30.9.23

Vamos abrir outubro com a 47a edição do Circular

A 47a edição do Circular Campina Cidade Velha abre o mês já em direção a semana mais importante da época. Será o nosso pré-círio, como bem disse Kleber Benigno Paturi, integrante do Trio Manari, que será a grande atração desta edição. A programação, neste domingo, 1 de outubro, está robusta, com 42 espaços parceiros. 

Preparem-se que será um dia quente e úmido, com temperatura que vai variar entre 25°C e 36°C, mas dizendo previsão do tempo que a sensação térmica estará entre 23°C (suave) e 37°C (muito quente). Será? Não há indícios de chuva e o sol nascerá às 6h, vindo a se pôr às 18h7min. E aí, vens circular?

O projeto vem há dez anos se mantendo por meio de uma rede que soma umas 50 iniciativas aplicadas ao centro histórico da capital paraense. E nesta edição, a Praça do Carmo recebe a 4a edição do Circuitinho Circular, a partir das 9h, com uma intervenção lúdica que convida as crianças a montarem um painel afetivo de memórias sobre os brinquedos de miriti e depois participam de uma contação de histórias com a atriz Karla Pessoa, às 10h, e uma rodinha de conversa, às 11h.

Já de tarde, às 17h, o grupo Ricardo Smith Quarteto entra em cena com repertório autoral, trazendo músicas com linguagem jazzística e influências da música clássica para ritmos brasileiros. E às 18h, o Trio Manari faz o show de encerramento da programação na praça. O show retoma as apresentações do grupo em Belém, paralisadas por conta do estado de saúde, hoje melhor, de Nazaco Gomes. Junto a Kleber Benigno e Márcio Jardim, o Trio Manari é referência e inspiração.  O show traz como convidados, simplesmente a Emufpa BigBand e o saxofonista Esdras de Sousa. 

Mais para os pequenos e gastronomia

Também haverá ações para a criançada na Vila Prana, no Reduto, nas cotações de histórias da Fotoativa e do Casarão do Boneco, na Capina, além da oficina de ladrilhos da Igapó Ladrilhos (que também fica na Praça do Carmo), Coletivo Aparelho, no Mercado do Sal e tantas outras, na Cidade Velha. Você precisa se dedicar à programação para fazer a sua agenda e não se perder. 

Há também restaurantes e espaços de culinária que vão caprichar na gastronomia típica da época. Rubão mandou avisar que a maniçoba está do jeito, enquanto Selminha, do Pimenta na Cuia vai trabalhar com o tucuxi em alguns pratos. Fica um pertinho do outro.

Além deles, no rolê há ainda a Toró gastronomia que vai combinar frutos do mar com maniçoba e o Restaurante Dona Joana e Purão Vegano que trazem opções 100% sem glúten e 100% veganas. Você também consegue degustar delicias na Amazônia Artesanal, na Tapi-Óka, na Casa Igá, Casa do Fauno e Vila Prana. Tem mais, precisa conferir a programação completinha. 

Ladrilhos e  gastronomia para ciriar

Em matérias de patrimônio, alegre-se, os Museus estarão todos abertos. Além dos situados no complexo Feliz Lusitânia, o Museu Casa Francisco Bolonha, no Palacete Bolonha, também abre suas portas. E também há o Roteiro Geo Turísticos que vai passear pelo bairro da Campina, saindo às 8h30, do Museu do Bonde, na Av. Portugal.

Outra dica bacana para quem ama desenhar ao ar livre é o encontro do Urban Sketcher Belém, que se concentrará, neste domingo, na Praça Frei Caetano Brandão, a partir das 9h, bem em frente ao Museu de Arte Sacra. Na coordenação dos encontros dentro do Circular está o artista Humberto castro, que também mostrar seus trabalhos, a partir do meio dia, na exposição Corpo e Vidas, inserida na programação da ONU Arte Pela Vida, dentro do Mercado Francisco Bolonha, no complexo do Ver-o-Peso. 

Há espaços novos nesta edição

O Tribunal do Café, que inaugura dentro da programação do Circular, com a exposição "Consagrada", reunindo diversas imagens de Nossa Senhora de Nazaré, produzidas por mulheres que já estiveram cumprindo pena prisional. 

É uma iniciativa de Berna Reale, que além de uma artista múltipla, que se utiliza de diversas linguagens incluindo performance e fotografia para expressar suas visões de mundo, é perita criminal e trabalhou em um presídio feminino por dois anos em um projeto de reinserção social.

Outra novidade da edição é a entrada do Teatro Nazareno Tourinho, no circuito, trazendo duas exposições, uma delas inéditas "Meu lugar Sagrado", reunindo obras de Jocatos, Petchó, Dannoelly Cardoso e AndSanttos, que terá vernissage às 9h30, e a outra Cena Aberta - Memórias da cena Paraense, da qual já falamos profundamente aqui no blog. Também é uma novidade a tapiocanga Tapi-Óka, que lança neste domingo, novos sabores. Durante o dia todo também ocorrerão performances e cotações de histórias do quilombo.

Três bairros integram o circuito

"Eu participo com meu dom que é minha voz, dando apoio, acreditando neste projeto e empreendendo dentro da Cidade Velha e como sempre na esperança de que mais pessoas se toquem e entendam o orgulho que é ter um centro histórico desse porte, numa cidade situada no coração da Amazônia”, diz  Alba Maria, uma das maiores vozes do Pará.

A cantora  é uma das entusiastas do projeto e diz enxerga e vive essa movimentação com esperança de "que as pessoas olhem para o centro histórico de Belém, como uma relíquia que a gente tem que ajudar a preservar, restaurar e proteger", diz ela que além de se manter presente na circulação, no Le Bistrô, um espaço de vivencias gastronômicas,  conduzido pela sua irmã, Luna, tamebm interage com outros espaços, como no Mercado de Carne Francisco Bolonha, no Complexo Ver-o-Peso, em edição passada, em programação .

É lá que ocorrerá mais uma vez, a programação da Ong Arte Pela Vida, trazendo informação e conscientização às pessoas, em relação à diversidade e em apoio às pessoas que vivem com HIV. 

Há mais de 30 educando e conscientizando e dando apoio às pessoas que vivem com HIV, inicia a programação deste domingo, 1, às 9h, com missa para receber a imagem de Nossa Senhora de Nazaré e segue com outras atrações, até às 18h.

No Reduto, o Studio Bohho também mergulha na magia do Círio de Nazaré e celebra a cultura vibrante do Pará, para lançar sua nova coleção de móveis “Depois da Maré”, confeccionados com madeira de restos de embarcação, trazendo a energia dos rios da Amazônia. E também convida a todes para se deixarem envolver pelo tributo à música popular paraense na voz de Natália Maia e Melina Fôro, além da cozinha comandada pela Tajá Cozinha e a cerveja gelada é da Cervejaria Uriboca.

Quem circular pelo centro comercial também, ainda que não esteja oficialmente dentro da programação do Circular, vai pode visitar a Bienal das Amazônia, na Manoel Barata, ocupando o tédio onde funcionou a loja de departamentos da Yamada. São quatro andares de muita arte, vale conferir.

Projeto conquista o CNPJ

Até dezembro segue construindo sua jornada em 2023, mas agora com um CNPJ próprio, que proporcionará, a partir de 2024, novas conquistas em meio aos inúmeros desafios que é gestar um projeto reunindo mais de 50 espaços que empreendem no centro histórico de Belém, somando para preservar nossa memória e patrimônio histórico.  

“É uma década de muito trabalho e ainda não estamos onde achamos que o projeto merece estar. Investimos em cultura e educação patrimonial e neste momento estamos nos conectando a outras iniciativas nacionais que também atuam em suas cidades. Isso nos fortalece para seguir, a partir da sociedade civil, em diálogo com o poder público e iniciativas privadas sensíveis a causa”, diz Adelaide Oliveira, atual coordenadora do projeto.

Programação Completa

https://projetocircular.org/edicoes/1613/

Acompanhem também

https://www.instagram.com/circularcampinacidadevelha/

https://www.instagram.com/holofote_virtual/

O Projeto Circular conta com o Patrocínio do Banco da Amazônia e Governo Federal e apoio da Secult-Pa, Governo do Pará e Fórum Landi - UFPA. Site www.projetocircular.org

(Fotos: Cláudio Ferreira e Otávio Henriques)

26.9.23

Lia Sophia lança single/clipe Ave Todas as Marias

O novo trabalho chega às principais plataformas de música e vídeo, nesta quinta-feira, 28, como uma homenagem às mulheres da Amazônia. No sábado, 30, às 20h, haverá exibição do clipe precedida de roda de conversa com as protagonistas do trabalho na ExpoFavela 2023, na Usina da Paz do Jurunas.

“Ave Todas As Marias” faz um paralelo entre a mulher sagrada e a mulher terrena, a que é bendita entre as mulheres e a que enfrenta lutas e silenciamentos diários. A letra faz uma crítica e instiga para uma mudança social no sentido de valorização da mulher. Fala de diversas “Marias” que em seus cotidianos lutam por um mundo melhor. O trabalho foi selecionado no Edital de Patrocínio 2023 do Banco da Amazônia S/A.

“Minha poesia tem revelado temas rurais, sendo um de seus traços socioantropológicos, com transcendência política. Publiquei um livro, ‘Deslendário’, dedicado a essa temática. A oração poética ‘Ave Todas as Marias’, que entreguei à querida parceira Lia Sophia para completá-la com sua melodia, vem dessa dimensão da poesia. A parceria com Lia Sophia é como colocar asas musicais no poema e deixar que o pássaro canção voe para o céu, sem deixar de pousar no coração da terra. E sempre me emociona ao escutá-la”, diz Paes Loureiro.

No clipe, um punhado de mulheres extraordinárias, conhecidas do público e outras anônimas, aparecem e são exaltadas como agentes transformadores da sociedade. Mulheres que transmitem saberes, que inspiram e usam seus conhecimentos para abrir portas para outras.

"É uma música de louvação a todas as mulheres amazônidas: mulheres rurais, urbanas, ribeirinhas, juízas, professoras, acadêmicas, indígenas, mulheres pretas, afro religiosas", explica Lia Sophia. "No clipe, promovemos um encontro dessas várias mulheres, que compartilham suas histórias", conta.

As gravações foram realizadas em agosto e contaram com cerca de 20 mulheres no elenco, representando a diversidade e força das amazônidas. As cenas foram gravadas em diversos locais de Belém: em cenário urbano, ribeirinho e rural.

"Escolhemos alguns pontos que são a cara de Belém como a Presidente Vargas, mas também o Combu e a Estrada da Ceasa, que tem uma comunidade ribeirinha totalmente ligada à tábua de maré dos rios, ao ir e vir nos furos, entre canoas e rabetas", explica Lia Sophia.

Estão presentes mulheres que têm papel fundamental na comunidade: a mãe, a avó, a trabalhadora rural, mas também estão presentes mulheres conhecidas como a professora, escritora e militante do movimento negro do Pará, Zélia Amador de Deus, a professora Lilia Melo, primeira mulher do norte a representar sua categoria no Global Teacher Prize, mais conhecido como Nobel da educação, a escritora e poeta, militante da representatividade indígena Márcia Kambeba, a juíza que luta no combate ao trabalho infantil, Vanilza Malcher, a ativista dos direitos humanos e das mulheres Lourdes Barreto e Isabella Santorinne, mulher trans militante da causa LGBTQIAPN+ e  vencedora do Miss Beleza T Brasil.

“Foi uma grande experiência, fiquei muito feliz. A música é necessária e inspiradora, pois homenageia todas as mulheres. Letra e música muito potentes. Bela homenagem às mulheres”, elogia a professora Zélia Amador e Deus.

Já para Márcia Kambeba, participar do clipe foi um presente. “Vivemos tempos difíceis onde nosso feminino é violentado todos os dias. Nosso ser mulher precisa ser respeitado e essa música vem falar de uma forma sublime da importância desse feminino e da luta de todas essas ‘Marias’ que estão em todos os lugares e chama para uma união de ecos, de mãos e fala desse empoderamento”, avalia Márcia. 

Mais do que homenagear, o clipe se propõe a valorizar e dar visibilidade às mulheres da Amazônia, região que sempre sofreu um grande apagamento no restante do país, especialmente por estar distante do sudeste do país, onde se concentra a grande mídia e as decisões políticas.

"Estamos falando de uma região muito peculiar, onde a floresta e o concreto coexistem, onde temos uma cultura fortíssima e saberes ancestrais que passam de geração para geração. É inadmissível que em 2023 o Brasil não conheça e não respeite as mulheres amazônidas que enfrentam as violências em uma proporção às vezes bem maior por conta de questões geográficas e faltas de políticas públicas que não chegam pra essa parte do Brasil esquecida ", critica Lia Sophia.

“Esse clipe é um abraço afetivo entre nós mulheres. É sobre cuidado, fé e amor! É sobre a ciência de que o centro do universo é um ventre, ou seja, é materno… É sobre acreditar que cada uma de nós somos uma coluna que sustenta a força ancestral, por isso, precisamos estar de pé. Nossas conexões mantém o equilíbrio necessário para a evolução. Lia Sophia nos presenteia com esse abraço forte conectando nossos corações em uma só vibração. Em essência, a música se resume em uma frase de Carmina Moreira: “Até que todas estejam salvas!”, lembra a professora  Lília Melo, uma das homenageadas do clipe.

"No momento em que os olhos do mundo se voltam para a Amazônia, devemos dizer que somos mais que uma floresta de interesse mundial, somos uma sociedade que tem historicamente em sua base mulheres fortes e guerreiras, as icamiabas, mulheres que decidiam o seu caminho, seu tempo de procriação e quem lhes daria prazer. Esse senso de poder e força feminina permanece na essência da mulher amazônida", completa Lia Sophia.

Produção - Lia Sophia usou um manto produzido pelo estilista Ruy dos Anjos em que está escrito o nome de diversas mulheres, de nomes comuns como as Marias e Raimundas, e ativistas como Dorothy Stang e Jane Júlia de Oliveira, assassinadas no Estado do Pará por conflito agrário. Com fotografia de Thiago Pelaes, roteiro de Lia Sophia, Taísa Fernandes e Sonia Ferro e um elenco de 20 mulheres, o clipe será lançado no dia 28 de setembro no canal do Youtube da cantora e a música nas principais plataformas de música. 

Lançamento

28/09 (quinta-feira): 

0h: Lançamento do single nas principais plataformas de streaming de música (pré-save: https://nk.nikita.com.br/AveTodasasMarias_LiaSophia) 

18h: YouTube da artista (https://www.youtube.com/@LiaSophiaoficial)

30/09 (sábado): 

20h: Exibição do clipe "Ave Todas as Marias" precedida de roda de conversa na programação da ExpoFavela (Usina da Paz do Jurunas)

(Holofote Virtual, com informações da assessoria de imprensa)

22.9.23

Rota dos Palacetes na 17a Primavera dos Museus

O encerramento da 17ª Primavera dos Museus realizada pela prefeitura, por meio da FUMBEL, conta com o projeto "Na Rota dos Palacetes", que convida o público a mergulhar na rica história, arte e arquitetura caminhando pelo bairro de Nazaré. É neste sábado, 23, com saída às 16h, do Solar Mc Dowell, na Av. Magalhães Barata, seguindo em direção ao Palacete Bolonha, no Memorial dos Povos.

Descubra a elegância de Belém com o Projeto "Na Rota dos Palacetes" e prepare-se para ser transportado no tempo. O bairro de Nazaré floresceu junto com a expansão da cidade e as peregrinações à Nossa Senhora de Nazaré, onde a Basílica Santuário ergue-se majestosamente, passando por uma reconstrução notável no final do século XIX e início do século XX, usando materiais arquitetônicos da época. 

Nesse cenário, os palacetes de Nazaré se destacam, testemunhando uma época de transição arquitetônica, conhecida como a Belle Époque, que ocorreu entre o final do século XIX e as primeiras décadas do século XX.

Ao longo das avenidas e ruas adjacentes, essas elegantes construções particulares, chamadas de palacetes, surgiram como símbolos de status e prosperidade. Proprietários ricos, incluindo comerciantes, políticos e aristocratas da época, deixaram suas marcas registradas nos palacetes com seus sobrenomes. Os estilos arquitetônicos distintos dessas edificações enriquecem a cidade com um toque de ecletismo, capturando a essência da arquitetura da Belle Époque.

São 10 palacetes ao todo, mas em apenas um deles haverá visitação, o Palacete Bolonha, que abrida o Museu Casa Francisco Bolonha, no qual ao final do percurso o público poderá participar de uma visita guiada e conehcer a exposição que destacas os demais imóveis.

Palacetes

  • MacDowell (atual Museu da Assembleia de Deus) 
  • Augusto Montenegro (Museu da Universidade Federal do Pará)
  • José Bricio Costa "Palacete Bibi" (Ministério dos Transportes)
  • José Leite Chermont (Escritório da ONU)
  • Pedro Gusmão (BRADESCO)
  • Barão do Guamá (CODEM)
  • Lobato Miranda (Museu da Justiça)
  • Antônio Faciola (Centro Cultural Faciola /SECULT PA)
  • Guilherme Paiva (8ª Região Militar da Amazônia/Ministério do Exército).
  • Palacete Bolonha (Museu Casa Francisco Bolonha/FUMBEL
Encerramento conta com feirinha e show musical

Durante o roteiro, os guias levam o público a uma jornada fascinante, onde você poderá apreciar pessoalmente as fachadas dos palacetes e ouvir histórias que resgatam a importância do patrimônio da cidade. Você descobrirá como esses monumentos desempenharam papéis cruciais na história da cidade, desde sua influência na paisagem urbana até as histórias dos personagens que moldaram esses espaços por dentro.

O encerramento dessa jornada acontecerá no Memorial dos Povos, onde o público terá a oportunidade de explorar o Museu Casa Francisco Bolonha em uma visita guiada. Além disso, quem estiver presente poderá experimentar delícias da culinária típica numa feirinha ao ar livre, e apreciar o show da banda Veropa Session na sala Vicente Salles.

17ª Primavera dos Museus – Programada para ocorrer de 20 a 23 de setembro, o evento, promovido localmente pela prefeitura de Belém e nacionalmente pelo Ministério da Cultura e Instituto Brasileiro de Museus, precisou suspender duas de suas palestras, em decorrência do grave acidente ocorrido, na quarta-feira, 20, na Av. Governador José Malcher.

As duas palestras foram transferidas para a próxima terça-feira, 26, na Sala Vicente Salles, no Memorial dos Povos.  Pela manhã, às 10h, haverá a palestras “A Devoção Afrodiaspórica de São Benedito e a Luta Anti Racista ", com a Profa. Dras. Sônia Albuquerque, e às 11h, a palestra “Territórios, Territorialidade e Identidades entre Povos Indígenas no Brasil”, com a Profa. A Dra. Camille Castelo Branco. A entrada é franca.

Serviço

O Memorial dos Povos fica na Gov. José Malcher, entre Dr. Moraes - bem ao lado da Vila Bolonha. A partir das 17h, encerramento da 17a Primavera dos Museus, após a Rota dos Palacetes. Feirinha Criativa, visita guiada ao Museu Casa Francisco Bolonha e show do Veropa Session.

20.9.23

Mundozito traz arte e acessibilidade neste sábado

Idealizado em 2021, quando foi realizado de forma virtual por causa da pandemia de Covid-19, o Festival Mundozito está de volta, dessa vez de forma presencial, e está pronto e esperando por todos no dia 23 de setembro, na Usina da paz do Icuí Guajará. Patrocínio do Instituto Cultural Vale, via Lei Rouanet (Governo Federal) e Di Casa Home Center, via Lei Semear (Governo do Pará). Entrada gratuita.

Um palco de arte e diversão para crianças, mas que também pretende ser um espaço que converse com os diversos aspectos do desenvolvimento delas e de sua relação com o mundo. “O Mundozito veio como um sonho de criar um festival que unisse várias linguagens, com o tripé formado por cinema, teatro e música”, explica o animador Cássio Tavernard, que junto com o publicitário Gustavo Rodrigues são os realizadores do Festival.

“Entendemos que o projeto não tinha caráter unicamente de espetáculo. Vimos que a palavra ‘formação’ era tão importante quanto. Temos na equipe uma coordenação pedagógica que é fundamental para nos orientar nos variados temas que envolvem o crescimento dos pequenos. Se o Mundozito conseguir ser um vetor que auxilie os pais e a sociedade no desenvolvimento das crianças, saberemos que estamos no caminho certo”, completa Rodrigues.

O evento conta com atrações musicais, teatrais, cinema, contação de histórias, teatro de bonecos, oficinas, brincadeiras e atividades, mas além de entretenimento, o Mundozito busca entregar conteúdo com responsabilidade, sensibilidade e empatia. Vai oferecer material recreativo e, ao mesmo tempo, interessante para o desenvolvimento da criança na sua relação com os pais e com o mundo. 

Atriz, encenadora, contadora de histórias, escritora de cenas, produtora e cantora, Ester Sá esteve na versão digital do Festival e é presença mais que confirmada na presencial, inclusive sendo uma das apresentadoras. “Vamos contar histórias e apresentar o Mundo Zito, nesse festival infantil muito bonito, recheado de felicidade para crianças e adultos”, diz Ester. 

Em suas obras, a temática amazônica é uma constante, como o espetáculo teatral “Iracema voa”, sobre a vida e obra de Iracema Oliveira, premiado pela Funarte na categoria intercâmbio com a cultura popular, e o espetáculo narrativo “Nina, brincadeira de Menina”, sobre a artesã Nina Abreu, do Brinquedo de Miriti de Abaetetuba. O Mundozito ainda terá a graça dos Palhaços Trovadores, o teatro de bonecos do In Bust e a alegria nas contações de Otânia Freire.

As atrações musicais serão o Bando Mastodente, a versão infantil da trupe dos Mastodontes, a Banda Zito Trio, criada para a versão digital e responsável pela trilha sonora original, e os cantores Andro Baudelaire e Ricardo Aquino. O Zito Trio é formado pelos músicos e instrumentistas Renato Torres, Diego Xavier e Armando de Mendonça, todos com carreiras consolidadas em outros diversos projetos, muitos deles voltados para o público infantil.

“Escolhemos um repertório baseado nos anseios do projeto, com uma abordagem dentro das buscas do Mundo Zito, do teatro, da música e da contação de histórias. Buscamos colocar tudo isso dentro do universo da criança, que passa pela delicadeza”, conta Renato. “O Mundozito traz essa riqueza que o Brasil tem de construir cultura para criança. O teatro popular tem como raiz essa arte feita para crianças”.

O Bando Mastodente é a versão infantil da trupe dos Mastodontes, já famosa na noite de Belém. Segundo o baterista Caio Azevedo, algumas músicas do projeto já existiam como trilha sonora de espetáculos de teatro, em espetáculos que tiveram como elenco e compositores uma parte do grupo. “Buscamos interligar nossa música a esse público novo através de uma apresentação mais lúdica que possa envolvê-lo, buscando despertar ainda mais o interesse artístico”.

Entre as oficinas programadas para o festival, estão "Assobio Para Chamar Vento (2 a 9 anos)", "Brinquedos e Jogos Ópticos", "Gravuras Com Plantas", "Percussão Corporal", "Câmera Cabeça" e "Teatrinho de Caixas Mágicas". 

UsiPaz - O local do Mundozito, a Usina da Paz é um projeto integrado ao programa estadual Territórios Pela Paz, elaborado pelo Governo do Pará e coordenado pela Secretaria Estratégica de Articulação da Cidadania (Seac), em parceria com a iniciativa privada. A unidade a ser utilizada localiza-se no bairro do Icuí Guajará. Classificada por Cássio Tavernard como um presente para o projeto, o espaço promete ser um dos diferenciais do Festival.

“Vimos uma grande oportunidade de propiciar tudo que o Festival espera oferecer, em um local que trás uma responsabilidade muito grande, mas ao mesmo cria uma função social pro Mundozito, que nos dá muita honra e satisfação de poder dar esse retorno para a sociedade”.

“Os objetivos do TerPaz são de trazer entendimento e harmonia para a sociedade através da cultura, da formação e da noção de pertencimento e cidadania se alinham totalmente com os nossos. Temos estruturas de cinema e teatro, salas para oficinas, bibliotecas, áreas livres e cobertas prontas para montarmos o cenário perfeito de diversão e fantasia que o Mundozito pretende”, finaliza Gustavo Rodrigues.

As Usinas da Paz também contam com todos os espaços respeitando as demandas de acessibilidade, com áreas de passeio com piso tátil que se conectam aos prédios através de rampas fluidas. O interior dos prédios também contam pontos de apoio, como banheiros PNE (pessoas com necessidades especiais) e placas informativas em Braille.

O Festival Mundozito tem parceria com os institutos Álvares de Azevedo, que trabalha com surdos e deficientes auditivos,e Felipe Smaldone, para cegos. Ambas instituições terão profissionais trabalhando no evento e levarão crianças ao Mundozito, que terá intérpretes de libras, audiodescritores, consultoria em audiodescrição e voluntários que atuarão como guia-vidente, tocador de cadeira de rodas e intermediador na comunicação de crianças surdas participantes do evento.

(Holofote Virtual, com informações da assessoria de imprensa)

19.9.23

SaGrama apresenta ritmos e timbres nordestinos

Em turnê pelo país, o grupo pernambucano realiza em Belém uma oficina de instrumentos percussivos na UsiPaz do Jurunas, no dia 27; uma sessão de Palestra Show especial para alunos de música e escolas da rede pública, no dia 28; e show aberto no dia 29 (ingressos já disponíveis no sympla e bilheteria do teatro do Sesi).  Patrocínio do Instituto Cultural Vale, via Lei de Incentivo à Cultura e realização da Atos Produções Artísticas. 

A programação do SaGRAMA, em Belém, inicia no dia 27 de setembro, com uma oficina para crianças e adolescentes que será realizada das 14h às 17h, na UsiPaz do Jurunas-Condor, numa parceria com a Secretaria Estratégica da Cidadania do Governo do Pará. 

No dia 28, o grupo oferece outra atividade formativa, uma aula show, às 16h, no Teatro do SESI, numa sessão exclusiva para estudantes de música, alunos de escolas públicas e instituições que trabalhem a inclusão social através da cultura. As instituições que não receberam o convite via e-mail, devem entrar em contato pelo holofotevirtual@gmail.com para garantir os lugares.

Já no dia 29, também no Teatro do Sesi, o SaGRAMA volta ao palco do Teatro do SESI, às 20h, para realizar o show da turnê, aberto ao público, onde apresentará seu repertório de quase 30 anos de trajetória. Os ingressos são gratuitos e já podem ser retirados pelo sympla ou na bilheteria (indica-se levar 1kg de alimento, no dia, como doação a uma instituição local.

Constituído de instrumentos acústicos, a formação do grupo traz músicos que buscam o máximo de efeitos sonoros em suas composições. Criado em 1995 no Conservatório Pernambucano de Música, o grupo SaGRAMA foi uma iniciativa do Professor e Flautista Sérgio Campelo, com objetivo de trabalhar a música pernambucana baseada nas manifestações da cultura popular da região, mas com uma linguagem mais elaborada e erudita.

10 álbuns e inúmeras trilhas sonoras em trabalhos audiovisuais

Formação atual da Orqeustra SaGrama

Três anos depois desta iniciativa, o grupo foi convidado para gravar a trilha sonora original da microssérie “O AUTO DA COMPADECIDA” do escritor Ariano Suassuna, exibida pela Rede Globo, com direção geral de Guel Arraes. A versão do cinema, também foi um sucesso. A parceria se estreitou e através da Globo Filmes, o SaGRAMA gravou seu primeiro CLIP em 35mm, também com direção geral de Guel Arraes, assistência de direção de Lula Queiroga e produção da Luni Produções.

Além de ter uma extensa discografia, com 9 CDs e um DVD gravados e vendidos em todo Brasil, outra faceta do grupo é a composição de trilhas sonoras, o que se tornou uma especialidade. Entre outros trabalhos, o grupo compôs a trilha sonora original da Peça Teatral “À ver estrelas...”, de Adriana Falcão e João Falcão e para o filme “O BRASIL IMPÉRIO NA TV, das diretoras Fátima Accetti e Cynthia Falcão, numa realização da Fundação Joaquim Nabuco em parceria com o Ministério da Educação.

Também está na trajetória a trilha sonora original da Peça Teatral “Fernando e Isaura”, primeiro romance do escritor Ariano Suassuna, adaptada pelo diretor Carlos Carvalho. Além de compor a trilha, os músicos também estiveram no palco interagindo com os atores durante os 3 meses em que o espetáculo ficou em cartaz.

Em toda sua trajetória, o SaGRAMA também esteve em cena com artistas renomados como Elba Ramalho, Alceu Valença, Naná Vasconcellos, Yamandu Costa, Nação Zumbi, Hamilton de Holanda, Wagner Tiso, Marcelo Geneci, Maestro Spok, Antônio Nóbrega, Silvério Pessoa, Quinteto Violado, Marcelo Caldi, Beto Ortiz, Santana, Maciel Melo, Getúlio Cavalcanti, Marco Cesar, Coral Edgar Moraes, Fred Andrade, Orquestra de Câmara de Pernambuco, Quarteto Encore, Cia de Dança Perna de Palco, entre outros.

DISCOGRAFIA

1º CD - Leva o mesmo nome do grupo “SaGRAMA”, foi finalista do prêmio “SHARP 1998”, na categoria música instrumental. (1998 - Selo LG - PE).

2º CD - Intitulado “ENGENHO”, teve o lançamento nacional em Maio de 2000 na FUNARTE no Rio de Janeiro e na UNICAMP em Campinas-SP. (1999 - Selo LG - PE).

3º CD - Com o título “TRILHA SONORA - O AUTO DA COMPADECIDA” é sucesso de crítica e venda em todo Brasil. (2000 - Selo Natasha - RJ).

4º CD - Intitulado “TÁBUA DE PIRULITO”, foi lançado no Recife em julho de 2002. Este CD conta com a participação de convidados especiais como o Quinteto de Cordas da Paraíba, o violonista Fred Andrade, o baterista Ebel Perreli, as crianças do Daruê Malungo, entre outros. (2002 - Selo LG - PE).

5º CD – Lançado Juntamente com o filme, é mais uma trilha sonora original do SaGRAMA, intitulado "BRASIL IMPÉRIO NA TV". (2002 - Selo LG - PE).

6° CD – Intitulado “TENHA MODOS”, foi lançado no Recife em abril de 2007. “Tenha Modos” retrata através da música, toda magia e vibração dos folguedos do carnaval do Recife, Olinda e interior de Pernambuco. Este Cd conta com a participação especial de músicos renomados de nossa cultura popular como Spok, Maciel Salu, Coro Contracantos, Quebra-baque, entre outros. (2007 - Selo LG - PE).

7° CD – O SaGRAMA lançou recentemente, através da PETROBRAS (lei Rouanet), o 7° Cd da carreira do grupo, intitulado “CHÃO BATIDO, PALCO, PICADEIRO”, que conta com a participação   especial   dos renomados músicos Wagner Tiso e Yamandu Costa. (2008 – Selo Humaitá – RJ / 2010 – Biscoito Fino - RJ).

8º CD e DVD – O SaGRAMA lançou recentemente, através da NATURA MUSICAL (lei Rouanet), juntos o 8° Cd e o 1º DVD da carreira do grupo, juntamente com a cantora Elba Ramalho, o Quarteto Encore, o baterista Tostão Queiroga e os sanfoneiros Marcelo Caldi e Beto Ortiz intitulado “CORDAS, GONZAGA E AFINS”. Deste projeto, criado pela Margot Produções e realizado pela NATURA MUSICAL, obtivemos o Primeiro Lugar no “PRÊMIO DA MÚSICA BRASILEIRA” na categoria regional de Melhor CD (2015 – Selo Coqueiro Verde – RJ) e foi indicado ao 17º GRAMMY LATINO na categoria “MELHOR ÁLBUM DE MÚSICA DE RAÍZES BRASILEIRAS”.

9° CD – Em outubro de 2017 no Teatro de Santa Isabel no Recife, o grupo lançou no 13º FESTIVAL DE CIRCO BRASIL, o seu mais novo CD intitulado “SaGRAMA ALINHAVADO”, uma coletânea de obras de quatro significantes compositores dedicados a este grupo instrumental. (2017 - Selo LG - PE).

10° CD – Em junho de 2022 no Teatro de Santa Isabel no Recife, em parceria com o cantor Gonzaga Leal, o grupo lançou o CD intitulado “NA TRILHA DE UMA MISSÃO”. Neste CD, encontram-se preciosas canções baseadas nas pesquisas do ano 1938 do escritor e musicólogo Mário de Andrade, intitulada “Missão de Pesquisas Folclóricas”. Trata-se de um importante registro da história da música popular tradicional do Norte e Nordeste do Brasil. (2017 - Selo LG - PE).

PREMIAÇÕES

Primeiro lugar no “Prêmio AESO De Cultura Pernambucana 1998”, na categoria música.

primeiro CD intitulado “SaGRAMA” do grupo foi finalista do “ PRÊMIO SHARP 1998”, na categoria música instrumental.

Homenageados no “23º Baile dos Artistas” em 2001, destaque música.

Primeiro lugar no “Prêmio Bandepe Valor Pernambucano Arte e Cultura” em 2002, categoria música.

Prêmio especial do júri APACEPE de Teatro e Dança em 2004, pela realização da trilha sonora da peça teatral “Fernando e Isaura”.

Indicado ao “PRÊMIO DA MÚSICA BRASILEIRA 2011”, na categoria “Melhor Grupo Instrumental”.

Vencedor do “PRÊMIO DA MÚSICA BRASILEIRA 2015”, na categoria “Melhor Cd regional” com o Cd “Cordas, Gonzaga e Afins”.

Indicado ao 17º GRAMMY LATINO, na categoria “Melhor álbum de música de Raízes Brasileiras”.

FORMAÇÃO ATUAL

SÉRGIO CAMPELO - Flautas, Arranjos e Direção Artística INGRID GUERRA - Flautas

CRISÓSTOMO SANTOS - Clarinete, Clarone

CLÁUDIO MOURA - Viola Nordestina, Violão, Arranjos e Co-direção ARISTIDE ROSA - Violão

JOÃO PIMENTA - Contrabaixo acústico

ANTÔNIO BARRETO - Marimba, vibrafone e Percussão

TARCÍSIO RESENDE - Percussão

DANNIELLY YOHANNA - Percussão ISAAC SOUZA – Percussão

PROGRAMAÇÃO

27 de setembro - Oficina de instrumentos percussivos e ritmos nordestinos – Usina da Paz – Jurunas. Das 14h às 17h. Gratuito.

28 de setembro – Show Aula de Ritmos Nordestinos – Sessão especial às 16h, para alunos de música, pesquisadores e alunos da rede pública de ensino – Teatro do SESI – Gratuito. Informações : (91) 98134.7719.

Dia 29 de setembro – Show às 20h – Entrada gratuita – Retirada de ingresos na bilheteria do teatro e pela bilheteria digital do SESI. 

Serviço

SaGRAMA-25 anos de Timbres da Cultura Nordestina - 29/09, às 20h, no Teatro do SESI. Entrada Franca. Ingressos na bilheteria do SESI ou pelo Sympla https://bileto.sympla.com.br/event/86955 . Classificação: Livre. Patrocínio: Instituto Cultural Vale. Realização: Atos Produções Artísticas; Lei de Incentivo à Cultura; Ministério da Cultura; Governo Federal: União e Reconstrução. Apoio cultural: SESI-PA, SEAC – Governo do Pará e Holofote Virtual Comunicação, Arte, Mídia.

4.9.23

Ver-o-Rio ganha cor do grafite no Dia da Amazônia

Croqui Mama Quilla MAUB 2023
O Museu de Arte Urbana de Belém (Maub) começa a ganhar forma nesta terça-feira (5), Dia da Amazônia, no Complexo do Ver-o-Rio, onde surgirá um painel de impressionantes 22 metros de altura por 56 de largura.

Os 21 artistas visuais envolvidos na empreitada iniciam às 9h, o trabalho de grafitagem nos muros, fachadas e paredes de prédios localizados no complexo Ver-o-Rio. 

A iniciativa é uma ação voltada para a valorização e fortalecimento do movimento conhecido como Street Art - arte urbana. E também integra uma série de eventos que vêm aquecendo o turismo na região amazônica em ritmo de prévia do que será a COP-30 - quando a capital paraense será a sede do maior evento sobre mudanças climáticas, em 2025. 

Serão cerca de 15 dias de grafitagem no MAUB, que promete ser um dos maiores museus a céu aberto do país. "Além da altíssima qualidade dos artistas, conseguimos fazer um line-up inclusivo: são 12 nortistas, amazônidas, três nordestinos, cinco sudestinos e um centro-oestino. As mulheres também são maioria: 12 mulheres e nove homens", diz William Baglione, fotógrafo e curador de arte. “Foi muito interessante fazer a curadoria a partir de um edital público porque, apesar de termos convidado vários deles a se inscreverem, outros foram ótimas surpresas”.

Participantes foram selecionados via edital

Derlan, no Maube 2023

Os artistas que terão sua arte gravada nos espaços foram selecionados via edital publicado no site www.maub.art.br. São talentos de todo o país, entre eles oito são paraenses: Amanda Nunes (DF), And Santtos (PA), Cely Feliz (PA), Derlon (PE), Ghasper (PA), Jamaira Pacheco (BA), Julia Furuyama (SP), Kadois (PA), Luma Bastos (PI), Moka (AC), Campis (PA), Luis Jr (PA), Mama Quilla (PA), Pati Rigon (RS), Pri Barbosa (SP), Ramon Martins (MG), Santo (PA), Sebá Tapajós (PA), Thaizis (AM), Thiago Nevs (SP) e Wira Tini (AM). 

Programação  

Os artistas também irão promover 14 oficinas de arte urbana para crianças e adolescentes em situação de vulnerabilidade social, além de visitas guiadas gratuitas. A programação do MAUB promove ainda um festival de música com diversos artistas regionais e nacionais. A inauguração do complexo de obras está prevista para 24 deste mês com um grande festival de música e gastronomia. 

“Ao mesmo tempo em que uma parte da equipe está focada em dar todo o apoio aos artistas, outra está fazendo a curadoria do festival, que vai inaugurar o MAUB no dia 24 com muita música e gastronomia.Além, é claro, de um período de visitas guiadas pelas obras e oficinas para jovens em situação de vulnerabilidade social”, diz Gibson Massoud, da Sonique Produções, responsável pelo projeto.

O projeto foi aprovado pela Lei Federal de Incentivo à Cultura e patrocinado pelo Instituto Cultural Vale e pelo Nubank e conta com o olhar do fotógrafo e curador de arte, William Baglione.

Serviço

Museu de Arte Urbana de Belém (MAUB), de 5 a 24 de setembro, no Ver-o-Rio. Confira a programação completa aqui: www.maub.art.br 

"Dentes" é HQ amazônico na 7a Bienal de Curitiba

A Bienal de Quadrinhos de Curitiba volta ao presencial este mês com mais de 40 convidados e homenagem à Lilian Mitsunaga, artista responsável pelo letreiramento das edições brasileiras dos quadrinhos da Disney e criadora de fontes para edições brasileiras de obras de Will Eisner e Craig Thompson, que estará presente segundo a organização do evento, que será de 7 a 10 de setembrono Museu Municipal de Arte (MuMA), com o tema “Resistências, Existências: Quadrinhos e Corpos Plurais”.

Durante o evento, será lançada "Dentes", a primeira obra da série de quadrinhos chamada Putrefatos, uma antologia de histórias curtas, oriundas das mentes dos excêntricos Andrei Simões, escritor, e Fábio Vermelho,  autor e ilustrador de quadrinhos. Esta união de mentes estranhas resultará em uma série de histórias que tem como foco explorar a decomposição existencial do ser humano da cidade grande, através da linguagem da carne e da dor.

"Dentes é um conto de horror social. Nada diferente do que fingimos que não vemos. É horror corporal. Nada diferente daquilo que desviamos o olhar. Mas aqui você vai querer olhar.  É Amazônia, Brasil, é mundo, é humano" (Trecho da apresentação de Dentes, 2023)

Andrei Simões escreve desde os 13 anos, é pioneiro na literatura de ficção de horror social no Brasil e autor de uma dezena de livros e quadrinhos. Utiliza o horror visceral e psicológico há mais de 20 anos para provocar e instigar os que ousam ler suas obras. Destaca as publicações nacionais “Zon, o Rei do Nada” (Editora Empíreo, 2013) e “Putrefação” (Novo Século, 2005), além das obras independentes “TAU, o Senhor da Putrefação” (2019) e Pactos de família (2021). Atualmente publica a obra internacional Furreal, no formato seriado Webtoon junto ao autor alemão Stephen Backhaus e ao ilustrador curitibano João Ferreira. 

Fábio Vermelho e Andrei Simões (arquivo pessoal)

O autor é Biólogo licenciado e Mestre em Teoria e Pesquisa do Comportamento pela Universidade Federal do Pará (UFPA), foi um dos criadores e organizadores de feira literária no Pará, atuou na Comissão Consultiva da Feira Pan-Amazônica do Livro e das Multivozes em 2021, ministrou oficinas de criação literaria de circulação nacional por meio do SESC nacional e é parecerista de literatura.

Já Fábio Vermelho começou a nausear os leitores em 2015, na sua revista Weird Comix. Logo, ficou conhecido pelo traço extravagante e pelas histórias tortas, fortemente inspiradas por tudo que há de sujo, depravado e horroroso. Publicou a HQ “Assassino na Casa” (2019) pela coleção Ugrito da Ugra Press, além de três livros pela Escória Comix: “O Deplorável Caso do Dr. Milton” (2019), “400 Morcegos” (2020) e “Bebês Maníacos da Lagoinha” (2021). Além de uma obra pela Veneta: “Eu Fui um Garoto Gorila” (2021).

Ele é um dos convidados da 7ª Bienal de Quadrinhos de Curitiba e estará presente durante todo o evento. Compõe, ainda, a mesa  “Sangue, suor e risadas: quadrinhos 18+” , mediada por Dani Marino, junto à Carol Ito, Rafa Campos e Riot Sistah, além de sessão de autógrafos no dia 10/09 (domingo) às 13h30.

Serviço

7ª Bienal de Quadrinhos de Curitiba onde o público encontrará Fábio Vermelho e Andrei Simões assinando "Dentes", a primeira obra da série de quadrinhos chamada Putrefatos, durante todo o evento.

Quando | de 7 a 10 de setembro.

Hora | 11h às 20h.

Onde | Museu Municipal de Arte (MuMA) na Avenida República Argentina 3432, Curitiba, Paraná.

(Holofote Virtual, com informações da assessoria de imprensa // Curtiu o conteúdo? Siga o blog no Instagram @holofote_virtual e @holofotevirtual 

2.9.23

Muralhas Invisíveis, uma Ópera Rap no Waldemar

Edyr Augusto com Pelé do Manifesto. O rapper 
fica em cena até este domingo, 3. 
Foto: Leandro Oliveira.
O teatro brechtiano do Grupo Palha volta aos palcos da cidade com “Muralhas Invisíveis”, musical com dramaturgia de Edyr Augusto Proença, direção de Paulo Santana e composições de Pelé do Manifesto. 

O espetáculo ficará em cartaz até 10 de setembro, de quinta a sexta às 20h, e sábados e domingos, em duas sessões, às 18h e 20h, no Teatro Experimental Waldemar Henrique.

Muralhas Invisíveis estreou na quinta-feira, mas ontem, o clima continuava de estreia. Filas para entrar, pessoas da cena teatro presentes na plateia e uma notícia que ecoou nos corredores do teatro: Edyr Augusto Proença agora é o diretor do Theatro da Paz. Obviamente que falamos sobre isso na entrevista a seguir concedida após a apresentação de Muralhas. 

Eu também conversei com Paulo Santana, que celebra igualmente o resultado da montagem contemplada pelo Prêmio Funarte de Estímulo ao Teatro, da Fundação Nacional de Artes vinculada ao Ministério da Cultura (MinC) do Governo Federal, uma equipe técnica experiente e atuante no teatro paraense.

Um mergulho no cotidiano das ruas

Cenário de Charles Serruya - 12 atores em cena 
Foto do blog.
Da janela do apartamento em que vive, no centro da cidade, Edyr Augusto observa uma geografia humana que também circula e se movimenta, fazendo uma espécie de coreografia do cotidiano. 

As cenas que ele vê não são exatamente uma novidade, muito pelo contrário. São prostitutas, cafetões, pedintes, traficantes, guardadores e artistas, personagens que criam e são engolidos por um território paralelo que insiste em não se enxergar. 

Enquanto os invibilizamos, eles, assim como Edyr, de sua janela, nos observam. “Isso existe em qualquer cidade grande. O centro da cidade funciona com um imã, atraindo pessoas em diversas situações. Fugidas ou expulsas de casa, ou que chegou ali por conta de um distúrbio. Estamos acomodados, no ar condicionado dos carros e não damos atenção ao outro, mas eles nos observam”, reflete. 

Coreografias e música

Homenagem à Zé Celso
Martinez. Foto do blog.

O espetáculo tem coreografia do Kekeu, artista do Hip Hop e é co-criado na sua forma musical, com Pelé do Manifesto, que fez letras e as músicas da trilha sonora, a partir do texto de Edyr Augusto. Em cena, os dramas vão se tornando mais densos à medida em que fluem as histórias e entram novas músicos, novas coreografias. 

O autor  mergulha nas complexidades da vida urbana e da invisibilidade social e Manifesto acerta ao transportar isso para o lugar de fala do rap. Ele também assina a sonoplastia e entra em cena, canta ao vivo, pelo menos até este domingo, por isso não percam. 

“Essa ideia já existia há muito tempo e encontrei no Paulo Santana, que é um dos melhores diretores que temos de teatro em Belém, a pessoa certa para tocar o projeto. E as músicas do Pelé do Manifesto são sensacionais. Este é um encontro de algumas pessoas e que deu muito certo. Tô muito feliz com o resultado”, diz Edyr Augusto, dramaturgo e escritor, autor de diversas obras premiadas no Brasil e no exterior. 

Paulo Santana também enxerga tudo isso como um grande encontro. Atuando há 47 anos no teatro paraense, ele trabalhou como ator em “A Menina do rio Guamá", espetáculo do Edyr Proença, nos anos 1980. “Hoje estou tendo oportunidade de dirigir uma dramaturgia dele, e eu adoro o que ele escreve. Foram 2.500 sinopses inscritas, do Brasil inteiro, com apenas duas premiações por região. Levamos em Belém e Manaus também levou ”, comentou. 

O processo criativo gerou trabalho na cadeia produtiva do teatro. Figurinistas, costureiras, cenógrafos e todas as demais funções, além da produção, foram contratadas. E feita a seleção dos atores, teve início a um longo processo de ensaios, leituras e muita coreografia. Ao todo o espetáculo conta com 22 pessoas. 

Temporadas x mercado de trabalho 

Kesynho Houston, do elenco, eu (LM), Paulo
Santana e Pelé do Manifesto
Foto: Leandro Oliveira

“Eu queria dialogar com jovens, eu sou professor de teatro, de dois em dois anos a gente coloca atores no mercado, e estes meninos e meninas precisam ir para a cena”, continua o diretor. 

Ele explica que para chegar a esse elenco de 12 atores, foi feita uma seleção, para a qual se inscreveram 80 candidatos.  Não era o principal critério ser ator ou atriz formada etc. A ideia era buscar novos atores e não atores, que passariam a lidar com o teatro brechtiano do Grupo Palha. 

“Tudo que faço é uma crítica a esse lugar do capitalismo. Eu sou, o Palha é brechtiano, eu acho que o teatro precisa fazer refletir sobre todas essas questões, tem que tocar e atravessar quem vê e é um exercício difícil pra quem interpreta e quer romper a quarta parede”, acentua Paulo Santana. 

A temporada de 10 dias e 12 apresentações do espetáculo tem a ver com esta reflexão. “Teatro não é guig”, comenta.  O diretor acredita que o mercado da arte existe e que as temporadas são importantes para fortalecer o cenário com novos atores e grupos. 

"O intérprete só cresce em cena e rompe a quarta parede se ele fizer temporadas, só assim ele consegue perceber e dominar a plateia e acredito que vamos conseguir chegar lá.  Estamos num retorno de quatro anos de silêncio e acho que a cidade já sente essa mudança deste novo olhar para cultura”, diz Santana.  

Edyr Augusto na direção do Theatro da Paz 

Edyr Augusto, neste sábado, terceira noite
Foto: Leandro Oliveira

Sempre houve cena teatral pulsante em Belém e sempre houve essa queixa dos artistas em relação a falta de uma política pública de ocupação do Theatro da Paz, dando acesso aos grupos locais. 

Na exposição “Teatro Cena Aberta – Memória da Cena Paraense”, aberta no Teatro Popular Nazareno Tourinho, a trajetória do Cena Aberta, entre o final de 1970 e 1990, confirma isso em registros e falas na imprensa. A questão persiste até hoje.  

A indicação para o cargo, de acordo com Edyr,  partiu da deputada estadual Diana Belo (MDB), trazendo justamente esta questão à tona e que ele pretende cuidar nesta gestão. Edyr afirma que vai iniciar seu trabalho como diretor com objetivo de reabrir as portas do teatro para os grupos locais. “A ideia, já foi compartilhada com a deputada, e já conversei também com a secretária (Ursula Vidal) e seu adjunto, o Bruno Chagas. Precisamos trazer o teatro paraense de volta para o Theatro da Paz”, diz.  

Houve também um motivo afetivo para aceitar o convite. “O meu avô foi diretor do Thearto da Paz, será homenagem a ele. Estreei lá, o 1o espetáculo há mais de 50 anos e estive outras vezes, a última com ‘Abraço’ - Zê Charone e Cláudio Barradas”. 

O novo diretor elogiou o trabalho realizado por Daniel Araújo. “O teatro estava sendo muito bem dirigido pelo Daniel, e está em ótimo estado. Há um trabalho feito na área da música, de muita qualidade, mas o Theatro da Paz agora também precisa abraçar o nosso teatro”, concluiu.

Serviço

O Teatro Waldemar Henrique fica na Praça da República, na Av. Presidente Vargas. Ingressos: R$ 20,00 (inteiro) e R$ 10,00 (meia). Pagamento via pix e dinheiro.

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Ficha Técnica

Dramaturgia: Edyr Augusto

Direção e Encenação: Paulo Santana

Elenco: Leandro Astral, Yuri Ganha, Lucas Bereco, Kesynho Houston, Xviccy, Claudio Raposo, Marina Di Gusmão, Isabella Valentina, Lorena Bianco, Krystara Monteiro, David Silva

Assistência de Direção: Kesynho Houston

Estagiária de Direção: Victoria Rodrigues

Direção Musical: Ismael Mello, Pelé Do Manifesto

Composição Musical: Pelé Do Manifesto, Ismael Mello

Direção Coreográfica: Kekeu, Luana Lemos

Preparação Corporal: Luana Lemos, Kekeu

Cenografia: Charles Serruya

Figurino: Claudia Palheta, Lucas Belo

Costura: Marcia Gonçalves

Aderecista: Marcia Almeida

Desenho de Luz: Malu Rabelo

Sonoplastia: Suely Brito

Paisagismo Sonoro: Ismael Mello

Assessoria de Imprensa e Redes Sociais: Leandro Oliveira

Design Grafico e Direção De Arte: Claudia Palheta e Victoria Rodrigues

Produção de Video: Victoria Rodrigues

Fotografia do Programa: Xviccy, Kesynho Houston

Montagem de Arte do Programa: Victoria Rodrigues

Assistente de Produção: Suely Brito

Produção: Tania Santana, Zê Charone

Realização: Grupo de Teatro Palha