31.3.11

A noite é de samba no projeto Quinta Musical

Realizado pelo Ponto Amazônico de Cultura Viva, o projeto recebe hoje a voz e o violão de Luciano Lira, que vai apresentar um show de música brasileira, com destaque para o samba, a partir das 19h, no Hilton Belém.

Eclético em seu repertório, as apresentações de Luciano Lira trazem obras de grandes sambistas, como Adoniram Barbosa, Moreira da Silva, Bezerra da Silva, e ícones como Pixinguinha, Noel Rosa e Cartola, sem deixar faltar canções de Chico Buarque e Caetano Veloso, Vinícius de Moraes e Baden Powell, passando ainda por compositores mais de vanguarda, como Sérgio Sampaio, Waly Salomão, Ednardo, Arnaldo Baptista (Mutantes), Tom Zé e Arnaldo Antunes.

Outras grandes expressões da música pop como Nando Reis, Cássia Eller, Chico César, Raul Seixas e Los Hermanos também são revisitados, configurando-se uma apresentação de qualidade para um público diverso. Vale lembrar que em sua trajetória, o rock se faz presente. De carreira meteórica, em 2002, o músico chegou a formar a banda autoral “Almirante Gotha”, com os músicos Fabrício Dantas (baixista da banda Garagem 32), Felipe Dantas (baterista da banda Aeroplano) e Rafael Grigório (guitarra).

Com trabalho, hoje, voltado principalmente à música brasileira, o músico já fez apresentações em vários espaços de Belém, como D. Visconti e Estação das Docas. Em 2010, participou de eventos, como o projeto Fundo Ver o Sol, da prefeitura de Belém, e o Canto da MPB, nas praças de alimentação dos shoppings Castanheira e Iguatemi.

De veia autoral Luciano Lira compôs a música do jingle Grito Ribeirinho, programa da Rádio Web da UFPA, para o qual também fez a direção musical em parceria com o músico  Givaldo Pastana, violonista da Vila dos Cabanos (Barcarena).   E atualmente está fazendo, em parceria com  o violinista Armando de Medonça, a direção musical  e trilha sonora de um dos espetáculos do GTU – Grupo de Teatro Universitário da Escola de Teatro e Dança da UFPA (ETDUFPA), onde também cursa a graduação em teatro. 

Serviço
Em cartaz há cinco anos, as apresentações do projeto Quinta Musical estão acontecendo na pérgula da piscina do Hilton Belém, sempre na última quinta-feira de cada mês, das 19h às 20h30, com entrada franca, e com patrocínio do hotel, via Lei Tó Teixeira. Mais informações: 91 8134.7719 e 91 8115.5642.

30.3.11

Musica para Ler no Espaço Benedito Nunes da Saraiva

Arthur Nogueira (Foto: Daniel Pereria)
Quem curte a boa companhia de Arthur Nogueira e a excelente programação musical feita por sua equipe para o  programa Conexão, da Rádio Cultura do Pará (93.7), de segunda a sexta, pela manhã, não deve perder a apresentação do compositor nesta sexta-feira, 01 de abril.

"Música para ler" é, originalmente, o nome do blog do cantor e compositor paraense Arthur Nogueira, onde ele organiza - sem pretensões - uma espécie de antologia poética, com textos de autores que admira, o que vai se refletir  na  apresentação lítero-musical que o músico leva à Livraria Saraiva (Boulevard Shopping) nesta próxima sexta-feira, dia 01, às 19h30, no Espaço Benedito Nunes.

"Resolvi dar esse nome porque, além de cantar, quero fazer jus ao ambiente da livraria e ler poemas de autores caros ao meu trabalho, recorrentes no blog", explica. Carlos Drummond de Andrade, Waly Salomão, Manuel Bandeira e Ana Cristina Cesar estão entre os poetas pinçados por Arthur Nogueira. 

Ao lado de Renato Torres (violão), ele também vai cantar composições suas, do CD "Mundano" (2009) e do EP virtual "Mundano+" (2010), e uma inédita, chamada "Estudo para chão". "É minha primeira parceria com o Omar Salomão, filho do Waly", conta. 

"Tenho muitas coisas novas, por conta de um disco que pretendo gravar ainda esse ano. A ideia era manter o repertório velado, mas decidi com o Omar que seria bacana testar a canção na livraria", diz Arthur, que conheceu o poeta em 2010, no Rio de Janeiro.

Em fase de pré-produção, o novo álbum não tem previsão de lançamento, mas o título é inspirado na obra de Age de Carvalho, autor paraense que reside na Europa. "Ele autorizou e tô em fase de elaboração do projeto", diz.

Pretendo fazer um disco de conexões com artistas de fora do Pará e reafirmar a importância da poesia na minha música. Vejo que praticamente todos os meus parceiros, novos ou antigos, são poetas", completa.

Aos 23 anos, dos quais 07 dedicados à carreira artística, Arthur Nogueira tem canções em parceria com Antonio Cicero, Dand M, Vital Lima, entre outros autores. Possui 02 álbuns lançados - "Arthur Nogueira" (2007) e "Mundano" (2009), e um EP virtual - "Mundano+" (2010). Além da música, publicou poemas em veículos importantes, como a Revista Cult (SP), e integra a equipe de produção da Rádio Cultura (PA).

"Nada será como antes" com Juliana Sinimbú

Canções inesquecíveis como "Para Lennon e McCartney", "O Trem Azul", "Manoel, o Audaz", "Fé Cega, Faca Amolada", "Saudade dos Aviões da Panair", entre outras, estão na temporada do show Nada Será como Antes, toda quarta-feira, no Bar Municipal.

Esta semana uma convidada especial. A cantora Juliana Sinimbú se apresenta ao lado dos músicos Renato Torres (voz e violão) e Rodrigo Ferreira (teclado e voz), que vem apresentando ao público parte do universo lírico e extremamente musical da geração de músicos mineiros que se reuniu em torno de Mílton Nascimento - especialmente Lô Borges, Beto Guedes e Toninho Horta - e que ficou pra história como o Clube da Esquina. 

O nome do grupo foi idéia de Márcio Borges, letrista e irmão de Lô, que ao ouvir a mãe perguntar dos filhos, ouvia a mesma resposta: "Estão lá na esquina, cantando e tocando violão". As canções são executadas no formato clássico de voz, cordas e teclado, inspirado pela célebre apresentação de Mílton e Wagner Tiso para a TV, no Acústico na Suíça (1981). 

De acordo com  Renato Torres, “a ideia surgiu naturalmente entre os músicos, que compartilham de grande admiração pelos mineiros, pelos quais se afirmam bastante influenciados”.

Serviço
"Nada será como antes". Nesta quarta-feira, 30, no bar Municipal, a partir das 22h. O espaço fica na Rua Municipalidade, 1643, com a Soares Carneiro.

Vários projetos do Pará contemplados pela Oi Futuro

"Xumucuís", de Valdir Sarubi, que inspirou nome do salão digital, um dos aprovados
Este ano o Pará teve mais projetos aprovados pela Oi Futuro. Dos 187 projetos, aprovamos 12, nas áreas de cinema, música, dança, cultura popular e artes visuais. 

Ainda não foi a vez do teatro. Mas atenção que os projetos só terão a confirmação do patrocínio com a apresentação da aprovação válida na lei de incentivo indicada pela Oi Futuro, no nosso caso a Lei Semear.

Caso comprovem a aprovação em lei de incentivo, serão realizados este ano, com o patrocínio da OI:  Amazônia Doc 3 - Festival Pan Amazônico de Cinema; Cine Periferia Pai D´ Égua (ambos em cinema); Crias do Futuro (artes visuais); o Documentário Mestre Damasceno: O Resplendor da Resistência Marajoara (Cultura Popular); Festival do Carimbó de Marapanim - O Canto Mágico da Amazônia (Cultura Popular); Festival de Música e Poesia do Pará Ano 2 (música); Festival Folclórico do Sairé - Alter do Chão (Cultura Popular); Fida - Festival Internacional de Dança da Amazônia (dança); Fotoatividades (Artes Visuais); II Noites Com Sol (Música); Prêmio Curupira de Música Independente da Amazônia (música) e o I Salão de Arte Digital Xumucuis (Artes Visuais)

29.3.11

Coletivo Rádio Cipó inicia turnê nacional por São Paulo com disco novo e parceria inétina

Com disco novo e parceria inédita a caminho, o Coletivo Rádio Cipó comemora os 10 anos de carreira com turnê nacional começando por São Paulo, nesta quinta-feira, 31, no projeto “Bandas de Lá - Pará Cá”, promovido pelo Sesc Pompéia, que também vai receber Mestre Vieira e Pio Lobato, além do DJ Waldo Squash + Maderito + Gang do Eletro e Pinduca. Em Belém, o CRC faz o show de lançamento do novo trabalho, “Faroeste Samba Dub”, em maio, dia 07, no bar Fuxico.

Em fase de pré-produção, o álbum promete mostrar um amadurecimento e o enriquecimento do Coletivo Rádio Cipó em relação as suas influências musicais: rock´n´roll, funk 70’s e eletro disco, samba e brega beats, ska roots e big band dos anos 30, afrobeat e high life, reggae “marolado” e dub “recheado”.

Com uma essência toda particular, “Faroeste Samba Dub” seguiu a tradição do CRC e vem sendo feito caseiramente, temperado ao molho exclusivo maturado por sua trupe – que agora também conta com figurinha nova.

Como contar a história de velhos caboclos paraense em uma visão universal e espacial? Pois o Coletivo tentou e conseguiu. “Faroeste Samba Dub” apresenta a mais nova parceria do CRC, Rato Boy e Seu João. Além de cantar e compor no Coletivo, Rato Boy é profissional da radiodifusão, locutor de FM em uma Rádio universitária da região metropolitana de Belém.

Foi lá que conheceu João Rocha (brasileiro, casado, professor de história e motorista da empresa). Seu João, como é mais conhecido pelos alunos da instituição, já foi de tudo um pouco na vida: vendedor ambulante, coroinha de igreja e até membro de uma das gangues de rua mais temidas de Belém na década de 1970, "a turma da bailik".

Seu João compôs sua primeira música aos nove anos de idade, durante uma visão que teve de Deus no quintal de sua casa. Desde então, não parou mais de compor e criar. Entre uma pauta e outra, João tira o violão da sacola e não demora a compor canções inéditas que vão do protesto ao amor, além de situações cotidianas, sempre com base em sambas de breque e rock meio jovem guarda.

Foi desse ineditismo que surgiu a parceria entre Rato Boy e Seu João. Músicas como "Este samba que eu faço", “Espaçonave de madeira”, “Raio-X de patrão” e “Juliano” são exemplos dessa parceria musical permeada numa grande amizade, que agora será compartilhada com o resto do Universo através do disquinho novo.

No show que faz em São Paulo esta semana, o CRC preparou para o repertório, trilhas de filmes de Faroeste (Morricone Dub), uma homenagem ao pai do afrobeat, FELA KUTI, além de muito samba, rock, beats e samplers. Isso, pra não falar das cervejas, otras cositas más e alegria de sobra. Não é todo dia que se comemora 10 anos, afinal... como se todos os dias não fossem assim.

Como não podia deixar de ser nesta grande família, portanto, o show terá convidados ilustres e já pratas da casa (dizia vovó, não se mexe em time que está ganhando – uniforme novo, no entanto, é sempre bom): o lendário gaitista Mestre Laurentino, com músicas novas do seu primeiro CD Lourinha Americana; a Diva do Carimbó Chamegado, Dona Onete, com repertório cheio de desejo, tesão, amor e magia contagiante de boleros e chamegos; o jazzman fusion crazy Daniel Dellatuche, atacando em solos de trompete; o instrumentista Jó Ribeiro, acompanhando de seu trombone; e, é claro, o cantor e compositor Otto.

Inédito - Pela primeira vez juntos no mesmo palco, os paraenses do Coletivo Rádio Cipó com os paulistas da banda Projeto Nave, criando uma conexão sonora espacial Belém-São Paulo, além do convidado especial pela curadoria do SESC Pompéia: Mestre Manezinho do Sax, torando lambadas, zouks, cúmbias e ritmos do Pará em seu saxofone. Cá pra nós, melhor não marcar touca. Os convites são limitados.

Detalhe dos mais importantes: o projeto “Bandas de Lá - Pará Cá”, não satisfeito em levar o Coletivo Rádio Cipó a São Paulo, resolveu ainda escalar Mestre Vieira e Pio Lobado com o grupo Mestres das Guitarradas, no dia seguinte, sexta-feira, 01 de abri, e fechar com DJ Waldo Squash + Maderito + Gang do Eletro e Pinduca, no sábado. Ou seja: é o Pará na fita e vamo que vamo!

São Paulo, como já foi dito, será apenas o começo – e com direito a bis no dia 12, quarta-feira, no SESC Vila Mariana, durante o Seminário Internacional “Emoção e Imaginação – O sentido e as imagens em movimento”, realizado pelo SESC São Paulo em parceria com a Universidade Livre de Berlim, o Centro Interdisciplinar de Semiótica da Cultura e da Mídia (CISC)/Comunicação e Semiótica (COS)/PUC-SP e o Goethe-Institut.

Outras cidades já estão confirmadas: Conexão Vivo em Belo Horizonte, no semestre que vem; três dias de shows no Rio Janeiro, em agosto, no palco do OI FUTURO SOM; I Festival Internacional de Reggae na Ilha, em outubro, no Maranhão – nova casa de parte da família CRC, por sinal; e novamente São Paulo (o estado, dessa vez), a partir de junho, quando farão seis shows nos SESC´s espalhados pelo interior.


(com informações do CRC)

Canaã dos Carajás realiza mostra de cinema

Serão dois dias de programação intensa voltada ao debate a à exibição de cinema brasileiro. A I Mostra de Cinema Brasileiro de Canaã dos Carajás acontece nos dias 1 e 2 de abril, na Casa da Cultura do município, no sudeste do Pará.

O evento também vai oferecer à população debates sobre a produção audiovisual, além de exibição de curtas, médias e longas metragens dos mais diversos gêneros como ficção, documentário e animação.

Estão na programação filmes paraenses como A Onda - Festa na Porrooca (Cássio Tavernard), Brega S/A (Vladmiri Cunha e GUstavo Godinho) e episódios do programa Catalendas, produzidos pela TV Cultura do Pará em parceria com o grupo In Bust Teatro com Bonecos.  As sessões voltadas ao público infantil acontecerão paralelamente à mostra para o público adulto.

A realização da I Mostra de Cinema de Canaã dos Carajás é da Casa da Cultura de Canaã dos Carajás em parceria com o Labirinto Cinema Clube. A mostra deve se estender durante o ano com uma programação audiovisual para o município.

PROGRAMAÇÃO

Dia 1º/04

Mostra de Cinema Brasileiro
Pátio externo – Sessão 12 anos
19 h – Debate: Produzindo um curta-metragem
19:45 h – Sessão 1 :

Mapa da Mina Carajás - Doc. 35’
Direção: Vitor Lopes
20:30 h – Sessão 2:

Marcovaldo – Fic. 14’
Direção: Cíntia Langie e Rafael Andreazza
21:00 h – Sessão 3:

O Pasquim – a subversão do humor – Doc. 44’
Direção: Roberto Stefanelli

Mostra Paralela – Curtas infantis
Auditório - Sessões livres

Catalendas
A onda – A festa na pororoca
Eu queria ser um monstro
Ernesto no país do futebol

Programação Dia 2/4

Mostra de Cinema Brasileiro
Pátio externo – Sessão 12 anos
19 h – Debate: A Produção Audiovisual em Canaã

19:30 h – Sessão 1 :
Da banca pra fora - Doc. 20’
Direção: Ionara Aniszewski

20:00 h – Sessão 2:
Gente que brilha! - Doc. 51’
Direção: Ivan Oliveira e Edinan costa

21:00 h – Sessão 3:
Brega S.A - Doc. 59’
Direção: Vladimir Cunha e Gustavo Godinho

Mostra Paralela – Curtas infantis
Auditório - Sessões livres

Naiá e a lua
Chegança
Quando as cores somem
Animações

28.3.11

Banda Stress na abertura do show do Iron Maden em Belém

Tá chegando a hora. O show do Iron Maden, em Belém, será nesta sexta-feira, 01 de abril, e os roqueiros estão em total excitação. Alguns, porém, têm motivo a mais para isso. Enquanto a abertura do show em São Paulo ficou a cargo do Cavalera Conspiracy, aqui em Belém, é a banda Stress quem assume a função. 

Roosevelt Bala, vocalista e baixista da banda está na maior expectativa.  Ontem à noite, via e-mail, ele disse ao Holofote Virtual: "É uma grande notícia mesmo. Estamos em êxtase". 

Belém será a quarta cidade da turnê brasileira que já passou por São Paulo e está no Rio de Janeiro, hoje, e inclui também Brasília (30/03), Recife (03/04) e Curitiba (05.04). Em seguida, a turnê do Iron Maden, que iniciou dia 04/03 pela Austrália, segue pela América Latina, se apresentando em Buenos Aires (Argentina), Santiago (Chile) e San Juan (Porto Rico), encerrando nos EUA, nas cidades de Sunrise e Tampa, na Flórida.

O convite para fazer a abertura do Iron Maden pegou a Stress de surpresa e para trazer o baterista André, que mora no Rio de Janeiro, a banda precisou de apoios e conseguiu, com o patrocínio da escola de línguas CCAA, garantir as passagens do músico e o aluguel de equipamentos compatíveis com o grande nível do evento, assim como o transporte de sua equipe técnica.

Não é de se estranhar tanta expectativa. A Stress é contemporânea do Iron Maden, banda de Heavy Metal que nasce em 1975, na Inglaterra, formada pelo baixista Steve Harris, ex-integrante das bandas Gypsy's Kiss e Smiler. Originária de Londres, foi uma das principais bandas do movimento musical que ficou conhecido como NWOBHM (New Wave of British Heavy Metal).

Neste mesmo período, na Amazônia, a Stress firmava-se como a primeira banda de Heavy Metal do Brasil. Formada atualmente por Roosevelt "Bala" Cavalcante (baixo, vocal), Paulo Gui (guitarra) e André Lopes Chamon (bateria), até o estouro internacional que se deu nos anos 2000, a banda passou por uma longa jornada.

Trajetória  - É possível encontrar sua história completa internet. Mas num breve resumo, a trajetória da Stress inicia nos anos 1970, quando André Chamon foi convidado pelo paraense Wilson Silva e pelo carioca Pedro Lobão para formar uma banda de rock. Até sua formação atual, a banda passou por vários momentos e teve vários músicos.

E antes de ganhar o nome definitivo, chamou-se “Pinngo D'água” (com dois ênes para ser diferente), por causa de um bumbo da bateria que era torto e parecia um pingo. Em 1977, é que se oficializou como "Stress," e fez seu primeiro show em um tradicional e hoje destruído teatro da cidade, o São Cristóvão. Curioso, já que lá era o templo do Pássaro Junino.

Logo, surgiram as composições próprias, como a primeira delas, chamada “Stressencefalodrama”, marcando definitivamente o diferencial da Stress, de estilo rápido e pesado, numa época em que as bandas brasileiras seguiam a trilha do rock and roll e do rock progressivo.

O show “Uma Noite na Floresta”, em 1979, marcou a despedida do baixista Wilson Silva da Stress, que passou a contar com a participação de Carlos Reimão. O sucesso era crescente e no ano seguinte, no Teatro Waldemar Henrique, a Stress bateu recorde de público com três shows “sold out”.

Em 1981, mais um estouro. O show "Flor Atômica" foi realizado no ginásio da Escola Superior de Educação Física, espaço que havia aqui na cidade para os shows de grande porte. A Stress também fez um show histórico ao ar livre na Av. Doca de Souza Franco. Ambos foram prestigiados por milhares de pessoas.

Primeiro LP - Motivados pelo sucesso alcançado por aqui, os integrantes da Stress viajam para o Rio de Janeiro, e hospedam-se em um único quarto de uma pequena pensão no bairro do Catete para gravar o seu primeiro álbum, em apenas 16 horas, numa mesa de 8 canais, no Estúdio Sonoviso.

O primeiro LP de heavy metal de uma banda brasileira foi gravado pela Stress. Mas foi necessária uma grande luta para registrar o peso em vinil. 

Os integrantes da banda dizem que o técnico de som quase colocou tudo a perder. Queria a todo custo deixar o som limpo. Chegou a tentar enganar a banda, dizendo que não era necessário pedal de distorção, pois esta seria acrescentada na mixagem. Apesar disso e dos poucos recursos existentes na época,  a Stress conseguiu impor o seu estilo.

Naquele mesmo ano, a banda volta a Belém para arrebentar tudo. Montam uma superprodução para o lançamento do disco e dá certo. No Estádio da Curuzu, os músicos tocam para o seu maior público, estimado em 20.000 pessoas.

Circo Voador - Nos anos 1980 se apresentam no Circo Voador, do Rio de Janeiro. Conta a história, que ao chegarem ao local , os membros da Stress tiveram uma grande surpresa: a casa estava lotada e foram recebidos pelos fãs como se estivessem “estourados” na mídia.

Não sabiam que a música “O Oráculo do Judas” havia entrado na programação da rádio Fluminense, e realmente não esperavam tal receptividade. Após a apresentação, o público invade o palco para pedir autógrafos, surpreendendo os produtores, que jamais haviam visto reação igual em qualquer outro show realizado naquele local.

Depois disso, o baterista André Chamon e o vocalista Roosevelt Bala resolveram se mudar para o Rio de Janeiro, em busca de novas oportunidades. Estavam no lugar certo e na hora certa, pois é quando lançam o seu segundo disco através de uma grande gravadora, a multinacional Polygram.

Mas em 1987, com vários acontecimentos no mundo fonográfico, que começa a apostar em outros estilos, como a axé music, por exemplo, a banda deu uma parada, retornado apenas em na segunda metade dos anos 90, para lançar o terceiro disco em CD, “Stress III”, com produção independente. O trabalho, no entanto, passou praticamente despercebido.

Internacional - O reconhecimento internacional acontece nos anos 2000, quando a Stress relança seu primeiro disco em CD e vinil, a convite do selo “Dies Irae”, em comemoração aos 20 anos de heavy metal no Brasil. A produção foi concluída em 2003 e o disco foi relançado com distribuição internacional.

Como consequência, o disco recebeu elogios rasgados na coluna "in scheiben" publicada na revista alemã "Rock Hard", uma das mais importantes publicações do mundo no gênero. O espanto dos leitores era maior quando os críticos que elogiavam o trabalho ressaltavam que a Stress vinha da Amazônia, e informavam que o disco, na verdade, tinha sido lançado, originalmente, em 1982.

Em 2005, a Stress mais um show histórico em Belém, marcando seu retorno. O show foi gravado pela Tv Cultura do Pará, para a produção do seu primeiro DVD, com Participação especial do Wesley de Planaltina GO. Lançado em 2007, O DVD da Stress trouxe, ainda, making of, discografia e um documentário que conta toda a sua história.

Por isso tudo, haja expectativa. A apresentação da Stress na abertura do Iron Meden com certeza será um grande acontecimento, dentro de outro maior ainda que é a vinda da banda inglesa a Belém do Pará.

Iron Meden, nesta segunda, finalmente no RJ.
Iron Maden - O nome "Iron Maiden", segundo alguns, teria sido inspirado em um instrumento de tortura medieval que aparece no filme "O Homem da Máscara de Ferro". 

Com mais de três décadas de existência, quinze álbuns de estúdio, seis álbuns ao vivo, catorze vídeos e diversos compactos, o Iron Maiden é uma das mais importantes e bem sucedidas bandas de toda a história do heavy metal, tendo vendido quase 100 milhões de álbuns registrados em todo o mundo. Seu trabalho influenciou diversas bandas de rock e metal, a exemplo de Hazy Hamlet, Anthrax, Angra, Metallica, Dream Theater e outras.

O Iron Maiden quase nunca canta sobre drogas, sexo, bebida ou mulheres. As letras das músicas da banda, diferentes das outras bandas de Heavy metal, eram baseadas na literatura inglesa e em fatos históricos. A banda têm diversas canções baseadas em lendas, livros, histórias e filmes, entre as quais "The Phantom of the Opera".

Ontem, a banda deveria ter feito a sua segunda apresentação no Brasil, no Rio de janeiro, mas o show, por motivos de segurança, foi adiado. Quando a banda já estava no palco e tocava a música de abertura, o vocalista Bruce Dickinson, visivelmente preocupado, mandou parar tudo quando a grade de proteção que separa o público do palco, na HSBC Arena, na Barra da Tijuca (Zona Oeste), caiu. A apresentação será hoje às 21h, no mesmo local.

Nova sessão para discutir questões ligadas ao teatro paraense

O cortejo de teatro, no domingo, 27, pelas ruas de Belém
Os vereadores da Câmara Municipal de Belém, que não estiveram presentes na semana passada à Sessão Especial realizada em homenagem ao Dia Internacional do Teatro e Nacional do Circo, ouviram na manhã desta segunda-feira, 28, a leitura da Carta Teatro para Belém.

Foi uma medida acertada do vereador Marquinho, já que no dia 24 de março, quando foram convocados para a sessão especial, seus colegas parlamentares não compareceram. 

Naquele dia, a Câmara ficou repleta de artistas, mas sem a presença dos vereadores municipais e nem dos representantes da Semma – Secreataria Municipal de Meio Ambiente - e da Fumbel – Fundação Cultural de Belém.

Nesta segunda-feira, o vereador comentou o ocorrido na semana passada e destacou a atuação do Fórum Livre e Permanente de Teatro do Pará, que luta por políticas direcionadas ao teatro e ao circo. Ele solicitou ao presidente da Câmara uma reunião com o mesmo, para que junto com a Semma, Fumbel e representantes do Fórum Livre possam tratar das questões levantadas nos documentos. Ficou tudo agendado para quarta-feira, as 10h30.

Pessoal do circo marca presença na manifestação
Enquanto isso, os artistas festejam o sucesso da manifestação realizada no domingo, 27, em homenagem ao Dia Internacional do Teatro e Nacional do Circo. 

Saindo da Praça da Trindade, o ápice da manifestação aconteceu em frente ao Teatro da Paz onde, com participação do público e pessoas do movimento social, contou também com a adesão do deputado Edmilson Rodrigues, o que aumenta a possibilidade de apoio na casa legislativa estadual.

Para conhecer as propostas dos artistas, às esferas públicas do município e do estado, clique aqui.


Produção teatral utiliza internet para aguçar a curiosidade do público antes da estreia

Em 1908, o Jornal do Brasil estampava a triste notícia. “Morreu em casa, no bairro carioca do Cosme Velho, o escritor Joaquim Maria Machado de Assis, vítima de arteriosclerose. Sofrendo de epilepsia, aliada a problemas nervosos, estava em depressão profunda desde a morte da sua esposa, Carolina, três anos antes”. 

Em Belém, o espetáculo do Coletivo Parla Palco estreia, no dia 08 de abril, com um mote bastante abusado. E diz que, ao contrário do que todos sempre souberam, Machado de Assis, o mestre das Letras Nacionais, teria sido, na verdade, assassinado. E tudo indica que o algoz foi um de seus personagens.

Mas por quê? O Assassinato de Machado de Assis, texto de Carlos Correia Santos, traz no elenco Gustavo Saraiva, Márcio Mourão e Tiago de Pinho e conta com a direção de Luiz Fernando Vaz.

Enquanto se aguarda a estreia, nas mídias sociais alimenta-se o suspense em torno de peça. É por onde os personagens machadianos trocam farpas e acusações em um blog. Helena, Capitu, Bacamarte e Brás Cubas já deixaram lá suas opiniões.

Já o assassino usa twitter e, valendo-se do anonimato da internet, faz chacotas e dá pistas (falsas ou verdadeiras) sobre o chocante delito. Para acompanhar, acesse o blog e no twitter, adicione @assassinmachado 

Jornalista, contista, cronista, romancista, poeta e teatrólogo, Macahdo de Assis foi o fundador da Cadeira nº 23 da Academia Brasileira de Letras, instituição que presidiu de 28 de janeiro de 1879 até o fim da vida.

No cinquentenário de sua morte, o presidente da República Juscelino Kubitschek declarou do domínio público a totalidade das obras de Machado de Assis. E encomendou ao Ministério da Educação a publicação de uma edição comemorativa e popular em sua homenagem.

Em 2008, pelas comemorações do centenário de sua morte, o Ministério da Educação criou um site para tornar acessível a todos a obra completa do escritor. Para saber mais, clique aqui.

Serviço
"O Assassinato de Machado de Assis". Estreia no dia 08 de abril, no Teatro Cláudio Barradas, às 20h - Rua Jerônimo Pimentel, próx. Dom Romualdo de Seixas.

27.3.11

Cena Aberta recebe inscrições para sua 13ª edição

Grupo de música do GTU na Semana Acadêmica da ETDUFPA
O evento reúne performances, espetáculos de dança e teatro, além de exposições e atrações musicais produzidos pelos estudantes da Escola de Teatro e Dança da UFPA, e por artistas da capital paraense.

É um dos momentos oportunos para o público  ver  o que vem sendo produzido por  professores e alunos da Universidade e pela  comunidade artística de Belém., que também pode se inscrever . Em sua 13ª edição, o evento será realizado na ETDUFPA, no dia 30 de abril, com entrada franca.

Fortalecendo-se cada vez mais, o Cena Aberta é um  projeto de extensão realizado pela ETDUFPA, com objetivo de promover e divulgar estes trabalhos, principalmente nas áreas de teatro, dança e cenografia, mas também contemplando as áreas de música e cinema.  Coordenado pela Prof.ª Dr.ª Ézia Neves, o projeto também disponibiliza espaço para pessoas interessadas em comercializar alimentos, artesanatos e outros produtos.

Aqui, a participação especial de Carlos Vera Cruz
Algumas destas produções foram vistas há duas semanas, durante a Semana Acadêmica da ETDUFPA. Uma delas foi a do grupo que está compondo a trilha  sonora original de um dos espetáculos que estão sendo montados este ano pelo Grupo de Teatro Universitário (GTU). 

Formado pelos músicos e alunos do curso de graduação em teatro, Luciano Lira (violão) e Diego Vattos (percussão) e por Armando de Mendonça (violino),  aluno de música da UEPA, o grupo mostrou, em primeira mão ao público presente, "A Força do Samba",.

A  música integra a trilha da montagem inspirada na obra O Pequeno Príncipe (Saint Exupery), com estreia prevista para junho. Os músicos devem retornar com novidades no Cena Aberta. Os demais interessados em se apresentar, devem solicitar  a ficha de inscrição pelo e-mail ezia.neves@hotmail.com. 

Os que quiserem ter um espaço de venda, devem entrar em contato com a professora Ézia, na ETDUFPA, na Rua Dom Romulado de Seixas, com Jerônimo Pimentel. As inscrições são gratuitas e podem ser realizadas até o dia 15 de abril.

25.3.11

A cena abusada de Red Bag

Jeferson Cecim, na manipulação e performance com bonecos
Nesta sexta, 25, e sábado, 26, acontecem as últimas apresentações do espetáculo em cartaz no Estúdio Reator, na Trav. 14 de Abril, 1053, entre Magalhães Barata e Gov. José Malcher. A partir das 21h30, somente para adultos. Leia a crítica abaixo.

Por Alberto Silva Neto*

O espetáculo Red Bag, em cartaz no espaço Reator, é uma grata surpresa na cena paraense sob vários aspectos. Em primeiro lugar, a opção por quadros independentes que recusam solenemente a palavra e que não pretendem contar uma história linear tradicional com começo, meio e fim, mas, ao contrário, mergulham em narrativas imagéticas nas quais o sentido é construído, sobretudo, pelas sensações e pelo imaginário do espectador, o que coloca o espetáculo numa relação muito próxima com características marcantes das artes cênicas na contemporaneidade, como a estética pós-dramática e a linguagem da performance.

Exemplo marcante dessa ideia aparece logo no segundo quadro, quando a fusão proposital entre o corpo do manipulador e do boneco (pernas e braços que se misturam) criam uma bela metáfora da condição do próprio ator contemporâneo, que vive intensamente o paradoxo entre ser ele mesmo e ser personagem ficcional, leitura que pode ser ampliada para as dicotomias real/artificial, vivo/inanimado, homem/objeto.
Espetáculo interage com o públcio

Destaco também a ousadia inquietante da montagem, que nunca se rende ao fácil, ao esperado, mas prefere sempre se dedicar a uma corajosa experimentação da linguagem, explorando seus limites, seja na feitura dos objetos-bonecos-coisas, na atuação do ator-performer ou nos elementos da visualidade.

Mas se engana redondamente quem acha que essas características sejam capazes de afastar o espectador desta encenação. Usando com mestria o humor ácido, o erotismo debochado e a dimensão poética invertida que habita a estética do grotesco, o espetáculo comunica-se com qualquer um que viva intensamente a crueldade do mundo moderno, que em suas prateleiras-monitores virtuais privilegia quase sempre uma ideia de beleza idealizada, em detrimento do simulacro, do fake, do kitsch, que muitas vezes representam uma visão mais profunda da condição humana.

No centro da cena, sozinho, Jeferson Cecim comanda a cena e afirma definitivamente seus princípios estéticos (para quem conhece sua trajetória, cultivados com convicção e sem cerimônia ao longo de muitos anos). Mas também é preciso enfatizar que sua performance encontra base sólida na criação segura do trio formado por Nando Lima (direção, vídeos), Leo Bitar (direção, desenho de som) e Patrícia Gondim (iluminação), que também amadurecem um diálogo criativo que vem de “outros carnavais”. 

Visualidade e experimentações impressionam
Por fim, tudo isso acontecendo no mais novo espaço cênico da cidade, criado com sensibilidade e competência pelo Nando, e agora de portas abertas para todos aqueles que gostam das experiências mais ousadas (e abusadas) da cena paraense.

*Alberto Silva Neto é ator, diretor da Cia Usina Contemporânea de Teatro e professor de teatro da Escola de Teatro e dança da UFPA.

Serviço
Últimas apresentações de Red Bag. Nesta sexta, 25 e sábado, 26, a partir das 21h30, no Estúdio Reator – Trav. 14 de Abril, 1053, entre Magalhães Barata e Governador José Malcher. Ingressos: RR$ 20,00 (com meia entrada). Mais informações: 8112.8497.

Bazar musical e experimentalismo dão o tom deste final de semana no Estúdio Reator

Léo Bitar, mostrando seu CD do Aeroplano
Nesta sexta, 25, e no sábado, 26, serão as últimas oportunidades para ver o trabalho de Jeferson Cecim, Nando Lima, Patrícia Gondim e Léo Bitar. No encerramento de temporada, uma novidade. O Estúdio Reator (Trav. 14 de abril, 1053, entre Magalhães Barata e Gov. José Malcher) também está realizando, a partir das 19h, um bazar de música, apresentando uma coleção cheia de raridades. Não perca.

O espetáculo estreou ainda em fevereiro, antes do carnaval, trazendo ao público um espetáculo instigante, que se utiliza de várias linguagens cênicas. De narrativa incomum, tendo como mote o sexo, Red Bag nos convida ao universo sonoro e multicolorido da imaginação sensual. Para saber mais sobre o espetáculo leia aqui, mas atentem que embora Red Bag comece às 21h30, o Reator abre nesta sexta e sábado desde as 19h, para o Bazar Musical.  Aviso aos aficionados que está imperdível.

Léo Bitar trabalha há 20 anos com trilha e sonoplastia para o teatro. É ele que assina, por exemplo, a trilha de Red Bag. Ligado em música desde muito cedo, traz na trajetória trabalhos também em cinema e televisão. Para explicar melhor o que vai acontecer neste final de semana e conhecer melhor esta vibe sonora o Holofote Virtual conversou com o próprio Léo. Segue abaixo o bate papo.

Leo, experimentando trilha de Dom Quixote, do Miasombra
Holofote Virtual: Red Bag é totalmente musical. Seria, por isso, um momento pensado para iniciar a cena do bazar de música?

Léo Bitar: Não necessariamente, mas acho que cai bem uma feira de Lps com o Red Bag. Quando começo a pensar numa trilha para um espetáculo, a primeira coisa que me vem na cabeça é a minha estante de discos, vou passando ela na memória, olhando os Lps e parando em alguns, ouço mentalmente o que tem nele. É a primeira escolha. Depois, quando chego em casa, pego o disco e vou ouvir para confirmar. É quase 100% de acerto! E com o Red Bag, isso foi muito mais acentuado, pois trabalhamos a música como pontapé inicial para criarmos as cenas, quase todo ele funcionou assim.

Holofote Virtual: A música ocupa um espaço enorme na tua vida. Estes discos fazem parte da tua história. Estás te desfazendo deles, como assim?

Léo Bitar: Esses discos definitivamente fazem parte da minha história, são Lps e Cds que me acompanharam por muito tempo. Não é me desfazer, pois, na verdade, são repetidos! (rsrsrs). É que nessa caminhada, sempre encontro um Lp importado, ou tenho uma edição americana, daí encontro uma inglesa ou japonesa e acabo comprando, pois sempre procuro as primeiras prensagens, originais, pois são as mais próximas da fita master de rolo no qual são feitas as matrizes dos discos. Então acabei ficando com dois ou três do mesmo disco. Chegou a hora de repartir o bolo.

À direita, atuando em Frozen
Holofote Virtual: De onde vem esta sina, de curtir e trabalhar com trilhas, som de cinema? Fala mais...

Léo Bitar: Desde criança, a música me pareceu algo mágico, tinha uma eletrolinha, cujo as caixas de som eram as tampas. Colocava meus disquinhos e ficava impressionado com a agulha rodando e saindo um som fabuloso, histórias, melodias, vozes, incrível!

Daí veio a formação do gosto musical, ao qual agradeço a minha família que é altamente musical, clássicos, mpb, etc. Quando entrei no teatro em 1988, queria ser ator, mas os amigos foram percebendo meu interesse musical e me perguntavam se eu não queria trabalhar com sonoplastia, pois havia poucas pessoas no momento, aliás, até hoje.

Fui assistir a uma peça de teatro do "Cena Aberta" e a trilha sonora era magnífica!Fui conhecer o sonoplasta que era o fantástico Fernando Pina, que fez trilhas para várias peças em Belém e tive o prazer de operar uma trilha sua para “O grito do trem noturno”, da Companhia Atores Contemporâneos (Miguel Santabrígida).

Trabalhando com sonoplastia, senti a necessidade de conhecer melhor os equipamentos, microfones, editores de áudio, fui à luta, fiz cursos, etc e com isso veio o som pra vídeo, cinema, rádio, tv etc. O som, o ruído, a melodia, os acordes, tudo me intriga!

Reator: montagem de Red Bag
Holofote Virtual: Pra ti, que momento é este de ter o Reator para tantas experimentações cênicas que vimos só neste ano, como À Sombra de Dom Quixote, Red Bag, Morgue Insano and Cool e o show Invento?

Léo Bitar: É um tempo que esperei muito na minha vida, pois sabemos que "teatro experimental" tem um público muito específico. Sempre houve a resistência, pois é esse teatro no qual acreditamos e gostamos de fazer!

Agora que temos um espaço pra criar, sem ter que necessariamente pensar em taxas, pessoal da montagem, burocracias etc, podemos nos perder em nossas criações finalmente! É um espaço pra gente experimentar, criar, e se acontecer. Sair do Reator com nossa criação, mas nunca o contrário. 

Não temos a necessidade de ter grande fluxo pra manter o local, então podemos ficar mais tranquilos, sabendo que temos tempo, material, espaço pra se perder em movimentos. São muitas idéias fervilhando. Segurem a gente, pois se deixarem, teremos um espetáculo por mês estreando no Reator.

No centro fazendo o som do curta  "Mãos de Outubro"
Holofote Virtual: Agora vende o peixe, o que vai ter nessa feira?

Léo Bitar: Muitos Lps raros, primeiras edições americanas, alguns Lps europeus, muita MPB rara, Hendrix, Stones, Beatles (inglês com as fotos e poster e capas internas pretas, numerado - raríssimo), Nico, Genesis, Yes, King Crimson, Caetano Veloso, The Doors, Pil, Gilbeto Gil, Jards Macalé, Roxy Music, Jethro Tull. É tanta coisa que nem lembro.

Serviço
Reator: Neste final de semana, Bazar Musical, a partir das 19h, e as últimas apresentações de Red Bag, às 21h30. Na Trav. 14 de Abril, 1053. Mais informações: 8112.8497.

23.3.11

Exposição traz raridades do fotoclubismo brasileiro para o MHEP

Moderna Para Sempre – A Fotografia Modernista Brasileira na Coleção Itaú chega a Belém trazendo mais de 80 obras (16 delas, vintage), de 26 artistas. A exposição abre ao público nesta quinta-feira, 24, das 19h às 22h, na sala Antonio Parrreiras do Museu Histórico do Estado do Pará, o MHEP.

Com curadoria do fotógrafo Iatã Canabrava, a mostra traz fotografias que remontam ao período entre os anos 40 e 70 do século passado, quando na esteira do modernismo europeu e americano da década de 20, os artistas brasileiros entraram na discussão sobre os limites da arte fotográfica.

A itinerância iniciou no ano passado e já passou por várias cidades brasileiras, apresentando um total de 87 obras, incluindo as novas aquisições de duas vintage de José Yalenti: Reflexo – da qual uma cópia limitada já pertencia ao acervo – e Ovaladas, ambas de 1950.

Reflexo e Ovaladas são apontadas pelos especialistas como exemplos que demonstram porque Yalenti  é reconhecido mestre do contraluz e da geometrização de motivos. Entre as 21 obras deste fotógrafo presentes na mostra, vale destacar, ainda, Miragem e Paralelas e Diagonais, por meio das quais o espectador se depara com formas inusitadas, migrando o tempo todo de uma intenção abstracionista a um surrealismo inesperado.

Entre outras raridades está ainda a foto Praticáveis, na qual German Lorca ironiza o banal com simplicidade. Em Telhas, Thomas Farkas constrói com criatividade um novo olhar sobre os já tão fotografados telhados.

Obra de Chakib Jabour
Fotoclubismo - Moderna Para Sempre – A Fotografia Modernista Brasileira é um recorte da coleção de fotografias do Itaú que mergulha, sobretudo, no movimento fotoclubista brasileiro. Segundo Canabrava, este movimento começou em São Paulo no Foto Cine Clube Bandeirante, fundado em 1939, e se alargou para os outros fotoclubes.

Em geral o fotoclube era composto de amadores da fotografia que, livres das obrigações de um trabalho comercial, puderam experimentar e ousar quebrando regas e padrões. Nesses núcleos aterrissaram artistas como Geraldo de Barros, Thomaz Farkas, José Yalenti e German Lorca, presentes na exposição.

(Holofote Virtual com informações do site da Confederação Brasileira de Fotografia)

Espetáculos, debate político e cortejo para marcar o Dia do Teatro e do Circo em Belém

Catolé e Caraminguás, do In Bust
 Nos dias que antecedem a comemoração pelo Dia Internacional do Teatro e Nacional do Circo, festejados no próximo domingo, 27, a capital paraense entra em sintonia com o resto do país, onde artistas de todas as regiões estão mobilizados para uma grande manifestação política e artística em prol destas duas linguagens. 

Em Belém tem sessão solene na Câmara dos Vereadores, com debate em torno das políticas públicas, e também cortejo cênico, além de vários espetáculos em cartaz. 

Para o esquenta artístico, nesta quinta-feira, 24, tem projeto Quinta Cultural do Banco da Amazônia, que retorna a programação deste ano, com a apresentação dos Palhaços Trovadores e do In Bust – Teatro com Bonecos. Ambos, respectivamente, mostrarão ao público “O Menor espetáculo da Terra” e “Catolé e Caraminguás”, este último com novidades no elenco.

Os espetáculos correspondem às produções mais recentes dos dois grupos, ambos com mais de 10 anos de atuação. Em O Menor Espetáculo da Terra, Os Palhaços Trovadores mesclam a linguagem do clown e do teatro de formas animadas e ainda ganham direção do bonequeiro e cenógrafo do In Bust, Aníbal Pacha, que aliás também estará em cena no espetáuclo Catolé e Caraminguás. Tudo a partir das 18h30, na sede da instituição (Av. Presidente Vargas), com ingresso 2 kg de alimento não perecível.

Ronalda, Andreia e Maíra, as Vampis
Estreia - Na sexta-feira, 25, tem estreia de espetáculo.

“Prelúdio das Vampis” é uma comédia pra matar a gente de rir, com a impagável Ronalda Salgado em cena, ao lado das também excelentes Andreia Rezende e Maíra Monteiro. 

Juntas elas formam, respectivamente, o trio de vampis Kaliope Rivas, Mary Reggae Apple e Calcúrnia Absalém, três vampiras que apesar da vida eterna não conseguem se manter jovens e buscam a todo custo descobrir a fórmula da juventude.

O espetáculo é da Cia. Tragiocômica, tem texto de Edna Cabral, direção de Cláudio Melo e produção de Zezé Caxiado. No elenco temos ainda André Reis que faz duas personagens, um pastor e um Tuareg, além do menino Luan PInheiro, que é um entregador de bebidas que cai nas garras das vampis. Fica em cartaz de sexta a domingo, no Teatro Cláudio Barradas. Informações pelo 8134.7719.

"Red Bag", últimas apresentações
Sexta e sábado - Outra boa dica é chegar no Estúdio Reator (Trav. 14 de Abril, 1053), na sexta, 25, ou no sábado, 26, para conferir as últimas apresentações (21h30) da temporada de “Red Bag".

Aliás neste final de semana o espaço traz, ainda, um bazar de discos raros que pertencem a ninguém nada menos que Léo Bitar, um dos maiores colecionadores da cidade e autor de diversas trilhas de espetáculos teatrais paraenses.

Mais recentemente ele assinou a trilha de “À Sombra de dom Quixote”, do Coletivo Miasombra, do próprio Red Bag e foi consultor para “Morgue Insano and Cool”, que voltará em breve em cartaz, além do show Invento, da cantora Sônia Nascimento. Informações pelo telefone 8112.8497.

No sábado, 26, o Clube do Livro da Saraiva rende suas homenagens também, trazendo ao público um bate papo sobre teatro e circo em Belém, com participação de Paulo Ricardo Nascimento, da In Bust e Virginia Abasto, do Coletivo Vida de Circo.

A programação conta, ainda, com a performance teatral da Cia. de Teatro Madalenas: Um Anjo em Minha Sala, com o ator Flavio Furtado; Leituras dramáticas das obras de Shakespeare e intervenções com o pessoal do GETEM- Grupo Experimental de Teatro em Miniatura. Mas tem muito mais. Melhores informações: 3241-5878.

Nos tempos da Escola Circo
Domingo – Já no domingo, dia 27, começa com um cortejo sairá da Praça da Trindade, às 9h, em direção à Praça da República, com objetivo de chamar atenção do público para um dos setores artísticos mais produtivos do estado, o teatro, além de apresentar a nova mobilização em torno da arte circense, com o movimento "Vida de Circo”, ao qual desejo vida longa.

Falando nisso, entre 1997 e 2004, subsidiada pela prefeitura de Edmilson Rodrigues, a Escola Circo deu uma gás à arte circense na cidade, além de ser um projeto social relevante para crianças e adolescentes, mas a iniciativa não teve continuidade na gestão que veio depois e ainda permanece no poder, uma pena. Será que o ex-prefeito, eleito agora deputado estadual não se interessaria em rever o projeto?

"Como se fosse... " na Casa da Atriz.
A outra pedida do domingo é à noite, a partir das 20h, na Casa da Atriz, que apresenta “Como se fosse...”, uma celebração ao teatro e ao primeiro ano de intensas atividades do espaço e suas parcerias de amor à arte. 

Inaugurada em abril do ano passado, com o espetáculo A Troca e a Tarefa, que comemorava os 25 anos de carreira da atriz Yeyé Porto, em um ano de atividades a Casa já produziu três espetáculos, sete edições do Curta a Cena – mostra performática, além das Leituras Dramáticas, que acontecem mensalmente.

A encenação deste domingo foi criada pela diretora e professora de teatro Wlad Lima, da ETDUFPA parte do texto de Hudson Andrade, que também está em cena. A idéia é mostrar ao público, o teatro que ele normalmente não vê.

Então dos bastidores à cena, será revelada a intimidade do camarim com suas manias e pequenas mesquinharias, a luz e o cenário, maquiagem, figurinos e as emoções dos atores, algumas contraditórias, outras sufocadas. Todas intensas. O espetáculo conta também com assistência de direção de Yeyé Porto e Leoci Medeiros, que também está no elenco.Informações: 8199.1322.

Encontro municipal de teatro, no IAP
Políticas públicas - Já o esquenta político também começa na quinta-feira, 24, a partir das 15h, quando acontecerá na Câmara dos Vereadores sessão solene em homenagem ao Dia Mundial do Teatro. 

A mesa será formada por representante do Fórum Livre Permanente de Teatro do Pará; da FESAT – Federação de Teatro do Pará e da FACES – Federação de Artes Cênicas Estadual; da Escola de Teatro e Dança da UFPA, UNIPOP, da SEMMA – Secretaria de Meio Ambiente do Município e da FUMBEL –Fundação Cultural de Belém.

A ação é fruto da participação do vereador Marquinho, representante da câmara, no Encontro Municipal de Teatro, que aconteceu logo depois do carnaval, no Instituto de Artes do Pará. O movimento Vida de Circo também estará representado na sessão solene.

Além das devidas homenagens, este será igualmente um momento para se apresentar aos vereadores e demais participantes da sessão, a Carta de Belém redigida no Encontro Municipal, assim como do Projeto de Lei para a criação da Secretaria Municipal de Cultura, uma proposta do próprio vereador.

Fórum Livre reunido em busca de uma política para o teatro
Conselho – Enquanto o novelo municipal começa a se desenrolar, no âmbito estadual a notícia é outra. O Conselho Estadual de Cultura, instrumento democrático empossado em 2010, acaba de ter seu processo anulado pela Secretaria Estadual de Cultura. 

A ação já era esperada, de acordo com alguns articuladores do Fórum Livre Permanente de Teatro do Pará, levando em consideração a forma com que os membros anteriores foram nomeados, bem no final do último governo.

Os novos representantes do poder público, ligados a cultura, inclusive já foram renomeados como se pode conferir aqui . Mas os representantes da sociedade civil deverão passar por um novo e longo processo de inscrição e indicações.

O Fórum de Teatro deve, no entanto, se manifestar, solicitando maiores esclarecimentos, pois como sociedade civil indicou nomes escolhidos em processo democrático, enviando todos os documentos exigidos pelo Edital Público de Convocação vigente, o que exigiu de todos os envolvidos tempo e dedicação, num processo longo, com assembléias e muita discussão.