31.3.24

Mostra da 35ª Bienal de São Paulo chega ao MABE

Artista: Nikau Hindin
Foto: Levi Fanan / Fund. Bienal de SP
A mostra Coreografias do impossível ocupará duas salas do Museu de Arte de Belém, de 3 de abril a 26 de maio, com horário de visitação das 9h30 às 16h30, de terça a domingo. Entrada gratuita. 

A capital paraense é uma das dez cidades escolhidas pela Bienal de São Paulo para receber uma seleção especial de sua 35ª edição. Não será a primeira vez que isso vai acontecer. Belém recebeu o recorte da 34a edição, mas em espaços como o Mercado de Carne e o Solar da Beira. 

Desta vez, a 35a chega ao recém reformado Museu de Arte de Belém, no Palácio Antônio Lemos, com obras de artistas como Deborah Anzinger, Edgar Calel, Gabriel Gentil Tukano, MAHKU e Nikau Hindin, vão ocupar as salas do térreo do museu, Antonieta Santos Feio e Theodoro Braga, desafiando os limites entre o possível e o impossível, o visível e o invisível, através de uma abordagem poética que dá voz a diversas questões e perspectivas.

A exposição convida a imergir nas complexidades e urgências do mundo contemporâneo, trazendo como proposta, que o visitante que se movimente por entre os sons dos ambientes e dos objetos expostos, encarando o tempo não como uma linha reta ou com destino definido, mas como um círculo de muitos inícios e retornos.  

“As coreografias do impossível nos ajudam a perceber que, diariamente, encontramos estratégias que desafiam o impossível, e são essas estratégias e ferramentas para tornar o impossível possível que encontraremos nas obras dos artistas”, explicam os curadores em texto sobre a edição da mostra: Diane Lima, Grada Kilomba, Hélio Menezes e Manuel Borja-Villel. 

Itinerância é fruto de parcerias em prol do acesso 

Artista: MAHKU
Fotos: Levi Fanan/ Fund. Bienal de SP

Segundo Andrea Pinheiro, presidente da Fundação Bienal de São Paulo, a itinerância da exposição não apenas amplia o acesso à cultura, mas também fortalece os laços entre instituições culturais, enriquecendo o cenário artístico brasileiro. Para ela, o alcance geográfico da Bienal contribui para a construção de uma sociedade mais acolhedora e culturalmente vibrante em todo o país.

“Ao derrubar barreiras geográficas, proporcionamos oportunidades para mais pessoas vivenciarem e participarem do cenário artístico contemporâneo, tornando as narrativas culturais ainda mais enriquecedoras. Essa jornada não apenas amplia a troca de experiências entre públicos e instituições, mas também contribui para construir uma sociedade mais acolhedora e culturalmente vibrante em todo o Brasil”, afirma.

Artista: Edgar Calel
Fotos: Levi Fanan/ Fund. Bienal de SP
Inês Silveira, presidente da Fundação Cultural do Município de Belém, expressa a honra e o compromisso da cidade em receber um evento de tamanha relevância. Além de enriquecer o cenário cultural local, a exposição reafirma o papel pioneiro de Belém no panorama cultural brasileiro.

“Esta oportunidade consolida o compromisso de Belém com a promoção e difusão das artes. Ao abrigar esse recorte da Bienal, estamos proporcionando acesso a obras de artistas nacionais e internacionais, enriquecendo o diálogo entre diferentes expressões artísticas”, diz.

Durante as itinerâncias, a equipe de educação da Fundação Bienal de São Paulo realizará ações de formação com mediadores e educadores locais, além de atividades de difusão para o público em geral. A publicação educativa das Coreografias do Impossível será disponibilizada gratuitamente, ampliando o alcance das discussões propostas pela exposição.

A chegada do evento à capital paraense é possibilitada por uma parceria entre o Ministério da Cultura, Governo do Estado de São Paulo, Secretaria de Cultura, Economia e Indústria Criativas, Secretaria Municipal de Cultura de São Paulo, Fundação Bienal de São Paulo, Prefeitura Municipal de Belém, Fundação Cultural de Belém e Itaú.

Serviço

O que: 35ª Bienal de São Paulo – Coreografias do Impossível

Onde: Museu de Arte de Belém (MABE), Palácio Antônio Lemos - Praça D. Pedro II, S/N – Cidade Velha – Pará

Quando: De 3 de abril a 26 de maio de 2023, terça-feira a domingo, das 9h30 às 16h30

Entrada: Gratuita

(Com informações da Fundação Bienal de São Paulo)

28.3.24

Lariza lança EP inspirado em sua pesquisa criativa

Fotos: Pietro Lemos
A cantora paraense Lariza lança na próxima quinta-feira (28), via plataformas de streaming, o seu novo EP chamado "O Som da Crisálida", inspirado em pesquisa das possibilidades criativas do Sound Healing - uma abordagem terapêutica que usa instrumentos musicais e frequências sonoras para o relaxamento do corpo e da mente. O disco foi contemplado pelo Prêmio de Pesquisa e Experimentação Artística da Fundação Cultural do Pará (FCP). 

Trata-se de uma vertente de musicalidade diferente das demais produções da artista, natural de Marabá, no sudeste do estado, que tem na discografia os EPs EP "Tuas Águas Minhas" (2021), "Lança" (2020) e "Lariza" (2018). A ambientação instrumental do EP foi criada com tigelas de quartzo de cristal, flauta nativa e tambor xamânico, que deram origem às faixas "Voz de Cristal", "Rainha do Céu" e "Mensageiros".

"A paisagem sonora do EP valoriza o silêncio na construção dos arranjos, passeia por um universo experimental, com fortes influências de New Age e de uma musicalidade xamânica, ao mesmo passo que mescla referências amazônicas e nordestinas", destaca a cantora. "Meu ponto de partida eram:  minha voz, as tigelas de quartzo, a flauta nativa e o tambor xamânico. Tudo no EP foi pensado a partir da presença desses instrumentos e como eles se relacionavam entre si e com as letras", comenta.

Vanguardismo, instrumentação minimalista, arranjos vocais e percussividade são algumas características que compõem o universo sonoro de "O Som da Crisálida". Lariza assina a produção musical do EP, e conta com a participação de Larissa Mê (percussão), Amanda Alencar (violoncelo) e Mainumy (voz, preparação e co-direção vocal).

Para apresentar o EP ao público haverá pocket-show de lançamento no dia 30/03, em Belo Horizonte, cidade onde a cantora reside atualmente. O evento será em parceria com o brechó cultural Garimpo101, no centro da capital mineira. A apresentação solo será uma intervenção artística no espaço, apresentando o universo poético e as faixas do EP.

Imagem, som e escrita

Fotos: Pietro Lemos

Para construir o universo visual do EP, Lariza escreveu um mito poético que conta a história de Artza, a deusa do som que deu origem à criação através do seu canto e do som dos seus instrumentos sagrados. Seminudez, geometria, naturalismo, vazio e contraste e minimalismo são fortes características do conceito visual do EP.

"Todo o conceito visual do EP foi desenvolvido a partir desse mito, em que me auto represento como a deusa Artza. Essa visualidade dialoga com uma estética futurista e ao mesmo tempo nos remete a um tempo antigo, como uma forma de ressaltar que o som é uma entidade atemporal, que cruza todos os tempos em si mesmo", define.

Faixas - A primeira faixa 'Voz de Cristal' é a única faixa que foi composta especialmente para o EP, e é a mais experimental e minimalista de todas. O arranjo foi criado apenas com os instrumentos da pesquisa, todos tocados por Lariza na gravação. É a canção que apresenta o caráter espiritual e sacerdotal de Artza, a deusa do som do mito poético retratada no EP.

A segunda faixa é "Rainha do Céu" e foi composta em 2019. É uma ode à Lua, sendo reconhecida como uma força regente da natureza, do mistério, das águas e do feminino. O protagonismo do arranjo dessa faixa vai para a percussão, que conta com a direção percussiva de Loba Rodrigues, a percussionista Larissa Mê, e a violoncelista Amanda Alencar. As tigelas de quartzo também participam dessa faixa, e arranjos vocais participam de sua paisagem sonora. 

A última das três faixas se chama "Mensageiros" e foi composta em 2021. Essa canção trata da conexão do ser humano com as forças da natureza e relembra-o do protagonismo da própria vida. É o arranjo mais melódico do EP, contando novamente com as linhas de violoncelo de Amanda Alencar que foram a base do arranjo, e a cantora também tocou a bilha e as linhas flautas dessa faixa.

Serviço

Lançamento do EP "O Som da Crisálida", da cantora Lariza

Data: 28/03/2024

Plataformas: Spotify - Deezer - Apple Music - Amazon Music - Tidal 

Pocket-show de lançamento: 30/03, às 13h, no Garimpo 101 (Praça Raul Soares, 269 - Centro, Belo Horizonte). Entrada gratuita.

Rashid dá um salve à cultura hip hop em "Gênesis"

O single constrói ponte com a sua HQ, "Soundtrack", e traz participação de Thiago Jamelão. O lançamento chegou esta semana aos aplicativos de áudio com visualizer no canal de YouTube do rapper paulista.

Gênesis é uma palavra que nos remete ao começo de tudo e à criação. Não à toa, Rashid escolheu o termo para dar nome ao seu novo single, com lançamento marcado para o dia 27 de março. O rapper evoca Racionais e Sabotage logo nos primeiros segundos da música para abrir os caminhos de uma letra que percorre por sua trajetória.

Em comemoração aos 50 anos do hip hop, entre as rimas presentes na faixa, ele extrapola as alusões aos artistas que o inspiraram e passa pelos elementos que fazem dessa cultura uma ferramenta de revolução, evolução, transformação e pertencimento. São eles: a música rap, o DJ (e os beats), o breakdance e o grafitti. "Gênesis" é a trilha sonora criada por Rashid para conectar com a HQ Soundtrack, lançada por ele e Guilherme Match em dezembro de 2023.

Com a participação do cantor e compositor Thiago Jamelão, o single chega, além das plataformas de áudio (ouça aqui), em formato de visualizer no YouTube (assista aqui) – com ilustrações de Guilherme Match e animação de Felipe Figueiredo. 

Fofo: Kleber Oliveira
"Desprendido da prerrogativa da crença, eu quis fazer uma metáfora com algo que todos nós tivemos contato em algum momento da vida e tentei traçar esse paralelo com a música rap, que foi o começo de tudo para mim. Vou citando os artistas que foram ajudando a formar o meu universo durante esses meus 36 anos", comenta Rashid sobre a escolha do título da canção. "Tem uma certa ingenuidade nessa música que me remete ao começo de tudo, quando eu ainda contava moedas para pagar a condução de ida para as batalhas. E a volta a gente entregava nas mãos de Deus", diverte-se.

Em "Gênesis", um verso marcante indaga: "o que é que o som faz quando entra na mente da gente?". Está aí a ponte entre a faixa e a história em quadrinhos Soundtrack, também de Rashid (em parceria com Guilherme Match). A HQ, que tem como protagonista o MC Mayk, traz uma metáfora para o efeito da música na mente do ser humano – solucionando a charada apresentada na canção.

Para envelopar esta trilha, o rapper contou com a produção musical de Duda Raupp. Eles partiram, juntos, da emoção que Rashid gostaria de explorar por meio do single para, em seguida, pensarem qual seria a direção sonora. Dessa forma, uma guitarra neo soul se tornou a protagonista de "Gênesis", com uma bateria marcada e sopros que remetem a um soul mais clássico – um tipo de sonoridade muito explorada no rap e sem deixar de fora os scratches (dando um salve à importância dos DJs no cenário).

"'Gênesis' é a minha maneira de dizer o meu muito obrigado aos mestres que vieram antes, que me ensinaram que a arte é maior do que os padrões e limites impostos pela sociedade. E também um muito obrigada a todos as vezes que uma canção me salvou", resume Rashid.

Ouça “Gênesis” aqui

Assista “Gênesis” aqui

Ficha Técnica

Música por: Rashid, Duda Raupp, Thiago Jamelão e DJ Mista Brown

Letra e Voz: Rashid e Thiago Jamelão

Produção: Duda Raupp

Scratches: DJ Mista Brown

Trompete: Bruno Silva

Mixagem: Duda raupp

Masterização: Olímpio Machado

Realização: Foco na Missão

Ficha Técnica (visualizer)

Ilustrações: Guilherme Match

Animação / Edição: Felipe Figueiredo

Obra baseada na HQ Soundtrack

Autores: Guilherme Match e Rashid

Editora: JBC (Companhia das Letras)

(Holofote Virtual, com informações da assessoria de imprensa) 

27.3.24

Elisa Arruda representa o Pará em mostra em SP

Fotos: Ana Alexandrino
A mostra "Gravadas no Corpo" traz um mapeamento de mulheres que pesquisam o corpo a partir da gravura e de processos gráficos no Brasil contemporâneo. Com curadoria de Ana Carla Soler, a exposição abre nesta quarta-feira, 27, no Bananal Arte e Cultura Contemporânea, na Barra Funda.

Elisa Arruda, artista paraense, é uma das  convidadas, ao lado de Ana Calzavara, Andrea Hygino, Cleiri Cardoso, Eneida Sanches, Leya Mira Brander, Gabriela Noujaim, Natali Tubenchlak, Nara Amelia, entre outras. 

Com curadoria de Ana Carla Soler, a exposição "Gravadas no Corpo" traz um mapeamento de gravuristas que investigam o corpo a partir da perspectiva da mulher. A mostra reúne o trabalho de 28 artistas em atividade no Brasil, que atuam no campo da gravura e de processos gráficos. 

Estão lá obras de Ana Calzavara, Andrea Hygino, Cleiri Cardoso, Elisa Arruda, Eneida Sanches, Leya Mira Brander, Gabriela Noujaim, Natali Tubenchlak, Nara Amelia, entre outras. A exposição abre hoje (27)  e pode ser visitada até 21 de abril de 2024, no Bananal Arte e Cultura Contemporânea, na Barra Funda, em São Paulo.

O mote propulsor dessa exposição é o corpo de trabalho de Käthe Kollwitz (1867-1945), desenhista, escultora e gravadora alemã, que em um cenário entre a I e a II Guerra Mundial, teve um papel fundamental nos movimentos antiguerra. Seus trabalhos trazem figuras femininas como protagonistas dos horrores causados pelo período bélico. 

São mães protegendo seus filhos, mulheres enfrentando a morte cercando seus entes queridos e a fome e a miséria provenientes das crises econômicas. No Brasil, o trabalho de Kollwitz ganhou projeção nacional no início do século XX, impulsionado pela crítica especializada. Mario de Andrade, Flávio de Carvalho e Mário Pedrosa foram críticos e escritores que escreveram importantes análises sobre sua obra.

O corpo feminino como inspiração e pesquisa

Tendo como inspiração as investigações de gravuristas mulheres sobre o corpo feminino, a exposição é dividida em três eixos. Um deles é "Onde cabe o corpo", que traz trabalhos que questionam as relações do corpo perante a sociedade, o meio ambiente e a natureza, com obras de artistas como Natali Tubenchlak, Andrea Hygino e Marina De Bonis. 

Outro núcleo é "Representação ou Autorrepresentação", que reúne trabalhos de artistas que investigam a própria imagem a partir das artes gráficas, incluindo obras de Ana Calzarava, Gabriela Noujaim e Cleiri Cardoso. O terceiro grupo chama-se "Narrativas gravadas" e trata de obras desenvolvidas a partir de obras literárias, contos, poesias ou que tenham em sua essência a construção narrativa. Nesse grupo estão obras de Nara Amelia, Leya Mira Brander, Hully Roque, entre outras.

O projeto é resultado da pesquisa da curadora, que estuda a presença feminina na gravura nacional. "O Brasil é uma referência mundial na gravura, sendo muito conhecido internacionalmente pela produção entre as décadas de 1940 e 1970, mas que nos últimos anos tem visto nos espaços contemporâneos cada vez menos trabalhos e artistas que exploram essa linguagem. Essa mostra é uma espécie de mapeamento que visa reunir importantes nomes da gravura contemporânea em conjunto. Além disso, carrega a ambição de ampliar o conhecimento tanto do público, como também de pesquisadores, críticos, curadores e agentes do sistema da arte sobre gravadoras que têm pesquisas sólidas em gravura", conta Ana Carla Soler.

Subjetividade, memória e corpo

Elisa transita entre a gravura, desenho, escultura e múltiplas linguagens. Com formação em design, arquitetura e atuação em artes, Elisa entende o trabalho como uma investigação sobre o corpo, espaço habitado, subjetividade e memória. Empresta de diferentes técnicas e suportes a potência da matéria em função da mensagem. 

Dessa maneira, em uma investigação contínua, se empenha sobre sua poética. Possui ampla participação em exposições individuais e coletivas, nacionais, regionais e internacionais. Indicada ao Prêmio PIPA em 2021, premida pelo prêmio Marcelo Grassmann de artes gráficas em 2021. Contemplada pelo 32º programa de exposições do CCSP (2022). Participou da I BIENAL das amazônias como artista convidada (2023). Teve a sua primeira exposição em museus públicos em São Paulo, com a exposição Deslocamento construtivo no Mube, sob a curadoria de Guilherme Wisnik e Olívia Abrahão (2023-24).

Artistas que participam da exposição:

Anabel Antinori (SP), Ana Calzavara (SP), Ana Clara Lemos (RJ), Ana Fátima Carvalho (MG), Andrea Hygino (RJ), Andrea Sobolive, Angela Biegler, Barbara Sotério, Beatriz Lira, Bruna Marassato, Camila Albuquerque, Catarina Dantas, Cleiri Cardoso, Elisa Arruda, Eneida Sanches, Gabriela Noujaim, Hully Roque, Julia Bastos, Julia Contreiras, Letícia Gonçalves, Leya Mira Brander, Luciana Bertarelli, Luiza Nasser, Marina De Bonis, Nara Amelia, Natali Tubenchlak, Patricia Brandstatter

Carla Soler  é curadora e pesquisadora, graduada em Relações Públicas pela Faculdade Cásper Líbero (2008), pós-graduada em Direção e Gestão de Marketing pela Universidade de Barcelona (2010), especialista em Marketing Digital pela ESPM (2012) e graduanda em História da Arte pela UERJ (2024). 

Tem sua pesquisa direcionada à presença das mulheres no ensino e sistema da arte e busca trazer reflexões sobre os apagamentos históricos, possibilidades de releituras e novas narrativas para a história e o sistema em que a produção artística está inserida. É cocriadora do projeto digital Elas Estão Aqui (e @elasestaoaquinaarte), curadora no Coletivo Artistas Latinas (@artistaslatinas) e parte do coletivo MOTIM – Mito, rito e cartografias feministas nas artes. Ministra cursos que investigam as relações entre a Arte e a Comunicação (Site: https://anacarlasoler.com/).

Serviço

Exposição de arte "Gravadas no Corpo"

Curadoria: Ana Carla Soler

Data de abertura: 27 de março de 2024 (quarta-feira), das 17h às 20h

Período expositivo: de 27/03 a 21/04/2023

Visitação: quinta e sexta, das 12h às 18h. Sábado, das 10h às 16h

Local: Bananal Arte e Cultura Contemporânea

Endereço: R. Lavradio, 237 - Barra Funda, São Paulo - SP

https://www.instagram.com/bananal.arte

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Rael celebra trajetória no show do Lollapalooza

Foto: Johnnie Mello
Rael reúne Mano Brown e Emicida e faz história no Lollapalooza Brasil, alcançando mais de 400 mil pessoas. O cantor, que nasceu na Zona Sul de São Paulo, fez uma imersão por sua trajetória e celebrou a cultura negra e a história do rap brasileiro no conceito que carinhosamente apelidou de #Raelpalooza

“É o meu festival dentro do Lollapalooza”. Assim Rael antecipava o que estava por vir no #Raelpalooza. Em sua primeira apresentação solo no evento, o cantor e compositor subiu ao palco Alternativo no domingo, 24 de março, e apresentou um espetáculo que representou também o seu retorno a Interlagos, na zona sul, região da cidade em que cresceu.  

O rapper paulista passeou pelas suas mais de duas décadas de carreira, entoando sucessos como “Aurora Boreal” e “Envolvidão”, e mostrou porque é um dos nomes mais respeitados por diferentes gerações do rap e da música brasileira. 

Junto de sua banda, ele homenageou cantores importantes na sua trajetória, como Djavan e Bob Marley, e ainda contou com a participação de Emicida e Mano Brown. #Raelpalooza,  não à toa,  foi eleita como uma das performances de destaque no festival pelo Uol. “Rael ampliou a diversidade musical, passeando por vários gêneros e, durante uma hora, mostrou que é um vocalista com muitos recursos”, escreveu Thiago Ney.

Dividido em três momentos, o show teve um repertório baseado na pluralidade de Rael, que consegue facilmente mesclar a divisão rítmica e estética sonora do rap com outros gêneros. A primeira parte foi embalada pela temática ‘amor em diversas formas’, com singles como “Flor de Aruanda” e “Tudo vai Passar”. 

Na sequência, o artista brindou a importância da ancestralidade, da resistência e do legado com canções como “O hip hop é foda pt. 2” e “Levanta e Anda”, com participação de Emicida; e “Eu te proponho” e “Vida loka pt. 1”, com Mano Brown. Para finalizar, a música “Sempre” — presente na tracklist do seu último álbum Capim Cidreira —, trouxe uma mensagem sobre a importância do amor próprio e da saúde emocional.

Para o show, Rael apostou no formato multiplataforma. A performance histórica do cantor, que contou com transmissão pelo Globoplay e canal BIS, deixou marcas relevantes e alcançou cerca de 400 mil pessoas no final de semana da apresentação. Com mais de 122 mil impressões no X (antigo Twitter), o artista alcançou a oitava posição nos trending topics da plataforma, ficando entre os assuntos mais comentados do domingo.

Produzido pela Laboratório Fantasma, com assinatura do empresário Evandro Fióti e direção musical de Daniel Ganjaman, o espetáculo teve o conceito visual co-criado pela LAB Fantasma em parceria com o Studio Curva e elevou a experiência, transportando o público para um mundo de conexão profunda com a natureza e a cultura.

(Holofote Virtual com informações da assessoria de imprensa)

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25.3.24

Daniel ADR laça álbum destacando um Jesus Preto

Em “Black Christ”, Daniel ADR, prodígio da cena do rap do Pará, traz a emblemática figura do salvador injustiçado e morto. Misturando trap, drill e rhythm and blues, o disco chega às plataformas digitais no dia 29 de março. 

O artista traz na obra contornos de uma realidade crua, marcada pelo racismo e pela revolta, mas também repleta de pulsão de vida: paixão, fé, arte, vontade de subverter as estruturas de opressão e brilhar. 

Daniel ADR revela um Jesus que é cria das quebradas da Amazônia, um mano preto, caboclo. Entre balas e sonhos, tem bravura para se manter de pé. Mais do que isso: quer voar, quer amar, quer a revolução. 

O lançamento do disco marca os dez anos de carreira do artista e traz parcerias com nomes importantes e em ascensão da música urbana periférica do Norte do país, além de faixa com Lia de Itamaracá, mulher negra fundamental na cultura popular e a maior cirandeira do Brasil. O trabalho tem o patrocínio da Natura Musical e produção executiva da Psica Produções.

O álbum traz o novo momento da carreira do rapper, que se afasta de rimas pop e festivas de “PJL”, seu EP lançado em 2021, e mostra um lado mais intimista e sensível do artista. Provocativo, Daniel ADR coloca em cena um Cristo longe da mitologia que o faz loiro e de olhos azuis. De pele escura, mestiça, Jesus se parece com cada um dos jovens periféricos que tombam todos os dias vítimas da violência, da discriminação, da falta de oportunidade. 

“São jovens que poderiam ser salvadores das suas casas, das suas famílias, e acabam se perdendo pelo caminho, caindo pro crime, pro tráfico”, diz. O Cristo preto humaniza o corpo preto. “Por que quando Cristo é branco, a morte dele choca, mas quando é um preto, ninguém chora? Por que quem é contra o aborto aplaude o assassinato de gente preta? Que cristianismo é esse, afinal? ”, questiona.

Filho de um casal muito jovem e que se separou quando Daniel ainda era bebê, o rapper foi criado pela avó materna, dona Raimunda. Entre os bairros do Guamá e da Cremação, periferia de Belém, cresceu ouvindo rap e samba, ritmos que narram sua trajetória desde a infância, afinal sua vivência se relaciona diretamente com as temáticas abordadas em ambos os estilos. Ali também viu muitos amigos se perderem. “Houve um ano em que eu perdi incontáveis amigos. Só recebia notícias de amigo morto, amigo preso. Eu fui uma exceção, e essas pessoas, a regra”.

O extermínio do corpo negro é o fio condutor de “Black Christ”. Para desmistificar a simbologia sacrossanta em relação a Cristo, o artista, que é Vodunsi-hê dentro do Tambor de Mina, traz Jesus dentro de uma perspectiva nortista e afro-indígena. Apesar da tragédia, há muita força de desejo e resistência nas rimas de Daniel ADR. 

“Somos muito além do estereótipo do homem preto. A gente não sente só ódio, raiva. Não vive e fala nas canções apenas de tráfico, crime. Fala sobre amor, paixão, sexo, dor, consciência de classe, sobre se sentir fraco, se sentir forte”, diz. 

Inspirado no som dos Racionais MC’s, o mais influente grupo de rap do país, e sobretudo na estética de Emicida, Daniel traz para o trabalho Erick Di nos beats, e parcerias com Anna Suav, jvm LEO, Leonardo Pratagy e Lia de Itamaracá. 

“Black Christ” foi selecionado pelo edital Natura Musical, por meio da lei estadual de incentivo à cultura do Pará (Semear), ao lado de nomes como Azuliteral, Raidol e Festival Lambateria, por exemplo. No Estado, a plataforma já ofereceu recursos para mais de 80 projetos até 2023, como Manoel Cordeiro, Dona Onete, Pinduca, Felipe Cordeiro e Thaís Badú.

(Com informações da assessoria de imprensa e fotos de divulgação)

23.3.24

Renata Aguiar ocupa bosques e lagos de Outeiro

“Reminiscências” é um projeto premiado de Renata Aguiar que estreou na Galeria Theodoro Braga, ano passado e neste sábado, 23, chega à floresta preservada da Escola Bosque, na Ilha de Outeiro, com oficinas e bate-papos gratuitos. 

A instalação conta com fotografias, fotoperformances e videoperformances distribuídos pelos 15 hectares de mata, percorridos pelas trilhas da Fundação Escola Bosque e pela sede do Ecomuseu da Amazônia, onde Renata Aguiar atua como professora de Artes há dez anos, ministrando aulas e realizando atividades junto a crianças e adolescentes de comunidades ribeirinhas. 

Essa versão da exposição traz um conceito de montagem que se expande além das paredes da galeria. “Geralmente a gente pensaria esse local como ‘inóspito’ para uma mostra de arte. Mas é o contrário. A gente precisou adaptar os materiais, para que fossem mais resistentes para ficarem expostos em ambientes abertos. As obras aparecem integradas a esse território, impressas em tecido”, afirma Paola Maués, que assina a curadoria desta segunda temporada do projeto.

A mostra estreou em 2023, na Galeria Theodoro Braga, do Centur e agora deixa o ambiente tradicional do museu para ocupar bosques, árvores e lagos, além de descentralizar os eventos de Belém, ocupando sua área insular. A mostra ficará aberta à visitação por dois meses e, em seguida, segue para o Rio de Janeiro.

Serviço

“Reminiscências”, de Renata Aguiar, no Ecomuseu da Amazônia da Fundação Escola Bosque de Outeiro. A mostra segue em cartaz durante dois meses, com oficinas gratuitas e visitas de segunda a sexta-feira, de 9 às 17h. Todas as atividades são gratuitas.

13.3.24

Carimbó Selvagem: 1o single com shows na cidade

O grupo “Carimbó Selvagem” inicia uma série de shows, desta quinta-feira, 14, a domingo, dia 17 de março, celebrando o lançamento do primeiro single, nesta sexta-feira, 15, em todas as plataformas digitais da música.

Denominado “Mangueio no Veropa”, o single saúda o cotidiano de trabalho artístico que os catimbozeiros selvagens desenvolvem na maior Feira a céu aberto da América Latina, o Ver o Peso,  marcando a importantes ocupações na cidade, a partir da produção do Carimbó Selvagem no Mercado de carne, na feira do Açaí ou em frente ao solar da Beira , ambos no mercado do Ver o Peso.

Com objetivo de  salvaguardar o patrimônio cultural imaterial brasileiro, o Carimbó e também chamar a atenção da preservação do patrimônio histórico da cidade de Belém através do famoso “mangueio” , termo usado para denominar a prática cultural nas ruas, o single “Mangueio no Veropa” foi realizado pela produtora Fonográfica Caqui, gravado no “estúdio Torto”. Engenheiro de som: Reiner, Edição de áudio: Pratagy, Mixagem: Reiner, Masterização: Luan Sanches, Distribuição: Selo Caquí via Shake Music

Mini turnê de lançamento

A turnê inicia nesta quinta-feira, 14, na casa Buraco Negro. No dia 15, o rolê será na casa De Bubuia, localizada no bairro da Cidade Velha. No sábado, 16, o batuque será na ocupação “Acorda Pedreira”, no bairro da Pedreira com programação especial para as crianças. A última apresentação da jornada será no domingo, 17, na Roda Selvagem na Feira do Açaí, com participações de convidados especiais.

Realizam o projeto Gabiru Cigano, Astrum Zion, Luan Monteiro, Heron Rodrigues, Jadson Maiandeua, membros oficiais do Carimbó Selvagem, além de músicos e artistas convidados, contando com a direção artística de Andrey Alves e fotografia de Sávio Lima. 

A composição  conta com a participação do artista Flor de Mururé. Como em todo mangueio, a cuia vai passar para contribuições voluntárias, fazendo assim a valorização e a democratização ao acesso à cultura popular nas ruas da cidade de Belém.

PRÉ-SAVE DO LANÇAMENTO DO SINGLE MANGUEIO NO VEROPA: https://play.shakemusic.com.br/mangueionoveropa

Serviço: Carimbó selvagem faz turnê de lançamento do seu primeiro Single “Mangueio no Veropa”. Dia 15, em todas as plataformas e turnê presencial de shows de quinta, 14, a domingo, 17 de março. Confira:

  • 14/03/2024 – Quinta-Feira – Buraco Negro  ( Tv. Dom Bosco , 15 – ao lado da Igreja do Carmo)
  • 15/03/2024 –  Sexta-Feira –  De Bubuia (Rodrigues dos Santos , n° 210, Cidade Velha)
  • 16/03/2024 – Sábado –Acorda Pedreira ocupação Nascente (Av. visconde de Inhaúma esquina com Barão do triunfo). Participações: Apresentação de Pernaltas com os Gigantes da Amazônia , contação de Histórias infantis, Dj Sidou e  Carimbó Selvagem.
  • 17/03/2024 – Domingo – Roda Selvagem na Feira do Açaí (Complexo da Feira do Açaí).

Sesc recebe Mostra Cinema e Direitos Humanos

A abertura da mostra, no Rio de Janeiro
A 13ª edição da Mostra Cinema e Direitos Humanos chega ao Pará, no Centro de Cultura e Turismo Sesc Ver-o-Peso, dia 18, a partir das 18h.

A abertura será seguida da exibição de “Nas Asas da Pan Am”, de Silvio Tendler, cineasta homenageado nesta edição. O documentário é uma autobiografia do diretor, abordando o período em que o mesmo viveu em autoexílio, no Chile, nos anos 1970. Anos depois, estudou cinema em Paris, voltando ao Brasil na época em que o país se redemocratizava. Com passagens por Cuba, União Soviética e Alemanha Oriental, Tendler registrou diversos universos que não mais existem.

Com todas as regiões representadas nas produções cinematográficas selecionadas, a Mostra tem 18 filmes realizados por profissionais escolhidos por terem relação direta com os temas abordados nas telas, como o racismo e os direitos das mulheres, de pessoas com deficiência, povos indígenas e comunidade LGBTQIAPN+. O roteiro do evento foi organizado em programas divididos com os títulos “Homenagem”, “Raízes”, “Sementes” e “Frutos”. 

Ribeirinhos do Asfalto, de Jorane Castro
Também gratuitas, as oficinas com educadores são outras atrações da 13ª Mostra, que tem como tema "Vencer o ódio, semear horizontes”. O objetivo é a formação de multiplicadores, alcançando mais de 700 educadores no país, para que a arte e os direitos humanos apoiem o ensino. 

Em Belém, as oficinas acontecerão na Faculdade de Artes Visuais (FAV) da Universidade Federal do Pará (UFPA), na Rua Augusto Corrêa, 1, Guamá, em Belém, de 19 a 22 de março, das 09h às 12h. 

Em uma segunda fase, o evento terá a Mostra Difusão, quando a programação desta 13ª edição ficará disponível online, na plataforma de streaming InnSaei.TV, e em equipamentos culturais das cidades participantes, de 25 de março a 24 de abril. 

Os espaços, incluindo os do interior, foram cadastrados pelo Ministério da Cultura, que realiza a Mostra com o Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania. A produção é do Departamento de Cinema e Vídeo da Universidade Federal Fluminense (UFF) com a Faculdade de Artes Visuais da UFPA.

PROGRAMAÇÃO

Abertura: Dia 18, com “Nas Asas da Pan Am” (2020, 115 min, livre), de Silvio Tendler, às 18h30.

Dia 19, às 14h, o programa “Frutos” exibe “Um Filme de Verão” (2019, 95 min, 14 anos), com debate depois. A partir das 18h, o programa “Raízes” traz “Travessia” (2017, 5 min, livre), “Filha Natural” (2018-19, 16 min, livre), “Nossa mãe era atriz” (2022, 26 min, 12 anos), “Mãri Hi – A Árvore do Sonho” (2023, 18 min, livre), “O que pode um corpo?” (2020, 14 min, livre) e “A poeira dos pequenos segredos” (2012, 20 min, 14 anos), com um debate ao final, às 19h40.

No dia 20, a partir das 14h, o programa “Frutos” tem “Tesouro Quilombola” (2021, 23 min, livre), “Mutirão, O Filme” (2022, 10 min, livre), “Cósmica” (2022, 7 min, livre), “O Pato” (2022, 11 min, 14 anos), e um debate com o público, às 14h50.

O programa “Sementes” traz “Ribeirinhos do Asfalto” (2011, 26 min, livre), às 18h, seguido por “Adão, Eva e o Fruto Proibido” (2021, 20 min, 14 anos), “Nossos espíritos seguem chegando” (2021, 15 min, livre), “Me farei ouvir” (2022, 30 min, 10 anos), “Escrevivência e Resistência: Maria Firmina dos Reis e Conceição Evaristo” (2021, 26 min, livre), e debate ao final das projeções, às 20h.

Dia 21, a sessão “Homenagem” apresenta mais um filme de Silvio Tendler: “A Bolsa ou a Vida” (2021, 102 min, 10 anos), às 18h, também com debate sobre a obra do diretor.

SERVIÇO

13a Mostra Cinema e Direitos Humanos. Período: 18 a 22. Local: Centro de Cultura e Turismo Sesc Ver-o-Peso (Boulevard Castilhos França, 522/523). Entrada franca.

Informações sobre as oficinas: As informações sobre as inscrições estão no link https://forms.gle/Q4HKLCGfEyW53jrx7.

Outras informações da Mostra no site mostracinemaedireitoshumanos.mdh.gov.br. 

11.3.24

Lúcia Chedieck: o desafio da iluminação urbana

Oportunidade para os interessados na arte da iluminação urbana. A artista da luz, como é conhecida Lúcia Chedieck, vai ministrar a oficina “Criando Paisagens Noturnas", de 20 a 28 de março. Inscrições abertas, prorrogadas até 15/03.

Lúcia Chedieck é paraense, mas reside em São Paulo há muitos anos, desenvolvendo um trabalho premiado com a luz. A artista traz como propósito, nesta oficina, formar olhares que possam compreender a importância da iluminação urbana, a questão da sua relação com a paisagem da cidade e a percepção de interesse alusivo ao papel da luz, sendo natural ou artificial. É ela quem assina o projeto de luz da peça principal da exposição “Mastarel: As Águas de Dentro”.

A mostra, aliás, prorrogou e ficará aberta até este sábado, 9 de março, no Mercado do Porto do Sal, na Cidade Velha, dentro do projeto Mastarel, de arte pública, viabilizado por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura Rouanet, com patrocínio master do Instituto Cultural Vale e realização do Ministério da Cultura, Apneia Cultural e Tijuquaquara Produtora Cultural.

Lúcia diz que apesar de estar distante da cidade, se tratando da espacialidade, ela continua se encantando e se envolvendo com esse projeto, desde 2016. “Quando me foi apresentado pela artista e criadora do projeto Mastarel, Elaine Arruda, com a parceria e falas do Mestre João em São Paulo, a oportunidade de atuar com o Mastaréu, pensei 'estou dentro', porque existe um propósito onde arte e resistência se encontram, criando visibilidade ao que é invisível para alguns olhares, uma luta juntamente com a comunidade do Porto do Sal", diz Lúcia Chedieck. 

"Temos uma parceria e me vejo a cada ano, mais e mais envolvida e realizada. Porque o projeto abriu vários leques de possibilidades, se tratando de um processo criador de todos, ao quais aglutinaram trocas de ideias entre as vozes responsáveis envolvidas. O Mastarel de 2023 foi um processo de partilha e experiências entre o escambo das trocas de reconhecimento entre todos", continua.

Para ela, a iluminação urbana desempenha um papel crucial na definição da atmosfera e identidade de uma cidade, influenciando diretamente a experiência dos habitantes e visitantes. Além de garantir a segurança e o conforto durante a noite, a iluminação adequada pode realçar elementos arquitetônicos, destacar pontos de interesse cultural e criar ambientes acolhedores.

“Quero compartilhar um olhar sobre a ótica por parte de um designer de luz. Um olhar entre tantos outros, interrogando sobre o seu aspecto noturno. Pretendendo, assim, tentar acrescentar uma nova faceta à reflexão atual sobre o sentido e o futuro da paisagem noturna”.

Trajetória com premiações e repercussão internacional

Lúcia Chedieck é artista paraense, que reside há muitos anos em São Paulo e que possui uma longa e vasta carreira, premiada e reconhecida nacional e internacionalmente. Na oficina "Criando Paisagens Noturnas”, ela vai explorar a importância da iluminação urbana e sua relação com a paisagem da cidade.

Atuante na área das Artes Cênicas e Arquitetura, ela tem criações em peças de teatro, projetos em arquitetura cênica e luminotecnia. Sua origem está na cenografia, o que a faz interpretar o espaço arquitetônico por um ponto de vista peculiar. 

Entre as obras com sua assinatura estão o Projeto de iluminação cênica Sala de cinema no Instituto Moreira Salles, São Paulo 2017; para a Igreja de Nossa Senhora de Nazaré, Belém-PA 2005; Galeria Garage São Paulo/SP  2013 e Igreja de São Benedito, Bragança/PA 2011. 

Professora convidada do Programa de Pós-graduação do Centro Universitário Belas Artes de São Paulo nos cursos de pós-graduação em Lighting design e Cenografia e Figurino, Lúcia tem formação em Artes Plástica pela Fundação Armando Álvares Penteado (FAAP) e possui pós-graduação em Iluminação e Design de interiores e arquitetura. 

Como artista possui três indicações ao Prêmio Shell de Teatro de melhor Iluminação e é vencedora do Prêmio Shell de Teatro de melhor iluminação, em 2005;  e do Prêmio III Prêmio ABILUX de Arquitetura – São Paulo 2006. Em 2015, representou o Brasil na Quadrienal de Praga: Espaço e Design da Performance e, em 2012, em Lisboa, como convidada da FUNARTE, no ano do Brasil em Portugal, onde foi apresentado o espetáculo “Eu vi o sol brilhar em toda sua glória.

Visitas guiadas continuam no Mercado do Porto do Sal

Além da oficina, o projeto lançado em dezembro de 2023, no Mercado do Porto do Sal, continua a cativar os visitantes com a exposição "Mastarel: As Águas de Dentro", que teve sua permanência prorrogada até este sábado 9 de março, das 8h às 18h, proporcionando mais tempo para os apreciadores da arte explorarem suas diversas facetas.

São painéis, fotografias em tecido e vídeo arte, a partir da criação da artista visual Elaine Arruda e do carpinteiro naval Mestre João Aires. Outra ação prevista, mas só em abril, será o lançamento do livro "Mastarel", de Elaine Arruda. A obra traz uma análise detalhada do projeto escultural do Mastarel e seu impacto cultural na região. 

Serviço

​​Oficina "Criando Paisagens Noturnas", com Lúcia Chedieck - De 20 a 28 de março, de segunda a sexta-feira, das 15h às 18h, e aos sábados, das 9h às 12h, no Fórum Landi - Não haverá aula no domingo, 24. 

Inscrições gratuitas e exclusivamente online, até dia 15 de março: https://acesse.one/OficinaLuciaChedieck

Visitas guiadas à exposição Mastarel: As águas de Dentro”, no mercado do Porto do Sal vão até sábado,9, das 8h às 18h.  

Projeto viabilizado por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura Rouanet, com patrocínio master do Instituto Cultural Vale e realização do Ministério da Cultura, Apneia Cultural e Tijuquaquara Produtora Cultural.

7.3.24

Arte de Casa em Casa na Galeria Direitos Humanos

Lúcia Gomes - Apeú-Castanhal-Pa
Foto: Simone Machado
O mês é especial e o Arte de Casa em Casa chega neste dia 8, ao município de Quatipuru-Pa, para montar a exposição coletiva “Arte e Democracia”, reunindo obras de quatro artistas mulheres, na Galeria Direitos Humanos, coordenada pela artista visual Lúcia Gomes.

Entre março e maio, o "Arte de Casa em Casa" percorrerá quatro municípios e dois distritos paraenses, chegando em espaços culturais e galerias criadas em residências. Selecionado pelo edital de Artes Visuais da Lei Paulo Gustavo-Pa, o projeto já passou pela  Vila do Apeú, em Castanhal, e chega nesta sexta-feira, 8 de março, em Quatipuru-Pa. Os deslocamentos ainda passarão por Mosqueiro, Salvaterra, Marabá e Icoaraci.

Em Quatipuru, município do nordeste paraense, primeiramente será montado o ateliê coletivo, que faz parte da itinerância, promovendo o intercâmbio entre os artistas envolvidos e que resultará nas obras da montagem da exposição "Arte e Democracia", cujo vernissage será no sábado, 9, às 19h, na Galeria Direitos Humanos, coordenada pela artista visual Lúcia Gomes. Na ocasião, haverá a roda de conversa reunindo a experiência das artistas, que também são gestoras de espaços independentes.  

Idealizado e coordenado por Werne Souza, o projeto Arte de Casa em Casa conecta espaços independentes, que, embora enfrentem a negligência das políticas públicas, exercem um papel fundamental de acesso à arte, em periferias e municípios localizados em áreas mais distantes dos centros. 

“Nosso objetivo com esse projeto é criar um circuito permanentemente de exposições de artes visuais entre esses lugares, aproximando e intercambiando ações entre os artistas e os espaços em que ocorrerão as exposições e ateliês coletivos. A ideia é dar mais visibilidade a esta rede de espaços culturais, tornando-os conhecidos pelo público da própria cidade e visitantes, além de chamar atenção da necessidade de se pensar políticas públicas que apoiem essas iniciativas", diz Werne, artista visual premiado, e gestor do espaço Na Casa do Artista, em Icoaraci.

Quatipuru, com mulheres na arte e na democracia

Obras de Lúcia Gomes
Foto: Simone Machado
Lúcia Gomes, a anfitriã da vez, em Quatipuru, pretende reunir uma variedade de obras que refletem questões sociais e políticas. Participam desta exposição, a própria Lúcia Gomes, Galvanda Galvão e as novas participações da fotógrafa Simone Machado e da artista convidada da cidade, Cássia Costa. A curadoria é de Werne Souza.

“Estamos felizes em receber esse projeto em Quatipuru, onde vamos ter nova convivência e além dos artistas visitantes teremos participação de uma artista daqui, a Cássia Costa, que trabalha com madeira da beira do rio, madeira de barco para suas instalações”, conclui Lúcia.

A abertura, no dia 9, às 19h, conta com uma roda de conversa sobre as experiências nestes espaços culturais independentes. Auda Piani vai falar do espaço cultural Na Casa do Artista; Lúcia Gomes, do espaço dela, a Galeria Direitos Humano; Simone compartilhará as experiências do Foto Sima, em Icoaraci, e Cássia Costa vai falar do espaço dela em Quatipuru, o Monóculo da Vovó. 

Para a itinerância, Simone também leva a série "Rituais de Passagem", uma reflexão sobre a vida e a morte através de fotografias antigas. Ela desenvolve um trabalho de memória e ressignificação através de releituras das obras de seus pais, os fotógrafos Mateus Machado e Rosalina Melo.

“É uma série de monóculos com fotos antigas dos eventos que meus pais cobriram e que iam desde o casamento, batizado, primeira comunhão, 15 anos, até fotografia retratar pessoas mortas no caixão na Capela Mortuária, o que era bem comum há 30, 40 anos atrás”, comenta Simone, fotógrafa há mais de 30 anos, vinda de uma família de fotógrafos em Icoaraci.

Visite as exposições abertas na Vila do Apeú 

Obras de Werne Souza, idealizador do projeto
Foto: Simone Machado
Os deslocamentos do projeto ainda seguem para Mosqueiro, Salvaterra e Marabá, em abril, mas desde 2 de março, em Apeú, Castanhal, dois espaços já estão ocupados com visitação aberta ao público, até dia 16 de março. No Ponto de Cultura e Memória Estação Apehu História, Humor e Arte, residência de Luiz Fernando Carvalho, o curador das duas exposições, está aberta a exposição “CasaÀsEscuras”, com obras de Gilmar Lopes.

O artista adquiriu cegueira e participou da roda de conversa “Um Passo no Escuro”, onde compartilhou de suas experiências e sobre os trabalhos realizados em fases anteriores, em trajetória. Natural de São Miguel do Guamá, residindo em Castanhal, ele é um autodidata, que se instruiu por meio de oficinas e muito estudo e inspiração. "Tenho como referência artistas como Claude Monet, Washington Maguetas, Clóvis Percio, Alexandre Reider e outros", diz Lopes.

Ateliê para a exposição coletiva

Video instalação de Galvanda Galvão
Imagem: Print do vídeo
No Apeú, o projeto também passou pela Arte Fazenda Renascer, onde foi realizado o primeiro atelier coletivo da itinerância, gerando a exposição “CasaAcesa”, que inaugurou dia 2 de março, reunindo obras de Galvanda Galvão, Werne Souza e Lúcia Gomes. Esta também segue aberta, mas na galeria da Estação Ery Holanda, até dia 16 de março, de segunda a sexta, das 8h às 18h, e aos sábados, das 17h às 20h. 

A mostra reúne desenho, fotografia, projeção e áudios. Na vídeo-instalação “Imaginário Arquivo”, a artista Galvanda Galvão dialoga com a obra de Vicente Franz Cecim. “Trago imagens de arquivo, fotografia, colagem e poesia. Neste desvelar organizado, pensando um pouco no diálogo destas questões, daquilo que se quer ver, da dificuldade em tocar e encontrar outro olhar. E a importância dessas parcerias em deslocamento, em espaços como esses”, explica Galvanda Galvão.

Ela acredita que houve uma conjunção desta obra com o projeto, “uma vez que essas relações trazem uma aproximação em estar mais perto deste outro e desse lugar que tem essa relação com Andara, no sentido de ser uma Amazônia descoberta, no sentido de que esse deslocamento propõe um outro modo de ver e de tocar uma contraposição nessa aceleração”, conclui.

Werne Souza
Foto: Simone Machado
Para Lúcia Gomes, que também participou da fase Apeú, o projeto proporciona um ambiente de colaboração e troca de ideias entre os artistas. "Foi fantástico. Conviver naquele espaço onde a natureza resiste, nos igarapés, aquele jeito manso do povo, a convivência fraterna, os sorrisos e principalmente estar na natureza em plena cidade, me estimulou não só a criar para a exposição no Apeú, mas também criar outras obras de arte", disse Lúcia Gomes.

Em Apeú, além de levar uma extensão de seu trabalho de denúncia contra genocídios, seja na Palestina, ou no Brasil, com a saga da Covid, negligenciada no governo brasileiro anterior, a artista também produziu obras inspirada no tema sugerido pelo curador Luiz Fernando Carvalho, sobre a questão da cegueira. “Esta, não é apenas física. O pior cego não é aquele que não vê, é a cegueira política em que não se enxerga. Esta segunda obra trouxe projeção na abertura denunciando os mais de 600 mil mortos por Covid”. 

O Arte de Casa em Casa chegará em abril ao Espaço Expressarte, em Mosqueiro; à Taberna Marajó, em Salvaterra, e ao Pontal Instituto Cultural, em Marabá. O encerramento em maio será Na Casa do Artista, em Icoaraci. O projeto conta com produção e montagem de Margareth Gondim e Auda Piani, e registros fotográficos e audiovisuais de Simone Machado.

Projeto Arte de Casa em Casa

Em Quatipuru-Pa: Ateliê, vernissage e roda de conversa

Galeria Arte Direitos Humanos - "Arte e Democracia"

Abertura e roda de conversa:  9/3, às 19h. 

Visitação: 10 a 30/03 - Das 09h às 11h e das 14h às 18h

Endereço: Rua N. S. de Nazaré 364, bairro Centro.

Em Apeú – Castanhal-Pa: Duas exposições

Estação Ery Holanda – Exposição “CasaAcesa”

Obras: Werne Souza, Galvanda Galvão e Lúcia Gomes.

Visitação: Até dia 16 de março

Funcionamento: Seg. a Sex.,  das 8h às 18h e, aos sábados, das 17h às 20h.

Endereço: Av. Barão do Rio Branco - Antiga Estação Ferroviária do Apeú - Castanhal.

Ponto de Cultura e Memória - Estação Apehu História, Humor e Arte – Exposição “CasaÀsEscuras”, com obras de Gilmar Lopes.

Visitação: Até 16 de março, por agendamento

Contato:  (91) 98818.0678

Endereço: Rua Coronel Sampaio, 317 - Apeú Castanhal

Serviço

O Projeto Arte de Casa em Casa foi selecionado pelo Edital de Artes Visuais da Lei Paulo Gustavo-Pa. A realização é do espaço Na Casa do Artista. Neste final de semana, dia 9 de março, às 19h, abre a exposição e realiza a roda de conversa "Arte Democracia", na Galeria Direitos Humanos - Rua N. S. de Nazaré 364, bairro Centro - Quatipuru-Pa. Mais informações e para acompanhar a itinerância: @arte_decasaemcasa (https://www.instagram.com/arte_decasaemcasa/)


1.3.24

Projeto Mastarel traz aula aberta com Michel Pinho

Michel Pinho vai contar as histórias do Mercado do Porto do Sal, que segue ocupado pelo projeto Mastarel, desde dezembro passado. O encontro é sábado, 2 , às 8h, em frente ao espaço, localizado no Bairro da Cidade Velha. Gratuito.

Historiador e fotógrafo, Michel Pinho desenvolve ações na área de educação patrimonial, fotografia e inclusão social. Atua como professor há mais de 20 anos. Pesquisando a história de Belém, a construção da sua memória imagética e suas relações com o patrimônio edificado e imaterial, ele vai além das observações históricas e arquitetônicas para falar das histórias que permeiam o imaginário de quem trabalha, vive ou visita aquela área portuária da cidade.

Os participantes vão percorrer o entorno e seguir por uma rua estreita que interliga o mercado à Praça do Carmo. Ocupada na década de 1970, erguida no terreno de uma empresa de navegação, esta rua ficou conhecida como Beco do Carmo. O público também vai conferir a exposição "Mastarel: As Águas de Dentro", que seguirá aberta com visitas guiadas até dia 9 de fevereiro. A mostra tem curadoria de Vânia Leal e reúne painéis, fotografias em tecido e vídeo.

Mercado é jóia arquitetônica no centro histórico de Belém

A influência arquitetônica mourisca, proveniente do norte da África, deixou sua marca no Mercado do Porto do Sal como um vestígio da influência construtiva portuguesa, que por sua vez absorveu elementos desses povos.

Essa fusão de estilos arquitetônicos, distintos na paisagem urbana, torna o mercado uma preciosa relíquia dessa herança importada da era colonial. Erguido em concreto armado, uma inovação para a época, o mercado destacou-se como um marco de modernidade em sua inauguração. Pouco depois, o concreto armado tornou-se um padrão na construção da cidade. 

Inaugurado em 1933 como um centro vital para o abastecimento e distribuição de produtos provenientes da região das ilhas, o Mercado do Porto do Sal teve sua origem no movimento do Porto do Sal, nomeado durante o período colonial devido ao seu papel como ponto de entrada para o sal inglês.

Sob a administração municipal, o edifício passou por reformas em 1990 e em 2013, até que, em 2023, por iniciativa do Projeto Mastarel, liderado pela artista Elaine Arruda em colaboração com o mestre de carpintaria naval João Aires, recebeu uma intervenção significativa. 

Graças ao patrocínio do Instituto Cultural Vale e com o apoio do Ministério da Cultura, Apneia Cultural e Tijuquaquara Produtora Cultural, o mercado foi submetido a uma restauração abrangente, incluindo a renovação completa do telhado, além de limpeza e pintura das paredes.

Além das melhorias estruturais, as áreas internas e externas do mercado foram revitalizadas. Uma iniciativa denominada "Lavadão" mobilizou a comunidade local em uma ação de limpeza, apoiada pela SECON, SESAN e Loja Frida Store, que forneceram os produtos necessários. Com o mercado devidamente limpo, teve início o processo de pintura.

Em dezembro, o Mercado do Porto do Sal recebeu a instalação da peça Mastarel em seu telhado, além de melhorias em acessibilidade. Foram construídas cinco rampas no total, sendo três internas e duas externas, uma delas na entrada principal e outra na calçada. As rampas foram pintadas seguindo um padrão uniforme, facilitando a orientação e identificação dos espaços de circulação para todos.

O Projeto Mastarel segue até dia 9 de fevereiro, com visitas Guiadas no mercado e com a realização de uma oficina de iluminação pública, com Lúsica Chedieck, em ma’rco, no Fórum Landi. As inscrições estão abertas. As novidades sobre a programação podem ser acompanhadas pelas redes sociais @projetomastarel

Serviço

Aula Aberta sobre o Mercado do Porto do Sal. Neste sábado, 2 de março, com concentração às 8h, no próprio mercado – Rua São Boaventura, com Gurupá – Cidade Velha. Exposição "Mastarel: As Águas de Dentro" - Visitas guiadas de quarta a sábado, das 8h às 18h, até o dia 9 de março.