte antes da estreia, a partir das nossas reflexões acerca dos contatos dos outros.

Trabalho de ator e dedicação ao cinema
Holofote Virtual: Agora vocês estão em fase de lançamento. Quais os projetos para o filme? 

Mateus Moura: O filme já tem vários convites locais para exibição gratuita e com bate-papo. Até o fim do ano, “A Ilha” será exibida toda semana! Estamos montando essa agenda e confirmando tudo, vamos disponibilizá-la pra galera se agendar melhor. 

Enquanto isso, estamos pré-produzindo o que consideramos a principal turnê do filme, pela região metropolitana de Belém: Cotijuba! Mosqueiro, Icoaraci, Ananindeua. Talvez Colares, Castanhal... a ideia é levar não só “A Ilha”, mas as produções independentes que estão sendo produzidas nessa região marginal. 

Nesse meio tempo pretendemos legendar e pesquisar os festivais, dentro e fora, ver o que é interessante. Achamos importante, antes de disponibilizá-lo na internet, fazer esse circuito de exibição nos cinemas. Não para prender o filme que eu sempre achei isso uma fuleragem! Mas para despertar também essa cultura de sair de casa pra ver um filme da sua região... fora o espaço inefável da sala escura! 

O diretor seguindo sua jornada
Holofote Virtual: E a carreira do diretor? O que andas tramando? És envolvido com teatro, música e muitas outras coisas também... Às vezes esta geração, a tua, me lembra Leonardo Da Vicci, que era várias coisas ao mesmo tempo, com talento... 

Mateus Moura: Recentemente as pessoas me questionavam: “ué, tu não fazia cinema? Porque tá te metendo com performance, música, teatro, literatura, permacultura, tu não tá perdendo o foco?” Eu, e acho que muitos da minha geração, não estamos mais pensando tanto em “criar uma carreira”, isso é consequência. A prioridade é restabelecer o “hommo ludens”, fazer brilhar de novo esse lado, amiúde esquecido pelos labirintos políticos e coerentes da vida adulta. 

A causa de tudo é a brincadeira, e o gozo da criação. Além disso, acredito, mais do que nunca, que quanto mais damos voltas fora da linguagem, mais a enriquecemos. É importante conhecer profundamente o cinema para fazê-lo, mas só conhecê-lo profundamente é bem pior do que não conhecê-lo. Alguém que só sabe ler e escrever, e mais nada, tá bem pior que um analfabeto, que sabe pescar, dar um nó bem dado, dirigir um caminhão, dançar... 

Foi vivenciando performances, jogos teatrais, processos de composição musical, editoração de livros, plantando, que aprendi muita coisa de cinema recentemente. Sou radicalmente contra a “especialização”, pra mim ela só gera produtos estéreis. È a rua que dá o termômetro, o caos que alimenta, precisamos criar nos reinventando a partir da percepção da vida que pulsa pelas esquinas, sair dos museus, dos cursinhos, dos empreguinhos... e com esse material todo grafar nosso estilo, ir em busca da verdade pela busca dele. Precisamos reinventar essa região, de dentro!

Noite de DJ’s abre novembro da Black Soul Samba

El Freaky Selector
El Freaky Selector, Eric Bordalo e Paulo Polêmico dão o start do mês de novembro, na BSS, com muita música eletrônica, reggae e todas as cores da black music: soul, funk, afrobeat, samba e mpb. Além disso, a festa contará com os DJ's do Coletivo Black Soul Samba formado por Uirá Seidl, Kauê Almeida, Fernando Wanzeller, Homero da Cuíca e Eddie Pereira. A partir das 20h no bar Palafita. 

Essa é mais uma edição da tradicional festa da Black Soul Samba “Convida DJ’s”, que acontece desde 2010. Nesta ocasião o coletivo abre espaço para DJ´s veteranos, além de novos nomes, de vários estilos, sempre tendo como principal preocupação a ligação do estilo musical do DJ com alguns dos elementos da música negra universal. A noite promete uma mistura que vai surpreender o público. 

O DJ El Freaky Selector fará uma viagem pela cumbia peruana, colombiana e argentina. Um encontro da chicha tradicional com os sythns energéticos e psicodélicos da “nueva cumbia”. O DJ Eric Bordalo vai buscar referência no Hip-Hop nacional consagrado, hip-hop gringo underground, Funky Music nacional, Ska e mais algumas surpresas para quem for conferir a Black dessa sexta. 

Já o DJ Paulo Polêmico levará muito reggae para engrossar o caldo, além de DJ ele é colecionador de vinis, aposta na pesquisa musical, o que agrega no seu trabalho. Paulo faz parte de uma geração de DJ’s de reconhecimento na cena de reggae, apostando em sets cuidadosos e marcantes. 

Eric Bordalo toca na noite de Belém principalmente nas festas de música eletrônica, mas seu trabalho é amplo com sets de rock e música brasileira. É apaixonado por música, com criações próprias e parcerias de sucesso como a que fez com a banda “Strobo” na faixa “Quando se Perde a Inocência”. 

Eric Bordalo
El Freaky Selector, cujo nome é Celso Mendes, começou o projeto que envolve cumbia e outros sons latinos em 2012 influenciado pelos sons do argentino Rolando Bruno y su Orquestra MIDI tocando cumbia de raiz com uma guitarra e um ipod. Sobre a criação dos sets Eric Bordalo diz que pensa no conceito musical e no público.

“Geralmente crio sets com o intuito de passar um conceito musical, uma experiência proposta a partir de um tema. Seja para bombar pista ou para sentir bem consigo mesmo, para mim o que vale é passar uma mensagem definida”, diz ele. Já El Freaky Selector diz que na hora de criar os sets, sempre aposta em sons que façam as pessoas dançarem. 

“No meu caso, como toco um ritmo diferente dos que costumam rolar por aqui, eu fico feliz em poder tá abrindo um pouco a percepção de quem se sente bem e curte o set. A finalidade é essa mesmo, dançar seja lá qual seja o rótulo da música”, diz El Freaky Selector. 

Serviço
Nessa sexta (01) a Black Soul Samba convida os DJ's "El Freaky Selector", "Eric Bordalo" e "Paulo Polêmico". A partir das 20h no bar Palafita - Cidade Velha - Belém do Pará. Os ingressos custam 15 reais e para estudantes 8 reais.

Evento de Comunicação traz Blocked Bones no IAP

“Esperem um show enérgico, gostamos de chegar num lugar e quebrar tudo!”, deu o recado, o vocalista e guitarrista, Fill Alencar sobre a expectativa de mais um show, ao lado de seu parceiro Thiago Almeida, que juntos, formam a banda Blocked Bones. A ação faz parte do segundo pré-evento da X Semana da Comunicação da Unama, nesta quinta, 31, às 19h, no Instituto de Artes do Pará (IAP). Entrada franca.

Apesar da pouca idade – o primeiro hit foi lançado em fevereiro deste ano, com o single "A Way To Cut My Knees" – a banda alcança cada vez mais espaço na cena musical de Belém. “Começamos nos apresentando em casas de shows de rock tradicionais da cidade. Mas tentamos fugir um pouco disso.

Essa atmosfera de festa, não é muito propícia para nós, preferimos fazer shows em lugares menores onde podemos ficar mais próximos do público. É legal poder interagir nesse universo acadêmico, onde as pessoas são mais abertas às produções culturais e coisas novas em geral”, acredita Fill.

Por isso, o convite para tocar na Semana de Comunicação foi algo muito natural. “Já divulguei massivamente a Blocked Bones na universidade, com os meus amigos e professores. Então, acho que muita gente já pensa: Ah vamos chamar os meninos da blocked pra tocar!”, brincou o músico.

“Para nós, cada show é único, tentamos tocar coisas novas, ou então as mesmas coisas de outra forma. Ver pessoas e lugares diferentes, isso torna tudo especial. Por isso, não nos planejamos muito ou criamos tanta expectativa, apenas deixamos rolar, sempre acontece algo legal que a gente não esperava”.

E foi essa presença de palco que fez com que Thays Albuquerque, se tornasse fã de carteirinha do grupo. “Curti o som deles logo de cara e por isso fiz questão de ir desde a primeira apresentação da banda. Adorei, tanto pelas músicas, como pelo fato da gente ver a empolgação nos shows”, comentou Thays, que também destaca o entrosamento dos músicos no palco e a interação com o público. “A afinidade musical e amizade, com certeza, reflete em um ótimo show. Até porque não é qualquer um que consegue agitar somente com uma guitarra e uma bateria”, elogiou Thays.

 Em primeira mão, o guitarrista ainda adiantou algumas novidades sobre o lançamento do EP chamado “Deathmails in Blackletters”, que será gravado e mixado por Ivan Jangoux, do estúdio “Quarto Amarelo”, produtor que já gravou grandes nomes da cena regional como a garageira Turbo. O EP será masterizado por Alex Prieto de Long Island, que trabalhou anteriormente, com nada menos do que as internacionais Block Party, Paramore e Breaking Benjamin.

Serviço
Segundo Pré-evento da X Semana de Comunicação da UNAMA. Show da Blocked Bones e bate-papo com Agência Ovelha Negra e estúdio Jambo. No Instituto de Artes do Pará (IAP) - 19h. Entrada franca.  Para ouvir: https://soundcloud.com/blocked-bones

Mestre Vieira é tema da série Visceral Brasil

Produzida para a televisão em treze episódios, a série oferece vasto panorama da música brasileira de raiz na visão de alguns de seus músicos mais viscerais e representativos. De 03 a 07 de novembro a equipe de produção do projeto estará de volta ao Pará, na cidade de Barcarena, para gravar o episódio "O sotaque da guitarra", sobre o instrumentista Mestre Vieira, responsável pela criação de uma genuína linhagem de guitarristas na Amazônia.

Na década de 70, seu disco “Lambadas das Quebradas” solidificou o surgimento do gênero conhecido como “guitarrada”, popularizado nos anos 80 sob o rótulo de “lambada”. Sua originalidade musical está no aprimoramento de uma técnica única de execução para a guitarra elétrica: as guitarradas são composições instrumentais onde a guitarra solo faz o papel principal, embalada por ritmos como a cumbia, o merengue e o carimbo, entre outros.

Fortemente influenciado pelo choro, Vieira revelou-se virtuose ainda na infância. Iniciou-se no bandolim, passou ao banjo, ao cavaquinho, ao violão e a instrumentos de sopro como o saxofone. Inventivo, lançou mão de seus conhecimentos de radiotécnico para fabricar seus primeiros amplificadores caseiros (a cidade ribeirinha de Barcarena não possuía luz elétrica na época): autofalantes de rádios desmontados alimentados por baterias de caminhão. 

Mestre Vieira no lançamento de seu DVD (foto: Antonio Kalil)
A trajetória de Mestre Vieira põe em cheque opiniões mais convencionais sobre a impossibilidade de popularização da música instrumental no Brasil. A obra do mestre também é tema do DVD “Mestre Vieira – 50 Anos de Guitarrada”, gravado ao vivo no Theatro da Paz, em julho de 2012, e lançado na semana passada. A direção musical do trabalho é do produtor musical e guitarrista Félix Robatto, com direção geral da jornalista e produtora cultural Luciana Medeiros. 

O que é - A série  Visceral Brasil – as veias abertas da música é uma produção da Plural Filmes, com sede no Rio de Janeiro e em Florianópolis, em parceria com a gaúcha Joner Produções. Serão treze documentáriossobre as raízes da música brasileira, sua diversidade e seus grandes mestres que, sem romper com suas origens, extrapolaram a visibilidade regional e tornaram-se referência para a MPB. 

A estreia da série está prevista para o primeiro semestre de 2014 na TV Brasil. Durante todo o ano de 2013, a equipe de produção do Visceral Brasil vai percorrer diversas cidades de oito estados brasileiros – Bahia, Paraíba, Pará, Maranhão, Minas Gerais, Pernambuco, Rio Grande do Sul eRondônia – com o desafio de registrar o universo musical dos treze personagens escolhidos: Bule Bule, Zabé da Loca, Mestre Humberto, Dona Onete, Mestre Vieira, Mestre Laurentino, Côco Raízes de Arcoverde, Dona Maria do Batuque, Pedro Ortaça, Giba Giba, Arlindo dos 8 baixos e o grupoZambiapunga. 

Bule Bule e Antonio Queiroz (foto: Marcia Paraiso)
Com curadoria de Carla Joner e direção de Marcia Paraiso, cada episódio terá uma linguagem própria, coerente com o perfil de cada personagem. O episódio sobre Bule Bule também é codirigido por Carla Joner. 

O primeiro episódio da série foi gravado na Bahia em abril. Intitulado O trovador, o cabra e os mundos, o documentário retrata o músico, escritor, compositor, poeta, cordelista, repentista, ator e cantador baiano Antônio Ribeiro da Conceição, o Bule Bule. 

O segundo episódio, Sob o Céu de Zabé, que retrata a tocadora de pífano Zabé da Loca, foi gravado na Paraíba, em maio. Em junho o Visceral Brasil esteve no Maranhão, onde registrou as imagens para o episódio sobre o Mestre Humberto, amo do Boi de Maracanã. 

Mestre Laurentino (foto: Anderson Astor)
Em julho, as gravações aconteceram no Pará, com Dona Onete e Mestre Laurentino. Em agosto, foi a vez das gravações com Giba Giba e Pedro Ortaça, no Rio Grande do Sul. Em setembro, a equipe gravou no Pernambuco os episódios sobre o grupo Côco Raízes de Arcoverde e o mestre Arlindo dos 8 Baixos. No final de outubro, a equipe esteve na cidade de Nilo Peçanha, na Bahia, para gravar o episódio “Entre Homens e Deuses”, sobre o tradicional grupo Zambiapunga. 

O projeto Visceral Brasil – As veias abertas da música foi contemplado pelo Fundo Setorial do Audiovisual – PRODAV/ANCINE e conta com o patrocínio das empresas VALE e Chesf -Companhia Hidro Elétrica do São Francisco, via leis de incentivo do Governo Federal.

Ficha técnica
Marcia Paraiso – direção e roteiro
Carla Joner – curadoria
Ralf Tambke - direção de fotografia e câmera
Clóvis Ghiorzi – câmera
Renato Calaça - som direto
Ju Baratieri – assistência de som
Nara Hailer e Glauco Broering - montagem
Felipe Facini - design de arte e animações gráficas 
Douglas Narcizo (estúdio onda sonora) - edição de som
Flavio Rosa - produção de base
Link Digital - finalização e masterização
Adriana Martorano - Comunicação – assessoria de imprensa

Saiba mais
Facebook Fan Page Visceral: http://www.facebook.com/VisceralBrasil
Diário de filmagem: http://visceral-brasil.blogspot.com.br/
Teasers: http://vimeo.com/pluralfilmes

(Texto enviado pela assessoria de imprensa do projeto)

28.10.13

A pesquisa em teatro e cultura popular na UFPA

O diretor Fernando Yamomoto
Esta semana, a Escola de Teatro e Dança da Universidade Federal do Pará - ETDUFPA - realiza o V Seminário de Pesquisa em Teatro: Teatro, Pássaro Junino e outras paixões. No Teatro Universitário Cláudio Barradas (TUCB), de 28 de outubro a 01 de novembro, das 15h às 20h.

O evento traz a tona suas produções acadêmicas-científicas das universidades, pretendendo assim encurtar a distância entre a universidade e os Mestres de Culturas Populares, aproximando e aprofundando uma discussão entre o saber teórico acadêmico, com as vivências práticas dos fazedores do teatro popular, além de trazer para a roda, artistas, acadêmicos e a sociedade civil em geral. 

Em cinco dias de atividades, o seminário realizará palestras, mesas-redondas, com participação de professores, pesquisadores e folcloristas, como o poeta e dramaturgo, João de Jesus Paes Loureiro; o professor-doutor Éder Jastes; o artista pernambucano Sandro Roberto; o professor-doutor Marcos Ferreira dos Santos (USP); o diretor e dramaturgo de Natal (Rio Grande do Norte), Fernando Yamomoto, um dos fundadores do grupo Clowns de Shakespeare; o músico, ator e dançarino de Recife, Helder Vasconcelos e o professor David Farias da Universidade de Alagoas. 

A programação também conta com exposição de trabalhos, oferecendo oficinas e espetáculos, que serão encenados no próprio Cláudio Barradas, O evento é organizado pelos professores do curso técnico e da graduação em teatro da ETDUFPA e coordenado pela professora-mestre Inês Antônia Ribeiro, que também coordena o curso de Licenciatura em Teatro da ETDUFPA. 

Serviço
As inscrições são gratuitas e ainda podem ser feitas até amanhã, 28, na Secretaria Acadêmica da ETDUFPA ou pelo site: http://vseminariodepesquisaemteatro.wordpress.com/.  O credenciamento inicia às 15h. O Teatro Universitário Cláudio Barradas e a Escola de Teatro e Dança da UFPA ficam na R. Jerônimo Pimentel, 546, esquina com a Travessa D. Romualdo de Seixas, no bairro Umarizal, em Belém. Mais informações pelos telefones (91) 3249.0373 (TUCB) ou 32726212 / 82696735 (professora Inês).

24.10.13

Black Soul Samba homenageia a guitarrada

André Macleuri (em pé), com a banda
O grupo “Guitarrada-Açu” vai fazer a festa desta sexta-feira, no bar Palafita. A partir das 20h com os DJs do coletivo e show a partir da meia noite. Antes, porém, tem lançamento do DVD de Mestre Vieira, na Estação das Docas (20h). É guitarrada pra todo lado!

 “A diversidade rítmica nas levadas de guitarra, bateria ou percussão, melodias criativas dentro de uma harmonia simples e principalmente o fato desse conjunto de coisas conseguirem um resultado esteticamente interessante e original”. É o que diz o músico André Macleuri do grupo “Guitarrada Açu” sobre a guitarrada, ritmo homenageado da Black Soul Samba essa semana.

Além disso, muita música paraense antiga e nova serão executadas pelos DJ's do coletivo Black Soul Samba formado por Uirá Seidl, Kauê Almeida, Fernando Wanzeller, Homero da Cuíca e Eddie Pereira. Nomes como Vieira, Aldo Sena, Curica, Cabloco Muderno, La Pupunã estarão presentes nos sets, além de samba e soul, para não perder a tradição da festa. 

“A Black sempre abriu espaço para a cultura genuinamente paraense, com forte influência caribenha, andina e africana, e a guitarrada não é diferente, com essa simbiose musical com ritmos maravilhosos como a cumbia, merengue e lambada”, diz Uirá Seidl produtor e DJ do coletivo. 

O grupo “Guitarrada-Açu” surgiu durante o projeto “Suíte Guitarradas Amazônicas” de André Macleuri, em que ele experimentava novas possibilidades na guitarrada, aproveitando a riqueza do estilo. Então veio a primeira apresentação na mostra do projeto em dezembro de 2009, no Instituto de Artes do Pará. 

Em 2011 viajou com os grupos “O Charme do Choro” e “Trio Manari” durante o projeto “Música na Estrada” da Conexão Vivo por municípios como Tomé-Açú, Paragominas e Dom Elizeu. Recentemente se apresentou na “Mostra Terruá Pará de Música”.

A banda aposta em um repertório essencialmente de guitarrada paraense, incluindo composições próprias, clássicos do estilo e músicas caribenhas adaptadas. André Macleuri (guitarra), Daniel Adjares (guitarra), Príamo Brandão (baixo), Heraldo Santos (percussão) e Junior Gurgel (bateria) forma o “Guitarrada Açu”. 

O repertório da apresentação dessa sexta trará duas músicas novas e inéditas da banda, mais algumas do projeto Suíte Guitarradas Amazônicas, incluindo “Lambada do Rio Guamá”, “Carimbó” e "Rio Tocantins” que terá a participação do saxofonista Stefano Manfrin. 

Mig Martins, do RJ
Guitarrada chama guitarrada - Será um show cheio de convidados e surpresas, o grupo tocará Aldo Sena e principalmente músicas do Mestre Vieira, pois, coincidentemente ele estará lançando seu DVD no mesmo dia, nesta sexta-feira, a partir das 20h, com discotecagem de Ed Pereria da Black Soul Samba. Parceria da pesada!

O show no Palafita tem as participações confirmadas do guitarrista e compositor carioca Mig Martins, que vem a Belém especialmente para tocar no show de Mestre Vieira, além de Givaldo Pastana e Davi Amorim, e outras participações que só quem for ao Palafita na sexta, irá conferir. 

Para André Macleuri, que também estará no show de Mestre Vieira, a guitarrada é um sentimento saudosista, porque existem certos temas do gênero que o tocam profudamente, para ele ouvir uma determinada música dessas é revisitar a sua infância e adolescência.

“Em meados da primeira década do século XXI, ao encarar o gênero com uma percepção de músico e pesquisador, me dei conta da jóia rara que ele é, o que me levou a querer pesquisar mais a fundo”, conta o músico. Na hora de compor André conta que o que mais o inspira são as viagens de barco.

“Digo isso porque grande parte das composições para o projeto do IAP, surgiram nas paisagens dos rios e do povo ribeirinho durante as viagens para Barcarena. Algumas das músicas possuem nomes de rios e baías. E penso que não é uma questão pessoal, o Daniel, o outro guitarrista da banda, também compôs algumas músicas no estilo na época em que trabalhava no Marajó. O ambiente ribeirinho realmente inspira”, diz Macleuri. 

Serviço
Nesta sexta (25) a Black Soul Samba está em clima de guitarrada e convida para um show especial o grupo "Guitarrada-Açu”, além dos DJs Black Soul Samba. A festa acontece no bar Palafita, começa às 20h, sendo o show às 00h. Os ingressos custam 15 reais e para estudantes 8 reais.

IAP divulga novos lançamentos literários

Na última quarta, 23, o IAP divulgou os premiados em Artes Literária. Os escritores contemplados nesta edição assinaram contratos de publicação de seus livros e foram apresentados ao público presente, com exibição de vídeo-documentário sobre suas trajetórias. A edição de 2013 recebeu mais de 65 obras e 11 foram selecionadas. 

A comissão avaliadora foi formada por 16 integrantes especialistas em literatura e o resultado homologado na última sexta-feira, 11 de outubro. Das 8 categorias disponibilizadas para receber inscrições, apenas a categoria “Dramaturgia”, prêmio Nazareno Tourinho, não foi contemplada. 

De acordo com o gerente de artes literárias do IAP, Tito Barata, a edição de 2013 teve como diferencial a entrada de escritores de outra cidades do Pará, como Anselmo Gomes (literatura infantojuvenil) e Franciorlis Viana (conto) de Castanhal. Além disso, Tito destacou ainda o prêmio post morten para Emir Bemerguy, cuja obra foi inscrita por sua filha, Lila Bemerguy, na categoria “memorialística”.

Para o gerente, este reconhecimento para a obra do autor santareno é um dos objetivos do prêmio IAP: o de proporcionar a visibilidade das obras dos autores paraenses. Lançado em 2002, o Prêmio IAP de Artes Literárias já publicou 48 obras importantes para a literatura no estado. 

Nomes como Carlos Corrêa Santos, Aílson Braga, Dand Moreira, Vicente Cecim, Daniel Leite, Nilson Oliveira, Guaracy Brito Júnior, Antônio Juraci Siqueira, Aldrim Figueiredo e João Bosco Maia, tiveram livros publicados com o selo do Instituto, fazendo com que o IAP se tornasse referência quando o assunto é o incentivo à literatura. 

Nestes 12 anos, o prêmio conseguiu aumentar o número de categorias literárias envolvidas, de 5 para 8 gêneros, nos quais foram incluídos “ensaio”, “memorialística”, “livro-reportagem” e “dramaturgia”. Devido ao seu aprimoramento, o Prêmio IAP de Artes Literárias tem sido reconhecido nacionalmente e se destacado em importantes publicações, como a do jornal “Cândido” da Biblioteca Pública do Paraná, que coloca o Instituto como “o principal incentivador local de literatura (...) que viabiliza a publicação de diferentes gêneros, além de promover cursos de formação para escritores e agentes de leitura”. 

A partir de 2011, o IAP resolveu homenagear expoentes da literatura paraense, nomeando as categorias com os escritores. Assim cada autor contemplado receberá os prêmios: “Nazareno Tourinho” para dramaturgia, “Haroldo Maranhão” para romance, “Euclides ‘Chembra’ Bandeira” para livro-reportagem, “Max Martins” para poesia, “Heliana Barriga” para literatura infantojuvenil, “José de Campos Ribeiro” para memorialística, “Maria Lúcia Medeiros” para conto e “Vicente Salles” para ensaio. Contemplados da edição 2013.

Na edição deste ano ao todo 11 livros serão publicados com o selo do IAP, dentre eles escritores iniciantes e importantes nomes da literatura paraense como Vicente Cecim, Alfredo Garcia, escritor de Bragança e o jornalista Ismael Machado que recentemente venceu os prêmios nacionais de reportagem: Vladmir Herzog e Líbero Badaró e o também jornalista Marcelo Damaso na categoria “romance”.

Rock Rio Guamá realiza exposição fotográfica

A mostra coletiva sobre cena musical paraense abre na Galeria Gotazkaen, com detalhes artísticos de instrumentos, estilos e performance dos músicos. Arte que também capta a reação do público e os ícones que circulam dentro de cada cena, seus espaços e relações. “I Exposição Coletiva de Fotografia do Rock Rio Guamá – Cena Musical Paraense”, amanhã, 25, a partir das 18h30. 

Além disso, o evento contará com dois pockets shows das bandas “Blocked Bones” e “Black Mariachis”. A entrada é gratuita. 

O objetivo é mostrar de forma coletiva a cena musical, entrelaçando olhares de um fotógrafo mais experiente como Mário Guerrero que tem fotos de mais de duas décadas da cena do rock paraense e mais dois jovens fotógrafos da cena Vinicius Carvalho e José Lucas Neves, com outros fotógrafos selecionados por edital, que são tão apaixonados por música quanto nós. 

São eles Karina Paes, Yasmin Alves, Denys Willians, Antonia Muniz, Ingrid Souza, Anderson Michel e Faria dos Santos. A ideia da organização do Festival “Rock Rio Guamá 2013” de fazer uma exposição fotográfica sobre a cena musical paraense, surgiu da observação de que em todo show há sempre a figura do fotógrafo captando rostos, movimentos e tentando retratar o sentimento momentâneo.

“Sempre tem alguém com uma câmera na mão fazendo fotos com um celular ou câmera profissional e o grande saldo desses olhos observadores é a divulgação dessa rica produção artística do Estado”, diz Raoni Arraes um dos curadores da exposição. 

Serviço
Nesta sexta-feira (25). “I Exposição Coletiva de Fotografia do Rock Rio Guamá – Cena Musical Paraense” Na galeria “Gotazkaen”, às 18h30. Além disso, o evento contará com dois pockets shows das bandas “Blocked Bones” e “Black Mariachis”. A entrada é gratuita. Endereço: Rua Ó de Almeida, 755.

22.10.13

Música na Orla abre com guitarrada nesta sexta

O show de lançamento do 1o DVD de Mestre Vieira, abre, nesta sexta-feira, 25, na Estação das Docas, o projeto Música na Orla que, até domingo, 27, vai trazer ao público apresentações de  Juca Culatra, Adriana Cavalcante, Projeto Charmoso, Strobo e Som de Pau Oco. Sempre a partir das 20h, no Anfiteatro São Pedro Nolasco. 

Idealizador da guitarrada, Mestre Vieira lançará o DVD "Mestre Vieira - 50 anos de guitarrada", o primeiro de sua carreira, gravado, ao vivo, em 2012, no Theatro da Paz. Foram duas noites, em que o guitarrista recebeu convidados especiais para tocar com ele.

Alguns deles, aliás, estarão neste show de lançamento, como Os Dinâmicos, Lia Sophia, Luiz Pardal, Mestre Curica entre outros. Essa festa acontece às vésperas do aniversário de 79 anos de Mestre Vieira, oficialmente comemorado no dia 29 de outubro. A programação do Música na Orla traz também outros artistas.

Conhecido no cenário nacional da música independente, o paraense Juca Culatra é atração do sábado, 26, do Música na Orla. Ao lado da banda Piranhas Pretas, Juca traz ao público a coletânea Ritmos do Pará, uma nova roupagem dos clássicos do brega com um toque roots, que originou o “Breggae”. 

“A idéia desse novo projeto é mostrar alguns dos mais conhecidos hits do brega saudade, que fizeram muito sucesso no Pará, agora em novas versões, num estilo jamaicano”, explica o músico sobre o trabalho. A cantora Adriana Cavalcante fecha a noite, com show a partir das 20h. No domingo, 27, o batuque do curimbó vai ecoar no Anfiteatro São Pedro Nolasco. 

O grupo Som de Pau Oco abre a última noite da programação, a partir das 18h, com repertório autoral. Em seguida, sobem ao palco Nana Reis e o DJ Pro.efx à frente do Projeto Charmoso. A banda Strobo encerra a coletânea Ritmos do Pará com seu experimentalismo sonoro regado à zouk, guitarrada, carimbó, cumbia e música instrumental.

Idealizado em 2012 pela Organização Social Pará 2000, que administra a Estação das Docas, o projeto Música na Orla busca aproximar a população da música produzida no Pará, e durante três dias de cada mês reúne diferentes atrações na orla da Estação, divididas entre as coletâneas: “Jazz”, realizada em setembro; “Ritmos do Pará”, em outubro; e “Samba e Choro”, em novembro, fechando a programação. 

“Teremos nesta coletânea uma mostra do que há de melhor na música popular, ressaltando toda a nossa diversidade cultural. Nosso objetivo é valorizar a cultura do Pará e levar até a população programação de qualidade e gratuita. O Música na Orla é um projeto já consagrado pelo público e oficializado no calendário da Estação”, comenta a presidente da OS Pará 2000, Gabriela Landé. 

PROGRAMAÇÃO

Dia 25/10 (sexta-feira): 20h – Mestre Vieira e convidados
Dia 26/10 (sábado): 19h – Juca Culatra 18h – Adriana Cavalcante
Dia 27/10 (domingo)
18h – Som de Pau Oco
19h – Projeto Charmoso 20h – Banda Strobo Serviço: “Música na Orla – Ritmos do Pará”

Serviço
Música na Orla. De sexta, 25, a domingo, 27, a partir das 18h, no Anfiteatro São Pedro Nolasco, da Estação das Docas (Av. Boulevard Castilhos França, s/n - Campina). Informações: (91) 3212.5525 Entrada gratuita. Por Camila Barros/ Ascom OS Pará 2000. Fotos: Everaldo Nascimento.

21.10.13

Ismael Machado: prêmios e indicação ao ESSO

Quarto prêmios conquistados e mais uma indicação ao ESSO de Jornalismo. Há quatro meses, mais enfaticamente, que Ismael Machado vê suas séries de reportagens figurarem entre as melhores do país, sem falar na premiação literária do Instituto de Arte do Pará, que ele acaba de arrebatar, na categoria reportagem. Nesta terça-feira, 22, em São Paulo, ele receberá o Prêmio Jornalístico Vladimir Herzog de Anistia e Direitos Humanos, que chega a sua 35ª edição. A solenidade será às 19h30
, no Auditório Simon Bolívar do Memorial da América Latina. Antes de viajar, porém, o jornalista conversou com o Holofote Virtual.

Mergulhado na Amazônia, Ismael Machado vem cobrindo de maneira diferenciada a região. O olhar atento e a sensibilidade de um jornalista que traz a literalidade nas veias, ele leva através das palavras, o leitor para o cotidiano real dos que vivem o dia a dia ribeirinho ou urbano, no Pará.

Nos últimos meses, em meio a uma greve de jornalistas e a semana agitada do Círio de Nazaré, o reconhecimento de seu trabalho, que vem sendo evidenciado nacionalmente, teve novas repercussões. Em julho, ele venceu o I Prêmio Paraense de Jornalismo Científico, com uma série que abordou o problema da água e do saneamento em Belém e alguns outros municípios.

“Importante porque é a primeira edição desse prêmio. Já vale pelo ineditismo”, diz Ismael. Em setembro saiu o resultado do Prêmio Líbero Badaró, no qual ele havia inscrito duas séries de reportagens, o “Dossiê Curió”, menção honrosa ano passado no Prêmio Vladimir Herzog.

“Quando anunciaram que eu era finalista, já achei uma grande vitória, porque a concorrência era com pesos pesados como O Globo, Folha de São Paulo e Zero Hora, por exemplo. O Diário era o único do norte, nordeste e centro-oeste. Acabou que levamos”, diz Ismael.

Recebendo prêmio em 2012
Logo em seguida veio mais uma premiação, o Vladimir Herzog, no qual o jornalista levou o primeiro lugar, na categoria Jornal, com a série Os Suruí e a Guerrilha do Araguaia, trazendo a premiação também para à equipe do Diário do Pará, que o acompanhou. 

“Foram 89 reportagens inscritas na categoria impresso, se não me engano, vindas de todas as partes do país”, lembra o repórter.

Anualmente, o Vladimir Herzog premia nove categorias: Artes, Fotografia, Jornais, Rádio, Revista, Internet, TV – Documentário, TV – Jornalismo e Tema Especial. Já foram agraciados com o Herzog, inúmeros profissionais que militam nos principais veículos impressos e eletrônicos do país. Na capital paulista, Ismael Machado vai participar de uma programação extensa, que inclui roda de conversa com os vencedores, gravada e depois exibida no programa Observatório da Imprensa e a participação no Seminário Internacional sobre Violência Contra Jornalistas.

Já estão confirmadas as participações de Jim Boumelha, presidente da Federação Internacional dos Jornalistas (FIJ); Celso Schröder, presidente da Federação dos Jornalistas da América Latina e Caribe (FEPALC) e da Federação Nacional dos Jornalistas (FENAJ); da jornalista mexicana Anabel Hernández (“Os Senhores do Narco”); e do presidente executivo do Newseum e Freedom Forum de Washington D.C., James C. Duff. Foram os ideais democracia, justiça e liberdade que motivaram a criação do Prêmio Vladimir Herzog.

A primeira edição, lançada 1978, três anos do assassinado do jornalista, nas dependências do DOI/CODI, em São Paulo, marcava o surgimento do primeiro prêmio jornalístico explicitamente antifascista do país, sendo um dos mais antigos do Brasil vinculado à luta pelos Direitos Humanos e Cidadania. Além do Herzog, Ismael Machado está entre os finalistas do Prêmio Esso, concorrendo com duas series. Além da já premiadíssima “Suruí…” e a reportagem “Marcadas para morrer”, sobre mulheres na luta do campo ameaçadas de morte. O resultado do Esso será divulgado no dia 13 de novembro.

Já não bastasse isso tudo, na semana passada, surge mais uma conquista de Ismael, o Prêmio IAP de Literatura, na categoria livro-reportagem, com ‘Golpes, contragolpes e guerrilhas: o Pará e a ditadura militar’, onde ele faz um recorte de 64 a 89 no Pará. Na entrevista que segue, o jornalista fala das premiações, reflete sobre o jornalismo atual e dá sua opinião sobre as tomadas de decisões do Diário do Pará em relação aos profissionais que gritaram por seus direitos na recente greve dos jornalistas do Pará.

Dedicação ao jornalismo na Amazônia
Holofote Virtual: Um prêmio já é uma felicidade. Foram quatro prêmios e mais uma indicação. Imagino e também não faço ideia. Como estás te sentindo?

Ismael Machado: Há uma sensação de estar fazendo a coisa certa e do jeito certo. Esse é um ponto. O outro é o aumento de um reconhecimento profissional que vem num crescendo. Mas ao mesmo tempo, a sensação de felicidade não é totalmente completa por conta do turbilhão de coisas vividas recentemente no Diário do Pará, que acarretaram alguns problemas.

Holofote Virtual: O jornalismo literário no Brasil é uma tendência?

Ismael Machado: Não sei. O que penso é que ele é uma boa saída para os jornais impressos por fugir da instantaneidade da notícia e por ir fundo nas histórias. É um caminho que gosto de trilhar, tropeçando aqui e ali, mas aprendendo a fazer.

Holofote Virtual: E o que dizer de estar na Amazônia fazendo jornalismo? 

Ismael Machado: Que estamos no melhor lugar do mundo para se fazer reportagens, mas que não conhecemos absolutamente quase nada dessa região".


Com Marina Silva
Holofote Virtual: Há mais uma indicação a prêmio, o ESSO, por duas reportagens. Os Suruí e a Guerrilha do Araguaia e Marcadas para Morrer. Podes falar um pouco a respeito delas?

Ismael Machado: A dos Suruí remete ao período da ditadura militar e da Guerrilha do Araguaia. Nos anos 70 esses índios tiveram as terras invadidas pelos militares e foram obrigados a caçar guerrilheiros comunistas. Há relatos de violência dos mais diversos tipos. A reportagem conta essa história. O ontem e o hoje dos Suruí.

A série ‘Marcadas para morrer’ trata da questão da luta pela terra no sudeste do Pará. De uma lista de 38 pessoas ameaçadas de morte, num levantamento feito pela Comissão Pastoral da Terra, dez eram mulheres. Fui atrás de cada uma delas e tracei um perfil, mostrando um pouco do cotidiano de quem vive sob a sombra da morte, da ameaça, da violência. Essa reportagem foi feita numa parceria inédita do Diário do Pará com a agência Pública de Jornalismo Investigativo, uma das saídas que vejo para as grandes reportagens.

Na Rio +20 (foto: Everaldo Nascimento)
Holofote Virtual: O Diário do Pará, jornal em que você escreve, parece não estar em sua melhor fase, depois de ter dispensado e mexido em seu time de profissionais por causa da recente greve. Você, como repórter especial do jornal, teve qual conduta em meio a isso?

Ismael Machado: É complicado falar disso, mas sim, apoiei a greve, apesar de não passar pela mesma situação dos repórteres que encabeçaram o movimento. Mas como deixei bem claro à chefia no período, o meu lado do balcão é o de cá, ao lado dos repórteres, de quem, com talento, ajuda o jornal a ser o que é hoje. Isso não quer dizer e nem significa que há deslealdade contra o jornal. Pelo contrário. Sou leal ao jornal, mas isso não significa que vá assinar embaixo de atitudes que considero erradas e injustas.

Não faço julgamentos morais de quem aderiu ou não ao movimento grevista dentro do jornal, mas faço sim, quando após a greve, colegas aceitam ocupar funções que não foram conquistadas pelo esforço e sim como retaliação aos grevistas. Ou quando esses mesmos colegas que não apoiaram a greve, mas serão beneficiados pelos resultados dela, aceitam bônus financeiro por não terem participado do movimento. São pequenas coisas que determinam o teu lugar ético na história. E é lamentável que isso ocorra.

Varando rios e florestas
Holofote Virtual: Houve retaliações ....

Ismael Machado: Acho que houve, desde o início, um péssimo ‘conselho de orientadores’ à direção do jornal em relação ao movimento. Acho que faltou o chamado ‘gestor de crises’. Tanto antes, como durante e agora, depois do fim do movimento. Acabou o jornal fechando um acordo que aumenta em 50% o valor do salário dos repórteres, fotógrafos etc.

Ora, no dia seguinte eu teria colocado um anúncio de página inteira no jornal. Afinal, qual foi a categoria que ganhou esse percentual no Brasil? Na semana de recomeço de trabalho teria reunido todo mundo e buscado remendar minimamente as fraturas. Mas o que ocorre? A mesquinharia pequena de retaliações. Isso é muito atrasado, coisa de quem na redação não age como liderança efetiva. Isso é um fato.

No meu caso, o discurso no Líbero Badaró em homenagem aos profissionais que estavam em greve, foi visto em alguns setores internos como uma traição ao jornal. Bobagem. O jornal já estava exposto na mídia nacional pela inabilidade na condução do movimento. Pela miopia e pela omissão entranhada em algumas pessoas que estavam do lado de lá do balcão, mesmo que na origem esqueçam que na verdade estão do lado de cá.

Faltou uma liderança efetiva no sentido amplo e faltou alguém que realmente soubesse gerenciar crises naquele momento tão importante. O jornal poderia se orgulhar de ter tido algo tão adequado à democracia, mas perdeu a oportunidade por fazer mais do mesmo nessa hora.

Lançamento do livro "Sujando os Sapatos"
Holofote Virtual: Pois é. Eu estaria comemorando e gritando aos quatro ventos... Você acaba de receber inúmeras premiações que ligam seu nome ao do jornal. O Diário também te deu apoio ao lançamento de seu livro "Sujando os sapatos - O caminho diário da reportagem”, que reúne grandes reportagens, também publicadas no jornal. Você apoia a greve dos colegas de redação, e acaba sendo atingido. Não te parece tudo uma ironia?

Ismael Machado: Penso que retribuo o apoio recebido com um trabalho de qualidade, de responsabilidade e de profissionalismo. Ou seja, houve uma troca. Tenho levado o nome do Diário a ficar em pé de igualdade com os grandes jornais do país. Podes dizer que isso é fruto de um trabalho de equipe. Sim, é, mas isso por si só não garante nada, se não houver iniciativa, boas ideias, qualidade na reportagem, ousadia de cair na estrada.

Há um trabalho muito solitário de diariamente ficar tentando catar uma história que renda, que dê fruto. E depois começar a produzir essa pauta. Essa produção, no sentido amplo, é feita por mim também. Mas é isso que me cabe enquanto repórter especial. É para isso que existimos no contexto de um jornal. É por isso que ele, o repórter especial, precisa ficar afastado das matérias do dia.

É necessário esse tempo maior, essa maturação. E o resultado é a possibilidade de o jornal ter uma visibilidade nacional. Por conta desse trabalho, o Diário encabeçou os principais prêmios jornalísticos do país esse ano.

Novos planos e horizontes
Holofote Virtual: Premiações, reconhecimento e novos projetos. Quais seus planos a partir de agora?

Ismael Machado: Não tenho pensado muito nisso. Na verdade, o que penso como plano é tentar continuar a fazer o que faço, sem que haja interferência negativa no caminho. Isso não ocorrendo, já é uma grande ajuda. Tem um documentário sobre o músico Pio Lobato, sendo feito devagar, já que sem recursos, tem o livro que o IAP vai publicar ano que vem, tem uma ideia de outra coletânea de reportagens.

Fiz algo novo pra mim que foi escrever uma peça de teatro, adaptada do meu primeiro livro, o Vapor Barato. Estou começando a discutir com a jornalista Ângela Gomes um documentário a quatro mãos. Planos há muitos. Ideias não faltam. Vamos ver o que acontece.


18.10.13

Roda de Carimbó celebra parceria inédita

A Universidade Federal do Pará se une à Campanha do Carimbó Patrimônio Cultural Brasileiro, por meio do Programa COROATÁ, e realiza, nesta sexta-feira,18, uma Roda de Carimbó, na beira do Rio Guamá, na Capela Universitária da UFPA, a partir das 18 h.

A ideia é celebrar a parceria entre o Movimento Carimbozeiro e a Universidade na realização do Ciclo de Formação de Agentes Culturais do Carimbó, uma iniciativa que visa promover oficinas para lideranças e protagonistas dos grupos e comunidades de Carimbó da região do Nordeste Paraense. 

A ação Coroatá-Carimbó é resultado da aliança firmada entre o Programa Coroatá, realizado pela UFPA através da Pró-Reitoria de Extensão e o Instituto de Ciências da Arte, e os mestres e ativistas da Campanha do Carimbó, com o objetivo de fomentar o fortalecimento da autonomia e protagonismo das comunidades e grupos carimbozeiras envolvidas em relação à gestão e planejamento de seus projetos e ações. 

As oficinas acontecerão em comunidades do interior, como Santarém Novo, Marapanim e Vila de Fortalezinha/Maracanã no período de outubro a dezembro de 2013. Entre os temas a serem trabalhados nas oficinas estão: Planejamento Comunitário, Elaboração de Projetos Culturais, Turismo Cultural de Base Comunitária e Conhecimentos Tradicionais e Direito Autoral. 

Dentro do calendário de realização algumas oficinas ocorrerão dentro da programação de eventos das comunidades, como os festivais Zimbarimbó em Marapanim (5, 6 e 7/dezembro) e o Fest Rimbó em Santarém Novo (13, 14, 15/dezembro). 

A Roda de Carimbó do Coroatá-Carimbó de lançamento da iniciativa terá a participação de mestres carimbozeiros de várias localidades, como Belém (Icoaraci, Ananindeua, Marapanim, Santarém Novo, entre outras. 

Serviço
Roda de Carimbó COROATÁ-CARIMBÓ. Sexta (18/10/2013) - 18h, na Capela Universitária da UFPA - Campus Universitário do Guamá/Belém. Contatos: (91) 9982-8765 - Luciane Bessa (Coroatá/UFPA) (91) 8722-9502 - Isaac Loureiro (Campanha do Carimbó).

16.10.13

Espetáculo musical mineiro no Theatro da Paz

“Travessia” representou o Brasil nos 50 anos da Unesco, em Paris e agora chega a Belém para duas apresentações, nos dias 23 e 24 de outubro, às 20h, no Theatro da Paz. Os ingressos já à venda na bilheteria, à preços populares, de R$ 10,00 a R$ 30, 00, com meia entrada para estudantes e gratuidade para idosos. 

Há mais de 30 anos na estrada, vindo da cidade de Barbacena, em Minas Gerais, o grupo "Ponto de Partida" traz na bagagem "Travessia", que além de Paris, nos seus mais de 20 anos em cartaz, já foi apresentado em centenas de cidades brasileiras e também na África- na reinauguração do Teatro Avenida, em Angola, após a revolução, e na América do Sul, tornando-se o espetáculo mais assistido da trupe. 

Em sua passagem por Paris, foi aclamado como “um espaço mágico onde o público e os artistas celebram a vida”, pois Travessia não é apenas um show e também não é teatro. É uma mistura saborosa que leva o espectador por uma viagem. Ele conta a história do trabalho, da luta e da festa do povo brasileiro e faz um passeio por nossa música em grande companhia: Villa Lobos, Tom Jobim, Chico Buarque, Milton Nascimento, Caetano Veloso, Elomar, Gonzaguinha. 

Em “Travessia”, o grupo formado por 22 pessoas, entre atores, músicos e técnicos, continua sua pesquisa de linguagem em que o ator é o centro da encenação. Ele canta, dança, interpreta, empresta seu corpo para desenhar o espetáculo. O palco está nu e os elementos de cena tanto são signos para leitura do espetáculo, como instrumentos de percussão. 

Com 32 anos de trajetória, o Ponto de Partida estabeleceu-se como uma referência na investigação teatral. Pesquisou e desenvolveu uma linguagem única para musicais brasileiros e adaptou para o teatro obras de autores como Guimarães Rosa, Carlos Drummond de Andrade, Jorge Amado, Manoel de Barros, Adélia Prado, Bartolomeu Campos de Queirós e compositores como Milton Nascimento e Chico Buarque, construindo uma dramaturgia inédita. 

O grupo formou-se tecnicamente com os principais nomes do país - Fernanda Montenegro, Sérgio Britto, Cacá Carvalho, Jorginho de Carvalho, Babaya, Gilvan de Oliveira, para citar alguns. E é também o responsável pela criação e coordenação dos projetos Coro Meninos de Araçuaí, Bituca: Universidade de Música Popular e Corredor Cultural Ponto de Partida. 

A turnê com o musical Travessia, que começou em Vitória, passou por Belo Horizonte, Salvador, Recife, Aracaju e, ainda, passará por Manaus e Porto Alegre. 

Patrocínio: Ministério da Cultura e Vivo. Produção local: Três Cultura Produção Comunicação. Realização: Grupo Ponto de Partida. Apoio: Hotel Radson, Rádio Unama e Rede Cultura de Comunicação. Mais informações sobre o grupo: http://issuu.com/tr3sprodutora/docs/release_ponto_de_partida_-_2012 

TRAVESSIA - GRUPO PONTO DE PARTIDA
  • Elenco - Carolina Damasceno, Dani Costa, Érica Elke, João Mello, Júlia Medeiros, Lido Loschi, Lourdes Araújo, Pablo Bertola, Regina Bertola, Renato Neves e Soraia Moraes.
  • Banda - Gilvan de Oliveira – violão / Serginho Silva - percussão.
  • Roteiro - Texto - Regina Bertola.
  • Trilha sonora - Branca - Luiz Gonzaga e Humberto Teixeira; O Cio da Terra - Milton Nascimento e Chico Buarque; Arrumação – Elomar; Bola de meia, bola de gude - Milton Nascimento e Fernando Brant; Fé cega, faca amolada - Milton Nascimento e Ronaldo Bastos; Maracangalha - Dorival Caymmi; Trenzinho do caipira - Villa Lobos e Ferreira Goulart; Maria, Maria - Milton Nascimento e Fernando Brant; Texto - Adélia Prado ; Os Argonautas - Caetano Veloso; Tanto Mar - Chico Buarque; Arrastão - Edu Lobo e Vinícius de Moraes; Lamento Sertanejo - Gilberto Gil e Dominguinhos; Cajuína - Caetano Veloso; Cantiga de Caicó - Tema folclórico; Casamento dos pequenos burgueses - Chico Buarque; Terezinha - Chico Buarque; Templo - Chico César Águas de Março - Tom Jobim; Procissão - Gilberto Gil; Deus lhe pague - Chico Buarque; Galope – Gonzaguinha; Baião - Luiz Gonzaga e Humberto Teixeira; Aquarela do Brasil (Vinheta) - Ary Barroso; Isso aqui é o que é - Ary Barroso; O que é, o que é – Gonzaguinha; Pout-pourri de sambas. 
FICHA TÉCNICA
  • Concepção e direção - Regina Bertola; Direção musical e arranjos - Gilvan de Oliveira; Preparação vocal – Babaya; Figurino - Alexandre Rousset; Iluminação - Jorginho de Carvalho; Técnico e operador de luz - Rony Rodrigues; Assistente técnico - Ronaldo Pereira; Design gráfico - Diego Ribeiro; Produção gráfica - Dani Costa; Produção executiva - Fátima Jorge; Assistência de produção - Diego Ribeiro, Karine Montenegro e Ronaldo Pereira; Equipe de divulgação e mobilização - Carolina Damasceno, João Melo e Lido Loschi; Administração - Dulce Dias e Fernanda Fróes; Assessoria de imprensa e produção local - Três Cultura Produção e Comunicação; Assessoria de imprensa nacional - Vicente Negrão; Coordenação de Produção - Júlia Medeiros e Pablo Bertola; Direção geral - Regina Bertola; Patrocínio – Vivo; Realização - Ponto de Partida. 
Serviço
Dias 23 e 24 de outubro - quarta e quinta-feira, às 20 horas. Theatro da Paz - Rua da Paz, s/n - Centro - Belém-PA. Duração: 60 minutos. Classificação: Livre. Ingressos: Frisa , Camarote de 1ª, Plateia e Varanda R$ 30,00/ R$ 20,00: camarotes de 2ª e Galerias / Paraíso: R$ 10,00 (com meia entrada em todos os valores). Informações: (91) 4009-8758 / 8759.