26.2.19

Preamar de Carnaval com baile, cortejo e sinfonia

Crias do Curro Velho em cortejo, no final da tarde, pela orla da Estação das Docas, que recebe, no mesmo dia, o 35o Baile dos Artistas. De sexta a terça-feira também tem carnaval sinfônico em Bragança e de quebra um exposição de empreendimentos criativos em vários espaços públicos de Belém.

O 35º Baile dos Artistas Paraenses também é nesta quinta-feira (28), mas a partir das 22h, na Estação das Docas. Promovido em parceria com a Secretaria de Estado de Cultura (Secult), a programação integra o Preamar de Carnaval 2019 do Governo do Pará.

Serão coroados Rainha dos Artistas deste ano a bailarina e coreógrafa Jackeline Mendes, e o príncipe consorte o guitarrista Chimbinha. Em 2019 Jackeline completa 50 anos de idade e 30 de carreira, e para a organização do baile não haveria momento melhor para tal homenagem. “Eu participo do baile desde 2002. Sempre estou lá, prestigiando artistas, amigos e já recebi o prêmio das mãos da Elkie Maravilha”, lembra a coreografa. “Vamos fazer uma grande festa. Para mim, está sendo maravilhoso, completando a comemoração pelo meu aniversário”. 

O evento acontecerá no Galpão 3 da Estação das Docas e é uma realização do Governo do Pará, por meio da Secult, Setur, Sedeme, Estação das Docas e Pará 2000. A criação é do Grupo T.E.M de Teatro, com apoio da Fundação Cultural do Pará. Um pouco mais cedo, às 18h, a Escola de Samba Crias do Curro Velho dá o ar da graça com um cortejo pela orça da Estação das Docas. Este ano, o desfile oficial foi no dia 22 de fevereiro, na Praça Brasil, com o enredo “Uma Viagem ao Fabuloso Mundo da Literatura Infantil”. Ao todo, são 170 componentes,  entre crianças e adolescentes. Vale á pena conferir.

De 1º a 05 de março espaços públicos como Mangal das Garças, Parque da Residência, Forte do Presépio, Museu de Arte Sacra e Parque do Utinga vão receber a Exposição Empreendimentos Criativos, organizada pela gerência de Economia Criativa e Promoção Cultural da SECULT. Na sexta-feira, 1º de março, às 20h, o município de Bragança, no nordeste do Pará, receberá em seu Liceu de Música, a Orquestra Sinfônica do Theatro da Paz (OSTP), sob a regência do maestro assistente Pedro Messias. A entrada é gratuita, mas os ingressos para o concerto serão distribuídos no Liceu, no dia do espetáculo, a partir de 12h. 

Serviço
35º Baile dos Artistas Paraenses. Nesta quinta-feira, 28 (quinta-feira), às 22h, na Estação das Docas, s/nº - Galpão 3. O ingresso para o baile custa R$ 2 e mais 1 (um) livro de literatura (novo ou usado). A distribuição dos ingressos será no dia do evento (28), das 9h às 17h, no Teatro Gasômetro. 

(Informações da assessoria de imprensa da Secult)

25.2.19

"Pretas" ganha lançamento no Líbero e no Youtube

A Websérie Pretas, produção colaborativa paraense, será lançada nesta segunda-feira, 25, às 17h, no Cine Líbero Luxardo, entrada franca, e às 19h, no canal da produtora Invisível Filmes, na plataforma de vídeos Youtube. Em 9 episódios narra vivências de mulheres negras em diferentes contextos. 

Os episódios trazem histórias que trazem à tona discussões sobre aceitação, sexualidade, solidão, intolerância religiosa  e mostram a humanidade da mulher preta. Um trabalho audiovisual de resistência  diante das narrativas criadas pelo machismo e racismo ao longo da história universal, com reflexões quanto ao lugar da mulher negra na sociedade e o quanto esta precisa falar e ser ouvida. 

A direção é assinada por Lucas Moraga, com roteiros de Joyce Cursino e Priscilla Silva. Entre os questionamentos, que inspiraram a série estão perguntas como: Quantas mulheres negras vemos representadas de forma real em histórias? Quantas vezes um negro foi representado como herói no cinema? Se nossa história é abarrotada de negros e negras incríveis, por que eles geralmente ocupam o papel dos dementes ou subalternos?

Web Série já é premiada em festivais

Em 2018, a produção foi premiada como a Melhor Série de Diversidade no Rio Web Fest 2018, importante festival internacional de webséries. Esta premiação foi um marco por ser um prêmio político, que dialoga com as premissas da Websérie. Mas antes não passou desapercebida em outros festivais.

Em 2016, o episódio piloto venceu o Festival Osga de Vídeos Universitários, organizado pela Universidade da Amazônia, nas categorias Melhor Filme, Melhor Direção, Melhor Atriz, Melhor Produção, Melhor Figurino e Melhor Edição. Em 2017, venceu o Festival da Freguesia do Ó, em São Paulo, na categoria Melhor Episódio Piloto. E também foi selecionada para o 39º Festival du Court métrage de Clermont-Ferrand, na França, um dos maiores festivais de cinema do mundo. 

Sinopse: Abigail é uma pugilista que enfrenta um verdadeiro turbilhão de desafios: seguir na carreira, criar a filha pequena em meio ao caos de uma sociedade que não perdoa a cor e os sonhos de uma criança e ainda precisar enfrentar os preconceitos por ser mulher e negra na Amazônia. 

O LINK DO EPISÓDIO

23.2.19

Temos carnaval com carimbó, banguê e guitarrada!

Em 2015, no Baile dos Artistas
Artistas com obras e trajetórias relevantes na cultura paraense, Dona Onete e Mestre Vieira recebem um reconhecimento popular da maior importância, pelo menos no Brasil. Temas do carnaval deste ano, carregam consigo os dois ritmos mais representativos da nossa cultura, o carimbó e a guitarrada, que estarão na avenida do samba, na Aldeia Cabana, neste sábado, 23, a partir das 19h.

No Pará o carnaval se faz com samba no pé, curimbó e guitarra! Este ano “in memorian”, o criador da guitarrada virou samba enredo do Bloco dos Amigos, no pré-carnaval de Barcarena, e é citado em uma das alas do Rancho Não Posso Me Amofiná, que canta a Barcarena, sua cidade de origem. 

Chamado “Made in Barcarena - Eu canto o encanto do teu universo”, tem como tema central a cultura e o futuro promissor do município de Barcarena. Vamos ver.  Já a rainha do carimbó é homenageada pelo Grêmio Recreativo Esportivo Social Piratas da Batucada, que canta  o enredo  “Chameguei Onete!”. 

Não é a primeira vez que eles recebem reverências e reconhecimento do povo do carnaval. Em 2015, Dona Onete foi coroada a rainha e Mestre Vieira, Príncipe Consorte do Carnaval Paraense, no Baile dos Artistas. Também não é inédita a homenagem ao mestre, no carnaval barcarenense. Em 2013, o bloco Bica Grande levou às ruas de Barcarena a guitarrada, ritmo criado no município, na década de 1970. Intitulada “Guitarradas na Folia”, a festa abriu, claro, com um show do próprio Mestre Vieira, com 78 anos, então. E em 2014, o bloco dos Amigos já tinha também feito reverencias a Mestre Vieira, em seu samba enredo.

As homenagens são merecidas. Revalorizados a partir do interesse da nova geração, de músicos e produtores culturais, estes artistas foram trazidos de volta à cena, no finalzinho dos anos 1990 e inicio dos anos 2000. Coletivo Rádio Cipó, com Dona ONete, e ainda os projetos Mestres da Guitarrada, Terruá Pará e 50 Anos de Guitarrada, entre outras iniciativas contribuíram para a projeção deles na cena contemporânea da música. Dona Onete, hoje com banda própria e uma produção de fôlego internacional, se prepara para uma turnê pela Oceania e o lançamento do terceiro álbum, Rebujo. Está no auge de sua carreira com quase 80 anos, sendo também a rainha do Banguê.

DVD lançado em 2012, no Theatro da Paz
Mestre Vieira faleceu aos 87, em fevereiro de 2018. Lançou o último CD, em 2015, Guitarreiro do Mundo. Deixou legado relevante à música brasileira. Em 2017 foi também homenageado na série de animação Os Dinâmicos, em exibição nas Tvs Públicas, e este ano sua obra será trabalhada no projeto Inventário Mestre Vieira, contemplado pelo Rumos Itaú. Será lançado songbook com  partituras, discografia e biografia, e um site, com vídeos inéditos e informações sobre sua carreira.

Serviço
No segundo dia de desfile, as duas escolas  entrarão logo mais, a partir das 19h, na passarela da Aldeia Cabana, no bairro da Pedreira. Confira a ordem de entrada na avenida de todas as escolas do 1º grupo. Av. Pedro Miranda - Pedreira.

Ordem de entrada na avenida
  1. Embaixada do Império Pedreirense
  2. A Grande Família
  3. Deixa Falar
  4. Bole-bole
  5. Rancho Não Posso me Amofiná
  6. Piratas da Batucada
  7. Império de Samba Quem São Eles
  8. Escola de Samba Matinha
  9. Associação Carnavalesca Xodó da Nega

22.2.19

Oi Futuro: inscrições para projetos incentivados

Ainda está com aquela cartinha da Lei Semear guardadinha? Então aproveita para desengavetar. A Oi abriu esta semana as inscrições da 16ª edição do Programa Oi de Patrocínios Culturais Incentivados, que reafirma seu  compromisso com a cultura brasileira. 



Produtores culturais podem se inscrever até o dia 22 de março, às 17h (horário de Brasília), por meio do site do Oi Futuro: www.oifuturo.org.br.

O programa destina recursos para financiamento total ou parcial de projetos aprovados em leis estaduais e municipais de incentivo à cultura seguindo duas linhas de seleção: uma para iniciativas de todo o país e outra voltada para a programação do Centro Cultural Oi Futuro, no Rio de Janeiro.  O Programa Oi de Patrocínios Culturais Incentivados investe e apoia projetos de diversas naturezas que já atraíram mais de 8 milhões de pessoas de todo o país, desde 2003. 

Nesses 16 anos de atuação, foram mais de 2.500 projetos culturais apoiados pelo Oi Futuro, que se tornou espaço onde as muitas formas de arte convergem e as tecnologias do nosso tempo são um campo infinito para experimentação e investigação artística. “A Oi acredita na arte como ponto de partida para o desenvolvimento de novos processos e inovação, por isso nos orgulhamos de ser uma das maiores patrocinadoras privadas da cultura brasileira”, diz Roberto Guimarães, gerente executivo do Oi Futuro. 

No edital, artistas e produtores culturais podem apresentar propostas de festivais, espetáculos, exposições, performances e outras manifestações criativas e originais que valorizem a convergência de linguagens, a cocriação e a conexão entre pessoas e ideias. 

Realizadores também podem inscrever propostas que contemplem a integração do Museu das Telecomunicações com seus públicos e a ocupação do LabSonica, laboratório de experimentação no campo do som e da música, que completa seu primeiro ano de atividades.

Desde 2017, o Oi Futuro utiliza um modelo de inscrições simplificado, sem categorias pré-definidas e sem burocracia. O formulário online resume-se a uma página em branco, em que o produtor apresenta sua proposta da forma que achar melhor. Além disso, o proponente deve incluir um vídeo em que defende sua ideia e os propósitos de seu projeto.

O processo de seleção conta com uma comissão de avaliação independente, composta por especialistas de distintos campos do conhecimento e de origem regional diversa, e envolve também a participação de profissionais do Oi Futuro e da Oi. O resultado será divulgado no site do Oi Futuro, em data a ser definida.

Através do programa, a Oi quer fomentar a produção artística inovadora, especialmente no campo da convergência entre arte, ciência e tecnologia, potencializando conexões e experiências que impulsionem novas ideias e experiências coletivas singulares; promover oportunidades de colaboração, gerando interações que se caracterizem na participação ativa do público; estimular a circulação da produção cultural brasileira por meio do fomento à geração de conteúdo digital multiplataforma, além de trabalhar acessibilidades para a ampliação de um público diverso e irrestrito.

Sobre O Oi Futuro

O Oi Futuro, instituto de inovação e criatividade da Oi, promove ações de Educação, Cultura, Inovação Social e Esporte para melhorar a vida das pessoas e transformar a sociedade. O instituto impulsiona iniciativas colaborativas e inovadoras, fomenta experimentações e estimula conexões que potencializam o desenvolvimento pessoal e coletivo.

Na Educação, o Oi Futuro investe em novas formas de aprender e ensinar com o NAVE (Núcleo Avançado em Educação), que forma jovens para as economias digital e criativa, com foco na produção de games, aplicativos e produtos audiovisuais. Desenvolvido em parceria com as Secretarias de Estado de Educação do Rio de Janeiro e Pernambuco, o programa oferece ensino médio integrado e já formou mais de 2 mil jovens em 12 anos de atuação. 

Os estudantes do NAVE são incentivados a desenvolver o espírito empreendedor e a estabelecer suas primeiras conexões profissionais no mercado de inovação e tecnologia. Nas escolas do programa, educadores e estudantes elaboram e testam novas metodologias e práticas pedagógicas que possam ser compartilhadas com outras escolas da rede pública e outros contextos educacionais.

Na Cultura, o instituto é um catalisador criativo, impulsionando pessoas através das artes, estimulando a cocriação e promovendo o acesso à cultura na era digital. 

O Oi Futuro mantém um centro cultural no Rio de Janeiro, com uma programação que valoriza a produção de vanguarda e a convergência entre arte contemporânea e tecnologia, e realiza o Programa Oi de Patrocínios Culturais Incentivados, que seleciona projetos em todas as regiões do país por meio de edital público. 

O Instituto também tem o Museu das Telecomunicações, pioneiro no uso da interatividade no Brasil, e o LabSonica, laboratório de experimentação sonora e musical. Também no Rio, o Oi Futuro mantém a Oi Kabum!, escola de arte e tecnologia onde está abrigado o Lab.IU, Laboratório de Intervenção Urbana.

Na Inovação Social, o Oi Futuro lançou o Labora, laboratório de soluções singulares e de impacto para as cidades e a gestão cultural. O Labora é um ambiente de conexão, aprendizagem e criação para organizações e empreendedores comprometidos com a transformação de impacto, e oferece programas de incubação e aceleração para projetos e negócios de impacto social. O Oi Futuro também aposta em projetos esportivos que conectem pessoas e promovam a inclusão e a cidadania.

Numa confluência entre as áreas de Cultura e Inovação Social, nasceu o Lab Oi Futuro, espaço de criação, experimentação e colaboração idealizado para impulsionar criadores de diversas áreas e startups de impacto social de todo o Brasil, selecionados por editais públicos. Com mais de 500m², o laboratório abriga o LabSonica e o Labora e oferece  estrutura física e suporte técnico necessários para que seus participantes viabilizem seus projetos em um ambiente que estimula a produção colaborativa, a formação de redes e a inovação. 

Serviço
16º Programa Oi de Patrocínios Culturais Incentivados. Inscrições: de 19 de fevereiro a 22 de março de 2019, às 17 h (horário de Brasília). Site: www.oifuturo.org.br

15.2.19

Espaço Lab dá baile em seu 1o grito de carnaval

Dos rios barrentos e escuros do Norte vem a inspiração para o primeiro grito de Carnaval do espaço cultural Lab PA. Neste sábado (16) será realizado o “Baile do Candiru”, com guitarrada e tecnobrega, no show Pegando a Beira e discotecagem de DJ Zek Picoteiro. A partir das 17h e o ingressos custa R$ 5,00.

Expressão regional que remete ao improviso, “pegando a beira” dá nome ao projeto autoral idealizado pelo músico Lelo Carvalho, há mais de dez anos. No repertório, temas de Guitarrada, Carimbó, Lambada e Baião, além de experimentações de Rock com Cumbia. “Os mestres Vieira, Curica e Aldo Sena são algumas das influências musicais do projeto”, conta o guitarrista.

Foramdo ainda por Henrique Maia (baixo), Mariano Júnior (bateria) e Odirlei Almeida (guitarra), o grupo lançou em 2013, a canção “Guitarrada da Lua”, que esteve entre as mais votadas pelo público do Festival Cultura de Verão, realizado pela FUNTELPA.

A festa terá inda o produtor cultural e DJ, Zek Picoteiro, especialista em música paraense, que vem esquentando as pistas de Belém. No play,  todas as vertentes e influências do Brega, passando pelo Tecno, Melody, Cumbia, Lambada, Merengue, Carimbó entre outros.

DJ residente da Lambateria, Zek tem proposta sonora baseada na música local, desde as suas origens e influências, até a música contemporânea produzida no Pará e nas outras periferias do mundo. Seus sets fazem um passeio pelo Caribe, América Latina, África e aportam na Amazônia como filtro principal.

O DJ preparou para o baile, um passeio pela história do Brega, desde o passado (dos tempos da Jovem Guarda) até o Brega Pop que culminou na década de 1990, com bandas e nomes como Kim Marques, Edilson Moreno, Tonny Brasil e Ximbinha. É uma sequência que começa com um clima mais intimista, mas termina com os casais se ariscando no quintal aconchegante do Lab”, antecipa Zek Picoteiro.

LAB PA - Com foco na Cultura, o Lab PA é um espaço livre para a experimentação artística. A casa localizada no bairro da Campina, no Centro Histórico de Belém, está aberta para receber programações culturais, tais como shows, espetáculos teatrais, exposições, literatura, boas ideias e encontros, além de cursos e outros eventos.

Serviço
“Baile do Candiru”, com Pegando a Beira e DJ Zek Picoteiro. Neste sábado (16), a partir das 17h, no espaço cultural Lab PA (Travessa Campos Sales, 705, entre General Gurjão e Carlos Gomes – Campina). Informações: (91) 983951511 | 993029467. Ingressos: R$ 5,00. 

12.2.19

Performance de Jef Cecim celebra José Saramago

“No dia seguinte ninguém morreu”, diz José Saramago, logo na abertura do livro “As Intermitências da Morte”, no qual a morte decide suspender seus serviços e assim mostrar que os homens não vivem sem ela. O romance, publicado em 2005, é o ponto de partida (ou chegada) da performance “O Homem das Palavras”, que o ator e manipulador de bonecos Jef Cecim apresenta neste final de semana, sexta (15), sábado (16) e domingo (17), às 10h e às 15h, no Museu do Estado do Pará (MEP). A performance dialoga com a exposição “Saramago – Os Pontos e a Vista”, que reabriu nesta terça-feira, 12, ao público, no mesmo espaço, com visitação só até o dia 17 de fevereiro. 

Caracterizado como o célebre escritor português, único Prêmio Nobel de Literatura da Língua Portuguesa, Jef Cecim propõe uma interação com o público que já percorreu a exposição, sugerindo, de forma sutil, a leitura de trechos do livro, “ou quem sabe até uma selfie ou filmagem, dependendo de cada espectador”, diz ele. 

O personagem também trará obras de Maria Lúcia Medeiros, Haroldo Maranhão, Vicente Cecim e Max Martins. “E, apesar de ser o homem das palavras, o personagem não fala e busca que o próprio espectador faça a leitura. Mas, como toda performance, é uma obra aberta”, continua o artista que contou, ainda com a parceria de Geovane Serra (máscara), Maurity Ferrão (cabelos) e Cris Pessoa (maquiagem). 

Jef Cecim começou a trabalhar com bonecos em 1998, na Usina de Animação, onde permaneceu até 2004, seguindo depois em carreira solo. A literatura comenta, sempre foi uma inspiração, tanto que em 2010, em São Paulo, ele realizou uma exposição somente com personagens literários. Estavam ali Carlos Drummond de Andrade, Mário de Andrade, Cora Coralina, Max Martins e ainda personagens do universo de Clarice Lispector, Jorge Amado e Dalcídio Jurandir, entre outros.

Em 2012, Cecim ganhou o Prêmio Funarte Artes Cênicas na Rua com o espetáculo de teatro em miniatura “Mater Dolores – Desvãos da Memória”, baseado em contos de Haroldo Maranhão e Maria Lúcia Medeiros. E no ano passado, foi a vez de conquistar o Prêmio de Pesquisa e Experimentação Artística Seiva, da Fundação Cultural do Pará, com o projeto “Encaixotando as Lendas”, com adaptação de lendas urbanas, como a moça do táxi e o fantasma do casarão Bibi Costa. Para este projeto, Jef chamou dois artistas iniciantes, que participam de todo o processo, desde a dramaturgia até a apresentação das cenas. Os bonecos são confeccionados pelo próprio artista, que utiliza papel machê, espuma, látex e outros materiais, boa parte reciclado. 

Serviço
Performance “O Homem das Palavras”, com o ator e manipulador de bonecos Jef Cecim. Dias 15, 16 e 17 às 10h e às 15h, no jardim do Museu do Estado do Pará (MEP). A performance dialoga com a exposição “Saramago – Os Pontos e a Vista”, que reabriu ao público no mesmo espaço e permanece até dia 17 de fevereiro. A entrada é franca. 

Exposição sobre José Saramago reabre à visitação

Fotos: Acervo/UFPA
Ótima notícia. “Saramago – os pontos e a vista” reabriu e segue até este domingo, 17, no MEP. Suspensa, desde o dia 1º, após incidentes com partes do forro do prédio, a visitação foi autorizada pelo Corpo de Bombeiros, depois que  as exigências de segurança no espaço foram atendidas. 

“Todo mundo, no fundo, é um escritor da sua história. Então apropriar-se da literatura é apropriar-se do mundo, da experiência de outras pessoas. Conhecer um grande autor, um grande cidadão do mundo e como a escrita dele foi importante para pensar a nossa natureza, o nosso ser, a nossa humanidade, é uma contribuição para a vida, e isso é fundamental”. 

Essa fala é da professora Maria Martins, que visitou, com 11 alunos da Escola Estadual de Ensino Fundamental e Médio Dr. Ulysses Guimarães, a exposição “Saramago – os pontos e a vista”, no Museu do Estado do Pará (MEP). Eles estão entre as mais de 3 mil pessoas que já tiveram a oportunidade de visitar a exposição. Os jovens são integrantes do Projeto Mundiar, da Secretaria de Estado de Educação do Pará (Seduc-PA) em parceria com a Fundação Roberto Marinho. 

Os alunos, com idade entre 17 e 19 anos, são oriundos de diversos bairros de Belém. O grupo participou de uma visita guiada da exposição no dia 18 de janeiro, como parte de uma atividade do projeto chamada “percurso literário”, na qual os alunos pesquisam sobre determinado tema relacionado à Língua e à Literatura Portuguesas. 

Para tal atividade, como explicou a professora Maria, decidiram trabalhar com José Saramago, “um grande escritor da Língua Portuguesa, muito lido pelos brasileiros, mas pouco conhecido pela juventude, para traçar sua trajetória, suas obras e influência na literatura contemporânea”. Ao saber da realização da exposição em Belém, por meio do Portal da UFPA, a professora viu no evento uma grande oportunidade.

O grupo já estava realizando uma pesquisa sobre Saramago, suas obras, entrevistas, vídeos, entre outros registros, para entenderem melhor sua história e características de escrita, e a ida à exposição foi o penúltimo momento desse trabalho. 

“Nós vimos para a exposição, nos apropriamos de coisas que não sabíamos, que não tínhamos acesso, e, agora, a partir dessa apropriação e da ressignificação de tudo que vimos, vamos fazer nossa própria exposição, com painéis integrados, para toda a Escola Ulysses Guimarães”.

Para a professora Maria, a exposição traz muitas novidades positivas: “esse ambiente mais virtual, essa estética de uma linguagem mais tecnológica, a linguagem da imagem, isso tudo faz com que os alunos despertem mais para a importância do trabalho que estão fazendo. O museu e a arte possuem uma linguagem muito específica. 

O aluno pode ter lido 300 livros, mas uma linguagem visual e a estética da exposição geram uma sensibilidade sobre a literatura, sobre a escrita, que não são apenas um monte de palavras em cima de um papel, mas são vida, experiência de vida, de sociedade, de tempo. Não são letras mortas, fazem parte da nossa vida”. Segundo a docente, ter vindo à exposição trouxe novas ideias aos alunos sobre como eles podem se apropriar dos saberes que observaram sobre Saramago.

Última semana da exposição

A exposição “Saramago – os pontos e a vista”, em Belém, integra o calendário oficial de celebração dos 20 anos de atribuição do Prêmio Nobel de Literatura (o primeiro e único a um autor de Língua Portuguesa) a José Saramago, com eventos organizados pela Fundação José Saramago, em parceria com entidades públicas e privadas, em Portugal e em vários outros países. 

A mostra tem o patrocínio do Banco Santander, por meio da Lei Rouanet. A produção é da Magnetoscópio e a realização é do governo federal, por meio do Ministério da Cultura; da Fundação José Saramago; da Reitoria da Universidade Federal do Pará (UFPA) e da Cátedra João Lúcio de Azevedo Camões, I.P|UFPA, com o apoio do governo do Estado do Pará, por meio da Secretaria de Estado de Cultura do Pará (Secult), Sistema Integrado de Museus e Museu do Estado do Pará (MEP).

A curadoria é de Marcello Dantas, profissional de renome no mercado artístico nacional, conhecido pela realização de exposições de grande porte, que empregam recursos tecnológicos, interativos e multimídia para favorecer a experiência dos visitantes. Em suas próprias palavras, “Saramago – os pontos e vista” é uma “exposição em 1ª pessoa, a vida do autor contada por ele mesmo. A única voz ouvida na exposição é a do próprio José Saramago”.

Para Marcello, trata-se de uma exposição sobre o homem e sua visão de mundo, “capaz de inspirar qualquer pessoa, por falar de assuntos que qualquer um pode refletir: amor, tempo, morte, elementos que estão presentes na obra do Saramago. Não é só para os que já amam o autor, mas também para os que nem o conhecem”. A realização da exposição no MEP, para Marcello, é vista como privilegiada, por se tratar de “um espaço carregado de história, que transborda memória”.

Mais sobre a exposição:

Serviço
Exposição “SARAMAGO – Os pontos e a vista”. Visitação até: 17 de fevereiro de 2019. Funcionamento: De terça a sábado, das 10h às 17h, e domingo, das 9h às 18h. Local: Museu do Estado do Pará (Endereço: Praça D. Pedro II, s/n - Cidade Velha, Belém). Entrada franca.

(Com informações do Cerimonial do Gabinete do Reitor/ UFPA)

9.2.19

Itinerância e fase de estudio sem chumbo nos pés

Naldinho Freire, no estúdio Budokaos
Foto: Gabriel Freire
Após três anos germinado em estúdios e palcos no país e no exterior, o projeto “sem chumbo nos pés”, de Naldinho Freire, músico e compositor paraibano, radicado em Belém, chega ao formato de álbum. O blog passou uma tarde no estúdio Budokaos, onde o produtor Marcel Barreto está realizando a edição e pré-mixagem das 12 faixas do disco, e conversamos com o compositor, que prevê o lançamento para maio, em Belém do Pará, com participações especiais.

Naldinho Freire, 53, passou 6 anos afastado dos palcos até que iniciasse um processo inverso para gravar este que será seu quarto álbum. Em 1996, lançou, ainda em vinil, o LP Lapidar; em 2005, o CD Viandante e, em 2006, o CD Raízes, do qual se desdobrou o artigo “Quando as palavras são raízes”. Em 2008, lançou o DVD “Raízes Traços Contemporâneos”, que faz um diálogo entre a música de tradição oral do Nordeste Brasileiro e a música moderna, já trazendo o namoro do músico  com música eletrônica, presente neste novo trabalho.

De espírito poético e repleto de liberdade, envolvendo cerca de 30 artistas, alguns deles com participação no disco, até chegar nesta fase de estúdio, “sem chumbo nos pés” foi apresentado em Recife (PE), Belém e Icoaraci (PA), Rio de Janeiro e Niterói (RJ), Maceió (AL), João Pessoa (PB), Natal e Pium (RN), e ainda por Praia e Tarrafal, em Cabo Verde, Lisboa, Braga e Porto, em Portugal.

Nessa espécie de laboratório itinerante, por onde passava, Naldinho Freire não perdia a oportunidade de gravar com os músicos que encontrava pelo caminho e assim, o disco traz gravações feitas em estúdios de João Pessoa, Natal, Fortaleza e Praia, além de Belém, onde já está no terceiro estúdio, de onde já sairá para masterização e prensagem. Aqui, ele gravou também inúmeras participações, como da baterista Juliana Salgado e Gláfira, além de Lucas Torres (guitarra) entre outras, que ele ainda quer guardar surpresa.

Marcel Barreto
Foto de Naldinho Freire
Marcado pela canção, utilizando violão de madeira, corda de aço e nylon, em diálogo com a música eletrônica, sem chumbo nos pés consolida o flerte com os elementos dos sintetizadores e os bits eletrônicos, que já estavam de certa forma presentes no trabalho do Raízes Traços Contemporâneos. Tive oportunidade de ver o show, em outubro de 2017, no Teatro do Centro de Artes da UFF, última etapa do projeto Territórios da Arte, realizado pela universidade em parceria com a Funarte. 

O músico já estava acompanhado pela instrumentista paraense, Beá Santos. Já o tinha conhecido, antes, durante a passagem do projeto Territórios da Arte, por Belém em agosto daquele ano, e depois do desfecho nesta apresentação em Niterói, que contou com participação especialíssima da cantora e compositora Kátia de França e o do músico Pierre Caprez, o blog passou a acompanhar sua trajetória.

O artista fez apresentações em Belém, no Sesc Boulevard, no Núcleo de Conexões Na Figueredo e na Livraria da Fox Video, além de Icoaraci, no espaço Na Casa do Artista, numa parceria com a pesquisadora e produtora cultural Auda Piani, que viajou com o artista a Cabo Verde para participar de um evento de música e gastronomia. 

Um projeto de liberdade

Na entrevista a seguir, Naldinho conta mais detalhes sobre o surgimento e desdobramentos de um trabalho “sem chumbo nos pés”.


Naldinho Freire
Foto de Juliana Salgado
Holofote Virtual: Três anos num processo que, ao que tudo indica, não deve finalizar com o lançamento do álbum. Como foi tirar o chumbo dos pés e se lançar neste trabalho?

Naldinho Freire: Em 2016, eu ainda estava na representação da Funarte, mas chegava à noite em casa e ia abrindo as gavetas para revisitar coisas que eu tinha feito ao longo dos anos. Já no final daquele ano, comecei a fazer novas composições, e já recebia poemas de amigos, o que daria o norte do projeto que é cheio de parcerias. Foi quando vim de férias para Belém e mostrei as canções à Inês Silveira (produtora), entreguei a ela para ler, ouvir algumas coisas. Precisei ficar um pouco longe disso. Ela fez uma curadoria, e no universo de umas 60 composições, chegamos a umas 20.

O intuito era de chegar num repertório para um concerto, que finalmente acabei estreando, em janeiro de 2017, no Teatro Mamulengo, em Recife (PE). Fui experimentando. A cada momento, colocava uma, tirava outra, ia observando isso, a reação da plateia, os músicos que eu chamava para fazer participações e foi assim chegamos às 12 músicas do álbum.

Holofote Virtual: E como foi esse processo de gravar de forma itinerante com os músicos que você convidava a participarem dos shows nas cidades por onde passou o “sem chumbo nos pés”?

Naldinho Freire: Quando eu estava na cidade que eu queria e pretendia uma participação de um ou mais artistas, conseguíamos um estúdio e eu já gravava ali mesmo. Em João Pessoa, gravei com Pedro Osmar, e Adeildo Vieira, pessoal do Musiclube da Paraíba, as meninas Déa Limeira, Glaucia Lima, que são da minha época, anos 1990. Esse momento foi quando estava na circulação do show com Beá Santos, que inclusive fez a direção no estúdio dessas gravações, na Paraíba. 

Em Cabo Verde eu gravei a guitarra de Manuel di Candinho, a voz guia de Mario Lucio, e todo o meu violão guia. A guitarra ficou tão legal que a gente está utilizando essa guitarra mesmo no disco. Candinho toca muito é um virtuose da guitarra, mas também toca piano, é um grande músico.  O Mario Lucio, depois esteve em Fortaleza para um concerto dele, e lá ele colocou a voz definitiva. O Ivan Ferrarro, criador da Feira da Música de Fortaleza, nos ajudou a arrumar um estúdio. Esse trabalho traz muitas energias. Eles dois, aliás, virão para o lançamento do álbum aqui em Belém. 

Gláfira
Foto de Juliana Salgado
Holofote Virtual: Como é esse negócio de mostrar o trabalho antes e gravar depois? E de onde vem o nome do disco?

Naldinho Freire: Gravei meu primeiro vinil foi em 1993, lançado em 1995, e eu ainda não tinha experimentado essa situação. Mas depois me afastei e fui pra gestão pública, durante seis anos, quando saí da Funarte em 2017 precisava  mostrar outra coisa, o que eu tinha de novo, em outra proposta de trabalho, pois o que eu tinha era música ao vivo e resolvi me largar a compor na estrada. 

Já o nome do disco “sem chumbo nos pés”, vem de uma canção que traz essa frase. “Pássaros sem chumbo nos pés, nós somos pássaros também”, e é isso, temos essa possibilidade de voar de outra forma. Então isso foi naturalmente se formando a partir dessa experiência e eu adorei o processo. Não foi algo de caso pensado, direcionado para isso, de fazer processo inverso, foi naturalmente.

Holofote Virtual: Como você está conseguindo realizar esta fase de estúdio e lançamento, você conta com algum apoio?

Naldinho Freire: Ao residir em Belém e realizar a estreia do "sem chumbo nos pés" em 2017, tive a oportunidade de apresentar esse projeto que traz o intercâmbio cultural com artistas caboverdeanos ao Deputado Federal Edmilson Rodrigues. Assim, a proposta foi contemplada através de emenda parlamentar para a realização das gravações, da fabricação e do lançamento do CD, incluindo a vinda dos caboverdeanos para o concerto e ainda para  participarem de um seminário onde trataremos desse intercâmbio, tudo isso em convênio com a FACTUR e PROEX/ FADESP - UFPA.

Lucas Torres
Foto de Naldinho Freire
Holofote Virtual: Além da circulação de show você também difunde suas canções pelas redes sociais. As plataformas digitais estão acabando com a tradição de se gravar um disco fisicamente?

Naldinho Freire: Sim, difundo pelas redes sociais e estou em plataformas digitais, mas percebi que as pessoas quando vão a um show, elas querem levar algo do artista, quando elas gostam do trabalho. Mas é claro que as plataformas digitais são fundamentais na forma de distribuição, sem dúvida. 

Aliás, há mais 150 plataformas de música no mundo, e eu trabalho assim desde 2010. Naquele ano, durante a Feira Música Brasil, em BH, fiz contrato com a Quae, e acho que sou o único artista que não é de Minas que tem trabalho com esta empresa, que distribui seu trabalho para diversas plataformas. Este ano, por exemplo, recebi um link de uma plataforma da Rússia e outra da Coreia que têm música minha.

Acompanhe o trabalho do artista em suas redes sociais:

7.2.19

Joelma Kláudia e o Making Of Amazônia Lounge

Joelma Kláudia
Foto: Valério Gomes  e Clever Sena
“É sempre bom fechar ciclos, né? Você passa por todo o processo de construção, produção, realização e, de repente, pá: apresenta os resultados”, diz Joelma Kláudia, que lança nesta sexta-feira, 8, às 19h, no Sesc Boulevard, o Making Of Amazônia Lounge, produto final da circulação do show produzido em 2018 em Belém e Manaus.

O público vai ver os bastidores, os problemas e soluções, a equipe de produção e apoiadores que formam uma rede criativa até a artista chegar aos palcos. A finalidade é incentivar novos artistas a embarcarem na estrada da autoprodução e a tirarem das gavetas seus projetos. 

“A gente consegue, mas é preciso compartilhar, ouvir, formar equipe, porque sozinhos a gente cansa mais rápido e quase nunca chega”, continua a cantora que já conta com 15 anos de trajetória, desde que veio de Altamira para Belém em 2003 com o firme propósito de alavancar sua carreira. Aprovado pela Lei Rouanet e patrocinado pelo Banco da Amazônia, a circulação do Amazônia Lounge ainda vai rolar agora pelos municípios Altamira e Santarém (PA), além de Macapá (AP). 

Em Belém, nesta sexta, após a exibição do making of, tem mais. Ela apresenta um show de 1h com participações especiais de Thaís Badu,  Karina Inverso e Grupo Free Dance. O ingressos custa R$ 2,00 para quem não é trabalhador do comércio cadastrado no Sesc.

“Amazônia Lounge” traz releitura de 10 clássicos da música popular paraense, além da faixa inédita “in doubt”, de Joel Gustavo, filho da cantora. Nilson Chaves, Almirzinho Gabriel, Eloi Iglesias, Maria Lídia, Lia Sophia, Joel Oliveira, Anterinho, Paulo André, Ruy Barata entre outros, têm suas canções reinterpretadas com uma pegada voltada para o Lounge - estilo musical mais difundido no mundo. 

Serviço
Exibição do making of e show do projeto Amazônia Lounge, com Joelma Kláudia e convidadas. Nesta sexta-feira, 8, ás 19h, no Sesc Boulevard – Castilhos França,  522/523 – Campina, em frente a o portão do estacionamento da Estação das Docas. O ingresso custa R$ 2,00.

Dejacir em desenho é admirado pelo Dejacir real

Dejacir Magno é protagonista de uma história que há 10 anos atrás estava adormecida na cidade de Barcarena. Ele foi o primeiro crooner (vocalista) do grupo Vieira e Seu Conjunto, banda de Joaquim de Lima Vieira, o criador da guitarrada. 

Ao lado dos amigos Luis Poça (tecladista), Idalgino Cabral (baixista) e Lauro Honório (guitarra Base), ele é um dos que mais vibra ao se ver na TV, transformado em desenho animado na série "Os Dinâmicos" e, melhor ainda, em um super herói, o Alado. 

Em reexibição na TV Cultura do Pará (13h), a série estreou esta semana na TV Cultura de São Paulo (5h40) e na TVE do Rio de Janeiro (10h15 e 13h55), com exibições em todas, sempre de segunda a sexta. Já está no 4o episódio (são 13). Atualmente, Os Dinâmicos verdadeiros estão na ativa em Barcarena (PA), isso mesmo, e por meio da obra de Joaquim de Lima Vieira, o criador da guitarrada, é também inspiração para a televisão brasileira. 

O projeto foi contemplado pela chamada pública do edital Prodav 8 - Região Norte (Ancine/FSA/BRDE).  Mestre Vieira, que partiu há um ano (completado no último dia 2 de fevereiro), não chegou a ver a estreia, em outubro de 2018, mas chegou a assistir os episódios já finalizados, em 2017. Nem preciso dizer o quanto a série tem causado na cidade e pelo que me contam as crianças estão aprovando e dinamizando por lá. Assistam. E leiam o que vem a seguir. Republico uma reportagem feita em Barcarena, em que a metalinguagem é o que mais me impressiona. Leiam!

Dejacir Magno em desenho 
é admirado por Dejacir Magno da realidade

Reportagem: Jornal Barcarena - Por Jonatha Chaves

Desde que estreou na Tv Cultura do Pará o desenho animado "Os dinâmicos" em homenagem ao Mestre Vieira, Dejacir Magno não perde um episódio. Ele foi por muitos anos vocalista da banda do mestre. Agora tem a oportunidade de se ver na televisão em forma de desenho. As animações falam um pouco sobre as canções de Vieira, sobre a Amazônia e educam as crianças.

Seu Dejacir se transforma junto com o mestre e amigos em herói. Ele se torna o "Alado", que voa pela Amazônia. Para Dejacir, é algo muito prazeroso se ver na TV. "Eu volto a ser criança. Por vezes me pergunto: 'será que sou eu?' Porque assisti tantos desenhos e hoje me vejo num personagem de desenho", disse. Sobre a recepção, seu Dejacir disse que muitos o chamam de super-herói. "Geralmente as pessoas me chamam de herói. É maravilhoso isso, tanto porque muitas crianças podem assistir", lembrou.

Ao assistir o desenho, o ex vocalista explica que sente saudades de Vieira. "Lembro muito dele. O nosso contato foi desde as décadas de 60 e 70 e hoje podemos ver ele como uma identidade secreta desse desenho e isso é muito interessante", lembra.

Em um episódio, o personagem de Dejacir perde a voz e a banda dos dinâmicos fica preocupada e sem tocar. Mas os heróis conseguem ajudar o "alado" que volta com todo o charme na voz. Sobre isso, Dejacir diz que foi inspirado na realidade. "Aquilo foi verdade. Porque a gente ia tocar e eu cantava muito e ficava sem voz. Era preciso tomar vários remédios caseiros, que o desenho mostra, para voltar a voz", explica.

Dejacir comenta ainda que o desenho vai ser essencial para eternizar a memória de todos. "Se as pessoas souberem valorizar a própria cultura, será muito bom. O mestre já foi embora. Dos antigos só resta eu. Então, se as pessoas quiserem fazer algo por mim que faça agora, porque depois não adianta mais", pediu.

Saiba mais:
A estreia da série: http://bit.ly/2WNf7zk
O trailer inicial: http://bit.ly/2OijhyP

Minni Paulo lança DVD com show no Parque Musical

O compositor e contrabaixista Minni Paulo faz show de lançamento do DVD "Equilibrium", que apresenta composições nascidas ao longo desses últimos anos em projetos paralelos. Nesta sexta-feira, 8, às 18h30, no Teatro Gasômetro, dentro do Parque Musical, projeto que deve ganhar edital de ocupação em breve. Ingresso R$ 20,00 (meia entrada R$ 10,00). Quem quiser levar também o DVD, fica R$ 50,00.

O show traz composições que traduzem um estilo de jazz amazônico, fruto das viagens e vivências do contrabaixista. No palco, o artista lidera o quarteto Equilibrium, que o acompanha e dá nome ao DVD, formado por Elias Coutinho no saxofone, Tiago Belém, na bateria, e Robenare Marques no piano, que tocam composições inéditas e incluem experimentações contemporâneas com o contrabaixo.

Minni Paulo iniciou sua carreira na década de 1970 em Belém com o grupo de música experimental Sol do Meio Dia. Anos mais tarde, a convite do músico Johny Alf, com quem participou de turnês como baixista, viveu por muitos anos entre São Paulo e Rio de Janeiro tocando em turnês nacionais e internacionais de artistas brasileiros como, Luis Melodia, Elza Soares, Tim Maia, Zezé Motta, Ângela Rôrô, Marina Lima, Jards Macalé, Leny Andrade, Alaíde Costa, João de Aquino, Grupo Índex, Alma Thomas, Nika Stuart e JJ Jackson, entre outros.

Nos anos 90 retorna a Belém com intenção de montar seu próprio grupo de música e assim surgiu o Sociedade Marginal, primeiro grupo instrumental autoral do Pará e o primeiro a contribuir para o inicio da cena instrumental em Belém do Pará, buscando a popularização do Jazz na cidade.

Após muitos anos se dedicando ao incentivo à música instrumental, Minni Paulo, pioneiro no gênero, também criou em 2003, o Baiacool Jazz Festival - referência no mapa da música instrumental no país, um dos poucos festivais de jazz existentes -, que além de formação, já trouxe para apresentações em Belém e em Salinas, atrações como o saxofonista Leo Galdeman, o violonista Toninho Horta, o baterista François Morin, o multi Hermeto Pascoal, o trompetista Marcio Montarroyos, o pianista Jeff Gardner, entre outros. Além de reunir os músicos conterrâneos, claro.

Como funciona o projeto  Parque Musical 

Teatro Estação Gasômetro (Foto: Elza Lima)
O Parque Musical tem como objetivo oferecer ao público uma programação de circulação musical eclética, com artistas locais e nacionais, no Teatro Gasômetro, oferecendo aos artistas acesso ao teatro com isenção da taxa, estimulando o circuito musical da cidade. A SECULT Pa - Secretaria de Cultura do Estado - informa ainda que os ingressos são vendidos a preços mais baixos do que nas casas de shows comerciais, ou seja, fica em R$ 20,00, e que a bilheteria é quase 100% do artista, não especifica nas informações enviadas à imprensa, esses percentuais exatos. 

O edital de ocupação do Parque Musical ainda não foi lançado, mas "com a nova gestão da secretaria, o objetivo é lançar em breve um edital de pautas, com possibilidade de incentivo ao artista para a produção do show", informa a assessoria de imprensa da Secult. Será uma excelente iniciativa, e o incentivo financeiro é item importante e necessário, pois nem sempre os equipamentos disponíveis nos teatros atendem mapas de palco de shows e espetáculos propostos.

Teatro Gasômetro, área interna (Foto: Elza Lima)
Uma situação, aliás, que se agrava no caso do Teatro Maria Sylvia Nunes, que até o momento funciona muito bem como cinema, e quando equipado devidamente, utilizado para eventos como congressos e feiras. Quantos espetáculos você já foi ver lá? 

Que sejam pensados editais de ocupação não só para o Gasômetro, mas também para o Maria Sylvia e Theatro da Paz, que aliás, neste último, o acesso aos artistas locais sempre foi muito restrito aos que conseguem parceria de isenção da taxa de pauta com o Governo do Estado, pois é muito alta para a realidade que vivemos. Os três fazem parte do que se instituiu como Sistema Integrado de Teatros da Secult, mas que nunca vimos funcionar de fato. Quem sabe agora... É o que se espera. 

Serviço
O projeto Parque Musical apresenta o show de lançamento do DVD “Equilibrium”, do compositor e instrumentista Minni Paulo Medeiros, nesta sexta-feira (08), às 18h30, no Teatro Gasômetro, do Parque da Residência (Av. Governador Magalhães Barata, 830). A classificação é livre e a realização é do Governo do Pará, por meio da Secretaria de Estado de Cultura (Secult). A bilheteria abre às 17h do dia do evento e a distribuição dos ingressos para pessoas com direito à gratuidade será no mesmo horário. Informações: (91) 4009-8474. Valor do ingresso: R$ 20,00 (inteira), R$ 10,00 (meia), R$ 50,00 (combo ingresso + DVD).

3.2.19

O universo feminino nos poemas de Adélia Prado

Evna Moura
Transbordando em cores, luzes, sons que vertem das imagens trançadas, tecidas e vividas, nove artistas visuais paraenses interpretam poemas de Adélia Prado e acabam dando vazão às suas verdades criativas, na mostra “Nós. Inteiras?”, que inaugura nesta terça-feira, 5,  no Espaço Cultural Banco da Amazônia.

Licenças poéticas paridas por Ana Catarina, Elza Lima, Evna Moura, Fatinha Silva, Luciana Magno, Marise Maués, Paula Giordano, Tília Koudela e Ursula Bahia em fotos e vídeo. Compondo um tributo à poetisa e filósofa mineira Adélia Prado, a mostra provoca um (re) fundamento do valor histórico da mulher na arte, como aponta a fotógrafa Ana Catarina: “Com a licença poética da Adélia desdobramos a sua matéria – poesia - nas esquinas, águas, pedras, chão a transbordar do peito. São mulheres vistas, sentidas por todas nós e nós mesmas”.

Ela acredita que mobilizar as melhores energias na construção dessa mostra é uma maneira de reconhecer a existência de um tempo e lugar hostis para muitas, mas que não se bastam quando as próprias mulheres se excedem e reivindicam, com a vontade de alegria da poeta, um lugar na história da arte. Essa reivindicação é feita tendo como aparato muitas vezes o próprio corpo, evidenciado em trabalhos como o de Marise Maués que dialoga na mostra com as outras abordagens desse cosmos feminino. “É um corpo que sofre os impactos do dia a dia, que luta para conquistar o devido respeito”, descreve.

Para Ana Catarina a mostra traz em si uma diversidade que enriquece na contemplação dos múltiplos olhares, configurando uma oportunidade ímpar de crescimento. Tília Koudela acrescenta que a mostra a levou a reconstruir o olhar sobre o universo feminino, refletir e fortalecer a luta pelo reconhecimento do valor de todas as mulheres.

Lume-fêmea

Elza Lima
Poemas da antologia “Com Licença Poética” – publicada em 2003 - inundam a exposição, com curadoria e edição de Fatinha Silva, Marise Maués e Paula Giordano. 

A potência da obra de Adélia o lume-fêmea que ilumina e inspira as 21 imagens fotográficas e um vídeo expostos pelo espaço, trazendo a água que pulsa pelas veias, pela carne e espírito diáfano dos retratos de Evna Moura e Elza Lima.  

Tília Koudela e Ursula Bahia registram como à risca, na pele, se traçam as marcas da região e a ancestralidade das amazônidas enquanto que o luminoso contorno das formas femininas revela-se perante Fatinha Silva, Marise Maués e Paula Giordano. Um caminho cheio de flores e espinhos é trilhado por Ana Catarina sem esmorecer, com a força e a alegria da mãe natureza. Por fim, com punhos em riste, para lutar sempre, a mulher que funda reinos, em Luciana Magno.

Ana Catarina
Assim as artistas vão se identificando com as mulheres retratadas nos poemas. “Não tenho mais tempo algum, ser feliz me consome!", escreveria Adélia Prado. E completa: “Que a poesia use de todos os meios de transporte para visitar os homens.” Ou no caso, todas as pessoas que assim permitirem ser visitadas pela sensibilidade da poeta e das nove fotógrafas paraenses.

Serviço
Mostra fotográfica “Nós. Inteiras?”. No Espaço Cultural Banco da Amazônia (Av. Presidente Vargas, 800 – Campina). Abertura nesta terça-feira, 5, às 18h30. Entrada Franca. Visitação: 06/02 a 05/04/2019 - Seg a Sex, das 09 às 17h. Agendamento de Escolas: (91) 99116-4988.

(Texto: Assessoria de imprensa)