17.5.24

Delcley Machado e Carlos Malta apresentam Mokõi

O lançamento do EP "Mokõi" celebra a união musical entre o músico paraense Delcley Machado e o carioca Carlos Malta, trazendo composições de Waldemar Henrique. O título, que significa "dois" em Guarani, também reflete-se na fusão dos sopros, especialidade de um, e as cordas, especialidade do outro. O lançamento digital será no dia 28, em todas as plataformas, e com show, no dia 31 de maio, às 21h, no Espaço Na Figueiredo. 

MOKÕI traduz, de forma instrumental e torna possível contribuir com a já imortalidade do trabalho de Waldemar Henrique, que é a essência do cancioneiro paraense, com a importância e raridade de suas canções, proporciona a oportunidade de mergulhar no universo de Waldemar Henrique, que esta entre os melhores compositores de sua época.

A ideia do projeto nasceu quando Delcley presenteou Carlos com o livro "Canções" de Waldemar Henrique, o que rapidamente o levou ao desejo de registrar essas composições de forma instrumental. O projeto transformou-se em um EP virtual com 6 faixas, que estará disponível em todas as plataformas de streaming a partir do dia 28 de maio, com apoio da Lei Paulo Gustavo e produção executiva de Silvia Hundertmark,

A apresentação de lançamento promete ser uma noite de celebração e encontro musical, contando com a participação especial de Jacinto Kawage ao piano, Príamo Brandão no contrabaixo, Edvaldo Cavalcante na bateria e Kleber Benigno na percussão.

O maestro e os músicos que o interpretam no sopro e nas cordas

Waldemar Henrique com
a irmã Mara |Reprodução
Delcley Machado - Músico paraense, autodidata, arranjador, compositor, hoje com 35 anos de carreira, começou a desenvolver sua musicalidade aos 9 anos de idade no universo do choro, utilizando como seu primeiro instrumento o Cavaquinho, executando choros de compositores da música brasileira. 

Ao longo de sua trajetória dominou as cordas da guitarra, que passou a ser seu porto seguro e onde é reconhecido pelo seu virtuosismo e técnica pessoal. Militante da Música Instrumental, tem suas obras registradas nos projetos Cordacesa, Temporal e Ensolarando. Em 2023, ganhou, em Brasília, o Prêmio Profissionais da Música 2023 como melhor autor, música e letra da região Norte.

Carlos Malta  - Conhecido como “Escultor do Vento”, o carioca Carlos Malta é multinstrumentista, arranjador, compositor e educador. Um mestre dos sopros que domina toda a família de saxofones e flautas, o clarinete baixo, bem como instrumentos étnicos como o pife brasileiro, o shakuhachi japonês e de origem chinesa. 

Malta possui um estilo totalmente original e marcante. Seu trabalho ressalta pluralidade e traz um sotaque brasileiro único, presente em toda a sua obra. Em plena atividade, em distintas formações e projetos, há quarenta anos Carlos Malta vem esculpindo seus múltiplos timbres pelo mundo todo, traduzindo através de seu sopro a alma da música do Brasil.

Waldemar Henrique da Costa Pereira (Belém PA 1905 - idem 1995) - Maestro, compositor, escritor e pianista, que construiu uma obra que revela um rico cruzamento de diversas experiências musicais e culturais.

Composta de aproximadamente 200 canções, sua obra também pode ser compreendida nos limites do processo de valorização regional efetuada pelos meios de comunicação no fim da primeira metade do século XX. Esse processo colabora para formar no imaginário nacional os diversos regionalismos que compõem a cultura do Brasil. Assim, ao lado das contribuições específicas de Luiz Gonzaga, Caymmi e Capiba, as canções de Waldemar Henrique representam a cultura amazônica do Norte.

Ficha Técnica EP:

MOKÕI - Delcley Machado e Carlos Malta tocam Waldemar Henrique

Músicos: Delcley Machado Carlos Malta 

Arranjos: Delcley Machado Carlos Malta

Estudio: Fluxo Estúdio – Belém - PA

Mixagem e Masterização: Delcley Machado Produção Executiva: Silvia Hundertmark 

Foto Capa: Walda Marques

Distribuidora: GRV Produções Culturais LTDA-ME BR

Faixas /Músico Instrumentista 

FAIXAS

1 – Abaluê 

Carlos Malta - Flauta em Dó 

Delcley Machado - violão nylon e baixo acústico

2 - Boi Bumbá

Carlos Malta - Flauta em Dó 

Delcley machado - violão nylon e baixo elétrico

3 - Matinta-Perêra

Carlos Malta - Flauta baixo 

Delcley Machado - Violão nylon e baixo acústico

4 – Tamba-Tajá

Carlos Malta - Flauta em Dó 

Delcley Machado - violão nylon e baixo acústico

5 - Uirapuru

Carlos Malta - Flauta em Sol 

Delcley machado - violão nylon e baixo elétrico

6 – Foi Boto Sinhá

Carlos Malta - Flauta baixo 

Delcley Machado - Violão nylon e baixo elétrico

Serviço

Lançamento EP MOKÕI – Delcley Machado e Carlos Malta tocam Waldemar Henrique ocorre de forma digital, no dia 28 de maio, e com um show no dia 31 de maio, às 21h, no Espaço Na Figueredo – Av. Gentil Bittencourt, 449. Ingresso gratuito.

II Mostra do Novíssimo Cinema Paraense no Sesc

Clipe
Celebração de novos talentos do audiovisual paraenses e valorização da memória do cinema local. A programação da II MOstra do Novíssimo CInema Paraense reúne obras finalistas da premiação, exibição de curtas, videoclipes e até uma masterclass com o professor Ramiro Quaresma.  A programação iniciou ontem (16) e segue com exibições hoje (17) e o encerramento, amanhã (18), com homenagens. 

Após longas décadas sem o devido reconhecimento, a cultura do Pará está em foco no Brasil e em todo o mundo, com a aproximação da COP-30. A riqueza intelectual, a diversidade artística e os grandes talentos do mundo das artes vêm ganhando cada vez mais destaque na mídia e no cinema não poderia ser diferente. Pensando nisso, surge a segunda edição da Mostra Novíssimo Cinema Paraense.

Assim como o nome do evento, a programação foi toda planejada com o objetivo de ser uma vitrine de descoberta e distribuição de obras audiovisuais novas, valorizando cineastas e fazedores de cultura novos no circuito cultural do estado. “O Novíssimo é uma pequena provocação sobre estarmos à procura do que está por vir no cenário audiovisual, mas com um olhar no que já foi produzido e merece reconhecimento, por isso fazemos questão de homenagear profissionais da área”, explica João Luciano, um dos organizadores do festival. 

Ao longo desses dias de Mostra, curtas-metragens e videoclipes estão sendo apresentados em sessões especiais, que incluem painéis de discussão com os realizadores e artistas ao final de cada circuito de exibição. Na categoria de curtas, estão as obras “Cabana”, de Adriana de Faria; “Carne Traída”, de Amanda Poça; “O Silêncio do Parque”, de Edivaldo Moura; “Apoptosis”, de Brenda Bastos; “Goat, O Filme”, de Kevin Albuquerque; “Pálido Ponto Vermelho”, de Kalel Pessoa, Lucas Parijós e Arthur Oliveira; “Uma Dança Com Saudade”, de Ana Faleiro; e “Ó, Marambaia: crônicas de um (não) país plurifeérico”, de Clei Souza.

Carne Traída (Still)

Já os videoclipes finalistas exibidos serão “Dádiva do Rio”, de Azuliteral; “Prepara e Trava”, de Scarlety Queen; “Armadela”, de Negrabi; “A Hora de Show”, de Karen Iwasaki; “Pra Eu Não Te Esquecer”, de Raidol; “A Última Carta”, de Bella; “Afago de Oxum”, de Daniel ADR, “Suor de Tambor”, de Ney Lima Pela Paz, além do lançamento de “Fala a Verdade”, do cantor Flavinho Almeida. Vale lembrar que os curtas e videoclipes estarão concorrendo em categorias específicas para cada formato, como “Melhor Fotografia”, “Melhor Direção de Arte”, “Melhor Som”, “Melhor Documentário”, “Melhor Atuação Protagonista”, entre outras. 

Masterclass - Um destaque importante da Mostra é a presença do Doutor em Artes pela UFMG, Ramiro Quaresma, docente do Instituto de Ciências da Arte da Universidade Federal do Pará e idealizador e curador da Cinemateca Paraense. Nesta sexta-feira, 17 de maio, às 18h30, ele ministrará uma masterclass sobre a história e memória do cinema e audiovisual paraense, entre os anos 1990 e 2020. 

Através de uma linha do tempo e com a coleta, catalogação e mapeamento de informações, obras e documentos, Ramiro promoverá um momento de mergulho no panorama social e político das produções, provocando reflexões sobre as obras e suas repercussões até os dias atuais.

Cabana (Still)
Exaltação do cinema paraense - Segundo João Luciano, organizador do evento, há na origem amazônica e no cotidiano paraense uma fonte rica de inspiração. “Isso serve de ponto de partida para a criação de histórias e personalidades marcantes. Devemos utilizar essa onda de investimentos no setor audiovisual com organização e bom planejamento, para cada vez mais sermos protagonistas em nossas narrativas”, afirma ele. 

Baseada na missão de valorizar e promover as produções artísticas paraenses, a Mostra Novíssimo Cinema Paraense faz o pagamento de uma taxa de exibição das obras, tendo em vista o respeito aos realizadores dos curtas e videoclipes. No último dia de Mostra, haverá também um momento de homenagem aos cineastas Miguel Conte e Lorenna Montenegro, que desempenham um papel fundamental na divulgação do cinema paraense e brasileiro em outros países. 

“Se queremos um mercado solidificado e coeso, precisamos entender que toda a cadeia de produção precisa ser incentivada. Fortalecer as obras e os realizadores, escoar nossa produção audiovisual para as telas e engajar o público através dessas histórias que são contadas na frente e por trás das câmeras é crucial, para que o cinema continue se desenvolvendo e ganhando mais palco”, conclui João Luciano. 

Serviço

II Mostra Novíssimo Cinema Paraense

Data: 16, 17 e 18 de maio;

Horário: Às 16h, nos dias 16 e 17 de maio, e às 16h30, no dia 18;

Local: Sesc Ver-o-Peso. 

Programação completa: @novissimocinemapa, no Instagram. 

Evento gratuito.

(Holofote Virtual, com Assessoria de Imprensa do Evento)

15.5.24

FLIM traz concurso e oficinas lítero-gastronômicas

O evento contará com oficinas e concurso gastronômico-literário, buscando celebrar a riqueza cultural e culinária do Pará. As inscrições para ambas as ações estão abertas de 16 a 25 de maio, em formato online, e a programação da A III Festa Literária de Mosqueiro será de 28 de maio a 1º de junho, na Vila do Distrito Ilha de Mosqueiro. Confira!

A FLIM promete ser um encontro memorável entre a literatura e a gastronomia, fortalecendo os laços culturais da região e proporcionando momentos de aprendizado e celebração para todos os participantes.  

Uma das mais importantes ilhas da região insular de Belém, a Ilha de Mosqueiro, será palco desse encontro singular, destacando escritores, artistas, artesãos e músicos  em uma programação diversa que envolve lançamento de livros, contação de histórias, apresentação de trabalhos científicos, shows, teatro e muita gastronomia. 

Vários escritores da Ilha de Mosqueiro participarão, lançando livros e compartilhando histórias em rodas de conversas, entre eles, Graciliano Ramos Milhomem, autor homenageado deste ano. Haverá participação de escritores convidados, como João de Jesus Paes Loureiro, Edgar Augusto, Paulo Faria e Edyr Proença e autores seleccionados por meio de submissão de proposta.

A organização é do Coletivo Escritores da Praia, em parceria com o Grupo Interdisciplinar de Pesquisa em Artes, Cultura e Educação (GIPACE), do Instituto Federal do Pará. A  coordenação geral é do Professor Lairson Costa. O evento conta com apoio da Prefeitura de Belém, por meio da Agência Distrital de Mosqueiro, da Coordenação de Letras do IFPA, do Sistema Municipal de Bibliotecas Escolares, da Semec, e do Curso de Gastronomia da UEPA/SECTET.

Concurso Gastronômico

Um dos pontos altos da III FLIM será o Concurso Gastronômico-Literário. Dividido em quatro categorias - Restaurantes, Tapiocaria, Pizzaria e Lanches , as inscrições abrem dia 16 de maio, visando premiar pratos que expressem a identidade e os sabores regionais de Mosqueiro.

A avaliação dos pratos será realizada por uma comissão composta por 4 docentes do curso de gastronomia da UEPA, levando em consideração critérios como sabor, apresentação, textura, criatividade e regionalidade. Cada avaliador receberá uma ficha com os quesitos a serem analisados.

O Concurso será realizado no Praia-Bar, localizado na Travessa Carlos Bentes, 45, Vila, Distrito de Mosqueiro e os pratos serão expostos no coreto da Praça da Vila, para o público degustar. E os vencedores serão anunciados no dia 1º de junho de 2024, quando público conhecerá melhor cada receita e onde encontrar depois para saborear.

Na inscrição os restaurantes, tapiocaria, pizzarias e lanches de Mosqueiro devem indicar pratos da casa com regionalidade e devem se fazer presentes no dia da avaliação. As inscrições ficam abertas de 16 a 25 de maio de 2024, pelo formulário Google disponível em https://forms.gle/9pYw8sxghbAU2KLB8.

Oficinas de Gastronomia

As oficinas também serão realizadas no Praia Bar Mosqueiro e são uma oportunidade imperdível para os amantes da culinária conhecerem e aprenderem pratos típicos da região. Com dois turnos diários nos dias 29 e 30 de maio, os participantes terão a chance de explorar e experimentar receitas tradicionais paraenses. 

Os requisitos para participação incluem ter no mínimo 18 anos de idade e realizar inscrição via formulário Google Form disponível no link: https://forms.gle/xRhTd4Zeiz5sixEr8.

Programação da Oficina:

Dia 29 de maio (14h às 18h)

1º Turno (das 14h às 15h30):

Bolo de Macaxeira com Castanha-do-Pará

Geleia de Taperebá Apimentada

2º Turno (das 16h às 17h30):

Tapioca com Geleia de Cupuaçu e Pitaia

Delícia de Cupuaçu

Dia 30 de maio (das 14h às 18h)

1º Turno (das 14h às 15h30):

Cupcake Regional

Praline de Farinha de Tapioca

2º Turno (das 16h às 17h30):

Brigadeiro de Açaí com Crocante de Castanha

Mujica de Peixe

Para mais informações e atualizações sobre a programação, acompanhe a rede social @festaliterariademosqueiro, no Instagram e Facebook.


10.5.24

Ponto a Ponto reúne obras 10 artistas em Marabá

Depois de passar pelos municípios de Castanhal (Vila do Apeú), Quatipuru e Salvaterra, além da Ilha de Mosqueiro, o Arte de Casa em Casa está na outra ponta do Estado, em Marabá, região sudeste do Pará, onde abre nesta sexta-feira, 10, às 19h, no Pontal Instituto Cultural, a exposição Ponto a Ponto. A iniciativa conta com apoio do edital de artes visuais da Lei Paulo Gustavo. 

"Ponto a Ponto" reúne o trabalho de 10 artistas, tanto nativos do município quanto migrantes,  curadoria de Werne Souza, que também expõe na mostra, ao lado de Marcone Moreira, Margareth Gondim, Armando Queiroz, Antônio Botelho, Domingos Nunes, Jonas Barros, Lucas Wilm, Rildo Brasil e Galvanda Galvão. A mostra ficará aberta até dia 21 de maio.

A ação do Arte de Casa em Casa vai ocupar o Pontal Instituto Cultural, antes Associação dos Artistas Visuais do Sul e Sudeste do Pará, fundada em 1998 no Galpão de Artes de Marabá (Gam) onde, ao longo de muitos anos, se destacou como um polo cultural influente.  Em 2011, a denominação foi alterada para Pontal, nome escolhido em referência ao encontro dos Rios Itacaiúnas e Tocantins, que simbolizam a harmonia entre suas águas e a comunidade pioneira de Marabá. 

70 anos de história das artes visuais

A cidade, devido à sua dinâmica econômica, atrai pessoas de diferentes estados do país, resultando em uma população plural, cuja diversidade se reflete na arte. "Marabá tem 111 anos de emancipação e, há cerca de 70 anos, tem sido protagonista na história das artes visuais do município", afirma Marcone. 

Ele destaca o legado de artistas como Augusto Morbach, conhecido por registrar os ciclos econômicos e as transformações da região por meio de desenhos, especialmente utilizando a técnica do pontilhismo com tinta nanquim. Morbach tornou-se uma referência na cidade, influenciando várias gerações de artistas que também abordam esses temas em suas obras ao longo das décadas.

“Nós temos ainda a Pinacoteca do município vinculado à Casa da Cultura, que já tem 42 anos de existência. E ela tem, na sua maioria, o acervo dessa tradição dos desenhistas de Nanquim. Então, é um acervo importante para a nossa história, para a cidade, para a região. E, ultimamente, há cerca de dez anos, nós temos o curso de artes visuais implantado na cidade pela Universidade Federal do Pará”. 

Escultura de 10 metros e cadernos de artista

Marcone é do Maranhão, mas viveu em Belém por muitos anos até se deslocar à Marabá, onde vive e trabalha, atuando como artista e gestor. Iniciou suas experimentações artísticas no final dos anos 90 e, a partir de então, vem participando de diversas exposições pelo país e no exterior.  

Em Ponto a Ponto ele vai apresentar na coletiva, uma escultura de aproximadamente 10 metros, composta por hélices de alumínio retiradas de embarcações, refletindo seu fascínio pelo universo naval e pela história local.

"Essas hélices são peças que impulsionam as embarcações a motor, conhecidas como rabetas, muito comuns na região do Tocantins e do Rio Itacaiúnas. Tenho um interesse profundo nesse universo naval, no qual sempre estive imerso, utilizando tanto madeira de embarcações quanto outros materiais relacionados”, explica o artista. 

Para ele foi algo natural chegar às hélices. No caso desta peça específica da exposição, ele está incorporando centenas de elementos. “Acredito que resultará em uma obra intrigante que percorrerá o espaço expositivo. Este trabalho representa um momento de experimentação e compreensão do material, naturalmente conduzindo a desdobramentos na obra", finaliza Marcone Moreira.

Já Werne Souza, que também participa da exposição, vai levar seus cadernos de artista. “Há anos que eles estão em processo, acho que uns 7 anos. Só fiz uma exposição na Alemanha com um caderno que não está mais nessa série e foi o único que finalizei. Os outros ainda estão em processos. A minha intenção é concluí-los para a exposição Ponto a Ponto”, diz Werne. 

Para o curador, há uma conexão dos cadernos com a exposição porque eles tratam sobre “lugares no mapa ou no espaço da tela, do papel, no trabalho do artista, na fazer criativo, fase a fase, ponto a ponto, tempo a tempo. Estamos mapeando os pontos de arte, os artistas, as obras. Pontos localizados e perdidos no mapa cultural. Neste trabalho, os cadernos de artistas, trabalho tudo isso”, continua. 

Nestes cadernos, ele utiliza a técnica acrílica e aquarela, mas também o Nanquim. Os livros são de tecido, interativos e poderão ser tocados e manuseados até o desgaste. “O desgaste dos livros é, ao mesmo tempo, o desgaste de minhas lembranças, as memórias que vão desaparecendo”, finaliza Werne.

Na Casa do Artista é tema da roda de conversa

Trazendo como tema "A Casa reverbera Arte", a roda de conversa vai trazer a experiência que moveu o artista visual Werne Souza a realizar esse projeto. O lugar, que respira ​cultura​, traz  um ambiente intimista ​, situado próximo ​à orla de Icoaraci​, e que se abre para as mais diversas experiências artísticas, indo das artes visuais à música, passando pela gastronomia e cultura alimentar​.

M​antido por Werne e pela  produtora cultural Auda Piani​, o espaço Na Casa do Artista ​​já recebeu prêmios, abrigou dezenas de exposições e agora se prepara agora para sediar o evento de encerramento do projeto, em junho, antes do lançamento do mini documentário sobre a itinerância.  

Serviço

Abertura nesta sexta-feira, 10 de maio, a partir das 19h. Exposição Ponto a Ponto, com os artistas Antônio Botelho, Armando Queiroz , Domingos Nunes, Galvanda Galvão, Jonas Barros, Lucas Wilm, Marcone Moreira, Margareth Gondim, Rildo Brasil e Werne Souza. A partir das 20h, tem Roda de Conversa: A Casa reverbera Arte.​ Local: Pontal Instituto Cultural. Av. 2000 quadra 93 Lote 16B - Bairro Belo Horizonte - Marabá-Pa. Visitação: 11 a 20/05 - Funcionamento: Seg. à Sexta - Horário: 09h às 12h/15h às 18h - (9h às 12h no sábado).

7.5.24

III Festival Latinidade traz cinco atrações ao palco

A terceira edição traz ao palco do Teatro Margarida Schivasappa, artistas que flertam com a latinidade da música amazônica. No dia 15 de maio, a partir das 20 horas com ingressos em troca de alimentos.

Criado em 2017 por Bruno Benitez e Márcio Macedo, o Festival surgiu com o objetivo de destacar a identidade musical latino-amazônica existente no estado do Pará, representada por gêneros musicais como a Cumbia, Merengue, Zouk, Lambada, Guitarrada e outros.  

“Desde a primeira edição, a gente fez uma curadoria que fizesse um recorte do eixo musical que o festival destaca que é a identidade latino-amazônica. Estamos falando de Cumbia, Merengue, Lambada, Guitarrada e da própria Salsa, que chegou um pouco para cá também, além de trabalhos voltados para ritmos mais ancestrais, como o Carimbó, mas que fazem parte de um território que está inserido nesse contexto de ser um território latino-americano, independente de ser do Brasil ou da Amazônia brasileira”, explica Bruno Benitez, realizador da terceira edição do Festival. 

A terceira edição do Festival terá três shows e conta com a participação de cinco artistas: Raízes Latinas convida Márcio Macedo, Bruno Benitez convida Julia Passos e Carimbó Selvagem. A noite abre com o show Raízes Latinas convida Márcio Macedo, que reúne o projeto nascido em 2020, fruto da amizade do mestre Nazaco Gomes, percussionista e pesquisador de ritmos latinos, amazônicos e caribenhos há 40 anos, com o paranaense Gabriel Dietrich, que há três anos pesquisa e vive a música em Belém do Pará, com o músico e produtor cultural Márcio Macedo.


O segundo show da noite será do compositor e multi-instrumentista Bruno Benitez, que mistura a música latina e amazônica, que recebe a cantora Julia Passos, artista que já passou por banda baile, grupo de samba e trio elétrico e há dois anos está no mercado autoral, trabalhando com ritmos latino-amazônicos e a regionalidade Pop. 

Para a apresentação, Bruno, que iniciou sua carreira profissional em 1995, integrando trabalhos musicais como Arraial do Labioso e a banda Mundo Mambo, vai levar canções que fazem parte de sua história e autorais que fazem parte de seus quatro álbuns: “Coração Tambor”, de 2014, “Miscigenado”, de 2018, “Tropicodélico, de 2021), e o projeto audiovisual “Disco Vivo” (2023).

Encerrando a noite, tem o grupo paraense “Carimbó Selvagem”, que além de representar toda a musicalidade do Carimbó, também busca destacar a importância da preservação do patrimônio histórico da cidade de Belém, uma vez que enquanto artistas de rua da Amazônia, têm uma conexão grande com a cidade, especialmente com o Ver-O-Peso.

“Mais do que a questão da música em si, a curadoria procura, desde a primeira edição, encarar a Amazônia brasileira como um território latino-americano, um território que faz parte ancestralmente de um contexto maior. A Amazônia sempre foi uma coisa só, independente de ser o território que hoje a gente conhece como Brasil, ou como Colômbia, ou como Peru. Então, ela sempre foi conectada, de alguma forma, com toda essa região e também com as conexões que vieram a partir do século XX, como o Caribe, com o comércio, com a radiodifusão, tudo isso”, conclui Bruno.

As duas primeiras edições do Latinidade foram realizadas em 2017 e 2018 com o formato de Festival Itinerante, já que passou por casas de show, teatros e espaços públicos, levando aos palcos artistas como Bruno Benitez, Félix Robatto, Ronaldo Silva, Guitarrada das Manas, Pinduca, Mundo Mambo, Fruta Quente, Warilou, Arraial do Pavulagem, Farofa Tropikal, Sentinelas do Norte, Naieme, Franklin Gomez (Cuba), Joelma Kláudia, Mahrco Monteiro e Jeff Moraes. As duas primeiras edições foram realizadas através da lei municipal de cultura Tó Teixeira. Já a terceira edição é realizada pela Lei Federal Paulo Gustavo, via Secult-PA.

O III Festival Latinidade será realizado quarta, 15 de maio, às 20 horas, no Teatro Margarida Schivasappa com ingressos mediante entrega de 1 kg de alimentos não perecíveis.

Serviço

III Festival Latinidade com shows de Bruno Benitez, Júlia Passos, Carimbó Selvagem, Márcio Macedo e Raízes Latinas. No dia15 de maio, às 20h, no Teatro Margarida Schivasappa (Av. Gentil Bittencourt, 650 - Batista Campos - Belém - PA, 66035-340) . Ingresso|: 1 kg de alimento. Realização: Lei Federal Paulo Gustavo via Secult-PA.


2a Festa Literária de Ananindeua chega em junho

Airton Souza
2ª Festa Literária de Ananindeua – Entre Rios e Livros, Múltiplas Histórias e uma Só Voz anunciou em seu site oficial a participação de 4 convidados para a edição de 2024. 

Ananindeua está prestes a receber um dos eventos culturais mais aguardados do ano: a 2ª FLI ANANIN: Festa Literária de Ananindeua – Entre Rios e Livros, Múltiplas Histórias e uma Só Voz. Com data e local já definidos, o evento está marcado para acontecer no Shopping Metrópole Ananindeua nos dias 07 a 09 de junho de 2024.

Com um lineup tão diversificado e talentoso, a 2ª edição promete ser um espaço de encontro, reflexão e celebração da literatura e da cultura brasileira em suas mais diversas expressões.

Este ano, a FLI ANANIN presta uma merecida homenagem a dois ícones locais da literatura: Jetro Fagundes e Rejani Aguiar. Suas contribuições marcantes para a cena literária de Ananindeua serão celebradas e suas obras serão o centro das atenções durante o evento. Além disso, vamos honrar a memória do inesquecível poeta Ramon Stergmann, cujo legado artístico ecoa através das décadas.

A lista de convidados para esta edição promete enriquecer ainda mais a diversidade e profundidade das discussões sobre literatura, cultura e arte. Entre os destaques, estão quatro nomes que carregam consigo trajetórias marcantes e obras que têm conquistado admiradores por todo o país.

                               Conheça os escritores


Airton Souza: o prolífico escritor premiado

Nascido em Marabá, Pará, Airton Souza é um nome quando se fala em literatura contemporânea brasileira. Com 50 livros publicados e uma série de prêmios, incluindo o Prêmio Sesc de Literatura, Airton é também um pesquisador e historiador renomado. Seu romance "Outono de Carne Estranha" cativou leitores e críticos, consolidando sua posição como uma das vozes mais significativas da literatura atual.

Elizandra Souza: a voz das periferias e da literatura negra feminina

Nascida em São Paulo e criada em Nova Soure (BA), Elizandra Souza é uma figura multifacetada: escritora, poeta, editora, jornalista e técnica em Comunicação Visual. Com uma trajetória de 22 anos como ativista cultural, ela se destaca pela difusão do jornalismo cultural da periferia e da Literatura Negra Feminina. Autora de obras como "Filha do Fogo", "Sarau das Pretas" e "Águas da Cabaça", sua presença promete enriquecer os debates sobre diversidade e representatividade.

Gidalt Jr.: a arte em quadrinhos

Com uma formação que inclui mestrado em Artes pela UFPA e pós-graduação em História da Arte, Gidalt Jr. é um quadrinista cujo trabalho transcende as páginas. Autor da novela gráfica "Castanha do Pará", vencedora do prêmio Jabuti na categoria Histórias em Quadrinhos, ele traz para a FLI ANANIN sua expertise em processos de criação, história em quadrinhos, desenho e pintura, prometendo inspirar tanto os amantes da arte quanto os aficionados por literatura.

Monique Malcher: a escritora que rompe fronteiras

Nascida em Santarém, Pará, e hoje radicada em São Paulo, é uma escritora, artista plástica e antropóloga cujo trabalho tem transcendido fronteiras. Seu livro "Flor de Gume" ganhou o prestigiado Prêmio Jabuti na categoria contos, tornando-a a segunda autora do Norte do Brasil a ser agraciada com essa honraria em 65 anos da premiação. Sua próxima obra, "Degola", já é aguardada com expectativa, prometendo mais uma vez surpreender e encantar seus leitores.

Para mais informações, visite fliananin.com.br  

Conheça o Pavilhão Brasil na 60a Bienal de Veneza

Glicéria Tupinambá - Okará Assojobo 2024
Foto: Rafa Jacinto
Aberta no dia 20 de abril, a 60ª Exposição Internacional de Arte – La Biennale di Venezia, traz arte indígena no Pavilhão do Brasil, a mostra Ka’a Pûera. 

O Pavilhão Hãhãwpuá celebra a cultura indígena brasileira e desafia a visão convencional da identidade nacional, convidando os espectadores a uma jornada de reflexão e reconexão com as raízes profundas da terra e suas múltiplas narrativas.

Com a curadoria de Arissana Pataxó, Denilson Baniwa e Gustavo Caboco Wapichana, a mostra Ka’a Pûera traz como participantes Glicéria Tupinambá com a Comunidade Tupinambá da Serra do Padeiro e Olivença, na Bahia, Olinda Tupinambá e Ziel Karapotó. 

A exposição transcende fronteiras ao revelar a memória da floresta, da capoeira e dos pássaros camuflados, tecendo uma metáfora das lutas dos povos indígenas brasileiros e suas estratégias de ressurgimento e resistência.

Glicéria Tupinambá traz a perspectiva do tema "Foreigners Everywhere" para a realidade dos povos indígenas do Brasil. Sua obra é uma reflexão profunda sobre séculos de marginalização e a persistente busca por reconhecimento e justiça em seu próprio território.

A seguir leia o texto curatorial da exposição

KA’A PÛERA: NÓS SOMOS PÁSSAROS QUE ANDAM

Olinda Tupinambá - Equilíbrio 2024
Foto: Rafa Jacinto
Em tupi antigo, idioma tupinambá, Ka’a Pûera – ou capoeira – são os lugares usados para o plantio de roças. Após a colheita, esses espaços ficam em repouso, surgindo assim um uma vegetação mais baixa, uma mata regenerada. 

Num primeiro olhar, esse espaço pode parecer infértil e inóspito, mas é na capoeira que existe uma grande variedade de plantas medicinais. Onde aparentemente não há vida, é a possibilidade do ressurgimento: com o solo em recuperação, logo poderá ser uma nova roça para o sustento da comunidade ou uma nova floresta.

Capoeira é também uma pequena ave que caminha em bando dentro de densas florestas. Possui penas de tons marrons, laranjas e cinzas que criam sua camuflagem no solo da mata. Essas são estratégias de sobrevivência frente aos seus predadores em defesa de seus territórios – e se assemelham à luta dos povos indígenas, que são como Ka’a Pûera, pássaros que andam em florestas que ressurgem.

O Pavilhão Hãhãwpuá narra uma história de resistência indígena no Brasil, das adaptações frente às urgências climáticas e do corpo presente nas retomadas. Hãhãwpuá é como os Pataxó denominam esse grande território que recebeu o nome de Brasil, e que antes da chegada dos colonizadores foi chamado por tantos outros nomes. 

É importante reconhecer o Brasil enquanto terra indígena e que as mais de trezentas nações que vivem nessa terra seguem suas lutas nos dias de hoje, em defesa de suas memórias e saberes tradicionais. Essa resistência dos povos indígenas enquanto humanos-pássaros-memória-natureza é para que nos lembremos daqueles que estão à margem, desterritorializados, invisibilizados, encarcerados, violados de seus direitos, porque mesmo num solo aparentemente infértil, sempre existirá a possibilidade de ressurgimento e resistência.

Por Arissana Pataxó, Denilson Baniwa e Gustavo Caboco Wapichana

Serviço

O  Pavilhão do Brasil (Pavilhão Hãhãwpuá) fica no Giardini Napoleonici di Castello, Padiglione Brasile, 30122, Veneza, Itália, aberto até 24 de novembro de 2024. 

Fonte: Fundação Bienal de São Paulo

Leia mais:

Sobre o projeto curatorial:

https://encr.pw/BrasilBienalVeneza

As  cartas que Glicéria Tupinambá enviou a instituições europeias que possuem mantos tupinambá em seus acervos: 

https://acesse.dev/CartasdeGliceria

6.5.24

Novo single de Santi López une Belém e Argentina

Santi López - Foto: Divulgação
O cantor argentino Santi López está de volta às plataformas da música com um presente especial para seus fãs brasileiros. 
Após um período de gestação artística e inspiração, Santi finalmente lança "Cafezim", uma ode aos encontros amorosos em meio à atmosfera única de Belém do Pará. O single vem acompanhado de um cipe que ganhou filmagens em abril deste ano em Córdoba, na Argentina, com direção de Marcela Farias. 

A música, que foi composta, produzida e gravada em Belém em abril de 2023, finalmente vê a luz do dia, trazendo consigo toda a essência e energia da cidade para os ouvintes. Com sua letra poética e envolvente, "Cafezim" captura a magia de um encontro casual em uma das cafeterias características da cidade, imortalizando as chuvas diárias e a agitação urbana que é tão característica da região amazônica.

Apesar de estar em sua cidade natal, Córdoba, Argentina, Santi decidiu que era hora de se reconectar com seu público brasileiro. Assim, ele escolheu filmar o videoclipe de "Cafezim" em Córdoba, trazendo um pedacinho de Belém para sua terra natal. A diretora Marcela Farias liderou a produção, capturando não apenas a atmosfera de uma cafeteria simples, mas também incorporando imagens da vibrante cidade das mangueiras, que serviu de inspiração para a composição da música.

Embora esteja temporariamente distante fisicamente, Santi López está mais conectado do que nunca com sua base de fãs no Brasil. Com planos de lançar não apenas "Cafezim", mas também outras sete novas músicas nos próximos meses, Santi está comprometido em compartilhar sua paixão pela música em português com o mundo.

Seus projetos futuros incluem colaborações com músicos e bandas locais na Argentina, mostrando a diversidade e riqueza cultural que permeia a música brasileira. E, como não poderia deixar de ser, Santi tem planos de retornar ao Brasil até o final do ano para apresentar suas novas músicas ao vivo em festivais e casas de shows, prometendo levar toda a energia e emoção de "Cafezim" e muito mais para o seu público cativo.

Veja o clipe:

https://www.youtube.com/watch?v=w0jV-SAu6Hs&feature=youtu.be