29.1.24

Fevereiro traz filme sobre Bob Marley aos cinemas

“Bob Marley: One Love” celebra a vida e a música de um ícone que inspirou gerações por meio de sua mensagem de amor e união. 
A cinebiografia chega aos cinemas brasileiros em 12 de fevereiro. 
Na tela dos cinemas pela primeira vez, o público vai descobrir a poderosa história de superação e a jornada por trás de sua música revolucionária. 
Músico, cantor e compositor jamaicano, Bob Marley foi uma das figuras mais influentes na história da música reggae e é reconhecido mundialmente como um ícone do gênero, além de ser lembrado como defensor dos direitos civis, paz e justiça social, aspectos que muitas vezes se refletem em suas letras. 

O filme foi além da obra e gravou cenas na Jamaica, trazendo o universo do artista e ativista para o mais próximo possível dos fãs. “Seria uma injustiça não ter a energia da Jamaica neste filme”, afirma a atriz Lashana Lynch, que interpreta Rita Marley,  em novo vídeo de bastidores de “Bob Marley: One Love”, que mostra as locações onde o longa foi gravado. 

Grande parte das suas cenas foram gravadas em Kingston, capital da Jamaica, cidade onde Bob Marley cresceu: “Subimos e descemos as ruas de Trenchtown para dar autenticidade”, conta o diretor Reinaldo Marcus Green sobre as gravações no bairro onde Marley morou. 

A representação do povo jamaicano no filme foi além das locações. No total, a produção contou com 252 jamaicanos entre elenco e equipe. O compromisso com uma representação fiel da Jamaica e do seu povo era tão importante para o filme que todos os dias no set tinha uma pessoa dedicada a ouvir os diálogos e entender como deixá-los mais verossímeis.

Green conta que a equipe de gravação teve o apoio de diversas organizações do país e que isso foi muito importante para que pudessem transitar por locais que marcaram a trajetória de Bob: “Nós gravamos em Bull Bay (praia que ficou conhecida como Marley Beach porque Bob passava muito tempo lá quando criança), na Hope Road 56, nas ruas de Trenchtown, nos estúdios Tuff Gong e na Strawberry Hill. Nós construímos esse filme na Jamaica com o povo jamaicano”, completa o diretor. 

Inspiração para gerações

Dirigido por Reinaldo Marcus Green (King Richards: Criando Campeãs), o filme é estrelado por Kingsley Ben-Adir e Lashana Lynch. James Norton, Tosin Cole, Umi Myers e  Anthony Welsh também integram o elenco. 

Produzido pela Plan B Entertainment, State Street Pictures e Tuff Gong Pictures com distribuição pela Paramount Pictures, o filme tem na produção executiva Brad Pitt, ao lado de Richard Hewitt, Orly Marley, Matt Solodky. A esposa de Bob, Rita Marley, e os filhos, Ziggy e Cedella assinam a produção junto com Robert Teitel, Dede Gardner e Jeremy Kleiner. 

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16.1.24

13o Diário Contemporâneo com novidades em 2024

O Prêmio Diário Contemporâneo de Fotografia segue com inscrições abertas até 16 de fevereiro de 2024. Este ano, a grande novidade do projeto são os Prêmios Aquisição, onde os seis contemplados integrarão a Coleção Diário Contemporâneo de Fotografia. Os interessados em participar da 13ª edição, com a temática “Todo corpo em deslocamento tem trajetória”, encontram o edital e a ficha de inscrição disponíveis no site dcf.dol.com.br.

Lançada ao público em 2016, a Coleção tem sua origem desde a primeira edição do projeto, em 2010. Ela iniciou com os artistas premiados e, a partir de 2014, existem obras que entraram na Coleção por doações a convite da curadoria, entre outros procedimentos. São quase 60 artistas de todas as regiões do país que estão com trabalhos sob a guarda do Museu da UFPA e da Casa das Onze Janelas, instituições parceiras do projeto.

Este conjunto generoso de trabalhos é um recorte importante do que vem se produzindo em arte contemporânea nos últimos anos. “Sem dúvida, o que tentamos com a Coleção é poder reunir uma produção brasileira da fotografia contemporânea em suas mais diversas conexões com as linguagens da imagem, e isso extrapola a fotografia delimitada ao seu território convencional. É uma pista para quem quiser pesquisar e avaliar”, analisou Mariano Klautau Filho, curador geral do projeto.

Integrar um acervo de arte tão diverso e presente em instituições de renome é algo importante também para a trajetória do artista. “A partir do momento em que a obra passa a pertencer ao patrimônio público. Ela pode ser exibida diversas vezes, dinamizada, conservada e pesquisada, tornando-se objeto de conhecimento artístico e cultural”, explicou Mariano.

Imagem da série "O Lago do Esquecimento",
de Paula Sampaio que integra a Coleção DCF
Nesse sentido, os Prêmios Aquisição, novidade desta edição, são oportunidades de incentivo à formação de acervo. Sobre a escolha do formato, Mariano disse que “a decisão pelos Prêmios Aquisição é uma tentativa mais abrangente de premiação que tem impacto imediato na atualização da Coleção como bem público. Lembremos que são dois museus públicos que abrigam a Coleção DCF: Casa das Onze Janelas e Museu da UFPA; portanto é uma política de expansão do acervo público já que as instituições públicas museológicas não estão fazendo quase nada para fomentar e atualizar seus acervos. É uma contribuição do projeto para preencher uma lacuna institucional, uma deficiência dos nossos museus”.

No total, serão 15 artistas selecionados que farão parte da mostra da 13ª edição do Prêmio Diário Contemporâneo de Fotografia no Museu Casa das Onze Janelas, Museu da UFPA, Solar da Beira e Associação Fotoativa. Destes, 06 serão escolhidos como Prêmios Aquisição e serão contemplados com R$7.000,00, além da ajuda de custo de até R$2.000,00 oferecida a todos os selecionados para a produção das obras. 

O projeto

Público observando a obra Balaclava de
Randolpho Lamonier - Foto - Irene Almeida
Criado em 2010, é aberto a todos os artistas brasileiros ou residentes no país. Trata-se de um projeto nacional, que em seus mais de dez anos de atuação contribuiu para a consolidação do Pará como lugar de reflexão e criação em artes, além de proporcionar o diálogo entre a produção local e nacional.

Sua 13ª edição, com o tema “Todo corpo em deslocamento tem trajetória”, nasce com uma proposição de Lívia Aquino, curadora convidada deste ano. Camila Fialho e Vi Grunvald também integram a comissão de seleção.

O DCF é uma realização do jornal Diário do Pará e RBA com apoio institucional do Governo do Pará, por meio da Secretaria de Estado de Cultura (SECULT), Sistema Integrado de Museus e Memoriais (SIM) e Museu Casa das Onze Janelas; Museu da Universidade Federal do Pará (MUFPA); Associação Fotoativa; Prefeitura de Belém por meio da CODEM e Solar da Beira; colaboração da Sol Informática e oferecimento da BBF. 

Serviço

Diário Contemporâneo entregará seis Prêmios Aquisição em 2024

Data: Inscrições até 16/02/2024

Informações: Rua Gaspar Viana, 773 – Reduto.

Contatos: (91) 3184-9310, 98367-2468 e diariocontemporaneodfotografia@gmail.com.

Edital e ficha de inscrição no site: dcf.dol.com.br

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Jornalismo, cultura e cotidiano, em Belém do Pará

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Agenda e notícias do blog

15.1.24

Richie faz show dos 40 anos de carreira em Belém

Foto: Léo Martins
(Reprod. Agência O Globo)
A turnê intitulada "A Vida tem Dessas Coisas" chega a Belém nesta sexta-feira, 19, na Assembleia Paraense, após percorrer diversas cidades, como Rio de Janeiro, São Paulo, Belo Horizonte e Curitiba. Os ingressos estão disponíveis na Bilheteria Digital.

Nem preciso dizer que Menina Veneno está no repertório. "... Um abajur cor de carne, um lençol azul, cortinas de seda, o seu corpo nu..." Quem não cantou isso nos anos 1980, devia estar vivendo em Marte. O single de 1983 foi um sucesso instantâneo e estrondoso, que abriu os caminhos para o disco "Voo de Coração" lançado, no mesmo ano. 

Ousada, sexy, misteriosa, caiu no gosto dos meninos e das meninas que aquela altura estavam desbravando a vida, a música deu início a uma das carreiras mais emblemáticas da história da música brasileira. De uma hora para outra, um dos cantores mais cultuados do Brasil, era um inglês! 

Figura carismática, Ritchie foi muito além do sucesso instantâneo, construiu uma trajetória sólida e se tornou um agente de mudança na música brasileira, mas não sem ter causado estranhamento cantando em português, principalmente em alguns produtores e músicos que torceram o nariz. O fato é que com sua voz rouca e suave, aliada a sonoridade que incorpora elementos do rock e do pop,  ele criou uma nova fusão na música brasileira e caiu no gosto popular. 

Ouvíamos na rádio, mas vários de seus sucessos também foram emplacados em trilhas sonoras de novelas,  uma tática que até hoje funciona para fortalecer as conexões com o público. "Menina Veneno" (1983) foi tema da personagem "Nina" em "Pão Pão Beijo Beijo", interpretada por Tássia Camargo. 

Também em 1983, "Casanova" marcou a abertura de "Champagne" e dois anos depois, "Sopra o Vento", que viralizou (ainda não usavam esse termo), como trilha de "A Gata Comeu" (1985), e "Um Homem em Volta do Mundo", que se destacou em "Cara & Coroa" (1995), dez anos depois. 

Biografia impulsiona turnê iniciada em 2023

Ritchie nos anos 1980/ Imag. Reprod Internet
Nascido em Beckenham, Kent, em 6 de março de 1952, seu nome completo é Richard David Court, mas foi como Ritchie que ele conquistou nossos corações. Ritchie não foi uma moda passageira. Sua música transcendeu fronteiras e conectou culturas. Isso explica como um cantor e compositor inglês tornou-se parte integrante da cultura pop brasileira.  

A turnê não estava planejada, mas acabou ganhando côro depois que o jornalista André Barcinski propôs escrever a sua biografia, revelando histórias pitorescas da sua trajetória ao chegar ao país, mas também antes de sair de Londres, onde conheceu Liminha e Rita Lee. 

Ótima ideia para mexer com a memória e o que eu já soube por aí é que o músico tem se emocionado nos reencontros com o público. Sob a direção-geral de Jorge Espírito Santo e direção de arte de Alexandre Arrabal, o show faz uma viagem musical pelos grandes sucessos e inclui no repertório pérolas como "A Mulher Invisível", "Transas", "Pelo Interfone", "Casanova" e "Voo De Coração".  

Serviço

Turnê "A Vida tem dessas Coisas", com Ritchie - 40 anos de carreira. Nesta sexta-feira, 19, às 22h, na Assembleia Paraense. Ingressos: https://www.bilheteriadigital.com/ritchie-19-de-janeiro

Discografia

1983 Vôo de Coração

1984 E a Vida Continua

1985 Circular

1987 Loucura e Mágica

1988 Pra Ficar Contigo

1990 Sexto Sentido

2002 Auto-Fidelidade

2009 Outra Vez (ao vivo no estúdio)

2012 60

2016 Old Friends: The Songs of Paul Simon

2019 Wild World: The Songs of Cat Stevens

Adaptação de Nelson Rodrigues: nova temporada

Fotos: Bruno Moutinho
"O Que Não se Diz Apodrece em Nós", uma livre adaptação do Grupo Palha de Teatro, ao clássico Anti-Nelson Rodrigues, está de volta à Casa Cuíra, em nova temporada, de 18 de janeiro a 4 de fevereiro, de quinta a domingo, sempre às 20 horas. O espetáculo aborda as relações de poder e as camadas sociais que as envolvem. 

O espetáculo conta a história de Marcelo, um jovem mimado pela mãe, ladrão e sem escrúpulos, que torna-se diretor na empresa do pai, que o despreza e lá se apaixona por Joice, funcionária recém-contratada. Acostumado a satisfazer todas as suas vontades, tentará também comprar Joice, que espera por um amor desde menina e não se deixa levar pelo dinheiro.

“Em nossa livre adaptação, mergulhamos nas relações entre as classes sociais que é, muitas vezes, o pano de fundo dos conflitos que emergem da interioridade dos personagens, sobretudo, ao entrar em choque com os padrões morais que regem a vida em sociedade. Na nossa trama, há aqueles que se recusam a vender-se por dinheiro e, pela raridade dessa atitude, ocorre o triunfo da honestidade fundamentada" conta Paulo Santana, diretor do espetáculo.

A primeira temporada do espetáculo, realizada no final do ano passado, lotou a Casa Cuíra em todas as sessões, um sucesso absoluto, fruto de um trabalho conjunto de toda a equipe. "Com a primeira temporada percebemos que foi um trabalho muito positivo, tivemos um excelente público, então a volta do espetáculo é o amadurecimento dessa obra, é dar continuidade ao processo criativo e criar um mercado para o teatro de Belém, é isso que amadurece um espetáculo" relata Santana.

Celebração da história do teatro paraense

Unindo os grupos Palha, Gruta e Cuíra de teatro pela primeira vez, estão em cena grandes nomes da cena, como Adriano Barroso, Zê Charone, Monalisa da Paz, Elias Hage, Kesynho Houston, Pauli Banhos e Luiz Girard.

"Dentro desse processo há uma criação de montagem bonita, absolutamente coletiva e junta, temos escolas diferentes, somos atores de diversas gerações então isso dá para o espetáculo uma temperatura bacana. Ainda que fôssemos amigos, nunca trabalhamos juntos e hoje unir os grupos Gruta, Cuíra e Palha é a coisa mais bonita, o maior presente que estamos nos dando", conta Adriano Barroso.

Os ingressos antecipados estão disponíveis via Pix pela produção do grupo no número 99841 9117 e também na bilheteria do espetáculo, aberta uma hora antes de cada sessão. A Casa Cuíra fica localizada na Rua Dr. Malcher, 287, Cidade Velha. O espetáculo é uma realização do Prêmio FCP de Arte e Cultura da Fundação Cultural do Pará.

Serviço

Espetáculo O Que Não se Diz Apodrece em Nós, do Grupo de Teatro Palha

De 18 de janeiro a 04 de fevereiro, de quinta a domingo, sempre às 20h

Casa Cuíra - Rua Dr. Malcher, 287 - Cidade Velha

Informações e ingressos antecipados no número 99841 9117 e instagram @teatropalha

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Palacete Pinho será um espaço destinado às artes

Foto: Agência Belém (2024)
Depois de mais de 1 ano em reforma e restauro, o Palacete Pinho será entregue até final de janeiro, reabrindo as portas como sede do NACE – Núcleo de Educação, Cultura e Arte da Secretaria Municipal de Educação.

No coração da Cidade Velha de Belém, ele ergue-se majestoso. Testemunha silenciosa de mais de um século de história. Construído sob as ordens do visionário comendador Antônio José de Pinho em 1897, o edifício foi um marco inovador na cidade, refletindo a opulência do Ciclo da Borracha e foi reconhecido como um dos mais preciosos exemplares do patrimônio cultural de Belém.

No entanto, por diversas vezes deixado ao esquecimento, o belo exemplar arquitetônico vive uma saga que atravessa mais de um século, passando por questões judiciais, falta de recursos ou mesmo de interesse político. Tudo indica, porém, que agora um novo capítulo começa a ser escrito com sua reinauguração, em 2024. 

SEMEC assume administração do Palacete

Foto: Agência Belém (2024)
Palacete Pinho das Artes, Casa das Artes do Município ou, simplesmente, Núcleo de Artes da SEMEC, como vai se chamar oficialmente, tem lá sua relevância, afinal de contas o nome que se dá às coisas e lugares diz muito sobre eles, mas o mais importante é que um dos exemplares mais preciosos da nossa memória histórica e arquitetônica estará de volta, com serventia pública.

O Palacete Pinho vai ressurgir como um centro de criatividade, educação e cultura, mantendo viva a história que suas paredes guardam. Um resgate que, mais uma vez, confirma que o Patrimônio Histórico é um elo indissociável entre passado, presente e futuro. A seguir, conheça um pouco da saga do Palacete.

Um pouco de história

Foto/LM: Palacete (2019), fechado e esquecido
Após sua inauguração, no final do século 19, o Palacete Pinho transformou-se em um epicentro de atividade social, cultural e política, até que, em 1930, o falecimento do patriarca José de Pinho deixou o destino da mansão nas mãos de seus herdeiros, que a mantiveram como residência até 1970, quando as últimas herdeiras do clã a ocuparem o imóvel, faleceram.

Inicia-se uma saga. Em 1978, a família, sem ter recursos para sua manutenção, deixam o palacete ser leiloado. Os vencedores do certame, entretanto, deixaram em seguida o imóvel, levando, porém, sua rica decoração interna. 

Em 1982, assume a Yamada, com objetivo de torná-lo uma fundação cultural, mas logo substituído pela função de depósito, abrigando até materiais inflamáveis como colchões e botijões de gás.

Foto/LM: Palacete (2019), fechado e esquecido
O tombamento, que evitou a demolição, ocorreu posteriormente em 1992, quando o município assumiu a administração após uma disputa judicial com os antigos proprietários. O Palacete Pinho, porém, permaneceu fechado por anos até que teve início uma nova obra, em 2006, interrompida em seguida, por falta de recursos. 

Em 2010, a Justiça Federal exigiu que o município retomasse as obras, uma vez que o edifício estava à beira do colapso. A restauração foi retomada e concluída em 2011, custou R$ 7,8 milhões, captados de empresas como Vale e Eletrobras, além de recursos direcionados pela prefeitura. Uma felicidade que não durou muito tempo, pois nos anos seguintes, depois da reabertura, com exposição, ficou sem  planejamento de uso, não se destinou funcionamento e nem se abriu público, vítima do desuso, o Palacete ficou mais uma vez fechado e enfrentou novo período de deterioração. 

5 milhões

Foto: Agência Belém (2024)
Em 2022, sob a administração da atual prefeitura, via Secretaria Municipal de Educação, a obra estimada em R$ 5 milhões entrou em curso e chega ao fim ainda este mês, de acordo com informações do prefeito Edmilson Rodrigues, que esteve hoje (15) pela manhã visitando a obra, junto com a secretária de educação, Araceli Lemos, e reafirmou a entrega.

“O palacete já foi espaço de realização de grandes saraus, de grandes festas. Agora, ele é do povo de Belém, pertence à educação de Belém. Sob a coordenação da Semec teremos as crianças da periferia estudando todas as artes no Palacete Pinho, que será conhecido como Palacete Pinho das Artes”, celebra. 

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9.1.24

Terra Firme celebra no telão aniversário de Belém

O documentário “EtniCidades Amazônicas: o bairro da Terra Firme em Belém”, que aborda sua pluralidade étnica e a ancestralidade indígena e africana, será lançado nesta sexta-feira, 12,  às 18h, no Curral Cultural Boi Marronzinho. Dirigido por Ivânia Neves, Camille Nascimento e Letícia de Sousa o filme é fruto do projeto “Etnicidades Afro-Amazônicas, Danças, Narrativas e Identidades na Terra Firme”, financiado por Emenda Parlamentar proposta pela deputada federal Vivi Reis e pela Capes. 

Apresentar o bairro da Terra Firme e suas memórias ancestrais, a partir da experiência de sujeitas e sujeitos que vivem o bairro, além de compreender a sua formação, seus problemas sociais e sua dinâmica dentro da capital paraense. O documentário reuniu uma série de depoimentos de pesquisadores, professores, artistas e moradores para falar sobre diferentes aspectos da Terra Firme, entre eles Lília Melo, Aiala Colares, Joelcio Santos e Shaira Mana Josy. 

Dividido em 04 blocos, o primeiro explica a definição de etniCidade e como as ancestralidades indígenas e africanas são apagadas da história do bairro. Integra este primeiro bloco um videoarte, fruto do registro de uma oficina ministrada a crianças da Terra Firme, pela rapper e produtora cultural Shaira Mana Josy. A oficina teve como proposta inserir as crianças na formação histórica e cultural do bairro, enaltecendo a ancestralidade africana e indígena. “Um canto a Maíra” apresenta as crianças falando sobre o território Mairi, a área que conhecemos como Belém, que um dia foi território de sociedades indígenas. 

No segundo bloco, o tema é a história do bairro, como ele foi se formando, seus problemas estruturais. O terceiro é dedicado ao Rio Tucunduba, a origem indígena do rio, a história de como ele foi, aos poucos, transformado e poluído e como, ainda hoje, faz sentido na vida dos moradores do bairro. 

No último bloco, as discussões giram em torno das periferias Pan-Amazônica e da relação das periferias com as universidades brasileiras. Allan Carvalho, bolsista do projeto, compôs a trilha sonora do documentário, com duas canções que retratam a realidade do bairro da Terra Firme e uma especial para a origem indígena do Rio Tucunduba. A música e as letras estão completamente integradas ao documentário “EtniCidades Amazônicas: o bairro da Terra Firme em Belém”.

Para Camille Nascimento, o documentário, ao tratar da Terra Firme, expande o seu local de fala para outros bairros não apenas de Belém, mas da Pan-Amazônia. “Para este documentário tivemos um importante contato com sujeitas e sujeitos da Terra Firme, que compartilharam conosco suas memórias e suas questões afetivas com diferentes elementos do bairro, como o Rio Tucunduba, ruas consideradas fundamentais neste local, espaços culturais, entre outros. Trouxemos para o documentário este registro plural, feito por diversos olhares e vozes que compõem o bairro, e que fazem referência também a todas as periferias pan-amazônicas”, explica. 

O pesquisador Aiala Colares, um dos entrevistados do documentário, destaca a importância de compreender a formação do bairro, relacionada à migração de comunidades quilombolas e a luta pelo direito à moradia. 

“É impossível falar sobre a história da Terra Firme, sem nós falarmos da história da migração de quilombolas de várias regiões do Pará e do Maranhão. Então, para mim a Terra Firme é um quilombo urbano que conta a história de um povo que resiste durante muito tempo dentro da cidade, da periferia. O bairro tem uma origem relacionada ao movimento social, é o movimento de luta pelo direito à cidade e pelo direito à moradia que constrói esse bairro. E nós sabemos que grande parte da população que sofre com o déficit habitacional são pessoas negras e de origem indígena, que é um grupo populacional bem característico da cidade de Belém”.

Oficinas e pesquisa


O projeto já desenvolveu uma série de oficinas e pesquisas acadêmicas sobre etniCidades Amazônicas, com o objetivo de mostrar a formação étnica da cidade de Belém e de outras cidades da Amazônia. Para a coordenadora Ivânia Neves, a realização desse projeto de extensão representou uma experiência significativa de interação com a sociedade, num bairro de periferia da cidade de Belém, onde o Índice de Desenvolvimento Humano apresenta saldos negativos. 

“Os resultados das oficinas reforçaram os diagnósticos de nossas pesquisas, no sentido que revelam o silenciamento das ancestralidades indígenas e africanas entre os moradores de Belém. Mas, para além desses diagnósticos, a realização das oficinas e a produção do videoarte e do documentário representaram um momento de intervenção nessa realidade. Num processo dialógico, em que a universidade também aprendeu bastante com a comunidade, pudemos, junto com sujeitas e sujeitos da Terra Firme, remexer as ancestralidades da cidade. E, certamente, depois dessas ações, tantos os diretamente envolvidos, como as pessoas que venham a assistir às produções desse projeto, vão repensar a constituição do bairro da Terra Firme, e por extensão, da cidade de Belém”, explica.

Serviço

Lançamento do Documentário “EtniCidades Amazônicas: o bairro da Terra Firme em Belém”

Data: 12 de janeiro de 2024, às 18h.

Local: Curral Cultural Boi Marronzinho. Endereço: Passagem Brasília, 170. Terra Firme.

Texto: Camille Nascimento - Doutoranda (PPGL/UFPA)

Imagens: Divulgação/GEDAI-UFPA 

Mabe faz 30 anos reabrindo as portas para Belém

O Museu de Arte de Belém está completando 30 anos, junto com os 408 da cidade. A dupla celebração nesta sexta-feira, 12, conta com abertura de exposições de curta e longa temporadas, apresentação musical com o Trio Cabano, formado pelos músicos Thiago Belém, na bateria, Toninho Gonçalves (flauta), e Jacinto Kahwage (piano) e entrega da Comenda Francisco Caldeira de Castelo Branco a personalidades da capital. Tudo a partir das 18h, no Palácio Antônio Lemos, reformado e restaurado após investimento municipal de 26 milhões.

O Museu de arte de Belém possui nove salas que trazem nomes em homenagem a artistas que possuem obras no acervo ou são de reconhecido valor no cenário das artes. Também possui um auditório para solenidades e uma biblioteca especializada em artes, museologia e correlatos, além das divisões de Conservação e Documentação, Curadoria e Montagem; e setor Educativo. 

As exposições temporárias ocupam as duas salas situadas no andar térreo do Mabe. Na sala Theodoro Braga, será aberta a mostra “Arte na Obra”, composta de painéis mostrando as várias etapas da obra de restauro do Palácio Antônio Lemos e do Museu de Arte de Belém, um vídeo arte, painéis artísticos e depoimentos dos próprios operários, que repassam suas impressões sobre o trabalho realizado em um dos monumentos arquitetônicos mais importantes da cidade de Belém.

A montagem reflete reconhecimento, admiração e respeito aos trabalhadores que realizaram a recente restauração, cujas emoções da entrega refletem-se em depoimentos e imagens disponíveis na exposição. São pedreiros, carpinteiros, serventes, pintores, estagiários de engenharia e arquitetura, arquitetos, engenheiros e mestres de obra em ação, retratando o enfrentamento e desafios cotidianos dessa empreitada.

Na sala Antonieta Santos Feio, o público vai conferir a exposição “Belém no Acervo MABE”, mostra alusiva aos 30 anos de existência do museu, que revisita o poema “Para Ler Como quem anda nas Ruas”, de João de Jesus Paes Loureiro, ao reunir diversas obras entre pinturas, aquarelas, gravuras e fotografias pertencentes ao acervo do Museu de Arte de Belém, assinadas por artistas locais e por outros que por aqui passaram e encantaram-se por Belém do Pará. 

Mostras históricas

As mostras de longa duração, no andar superior do Mabe, trazem camadas históricas a partir de espaços como a Sala Domênico, Sala De Angelis e o Salão Dourado, cujas expografias remetem ao rico período da borracha, com seus mobiliários, lustres, bronzes, porcelanas e pinturas de época, como também a figuras políticas, na Galeria dos Intendentes da Sala Norfini e Grande Auditório.

Também poderão ser visitadas as mostras nas Salas Armando Balloni, Ruy Meira, Carmen Souza e Waldemar da Costa, que reúnem obras em pinturas, fotografias e esculturas sintonizadas à decolonialidade, representando um esforço consciente no sentido de combater padrões de controle culturais, sociais e epistemológicos que reproduzem poder, opressão e apagamentos.

Coleções

Na coleção de pinturas destacam-se as emblemáticas grandes telas “Os Últimos Dias de Carlos Gomes”, de Domenico De Angelis e Giovanni Capranesi e Fundação da Cidade de Belém, de Theodoro Braga; e um conjunto de onze telas retratando paisagens urbanas de Belém, executadas por Antônio Parreiras, um dos muitos artistas brasileiros atraídos pela prosperidade das capitais da região Norte durante o ciclo da borracha.

Destaca-se ainda, desse período, obras de Carlos Custódio Azevedo e Benedito Calixto, todas essas e muitas mais, adquiridas sob encomenda do intendente mecenas Antônio Lemos. E dando seguimento às diversas formas de aquisição ao longo do tempo, o acervo apresenta outras obras icônicas, como as representações da Cabanagem, de Romeu Mariz Filho; mas também há produção de um período mais moderno, como as obras representativas dos artistas paraenses Antonieta Santos Feio e Waldemar da Costa.

Seguindo períodos correspondentes e indo à contemporaneidade, destacam-se obras de Andrelino Cotta, Arthur Frazão, Alfredo Norfini, George Wambach, Leônidas Monte, Armando Balloni, Tadashi Kaminagai, Cândido Portinari, Dahlia Dèa, Paolo Ricci, Irene Teixeira, Ruy Meira, Benedicto Mello, Chico da Silva, Dina Oliveira, Emannuel Nassar, Luiz Braga, Pierre Verger entre muitos outros. 

Acervo do Mabe

A partir de sua instituição, em 1991, como um departamento da Fundação Cultural do Município de Belém (Fumbel), órgão da Prefeitura Municipal de Belém, o Mabe foi aberto ao público em 1994, passando a reunir as coleções oriundas, respectivamente, da Pinacoteca Municipal e Museu da Cidade de Belém (Mubel), do qual é originário. Este acervo reúne um conjunto significativo de obras de artistas locais, nacionais e estrangeiros, que referem o período áureo da borracha na cidade e um acervo contemporâneo em expansão.

O museu possui, ainda, peças do mobiliário brasileiro dos séculos XIX e início do XX,  objetos de interior como esculturas, porcelanas, lustres, bronzes, bem como pinturas, gravuras, desenhos e fotografias. Importante ressaltar que a arte cerâmica de etnias amazônicas também está presente nas réplicas elaboradas por mestres ceramistas paraenses, como Mestre Cardoso, Inês Cardoso e Ademar Zaranza.

São aproximadamente 2000 obras produzidas no Brasil e em outros países, com aquisições iniciadas ainda no final do século XIX, pelo Intendente Antônio Lemos, que idealizou a criação de uma Pinacoteca Municipal, sendo a obra matricial encomendada por Lemos, a tela “Os Últimos dias de Carlos Gomes”, em 1899. 

De acordo com a direção do museu, este acervo continua a renovar-se até os dias atuais, sendo particularmente ricos os segmentos referentes às obras produzidas no contexto do período áureo da borracha e à iconografia paraense, representando cenas de Belém, de seus habitantes, como também obras contemporâneas, que refletem aspectos culturais e sociais da Região Amazônica.

"A política de aquisição de acervos realizada pela gestão atual da prefeitura permitiu que fossem preenchidas acentuadas lacunas da fotografia contemporânea paraense nas coleções MABE. Junto ao segmento das Artes Visuais da I Bienal de Artes de Belém, ocorrida em setembro de 2023, foram adquiridas um total de 27 fotografias de fotógrafos paraenses de reconhecimento nacional e internacional, dando visibilidade e aprofundando o conhecimento de uma considerável parcela de obras totalmente produzidas no Pará", diz a artista visual Nina Matos, diretora do Mabe.

Serviço

A programação de reabertura do Mabe terá início às 18h, nesta sexta-feira, 12 de janeiro. O horário de funcionamento após a reabertura será de terça a sexta, das 9h às 17h. O Museu de Arte de Belém fica no Palácio Antônio Lemos - Praça D. Pedro II s/ nº- Cidade Velha