29.8.18

Werne Souza abre mostra "Operárias" em Icoaraci

São 10 delicadas esculturas que carregam em si uma narrativa contundente da opressão e ao mesmo tempo da resistência feminina. A abertura é neste sábado, dia 1º de setembro, Na Casa do Artista, em Icoaraci. A programação conta com sarau de poesia com os poetas Marcílio Costa, Antônio Moura e Harley Dolzane, além de um coquetel elaborado por Auda Piani, inspirada em sua pesquisa sobre cozinha e ancestralidade. Itinerante, a exposição segue para a Olaria do Espanhol, no dia 9, e depois chega a Belém, na Casa das Artes, onde ficará aberta ao público de 17 a 21 de setembro, sempre com entrada gratuita.

Corpos femininos são temas recorrentes na arte, muitas vezes criticada por ser apresentada de forma passiva e submissa. A obra “Operárias”, criação do artista Werne Souza, premiado pelo Programa SEIVA da Fundação Cultural do Pará, revela corpos moldados em argila e envolvidos em tecidos. A expressão gestual transmite o estado psicológico das mulheres trabalhadoras nas fábricas, sensibilidade e submissão diante da opressão do patriarcado, ao mesmo tempo em que traz a força para romper com o papel do homem provedor, papel este que por muito tempo garantiu valor e poder masculino. 

Outros artistas dignificaram ofícios como da costureira, cozinheiras, lavadeiras. Werne Souza usa os tecidos envelhecidos associando ao trabalho na indústria têxtil, revestindo a obra também de ideologia. Opressão com resistência. A relação com o têxtil simbolicamente vincula a memória das operárias/grevistas da indústria do vestuário em Nova York no início do século XX, portanto não surgiu por acaso o tecido e os fardos onde as mesmas estão sentadas.

"Operárias"
A representação da violência contra a mulher é expressada também nos remendos do corpo, que mostram visivelmente a mumificação da mulher. Os tecidos escondem e mostram as mutilações do corpo e da alma. Além das referências de gênero essa produção levanta questões como memória e identidade e suscita outro debate interessante que relaciona o fazer tradicional com a criação de uma obra de arte contemporânea. 

A interação com a produção ceramista o esforço de homens e mulheres que dedicam a sua vida a uma produção cultural é evidenciada, revelando um vínculo com a ancestralidade que se refaz no cotidiano das olarias. Compostas com suportes em tecido, os quais também retratam os retalhos dessa existência, as obras traduzem os fardos da luta contra a violência, a exploração e o cerceamento da liberdade sexual.

Outra vertente explorada pelo projeto é o redimensionamento de ideias na produção de arte contemporânea, criando obras com características que usam suportes e/ou lugares diferentes dos tradicionais, incluindo arte em espaços não convencionais. Assim, a exposição “Operárias” pode ser vista três em lugares distintos e com especificidades na forma de expor uma obra de Arte.

Werner Souza:  criação e montagem Na Casa do Artista
Na Casa do Artista e na Olaria do Espanhol, em Icoaraci, serão exploradas as possibilidades estéticas relacionadas aos novos espaços alcançado pela arte contemporânea. Já na Casa das Artes/FCP, a mostra chega ao nicho institucional, sendo exposta de maneira mais convencional.

A escolha do espaço de uma olaria do Paracuri/Icoaraci como troca experiências sobre técnicas utilizadas na cerâmica e realização de uma exposição está permeada de simbolismo. Durante o processo foi exercitado a interação da produção das esculturas com o fazer ceramista nas olarias. Ainda em junho foi realizada Na Casa do Artista um roda de conversa: “Encontro entre A Arte a Ciência e a Sapiência na Cerâmica”, reunindo em diálogo Mestres ceramistas, professores e estudantes de arte da UFPA, artistas e pesquisadores, corroborando para o entrelaçamento de conhecimento e concepções, ancestralidade e contemporaneidade.

Serviço
Exposição “Operárias”, de Werne Souza. Abertura, dia 1º de setembro, às 19h, no espaço Na Casa do Artista – Icoaraci - até 8 de setembro. Olaria do Espanhol, no dia 9 de setembro - Icoaraci. Na Casa das Artes – De 17 a 21 de setembro - Belém. Mais informações: 98891.3224.

28.8.18

Lendas urbanas em mini espetáculos de caixas

Fotos: Fabrizio Rodriguez
Sob a batuta de Jeferson Cecim, na coordenação, e consultoria de Aníbal Pacha e Marilea Aguiar, dois jovens atores mergulharam no universo do teatro de miniatura. E o público agora vai poder mergulhar também. O Encaixotando Lendas estreia nesta sexta, 31, no Curro Velho -  Feira da Beira, e no sábado, 1º de setembro, no Ver-o-Rio - 18h, gratuitamente. 

O Encaixotando Lendas foi premiado pelo Programa SEIVA da Fundação Cultural do Pará para desenvolver a dramaturgia de lendas urbanas para a linguagem do teatro de formas animadas em caixa. Assim surgiram as histórias da “Matinta Pereira”, “O Fantasma do Casarão Bibi Costa” e “A Moça do Táxi”. O  processo teve caráter de experimentação e formação aos participantes. Além de Jeferson Cecim, contou com a Biank Brito e Geovane Serra, atores que ainda não tinham tido nenhum tipo de contato com esse tipo de teatro. 

O Casarão Bibi Costa fica na Governador José Malcher, esquina da Joaquim Nabuco.  Essa lenda não é tão conhecida do grande público, diferente das lendas da Matinta Pereira e da Moça do Táxi, histórias que já foram contadas e recontadas não só na oralidade, mas também no cinema e até no teatro, mas nunca em miniatura de caixas.

Todas as criações trazem cenas em clima de mistério. “A ideia foi trazer o lado mais sobrenatural, mas sem enveredar pelo terror. Cada um ficou responsável por uma caixa individualmente, sendo que uma é criação mais coletiva”, explica Jeferson Cecim, ator, diretor e coordenador do projeto. 

Em dois meses de trabalho e experimentações o grupo discutiu e promoveu imersões no teatro de formas animadas, que contaram com apoio, repasse de conhecimento e relatos de experiência de Aníbal Pacha (In Bust) e Mariléa Aguiar (atriz), que já possuem, assim como Jeferson Cecim, uma vasta experiência com esse tipo de teatro.

“É tudo bem especial e desafiador. Quando estamos com nossas caixas, até o modo de chamamento das pessoas para verem as cenas por um buraco feito numa caixa, é cuidadoso. Aníbal Pacha diz que é preciso fazer o acolhimento do espectador, depois o espectador faz o mergulho, ele vê a cena e por fim vem o momento de celebração, após a apresentação”, explica Cecim, que trouxe para sua caixa, a da Matinta, o teatro de sombras.

Experiências pessoais e gritos de liberdade

Biank Brito e Geovane Serra são jovens artistas que começaram as trajetórias em áreas da iniciação artística, cênicas e plásticas, da Fundação Curro Velho. Eles também já se inserem no fazer teatral na cidade de Belém do Pará. 

Participar do Encaixotando Lendas trouxe novas informações e formação aos dois dentro de um processo criativo, que trouxe o conceito da dramaturgia do ator, no qual o ator se configura como o centro do processo criativo, compartilhando suas experiências cênicas com os outros artistas colaboradores.

“Essa é uma primeira experiência. Entrar nisso sem ter conhecimento da linguagem é uma entrega total, tu não tem ideia do que vais fazer e chega a ser desesperador determinados momentos, mas o que me tranquilizou foi trabalhar com o Jeferson, que é alguém com experiência”, diz Geovane


Para ele, o mais desafiador foi o trabalho de síntese e de comunicação de uma história. Foi preciso uma pesquisa mais profunda sobre o Casarão Bibi Costa, entender essa história do escravo e traduzir através disso uma história que mexeu intimamente com sua própria história.  O ator contou a história de um escravo que foi torturado e morreu no Casarão Bibi Costa, uma edificação construída na Bélle Époque paraense, na base do trabalho escravo.

“Quando eu pego essa história percebo que ela tem muito mais do que só um fantasma e precisei entender essa história de forma mais ampla para tentar passar isso para as pessoas. Na minha concepção a ideia não é mostrar um palacete grandioso, construído na base do trabalho, numa época em que muitos morreram nos seringais e isso mexe comigo, sou negro. 

Por isso, minha caixa é um grito de socorro e de revolta contra a escravidão”, diz o ator, que já atua nas artes que trabalham com a consciência negra através da percussão (criação e execução), é capoeirista, aderecista, assistente de direção de arte, dentre outras funções. 

“Tenho uma experiência mínima em construir cenários e adereços, mas criar a cena de caixa é muito diferente, não é só pensar na construção de uma caixa para contar uma história, mas colocar coisas pessoais tuas nisso, o que é mais difícil ainda. Depois dessa experiência vejo que não tem como contar histórias sem aplicar algo teu e assim o pequeno mundo da caixa, onde tudo é em miniatura, se torna enorme”, finaliza Geovane.

Moça do Táxi traz a questão feminina

A dramaturgia da caixa também expandiu o processo de criação de Biank para a sua caixa da lenda A Moça do Táxi. Nivelando sua pesquisa, ela também foi levada a se colocar ativamente como criadora e não apenas a cumprir seu papel de interpretar a criação de outros. O ator, aqui, é também fio condutor do processo de atelier e de vida.

“No início parecia simples. Criar uma caixa cênica para desenvolver uma cena ali, mas os desdobramentos me levaram a várias questões”, diz Biank, que pesquisou a lenda da Moça do Táxi e constatou que a mesma lenda é contada em diversas cidades, mas somente aqui ela ganhou nome e sobrenome. Josefina Conte era filha de um empresário do ramo de calçados. 

“Ela era muito jovem e gostava de viajar ou passear pela cidade. O pai dava de presente a ela todos os anos um passeio pela cidade, de carro. Isso me levou a pensar que ela não sai do cemitério para assustar as pessoas. 

E naquela época as meninas não podiam sair sozinhas, as mulheres não tinham não tinham o direito de ser quem elas eram ou fazer o que queriam. Então a minha caixa traz essa conotação de grito de liberdade de Josefina”, diz Biank. A atriz diz que se identificou muito com a história. 

“Sou andarilha nata. Adoro passear para ver coisas, a arquitetura e os azulejos da cidade, de certa forma assim me sinto um pouco Josefina. O meu processo trouxe esse canto de libertação e de ressignificação dessa mulher diante de uma sociedade que oprime”, finaliza ela que iniciou seu fazer artístico intuitivamente através de suas observações de seu bairro, amigos, a própria cidade de Belém e os demais locais de convívio onde a arte circula. Atualmente ela participa do grupo de teatro Virarumos na função de atriz, figurinista e aderecista.

Ficha Técnica

Artistas criadores: Biank Brito, Geovane Serra, Jef Cecim 
Figurinos: Jef Cecim
Costura de figurino: Mariléa Aguiar
Maquiagem: Cristina Pessoa
Montagem das trilhas sonoras: André Butter 
Vídeos de processo em atelier: Claudio Castro
Montagem de vídeo : André Marçal 
Produção: Bianka Brito, Edielson Goiano, Geovane Serra, Jef Cecim 
Fotografia: Fabrizio Rodriguez
Escritura do projeto: Edielson Goiano 

Serviço
Encaixotando Lendas – apresentações nesta sexta, 31 de agosto no Curro Velho, dentro da programação da Feira da Beira, e no sábado, 1º de setembro, no Complexo Ver o Rio. A partir das 18h.

25.8.18

Memórias e vivências nas eco joias do Lamugem

O Lamugem – Memórias Vividas na Palma da Mão se despede do público numa culminância que ficará na memória e deixará seu legado. A programação neste domingo, 26, começa às 10h com lançamento da coleção de eco joias "Mãos de Lamugem", de Val Genú, música ao vivo do Trio Chamote e vai até 17h com vivências no torno, exposição de peças de mestres ceramistas e feirinha de produtos orgânicos. Tudo na Olaria do Espanhol, em Icoaraci, com entrada gratuita.

O evento de enceramento do Projeto Lamugem vem sintetizar o que foi vivenciado entre julho e agosto, na Olaria do Espanhol. Em mais de um mês e quatro encontros pontuais, três rodas de conversa, uma vivência e uma oficina, o Lamugem – Memórias Vividas na Palma da Mao, projeto realizado por meio do Programa Seiva da Fundação Cultural do Pará, reforçou a importância da união do novo com o tradicional, abordou diversos assuntos ligados ao saber ceramista e suas novas conexões com o mundo contemporâneo, entre elas as ferramentas do design no processo criativo, preservação e valorização da cultura ceramista.

“Foram essas coisas, principalmente, que objetivaram o projeto e que estarão presentes neste enceramento. A ambientação que fizemos vai contar ao público também um pouco dessa história e dessa paisagem, que não é mais apenas cênica, é também sonora, pois teremos a música do Trio Chamote que traz os ritmos tradicionais que também fazem parte desse contexto”, diz Milene Guedes, Designer de Interiores e coordenadora do projeto.

Outro recorte importante da programação será a participação de diversos mestres ceramistas, que estarão expondo peças tradicionais de suas criações. A exposição contará com trabalhos de Levi Cardoso, Rosemiro Pereira, da artesã Cissa, já falecida, José Anísio da Silva, Guilherme Santana, Carlos Natividade, Jorge Pachoal e Marivaldo Sena da Costa.

A programação inicia com o lançamento da coleção “Mãos de Lamugem” e música ao vivo do Chamote, que pesquisa o carimbó e outros ritmos que remetem à cultura de Icoaraci, também estará presente uma feirinha com produtos orgânicos da marca Temperos da Ju. O público que se interessar também poderá experimentar o torno e meter a mão no barro para produzir uma peça utilitária com a marca da Olaria do Espanhol. 

Peças revelam a cultura do lugar

Inspirada nos elementos que norteiam o ambiente de uma olaria e do contexto ceramista que paira sobre Icoaraci, a primeira coleção criada pela artesã Val Genú integra o projeto Lamugem com 18 séries, reunindo cerca de 60 peças, que se remetem aos hábitos e costumes na vivência dentro do espaço, dando sentidos e significados à historia e cultura ceramista.

“O projeto Lamugem veio como aperfeiçoamento do meu processo de produção e ao mesmo tempo para expandir os meus horizontes em relação ao barro. Ao longo das rodas de conversa pudemos perceber muitas coisas que se somaram a essa vivência. Venho há um ano para esse lugar e aqui tudo me desperta à criação. Os laços de afeto a relação com o mestre Ciro”, diz Val, se referindo a Ciro Croelhas, mestre ceramista da família de espanhóis que chegou ao Pará em 1903 e fundou o espaço que ficaria conhecido como Olaria do Espanhol. 

A Coleção “Mãos de Lamugem” se inspirou então na história da própria olaria e suas ligações com a cultura espanhola. As plantas do lugar, ou ainda o chamote, que são os cacos de cerâmica reaproveitados. Triturados e transformados em pó, ele é misturado na argila novamente, fazendo com esta fique mais forte e resistente ao fogo. “É matéria prima usada para a confecção das panelas refratárias de barro”, explica Val.

Algumas peças também são inspiradas nos movimentos da maromba, máquina que amassa o barro e ajuda na limpeza do barro antes dele ir para o torno e ser modelado. Há ainda peças inspiradas em desenhos do Padre Giovanni Gallo, que resultaram em um livro feito especialmente para as bordadeiras do Marajó.

Em seus grafismos e formatos, algumas peças lembram a cultura do uso de redes. A simetria na arrumação da cerâmica utilitária produzida na olaria não passou despercebida e também serviu de inspiração para a artesã. “As peças são colocadas para secar em prateleiras e  tem dias que elas estão totalmente preenchidas mas de tal forma que parece até que o serviço foi feito por máquinas. É uma harmonia e de uma beleza absurda a forma como tudo é disposto naqueles espaços”, admira Val. 


Vivência e aprendizado

O foco na pesquisa e produção de eco joias em cerâmica artística utilizando o barro como matéria prima de modelagem, é algo recente na trajetória de Val Genú, que já trabalhou com materiais sintéticos, mas que hoje busca uma produção de consumo consciente que agregue elementos da natureza, como sementes, madeiras e fios naturais, proporcionando às peças, um misto de rusticidade e sofisticação.

Nascida em Belém, Val teve os primeiros contatos com a área de artes no final dos anos 1980, ainda com 17 anos, quando trabalhou em uma galeria de arte, mas ea acabou se formando em Serviço Social, profissão em que atuou até 2002. Foi somente após sua pós-graduação em marketing, que ela aperfeiçoou-se na área de pintura industrial, com técnicas variadas. Nessa época, criou o ateliê Art’Genuina, onde passou a trabalhar com a pintura em cerâmica.

“Na época, eu fazia bijuterias em cerâmica plástica e modelagem em porcelana fria, agregada a produção de peças decorativas em MDF, foi somente ano passado, no mês de junho, que resolvi experimentar o barro (argila) e isso foi um grande divisor de águas em minha vida”, finaliza Val.

Serviço
Encerramento do projeto “Lamugem - Memórias Vividas na Palma da Mão”. Domingo, 26 de agosto, das 10h às 17h - OLARIA DO ESPANHOL - Rua Sta. Isabel n° 2010 (entre Andradas e Soledade), Bairro: Paracuri – Icoaraci – Belém - PA. 

24.8.18

Circular premiado na área do Patrimônio Material

O Circular é um dos vencedores do Prêmio Rodrigo Melo Franco de Andrade 2018, do IPHAN, na categoria Iniciativas de excelência no campo do Patrimônio Cultural Material. Além do Circular, no Pará também ganharam o Museu Emílio Goeldi, com o projeto: OCA - Origens, Cultura e Ambiente, na mesma categoria, e o Letras que Flutuam, projeto belíssimo também, pela categoria Iniciativas de excelência no campo do Patrimônio Cultural Imaterial. Outras iniciativas também foram premiadas no Ceará, Pernambuco, Bahia e São Paulo, somando oito ganhadores da 31ª Edição do Prêmio.

“Esse premio vem de uma instituição importante para o patrimônio nacional, concorremos com o Brasil Inteiro. É um grande reconhecimento. Estamos orgulhosos de termos sidos escolhidos junto com outros projetos de grande relevância, cada um em sua cidade”, diz Tamara Saré, atual coordenadora do Circular Campina Cidade Velha.

O projeto foi criado em 2013, por Makiko Akao, que coordenou o Circular até 2017. Em quatro anos, o projeto realizou diversas articulações com as áreas do patrimônio, cultura e turismo, e a cada circulação passou a reunir até 5 mil pessoas, que percorrem os espaços culturais parceiros, além dos museus, praças e espaços públicos que também integram o circuito.

“Ao longo dos anos o projeto se fortaleceu ao trazer a participação mais efetiva de moradores dos bairros históricos. Além de manter o formato já conhecido do público, com programações em um domingo, de dois em dois meses, também se firma como um projeto de reconhecimento na área patrimonial. Estou muito feliz e emocionada em termos chegado até aqui”, diz Makiko Akao, idealizadora do Circular.

O Circular Campina Cidade Velha é uma iniciativa da sociedade civil, na construção de uma região voltada à cultura que estimule cultural e, economicamente o turismo sustentável nos bairros da Campina, Cidade Velha e Reduto. A proposta do projeto além disso, é valorizar a área histórica, a melhor apropriação e utilização das estruturas e edificações ali existentes, subutilizadas, sobretudo nos finais de semana, estimulando a criação e fortalecimento de negócios culturais e associados.

“O circular tem trabalhado esses anos todos pra fazer com que formemos um ambiente mais próspero no âmbito da área da cultura e organização social da cultura. E que a gente possa estar gerenciando esse ambiente de maneira que todos que participem e que queiram aderir, façam parte de uma grande rede que pode deixar um legado par cidade, no sentido de bons produtos e de uma relação saudável entre moradores, gestores, poder público e iniciativa privada nesta área”, diz Tamara Saré, atual coordenadora do Circular.

A premiação vem afirmar a consolidação do projeto que em seu quinto ano de existência vem contando com o apoio da Lei Rouanet do Ministério da Cultura e Edital do Banco da Amazônia, além de uma série de colaboradores, apoiadores e pessoas que a cada edição se juntam ao projeto.

“Com a missão de desenvolver a região de forma sustentável, o Banco da Amazônia vai muito além das ações de crédito e por isso apoia iniciativas como o projeto Circular, realizado em Belém, cidade que tem 402 anos e que, por sua tradição e importância, merece ser reconhecida e ter seu centro histórico valorizado por todos, pelos amazônidas e, agora, pelo Brasil. Parabéns a todos os envolvidos pela conquista desse importante prêmio”. Valdecir Tose, presidente do Banco da Amazônia que vem desde 2016 apoiando o Circular.

Um Fórum para o Centro Histórico de Belém

O Circular Campina Cidade Velha já realizou, de 2013 até este ano 23 edições, lançou um documentário, lançou quatro edições de sua revista digital e segue agora para realizar em setembro o Fórum Circular, que reunirá representantes da sociedade civil, iniciativa privada, da área da pesquisa e do poder público. 

O evento será realizado de 27 a 30 de setembro no prédio dos Mercedários/UFPA. As inscrições serão abertas de forma gratuita na próxima segunda-feira, 27 de agosto, pelo site www.projetocircular.com.br

Link para a noticia da premiação do IPHAN - http://portal.iphan.gov.br/noticias/detalhes/4782/premio-rodrigo-melo-franco-de-andrade-2018-ja-conhece-seus-vencedores

Projeções celebram o 34­º aniversário da Fotoativa

Uma seleção audiovisual em torno de memórias, pessoais ou coletivas, estão na IV Mostra de Projeções Fotoativa, nesta sexta, dia 24, a partir das 20h, na praça das Mercês, que faz parte da programação do X Colóquio Fotografia e Imagem que tem como tema “Arquivos e Outras Memórias”.

Para a mostra foram selecionados vídeos em suporte digital, com duração de até quatro minutos. A seleção foi realizada por uma comissão de artistas colaboradores da Fotoativa: Cláudia Leão artista, professora do curso de Artes Visuais da UFPA. Doutora em Comunicação e Semiótica pela PUC/SP; Felipe Mendonça videasta e artista visual, graduando do curso de Cinema e Audiovisual da Universidade Federal do Pará; Galvanda Galvão, videoartista, fotógrafa, professora, pesquisadora  de poéticas visuais e escritora, diretora da Sibila Filmes. 

“Qualquer tentativa de ocupação desses espaços públicos é uma possibilidade de criar, de abrir frestas. Desde o primeiro momento em que a Fotoativa vai para esse espaço, já têm tentativas de ocupação. Todas as ações são voltadas para o uso desse lugar. Mas o grande desafio é criar tensões, realizando cada vez mais ações externas”, diz Claudia Leão.

Foram inscritos mais de 90 trabalhos de  diferentes partes do país, que enviaram suas propostas a partir dos seguintes critérios: convergência com o tema Arquivos e Outras Memórias, proposto na chamada; tempo de vídeo e adequação à exibição em praça pública; além da força imagética e do ideário que cada vídeo carrega. 

O tema desta edição, Arquivos e Outras Memórias, propõe refletir acerca do universo dos arquivos, repertórios imagéticos e documentais que reservam, cada qual, sua singularidade. Ainda que lacunar e descontínuo, institucional ou pessoal, um arquivo sempre diz muito acerca das memórias de um lugar, desdobrando-se em histórias possíveis ainda inacabadas, lastros que abrem leituras sobre o nosso presente. 

Dentre inúmeras questões que nos interpelam, somos convidados a refletir sobre como nascem os arquivos, como são constituídos os acervos, de que forma se tornam suporte para a construção de narrativas; como se vinculam a uma localidade, a uma geração, a uma paisagem; como se atrelam a determinado espaço e dele reverberam leituras outras, contextuais, afetivas, políticas.

Serão exibidos: A Eterna Reforma – Filmes da Caverna, A Persistência do Arquivo Queimado – Felipe Pamplona,  Aniversário – Marina Feldhues, Aos que virão depois de mim – Armando Lima, Ay Aypire – Melquior Brito, Boi Pai do Campo – Luiz Adriano, Destino – Moysés Pantolfi, HUM – Andrés Boero, Líquida Natureza – Nailana Thiely, Marvin.Gif – Marvin Pereira, O amor é um exercício literário – Tarcísio Gabriel, Paulão – Lívia Uchoa, Quatro Gerações – Guilherme Bergamini, Solte – Jean Costa, Tá Difícil Atravessar – João Lin, Terra Sem Mal – Viviane Gueller, Tiamat – Marcela Antunes, Triste não, saudade – Mateus Sá.

O Colóquio teve início no último dia 22, em uma realização da Associação Fotoativa e Programa de Pós-Graduação em Artes da Universidade Federal do Pará. Realizado desde 2002, o colóquio é um trabalho coletivo de instituições culturais parceiras, e em 2018 acontece nos espaços da Fotoativa, do Centro Cultural Sesc Boulevard, da Galeria Benedito Nunes e da Casa das Artes. 

Serviço
IV Mostra de Projeções Fotoativa nesta sexta, dia 23, a partir das 20h, na praça das Mercês. Entrada livre. Mais informações e a programação completa no: www.fotoativa.org.br/coloquio2018.

(com informações da assessoria de imprensa)

Rodrigo Etnhos lança primeiros videoclipe e single

Foto: Fábio Andrade
'Carimbó Pirata' marca o início da carreira solo de Rodrigo Ethnos, vocalista da Banda Lauvaite Penoso. O single e o vídeoclipe têm pré-lançamento nesta sexta, 24, no Apoena, e no domingo, 26, Dia Municipal do Carimbó, lançamento on line pelo canal: Labmultimusical Música e Audiovisual.

O videoclipe e o single se inspiram em um movimento que envolve a efervescência carimbozeira de Icoaraci, e faz um passeio entre vertentes que vão do Pau e Corda ao estilizado, e nas vivências dos grupos Africanos de Icoaraci, Cobra Venenosa e Batucada Misteriosa, personagens 'ribeirinhos do asfalto' que são da beira do rio e do meio do concreto-caos. Batuque de rua, urbanidade, estilo de vida e ancestralidade, misturados na vibração de cores, encantarias e protagonismos que resistem na selva de pedra.

O videocilpe foi filmado em Icoaraci e Cotijuba, e o single, gravado na Cremação, no Laboratório Multmusical, com a produção de Ismael Melo e Rodrigo Ethnos. “Este trabalho iniciou em 2013 quando fiz essa música pro meu parceiro de batucada Tomaz Silva, que tinha um grupo de carimbó com esse nome e está fazendo uma participação na música. Daí o Ismael (Melo) ouviu, gostou e fez a proposta de gravar, que eu topei na hora” contou Ethnos.

A escolha da locação para as filmagens e a ideia do clipe surgiram das vivências que Rodrigo tem com o distrito, que possui um movimento 'carimbozeiro' forte, autêntico e independente, que resiste e se reinventa a cada geração. Sob o olhar de Marlon Maia, da Solo Session Produções, o clipe é uma celebração audiovisual, que explora a cena onde Mestres e Aprendizes trocam conhecimentos na beira do Rio, ao som de instrumentos artesanais, feitos com materiais alternativos, típico do Carimbó feito na Vila que sorri de frente para o sol.

Mostrando que tem domínio quando o assunto é Carimbó, Ethnos toca há mais de 10 anos nas rodas do Espaço Cultural Coisas de Negro,  uma das principais referências e resistências de Carimbó na cidade, com eventos todos os domingos há 18 anos. Também acumula no currículo passagens por grupos como Zueira de Fumanchú (2004-2006) e Curimbó de Bolso (2005 – 2008), Balé Folclórico da Amazônia – BFAM (2014 – 2016) e atual vocalista e compositor da banda Lauvaite Penoso.

O videoclipe contou com a participação dos grupos Cobra Venenosa, Os Africanos de Icoaraci e Batucada Misteriosa, todos da Vila Sorriso, e do músico Tomaz Silva, tendo a produção de Solo Session Produções, Labmultmusical e SubVersiva Produção Cultural Independente. 

Carimbó e Mestre Verequete

Tanto a música quanto o clipe estarão disponíveis nas plataformas digitais neste domingo, 26 de agosto, considerado o Dia Municipal do Carimbó, data em que Mestre Verequete completaria 102 anos se estivesse vivo. Quem quiser ver logo o resultado, é só chegar hoje (24), sexta, no espaço Apoena, durante o show da banda Lauvaite Penoso e do grupo Batucada Misteriosa, com participação do Cobra Venenosa.

PRÉ-LANÇAMENTO
Local: Espaço Cultural Apoena (Travessa Duque de Caxias, nº 450)
Dia: 24 de Agosto de 2018 - 21 Horas
Ingressos: 15$
Evento: https://www.facebook.com/events/1963867037246281/?ti=cl   

LANÇAMENTO
Lançamento do Sigle e Vídeoclipe “Carimbó Pirata”, de Rodrigo Ethnos.
Data: 26 de agosto (domingo) no canal do Labmultimusical Música e Audiovisual

MAIS INFORMAÇÕES
Rodrigo Ethnos (091) 982651269
Rayane Pamplona (091) 981344192
Priscila Duque (091) 983571216

(Holofote Virtual com informações de Priscila Duque)

16.8.18

A cerâmica como estilo e design da vida paraense

Depois de discutir o barro como cultura, meio ambiente e saber ancestral, o projeto “Lamugem – Memórias Vividas na Palma da Mão” traz a cerâmica como elemento do design e da arquitetura paraense para a roda de conversa “A valorização cultural e os reflexos projetuais do design paraense”, com a arquiteta e designer de interiores, Viviana Fonseca. Neste sábado, 18 (10h), na Olaria do Espanhol.

O Lamugem surgiu com objetivo de retomar e promover a revalorização da cerâmica como arte em sua dimensão social, cultural e ambiental. Contemplado pelo programa SEIVA da Fundação Cultural do Pará, o projeto vem, ao longo de um mês, instigando o olhar sobre a cerâmica, a partir de narrativas, memórias e vivência do artista/artesão em meio aos hábitos, costumes e tradições que se entrelaçam ao seu processo criativo. As rodas de conversa e vivências têm atraído a participação reflexiva do público acerca dos usos da cerâmica.

“A ideia é apurar esse olhar, através desses bate papos, com objetivo de trazer a cerâmica e o reflexo dessa cultura ceramista para projetos de todas as vertentes do design paraense, e que isso fortaleça a própria vivência da cerâmica em Icoaraci”, diz Milene Guedes, que também é design de interiores e uma das coordenadoras do projeto Lamugem.

A arquitetura, pensada como qualidade de vida, e o design, levando em conta a sustentabilidade, com as biojoias, são dois caminhos que podem favorecer um mercado interno que já foi também um dos mais importantes do país quando o assunto era a produção ceramista, indo dos utilitários à cerâmica arqueológica, até a decorativa.

Na década de 1980, a cerâmica de Icoaraci era vendida para o Brasil e exterior. De acordo com dados dos oleiros de Icoaraci cerca de 50% da produção de hoje é vendida para Manaus (AM). Outros 20%, vai para o litoral baiano, e outro percentual para o Rio Grande do Norte. Apenas 5% da produção é consumida no Pará.

“Hoje, quando se fala em cerâmica é muito fácil ligar a atividade ao artesanato e muito pouco se liga essa cultura aliada também à arquitetura e ao design de interiores”, diz Viviana Fonseca. “Percebemos que há uma desvalorização da cultura local ou ainda falta de informação e pesquisa. É preciso instigar o nosso olhar para dentro e valorizar costumes, identidade, provocar o pertencimento cultural”, continua.

Formada em Design de Interiores, com graduação em Arquitetura e Urbanismo, Viviana tem pós-graduação em Gestão e Docência no Ensino Superior e Legislação Acadêmica e é especialista em Iluminação e Paisagismo. Vem estudando a psicologia ambiental e cultura familiar para oferecer por meio de seus projetos, qualidade de vida a seus clientes.  

“Vou buscar no perfil do cliente e na sua cultura familiar, as propostas do projeto. No caso deste sábado vamos abordar todas as questões que permeiam essa cultura ceramista e de que maneira poderíamos nos apropriar mais dela”, finaliza.  



RODA DE CONVERSA
18/08 - A valorização cultural e os reflexos projetuais do design paraense - Viviana Fonseca. Hora: 10h.

EXPOSIÇÃO
26/08 – Mostra "Lamugem, memórias vividas na palma da mão" – Hora: 10h30

ENDEREÇO
OLARIA DO ESPANHOL - Rua Sta. Isabel n° 2010 (entre Andradas e Soledade), Bairro: Paracuri – Icoaraci – Belém - PA. Informações: 91 98932.8636.


14.8.18

Disco novo e de sucessos na parada dos baixinhos

“Guitarrada para Bebês” faz releituras de composições de grandes mestres como Vieira, Aldo Sena, Solano, Pio Lobato, Lucas Estrela e Félix Robatto, idealizador do projeto. O lançamento é domingo (19), às 10h, no Núcleo de Conexões Na Figueredo. Haverá bate-papo com Félix Robatto e Renato Sinimbu e atividades musicais para o público infantil , com o musicoterapeuta Paulinho Maia. Entrada franca. Ganha um CD. Patrocínio do Banco da Amazônia.

O disco “Guitarrada para Bebês” é dedicado a Joaquim de Lima Vieira, o Mestre Vieira, criador do gênero, que faleceu em fevereiro deste ano aos 83 anos e com mais de 15 discos lançados, mas também segue uma tendência que vem crescendo no mercado musical mundial, que são canções voltadas para o público infantil. Já foram lançados discos com sonoridade infantil de artistas como Elvis Presley, Madonna e as bandas Pink Floyd e Beatles. No Brasil tem Samba, MPB e Bossa Nova.

“Esse projeto surgiu por causa da minha filha mais nova. Desde que nasceu, sempre colocamos pra ela ouvir no berço discos como Pink Floyd, Elvis Presley e Madonna para bebês. Daí, conversando com minha esposa, nos perguntamos: por que não fazer um disco regional? Aí veio a ideia do Guitarrada para Bebês”, explica Félix, que também assina direção musical e as programações no disco.

Além dele, o pesquisador e produtor Renato Sinimbu, convidado para co-produzir o trabalho, além de dividir os arranjos. As 10 Guitarradas selecionadas são de Mestre Vieira (“Bolinha”), Aldo Sena (“Solo de Craque” e “Lambada Complicada”), Mestre Solano (“Abaetetuba no Embalo”), Pio Lobato (“Mestre Vieira” e “Psicocumbia”), Félix Robatto (“Amazon Sisserou” e “La Pupuña”) e Lucas Estrela (“Sal ou Moscou”).

Dos arranjos à capa o cuidado com o público

Félix Robatto: cultura e formação de público
(Foto: Bruno Carachesti)
“As músicas receberam uma roupagem mais suave, sem perder a essência da Guitarrada. A ideia é que os pais possam colocar o disco para tocar para seu bebê, promovendo um momento conexão com o mundo pela música, além de apresentar a nossa música e, quem sabe, já ir formando um público que se orgulhe da cultura regional”, conta Félix.

Para o músico Renato Sinimbu, co-produtor do projeto, o disco foi um desafio. “Nós tivemos que produzir uma música que já tem características próprias, moldada para dançar, que é o caso da Guitarrada, e transpor isso para um público infantil sem perder as características. Para isso, nós procuramos simplificar os arranjos, diminuir o número de instrumentos e acredito que chegamos a uma linguagem bem bacana que vem valorizar ainda mais a música produzida na Amazônia”, avalia.

De acordo com o coordenador de Patrocínio, Promoção e Gestão da Marca do Banco da Amazônia, Geraldo Monteiro Jr, foi por essa peculiaridade, que a instituição escolheu esse projeto para ser um dos seus patrocinados em 2017. “O ineditismo na Amazônia e a inovação proposta pelo projeto Guitarrada para Bebês nos chamou atenção porque não havia sido realizada nenhuma ideia semelhante utilizando a guitarrada na região”, declarou Geraldo.

A ilustração da capa do disco mistura as técnicas de pintura, desenho, ilustração digital e designer gráfico. Assinada pela artista visual paraense Maitê Zara, formada em Artes Visuais e Tecnologia da Imagem, traduz em imagem as cores, composições e ideias inspiradas na cidade de Belém. 

“As cores, primordialmente escolhidas para composição da capa, procura fugir de um estereótipo fixo do feminino e o masculino, transformando a peça em uma produção convidativa para meninos e meninas. A cor verde é a única na paleta de cores que é uma mistura de uma cor quente e fria (amarelo e azul), representando a alegria que existe em nossa região cheia de natureza e no som que a Guitarrada tem”, revela a artista.

Lançamento terá bate papo e interação

Renato Sinimbú: disco foi desafio
(Foto: Bruno Carachesti)
Para marcar a apresentação do projeto, a manhã musical bate-papo com os responsáveis pelo projeto (Félix e Renato Sinimbu), o educador musical e o musicoterapeuta Paulinho Maia, vai comandar atividades de interação entre pais e filhos em parceria com Diego Xavier. 

Graduado em Licenciatura em Música e Pós-graduado em Musicoterapia e em Práticas Pedagógicas na Educação Infantil e Séries Iniciais, Paulinho é fundador e coordenador do Cantinho Musical Irmãos Nobre, primeiro curso livre de Musicalização para Bebês e Sensibilização Musical Infantil em Belém.

“Neste domingo, teremos vivências e dinâmicas em grupo envolvendo socialização, trabalhando diferentes conceitos musicais através de uma linguagem mais lúdica, a partir de atividades com histórias sonoridades, prática instrumental em conjunto, atividades de movimento com práticas de ciranda, danças circulantes e repertório de tradição oral. Acho que vai ser uma manhã bacana para pais e filhos”, avisa o musicoterapeuta.

Social – Entendendo o potencial da música para desenvolver a sensibilidade, o aspecto afetivo, sensorial e cognitivo de uma criança, serão doadas 100 unidades para a Fundação Santa Casa de Misericórdia, 100 unidades para o Hospital Oncológico Infantil Octávio Lobo e 100 unidades para a Secretaria de Educação do Município de Belém (SEMEC) para que possam ser usadas como ferramenta pedagógica em escolas e creches públicas municipais.

Serviço
O lançamento do disco “Guitarrada para Bebês” será no dia 19 de agosto (domingo) às 10 horas no Núcleo de Conexões Ná Figueredo (Av. Gentil Bittencourt, 449). Informações: (91) 98026-1595. Patrocínio: Banco da Amazônia. Apoio Cultural: Ná Figueredo. Realização: Lambada Produções.

(Com informações da Assessoria de Imprensa)

12.8.18

O Bar do Parque está de volta à boemia da cidade

O boêmio voltou!
A noite de reabertura foi na última quinta-feira, 9, coincidindo com o início do XVII Festival de Ópera do Theatro da Paz, que apresentou a 1a récita de “La Vida Breve”, obra do espanhol Manuel de Falla, composta no mesmo ano em que inaugurava o Bar do Parque, 1904. Coincidência ou não, o boêmio voltou e foi assim...

Há coisas que marcam uma época em sua vida e acho que o Bar do Parque é uma delas na vida de muita gente, dos primórdios até hoje em dia. Saímos da ópera e fomos direto para lá, com a vontade irresistível de celebrar o retorno de um espaço de memórias afetivas e de encontros para nós, e saber o que vinha de novo com ele após tanto tempo fechado. Lá estava. Todo remodelado, mantendo todo o charme ou melhor, com o charme recuperado. O banheiro, por exemplo, está um brinco só (risos)! Encontramos uma cena bem diferente. 

Demorou. Foram dois anos entre o processo de licitação e reforma. Nos últimos sete meses, também foram selecionados e treinados os novos funcionários, e definidos os detalhes do  cardápio e novos mecanismos de atendimento. A iluminação, ainda em processo de finalização, valoriza o entorno e há outras novidades. No lugar das antigas mesas e cadeiras de ferro, mesas e cadeiras de estilo contemporâneo, com sombreiros.

Deck
Na lateral há um deck de madeira com mais mesas. Outra novidade é um cadastramento de cliente que se faz para as mesas. Oi? Não  precisamos fazer, não havia mesa disponível. Lotado, desde a tarde, quando caiu, inclusive uma super chuva. Fomos para o quiosque, o melhor lugar para encontrar quem chegava ou passava por ali, curioso ou feliz com a volta do bar. 

O estilo Art Nouveau do quiosque permanece. A reforma envolveu adequação do sistema elétrico, hidráulico e sanitário do bar em si e dos banheiros feminino, masculino e o vestiário dos funcionários, no subsolo.  

"Muita gente perguntava se aqui seria um restaurante. É um bar mas servindo comidas e há pratos executivo para o almoço.  E estamos com dois chefes o Paulo Anijar e Darlan Claudino, trazendo um cardápio regional, além dos drinks de autoria do Marcos Médice", diz Diogo Gama, um dos sócios, junto com Ricardo Aguilera e Fauzy Gorayeb. 

Ray, um dos garçons da antiga que permaneceu contrtado
Os preços do cardápio variam de médio para alto. Além de petiscos e pratos há também café da manhã, servido das 7h às 10h, com tapioquinhas, pães, sucos. Cervejas e chopp no valor de mercado. Uma porção de unha de caranguejo, com quatro unidades, sai por R$ 18,00. Não vi ainda nem a cara e nem senti o sabor de nada, quando provar alguma coisa eu falo pra vocês. Caipirinha tá cara, custa entre 15 e 20 reais, e há ainda vinhos e destilados. 

“A gente já namorava bastante a ideia de renovar esse lugar. Nossos pais eram frequentadores. Estamos pensando em programação cultural. Enfim, foram meses de trabalho. Investimos nosso emocional também nisso, diz Diogo.  Pergunto se o bar pode voltar a ser 24 horas. “Por enquanto não temos como fazer  essa logística... por enquanto. Pela licitação tem que fechar meia noite, mas podemos ir até mais tarde nos finais de semana", continua. 

Conceito e gente jovem reunidos

Sid Manequim
Para manter a estrutura funcionando, três equipes se alternam nas 18 horas de funcionamento. Houve processo de seleção para chegar aos atuais funcionários. Da turma antiga, ficaram apenas dois garçons, Walter Menezes e Raymundo Barros (Ray), que trabalham no local há 30 anos. 

Alberto Araújo, consultor na área da hotelaria foi responsável por montar e treinar a equipe de mais de 60 pessoas envolvidas nos serviços de atendimento, cozinha e segurança do bar.  Trouxe como unidade conceitual do bar a mistura entre os elementos do passado, da Petit Paris, com os do momento de hoje sob o olhar da diversidade e questões de gênero.

“Investigamos o histórico do Bar do Parque e uma das coisas que estamos trazendo como símbolo é o chapéu, que na época os homens usavam. E fomos buscar pessoas com um perfil do nosso mundo de hoje. Chegamos a personalidades marcantes. Quem foi chamado, passou por treinamento de três meses”, diz Alberto. 

 “Tem negra de tatuagem no rosto, andrógena, bad boy, anão e travesti. Não é mais só a clientela que será diversa, nós que estamos no atendimento, também” diz o transformista Sid Manequim, já conhecido no "metier" da cidade. 

“Estou muito feliz com essa oportunidade, será uma maneira de quebrar paradigmas de algumas pessoas que nunca tenham tido contato com alguém de corpo politico, aparentemente gay, como eu”, continua. “Acredito que a experiência será engrandecedora e muitas surpresas virão. Haverá dias em que também devo apresentar alguns números no deck”, diz Sid, que tem 25 anos e que há 11 anos atua como Drag Queen. 

Juliana
Juliana Xavier, 21, é de Capitão Poço, e se diz animada, por que esse é seu primeiro emprego de carteira assinada. “A minha cidade não é muito desenvolvida, e lá eu não tinha muitas oportunidades, por isso resolvi vir pra Belém pra conseguir um emprego e poder ser independente, e também poder estudar. Será um desafio, nunca tinha trabalhado nessa área”, diz ela.

Juliana quer fazer faculdade de Fisioterapia e não tinha nem ideia do que era o Bar do Parque. Na época em que soube do recrutamento, Juliana foi conversar com alguns amigos e todos disseram que o lugar estava abandonado e perigoso. 

“Eu enviei meu currículo e vim para a entrevista. Estou aqui, encantada. Conheci o Bruno Pellerin, e ele me deu algumas entrevistas para ler e me contou varias histórias do bar.  Também fui conversar com o jornalista Euclides Farias, que me passou informações bacanas, enfim eu me preparei para estar aqui e espero que isso de impulso a minha vida”, finaliza.

Wendd Evelym
Também foi selecionada para trabalhar como atendente, a Wendd Evelym, 20. “É surpreendente. Eu não conhecia essa história do Bar do Parque, e isso me fez conhecer mais também sobre a minha própria cidade. Aqui estou lidando com vários públicos, é uma ótima oportunidade, estou amando toda essa diversidade, dá para trocar ideias e conviver com os colegas, uma experiência única”, comemora. 

Serviço
Bar do Parque - Praça da República, Av. Presidente Vargas - Belém-PA.  Aberto de terça a domingo, das 7h à meia noite, sendo que pode ir até umas 3 da madrugada nas sextas e sábados. 

10.8.18

Amostra Aí muda rotina para contar suas histórias

In Bust
A programação do Espaço Cultural Casarão do Boneco, o Amostra Aí, será realizada no segundo e não mais no último sábado de cada mês, mantendo o foco no público infantil e a política de contribuição consciente do pague o quanto puder, oportunizando acesso de diferentes públicos. É amanhã (11), a partir das 18h.

Nesta edição, o evento conta com as contações de história “Ancestral-Es: Canticuentos Afrocolombianos”, com Karol Álvarez e David Cabezas, e “Uma história das histórias do boi bumbá”, com Ester Sá, além da apresentação de Dança Tradicional Argentina, com Sol e Abraão, além do espetáculo “Os doze trabalhos de Hércules”, com In Bust - Teatro com Bonecos.

A artista Ester Sá debruçando-se sobre a obra Boi Bumbá, auto popular do autor paraense Bruno de Menezes, que entre as década de 40/50 pesquisou essa manifestação em Belém do Pará. A pesquisa da atriz resultou no espetáculo narrativo “Uma história das histórias do Boi Bumbá”.

Trata-se de uma releitura poética dessa manifestação. A pesquisa, criação e adaptação do texto, a atuação e a produção são de Ester Sá. Os figurinos e adereços são de Maurício Franco, confecção de figurino de Nanan Falcão, sonoplastia de André Mardock, gravação da trilha, do Estúdio Guamundo, de Renato Torres, instrumentos de percussão tocados na trilha, de André Mardock e transposição de partituras de Armando de Mendonça.

Ester Sá
A segunda história traz dois viajeiros colombianos e pesquisadores da cultura afrocolombiana. “Ancestral- Es: Canticuentos Afrocolombianos” conta, canta e dança as vivências e histórias das comunidades afro em seu cotidiano, sua persistência e esperança. É um encontro com as raízes afro-colombianas, que tem direção de Karol Álvarez e David Cabezas, que se utilizam dos contos originais de Alfonso Córdoba. 

O público também vai conferir a dança tradicional argentina, com Abraão e Sol que viajam a 7 meses pelo Brasil e encerrar a programação vendo “Os Doze Trabalhos de Hércules”, da In Bust Teatro com Bonecos. Nesse trabalho, o grupo foi ao berço da cultura ocidental, pesquisou lendas e mitos, até chegar ao mais famoso episódio da vida de Hércules, grande herói da Grécia Antiga.

A construção dos bonecos e do material de cena foi feita com reutilização de material plástico descartável, e assim o público vai reconhecendo, durante o espetáculo uma série de vasilhames plásticos do cotidiano transformados em deuses e personagens mitológicos – sejam bonecos ou máscaras. É mais um espetáculo do grupo In Bust dentro da sua característica principal: humor transformado em divertimento e poesia, integrando bonecos e atores-manipuladores. No elenco, Adriana Cruz, Aníbal Pacha e Paulo Ricardo Nascimento, com texto de David Matos

Serviço
Mostra de teatro infantil – Amostra Aí – Sábado, 11 de agosto, às 18h. Av. 16 de Novembro 815 (http://bit.ly/OndeficaCdB). Pague o quanto puder.

Vivência com Ciro Croelhas na Olaria do Espanhol

A experiência da arte como ofício. Neste sábado, 11 de agosto, das 14h às 18h, o mestre Ciro Croelhas realiza uma oficina de vivência ceramista dentro da Olaria do Espanhol, em Icoaraci. A ação faz parte do projeto Lamugem – Memórias Vividas na Palma da Mão, selecionado pelo Programa SEIVA da Fundação Cultural do Pará e que vem realizando ao longo do mês, uma serie de atividades voltadas à cultura ceramista. A entrada é franca.

"Ola" vem do termo antigo utilizado para panela de barro. Também conhecida como oficina de oleiro ou oficina de ceramista, a Olaria é um local destinado à produção de objetos que utilizam do barro ou argila como matéria prima. Em Icoaraci, a cerâmica já tem uma tradição de mais de 300 anos. A Olaria do Espanhol é especializada na cerâmica utilitária. Instalada desde 1903 no Polo Ceramista do Paracuri, em Icoaraci, vem promovendo a vivência com os costumes e tradições desta cultura ceramista.

Ciro Croelhas vai contar um pouco dessa história, e também mostrar o que ele sabe fazer de melhor, a cerâmica utilitária. Os participantes vão conhecer a história da olaria centenária e também poderão colocar a mão na massa, ou melhor, no barro, modelar e ver como se faz uma queima, enfim vão entender todo o processo de produção. A tradição está na família dele há 115 anos.

“Para mim é uma felicidade estar com esse projeto dentro da Olaria. Nos últimos doze meses, nosso olhar mudou e melhorou a própria produção. Posso citar, por exemplo, a área de convivência da olaria, que não tínhamos e que está sendo aprovada por todos que chegam aqui, e a melhoria de queima que estamos conseguindo, a gente fazia da forma que nossos pais e avós faziam, e agora estamos com ajuda acadêmica, fazendo com que uma queima normal se tornasse numa queima especial em sentido de melhorias de resistência e um ganho para o próprio cliente, que leva uma cerâmica mais resistente e duração de mais tempo”, explica Ciro, que começou a aprender o oficio de oleiro ainda criança até se tornar um mestre.

O projeto Lamugem vai até dia 26 de agosto, e vem sendo desenvolvido na Olaria do Espanhol, junto ao público e mestres ceramistas além de pesquisadores e artesãos, sempre num sábado. Já ocorreram duas rodas de conversa, uma em julho e outra em agosto. A próxima será no dia 18, sobre a “Valorização cultural e os flexos projectuais do design paraense”, que será abordado por Viviana Fonseca.

A programação do projeto encerra dia 26, com uma grande exposição de biojóias, onde estarão expostas as peças da Coleção Mãos de Lamugem, desenvolvida pela artesã Val Genú, cujo trabalho com a cerâmica inspirou o projeto.

Serviço
Vivencia com Ciro Croelhas – Dia 11 de agosto, das 14h às 18h, na Olaria do Espanhol - Rua Sta. Isabel n° 2010 (entre Andradas e Soledade), Bairro: Paracuri – Icoaraci – Belém - PA. Informações: 98859.0203.

9.8.18

A rua como palco para as artes cênicas em Belém

Poucas pautas em teatro da cidade, espaços coletivos lutando para permanecer na ativa, falta de incentivo e políticas públicas para o teatro. O cenário não é nada animador, mas uma coisa é certa, mesmo em meio ao caos, a produção cênica de Belém nunca deixou de existir. É o que se vai mostrar no Encena Festival de Teatro de Rua, que será realizado de 21 a 25 de agosto, no Sesc Boulevard no anfiteatro da Praça da República, encerramento no Espaço Cultural Apoena. 

Teatro com bonecos, operetas, comédias, debates críticos e textos líricos serão apresentados ao ar livre na primeira edição do Encena Festival de Teatro de Rua. A idealização é de Leonel Ferreira, da Cia de Teatro Madalenas. De acordo ele, “ser artista é ser resistente”. O ator e diretor afirma que não há incentivo do governo para as produções. “A invisibilidade do fazer teatral é tão grande que nós, hoje, fazemos teatro para nossa família e nossos pares. Formar público é fundamental. Há dez anos não temos um festival de teatro na cidade. Queremos atrair pessoas que nunca tenham visto um espetáculo cênico”, destaca.

Na abertura, que será realizada dia 21, no Sesc Boulevard, haverá duas rodas de conversa, sendo a primeira às 14h, abordando “Políticas Públicas para o Teatro em Belém”, trazendo como convidados representantes da Fundação Cultural do Pará e da FUMBEL, além das atrizes Alana Lima, e Mestranda em Artes/UFPA, e Nani Tavares, Profª de Filosofia e Mestra em Artes/UFPA, com mediação de Danielle Franco, jornalista, especialista em Gestão e Políticas Culturais. 

Palhaços Trovadores
Em seguida, às 16h, a conversa gira em torno da Economia Criativa e Conexões em Rede, tendo como convidados os atores Paulo Ricardo (In Bust e Casarão do Boneco) e Ana Marceliano (Dirigível Coletivo de Teatro), com mediação minha, Luciana Medeiros, jornalista e produtora cultural. A entrada para participar dos debates é franca, mas como o espaço é limitado, pede-se que seja feita uma inscrição on line: https://bit.ly/EncenaMesasdeConversa.

A Cia Lama de Teatro abre as apresentações no Anfiteatro da Praça da República, no dia 23, às 18h, com a peça “Bonecos e Tambores”, que conta a história do carimbó a partir da vida de Mestre Verequete. Em seguida, às 19h, entra em cena o Bando de Atores Independentes (BAI), com o inédito “Homem não Chora”, que traz reflexões sobre os muros que enclausuram o sentir e a expressão de nossas dores. Às 20h, os Palhaços Trovadores apresentam “A Vingança de Ringo”, um autêntico dramalhão circense, inspirado nos filmes de bang bang. 

No dia 24, às 18h, o Grupo Experimental de Teatro (Gemte) apresenta “Quem vai pagar o pato?”, uma fábula sobre as injustiças sociais protagonizada por bichos que são explorados enquanto buscam por sonhos inalcançáveis. Às 19h, o acaso comanda a Cia Sorteio de Contos, que convida o público a escolher de forma aleatória o que será apresentado na noite. Às 20h, o Dirigível Coletivo de Teatro apresenta o espetáculo “Pássaro”, uma experimentação entre o gênero “melodrama fantasia” e o formato “cordão de meia lua”, estruturas típicas do teatro popular, baseado nas histórias da tradicional brincadeira junina do Pará.

Dirigível Coletivo de Teatro
No dia 25, a Troupe Vira Rumos apresenta o espetáculo a “Pena e a Lei”, realizado com atores e bonecos, inspirado na obra homônima de Ariano Suassuna. Farsa popular nordestina que conta a história das aventuras de Benedito que, com sua malandragem popular, procura conquistar o amor de sua vida.  

A noite segue com a Cia de Teatro Madalenas, com a peça “La Fábula”. No enredo, uma rainha e três contadores de histórias convidam a plateia para mergulhar no saco do maravilhamento onde tudo que se imagina vira realidade. Às 20h, o In Bust apresenta “Fio de Pão – A história da cobra Norato”, que resgata do imaginário popular o causo da cabocla que pariu duas cobras: Caninana, a má, e Norato, que só quer encontrar quem o desencante para virar gente.

A programação encerra com show do Bando Mastodontes, no Espaço Cultural Apoena, também no dia 25, a partir de 21h. “O projeto se molda como o primeiro festival de teatro de rua da cidade, realizado de forma coletiva e colaborativa. Ousamos experimentar, fazendo na fúria e na vontade. Somos imperfeitos, insistentes e inacabados. E por sermos assim, seguimos”, diz Leonel.

Serviço
Encena Festival de Teatro de Rua. Dia 21 de agosto, a partir de 14h, no Sesc Boulevard. De 23 a 25, no Anfiteatro da Praça da República, com apresentações às 18h, 19h e 20h. Entrada franca. Encerramento com show do Bando Mastodontes, no dia 25, a partir de 21h, no Espaço Apoena. Ingressos R$ 15,00, na bilheteria -  Av. Duque de Caxias 450. Patrocínio do Banco da Amazônia, co-realização do Sesc-Pará, apoio da Rede Cultura e Ná Figueiredo.