30.1.13

Roberta Carvalho expõe sua Lumen-Essência

O corpo em meio a folhagens. Grandes esculturas de luz em movimento. Roberta Carvalho apresenta suas experimentações no terreno da metamorfose – a possibilidade de convergir homem e natureza. Na mostra “Lumen-Essência”, que abre dia 4 de fevereiro, a artista exibe a trajetória da série “Symbiosis” e novos desdobramentos deste trabalho, na Kamara Kó Galeria. 

O ponto de partida: a imagem de um homem em posição fetal projetada no ramo de uma árvore. Para Roberta, um desabrochar. “Um homem em posição fetal, aninhado na árvore: um nascimento e um renascimento para mim”, foi assim que aconteceu a primeira ação deste trabalho. 

A partir de então, a artista paraense inicia uma série de experimentações e outras partes do corpo vão se transformando nas esculturas verdes. Em 2008, durante exposição coletiva na Galeria de Arte Graça Landeira, o projeto, enfim, ganha corpo. “Realizei uma instalação com um pequeno arbusto, pensando e desenvolvendo ainda mais o que viria ser o projeto ‘Symbiosis’”. 

A exposição reúne sete fotografias, um vídeo e uma instalação. Nos registros, rostos surgem nas árvores, que ganham humanidade, e fitam o espectador - vigilantes noturnos que surgem no improvável. “Um mergulho no outro, uma espécie de felicidade expandida”, diz a artista visual Keyla Sobral, que assina o texto de apresentação da mostra. 

Concebido ainda em meados de 2007, o projeto “Symbiosis” consiste numa série de ações de projeção digital videográfica em copas de árvores no espaço público da cidade, misturando a um só tempo intervenção urbana, fotografia, vídeo mappping e instalação. Para a artista, o alcance do projeto vai ainda além das múltiplas linguagens que abarca. 

“É mais que isso também, é o relacionamento com pessoas de várias cidades por onde o projeto passou, com as histórias destes locais e destas pessoas”, destaca a artista, que realizou o projeto de arte-tecnologia “Symbiosis” na Ilha do Combú, onde conviveu e produziu um dos seus trabalhos mais emblemáticos. 

A fim de evidenciar a mútua relação de interdependência entre seres aparentemente tão distintos quanto o homem e o meio ambiente, Roberta torna a natureza hospedeira da arte. E desta relação uma coisa outra é gerada: escultura de luz, uma criatura verde, árvores observadoras. 

“A proposta deste projeto e sua grande peculiaridade poética vai muito além da utilização da árvore como um anteparo para uma imagem, recurso já experimentado por alguns artistas pelo mundo, e leva ao extremo o nome que o designa”, diz Roberta. 

A imagem que se projeta, figuras humanas geralmente de amazônidas, tem uma relação formal estreita com o desenho da árvore e uma relação simbólica com o lugar onde estas árvores se encontram.

“É o corpo se adequando ao espaço da natureza, para com ela formar um só organismo, em uma delicada relação simbiótica e simbólica que suscita reflexões acerca da nossa relação de identidade com a natureza e vice-versa”, explica a artista. Em meio ao discurso ecológico intrínseco à proposta, Roberta propõe uma busca sobre sua própria natureza. 

“'Lumen-Essência’ desenha o caminho desse feixe luminoso escultórico, que vai além do olhar atento voltado a região. Chego a ouvir Leminski ao longe, ‘as folhas tantas, nem sabe a quantas’”, poetiza Sobral. 

Sobre a artista - Roberta Carvalho é artista visual, designer e produtora cultural. Estudou artes visuais na Universidade Federal do Pará. Vive em Belém, cidade onde nasceu. Desenvolve trabalhos na área de imagem, intervenção urbana e vídeo arte. 

Foi vencedora de diversos prêmios, entre eles, o Prêmio Diário Contemporâneo, em 2011, o 2º Grande Prêmio do Salão Arte Pará (2005), menção honrosa no Salão de Pequenos Formatos (2006), além do Prêmio Microprojetos (2010) da Funarte (Minc) que levou o projeto “Symbiosis” para ribeirinhos na Amazônia. 

Seus trabalhos integram acervos como o do Museu de Arte Contemporânea Casa das Onze Janelas e Museu da Universidade Federal do Pará. Recentemente expôs em Barcelona com Terra Prometida, Casa América Catalunya, em 2012. Atualmente está circulando dezenas de cidades brasileiras com o projeto “Symbiosis”.

Serviço
Abertura da Exposição “Lumen-Essência”, de Roberta Carvalho, na Kamara Kó Galeria (Travessa Frutuoso Guimarães , 611, Campina), dia 4 de fevereiro, às 19h30. Visitação de 5/02 a 2/03, de 15h às 19h (terças, quartas, quintas e sextas), e de 10h às 13h (sábados). Entrada franca. Informações e agendamentos: 91.32614809 | 91.32614240 - kamarakogaleria@gmail.com | www.kamarakogaleria.com

(Texto enviado pela Assessoria de Imprensa da exposição Lúmen-Essência) 

O universo fantástico de Luiz Hermano na ELF

A Elf Galeria realiza neste primeiro sábado de fevereiro a exposição Luiz Hermano: Visões e Fantasias. O artista é nascido no Ceará e sua obra já transitou nos principais espaços culturais do Brasil e do exterior. 

Os trabalhos do artista podem ser vistos nos melhores centros de cultura do país, como: MASP – Museu de Arte de São Paulo; Pinacoteca de São Paulo; Museu de Arte Moderna de São Paulo e Museu de Arte Contemporânea de São Paulo; Biblioteca Nacional do Rio de Janeiro; Casa da Gravura - Fundação Nacional, Curitiba – PR . 

Uma coleção de trabalhos doada pelo artista, mostrando várias fases de sua carreira, pode ser vista, ainda, no Museu de Arte Contemporânea do Ceará, que funciona no Centro Dragão do Mar, em Fortaleza. Também tem obras suas na Biblioteca Nacional de Paris, no Metrô de São Paulo, estação República - SP e em diversas coleções particulares. 

Na exposição "Luiz Hermano: Visões e Fantasias", a ELF reúne 15 obras de arte assinadas pelo artista nas décadas de 80 e 90, pertencentes ao acervo da galeria. São representações de um universo fantástico e da visão do artista expressada por meio da pintura sobre tela e da gravura em metal.

É onde o artista parece tornar-se um intérprete de histórias semelhantes às contadas nos manuscritos dos monges medievais, que reuniam informações sobre animais reais e seres fantásticos e as relações que tinham com a natureza, com o propósito – quiçá! - de estimular e conduzir a imaginação o expectador, de modo a estabelecer paralelos identificáveis entre os supostos mundo natural e mundo supra natural. 

Luiz Hermano nasceu em 1954 na cidade de Preaoca, interior do Ceará e sempre figurou entre os principais artistas do Brasil. É escultor, gravador, desenhista e pintor. Sua exposição do estreia no mundo das artes aconteceu no MASP – Museu de Arte de São Paulo, em 1979, a convite de Pietro Maria Bardi. 

Depois desse "debut" nada modesto, passou 34 anos participando de bienais internacionais (duas vezes, em 1987 e 1991), expondo em locais como Seul (1983) e Havana (1983), além de prêmios internacionais, que renderam reconhecimento em Paris. Em 2012, Hermano iniciou seu ciclo de retrospectivas, e atualmente sua obra resulta da utilização de artigos de consumo de massa, como brinquedos de plástico, fios de arame e utensílios de limpeza, com os quais cria instalações, painéis e objetos.

Serviço 
O vernissage acontecerá dia 2 de fevereiro, para convidados, e a exposição poderá ser visitada de 7 a 28 de fevereiro, de segunda a sexta-feira, de 10 às 13 e de 14 às19h, e aos sábados, de 10 às 14h, na Elf Galeria, que fica localizada na Av. Governador José Malcher, Passagem Bolonha, número 60, em Belém.

Edital para uso do Teatro Experimental de Belém

O Teatro Experimental Waldemar Henrique está por viver um novo tempo. É o que se espera. A Fundação Cultural do Pará vêm discutindo propostas para a criação de um edital de ocupação a ser implantando a partir do mês de março. Já aconteceram duas reuniões e a terceira, já está marcada!

Depois de passar três anos e meio sendo utilizado de forma irregular, sem o ar funcionando e com seus equipamentos de som e luz sucateados ele fechou em julho do ano passado para uma reforma e reabriu em dezembro de 2012. Eventos até já foram realizados lá desde então, mas é agora que a classe artística moblizada pela FCPTN está sendo chamada para discutir o edital de ocupação. 

Tarde de terça-feira, 28 de janeiro. Artistas de várias linguagens começam a chegar teatro experimental, situado em uma das mais belas praças da cidade, a da República, ladeado pelo monumental Theatro da Paz. Não lotou como deveria, já que a ocasião é  de interesse dos próprios artistas. Mas a segunda reunião para discutir quais os projetos que serão (re) criados para receber obras artísticas, começou por volta das 17h30 e entrou pela noite, comandada pelo cantor e compositor Nilson Chaves, presidente do Centur, e pelo diretor do teatro, o músico Salomão Habib. 

Nilson abriu a conversa expondo os projetos pontuados na reunião passada (15.01). Falou do Pauta Residência, que focará trabalhos de montagem em teatro e dança; do Terça Maior, para receber apresentações de música instrumental, o Boca da Noite, para shows de artistas locais com um convidado de fora e o Waldemarzinho, para atender a clientela infantil, hoje órfã das sessões matinais que aconteciam sempre aos domingos, além do projeto Pauta Residência para a área lítero-musical. 

Nada está totalmente definido e ainda há tempo de fazer novas propostas. Na plateia, a maior presença artística era da área musical. Poucos das artes cênicas compareceram, havia alguns poetas e escritores, alguém do hip hop. A mobilização ainda é pequena, não se sabe exatamente se pela falta de divulgação mais ampla ou se por desinteresse. 

O fato é que a terceira reunião que acontecerá na segunda-feira, 04 de fevereiro, na Fonoteca do Centur, vai bater o martelo para dar inicio ao processo que culminará com o lançamento do edital. Logo, quem estiver interessado em dar sugestões, opinar sobre o que vem sendo discutido ou mesmo propor outros caminhos, saiba que a hora é esta! 

O edital de ocupação com seus vários projetos, será anual, prevendo custos para as montagens e incluindo o pagamento de cachês artísticos, que serão encorpados também com o que for arrecadado pela bilheteria. 

“Vamos criar o hábito do planejamento. O edital será anual, divulgado logo no início do ano. Você aprova seu projeto para executá-lo em novembro começa logo a se planejar para isso. É assim que acontece em vários lugares e dá muito certo”, disse Nilson. 

Margarida - Além das discussões em torno da utilização do Waldemar Henrique, Nilson Chaves lembrou que o Teatro Margarida Schivasappa, com previsão de reabrir no final de fevereiro, também poderá absorver projetos de maior porte que não couberem no Waldemar.

“É importante lembrar que temos ainda o Margarida e que podemos levar pra lá espetáculos de teatro e dança já montados e que precisam de maior estrutura. Aqui o caráter é mais experimental, não que isso signifique amador, pois também teremos recursos para desenvolver estes projetos. O Waldemar nos permite brincar, experimentar mais. Mas queremos pensar a ocupação do Margarida também junto com vocês”, ressaltou o presidente da FCPTN. 

Reforma e licitações – Enquanto estas propostas são discutidas, paralelamente, a Fundação Cultural do Pará ainda se vê às voltas com os acabamentos da reforma e com os problemas em relação às licitações para aquisição do equipamento de luz e som do teatro. 

“A primeira licitação não deu certo, os valores foram muito altos e precisamos reabrir o processo. Estamos indo para uma reunião, nesta quarta-feira, para tentar acelerar isso ao máximo, já que queremos em março dar início aos projetos”, explicou Nilson. 

Outras coisas fundamentais peara o bom funcionamento do Teatro também estão sendo ajustados. Espera-se que tudo seja resolvido, pois não basta inaugurar o teatro, ele realmente precisa estar apto para atender as necessidades de artistas e para receber o público. 

Mais ações – A Fundação Cultural do Pará Tancredo Neves, hoje, gerencia dois teatros, um cinema, todos os outros espaços do Centur, além da Lei Semear. É um dos órgãos mais importantes da Secretaria de Cultura do Estado, para o fomento da cultura. 

Não se falou, ainda, em ações nos outros municípios, mas em Belém, entre outras, Nilson Chaves pretende, por exemplo, retomar o anfiteatro da Praça da República, hoje, sob a tutela da Fumbel. 

“O anfiteatro era gerido pelo Estado, como uma extensão da administração do Teatro Waldemar Henrique. Estamos conversando com a prefeitura para retomar isso. Queremos fazer na praça o projeto Quinta da República, com grandes ações artísticas”, diz. 

A iniciativa faz parte, segundo Nilson, de um novo momento governamental, em que as instituições ligadas à cultura, em todas as esferas de governo, estão tentando unir forças para a concretização desses projetos.

“Estamos fechando algo com a Funtelpa, que pretende gravar aqui um programa com os artistas. Em contrapartida termos o apoio dos seus veículos de comunicação para a ampla divulgação dessas ações, em parceria com as nossas assessorias de imprensa da fundação e da Secom – secretaria de comunicação do estado. Estas parcerias estão sendo costuradas e vão certamente nos garantir mais público e apoios”, afirmou Nilson. 

Neste sentido, o mesmo vem sendo construído em relação à Lei Semear. “A Funtelpa está articulando um plano de mídia que será aplicado a todos os projetos aprovados, para que o proponente possa oferecer aos possíveis patrocinadores”, disse. 

A ideia é que esta seja uma ferramenta que possa amenizar um problema enfrentado pelos produtores culturais, que é a prática infelizmente ainda exercida por algumas das empresas que “apoiam” projetos na área da cultura.

Ao patrocinar os projetos pela Lei Semear, elas devem repassar de forma direta aos projetos, 20% do valor aprovado pela lei. É uma contrapartida. Os demais 80% são de renúncia fiscal. Ou seja, no final das contas, o maior patrocinador dos projetos é mesmo o governo.

“É algo que estamos tentando resolver, isso não pode mais acontecer. Por isso, também estamos costurando o Fundo de Cultura. Mas esperamos que esta articulação com a Funtelpa possa amenizar a situação atual junto a Lei Semear”, explica Nilson. 

A Funtelpa que possui uma rádio atuante, além do portal, hoje está com sinal digital e deve ampliar cada vez mais seu poder de audiência, garantindo mais retorno e visibilidade de suas marcas, ligadas a estes projetos culturais. É bom que os profissionais ligados ao marketing destas empresas “patrocinadoras” estejam atentos. 

Serviço 
Próxima reunião com a Fundação Cultural do Pará para discutir o edital de ocupação do Teatro Waldemar Henrique: segunda-feira, 4 de fevereiro, às 17h, na Fonoteca - 4º andar do Centur - Av. Gentil Bittencourt, 650, entre Rui Barbosa e Quintino. Entrada franca.

29.1.13

Arthur Nogueira no ano do Brasil em Portugal

O cantor paraense, atualmente morando no Rio de Janeiro, estará em Portugal neste mês de fevereiro, onde SE apresentará, dentro da programação em homenagem ao Brasil, ao lado da também cantora e compositora, mas gaúcha, Gisele De Santi. Intitulado "Meridiano 50", o show traz um traço comum entre os Estados do Pará e do Rio Grande do Sul.

Oriundos desses extremos do país, os artistas decidiram se encontrar no "meio" do caminho, São Paulo, onde estrearam show ‘Meridiano 50’ em abril de 2012, no mítico Teatro Oficina. Na ocasião, a dupla contou com a participação do cantor e compositor Péricles Cavalcanti. Em agosto, o projeto se desdobrou, por meio do lançamento do videoclipe de ‘Ardis’, a primeira composição de Arthur e Gisele. 

O vídeo tem formato experimental e foi produzido pela cantora e Moisés Westphalen, a partir de imagens captadas com dispositivos móveis. O lançamento do clipe foi uma parceria com o site ‘Musicoteca’ – http://amusicoteca.com.br, que também disponibilizou o fonograma para download gratuito.
No show, que será apresentado em Lisboa no dia 07, os artistas destacam as diferenças e expõem os desejos comuns. Ao mesmo tempo em que reverenciam a tradição da cultura do Pará com ‘Pauapixuna’, bolero de Paulo André Barata e Ruy Barata originalmente gravado por Fafá de Belém, celebram a produção musical contemporânea do Rio Grande do Sul, representada por Vitor Ramil, o autor de ‘Livro aberto’, composição que abre o espetáculo. 

Também são destaques do repertório do show ‘Meridiano 50’ as canções: ‘Estudo para chão’, parceria de Arthur com o poeta carioca Omar Salomão; ‘Ou não’, parceria de Gisele com Moisés Westphalen; 'Simbiose', de Arthur Nogueira e Antonio Cicero; e as releituras de ‘Quem nasceu?’, de Péricles Cavalcanti, e ‘Sei dos Caminhos’, de Itamar Assumpção e Alice Ruiz. 

A direção musical do projeto ‘Meridiano 50’ é de Fabricio Gambogi (guitarra). Completam a banda os músicos Luque Barros (violao 7 cordas) e Chico Valle (percussão). Da milonga ao carimbó, com sabor de jambu e chimarrão, o projeto ‘Meridiano 50’ teve início sob a névoa de São Paulo, seguirá para o além-mar, mas ainda pretende aportar em Belém, Porto Alegre e em todas as cidades que permitam aos artistas guarida e inspiração. Tudo para provar que, no Brasil, afinidade tem a ver com diversidade. 

Os artistas - Arthur Nogueira está recém-instalado no Rio de Janeiro, após 24 anos em Belém – oito deles dedicados à música. O cantor e compositor paraense absorve suas raízes e as transforma, aliando novas influências igualmente simbólicas e importantes ao som que cresceu ouvindo. 

As trocas ajudam a traçar o perfil de Nogueira: mantém diálogo constante com seus conterrâneos (por exemplo, os compositores Vital Lima e Henry Burnett e o poeta Dand M) e com nomes consagrados da poesia contemporânea brasileira, como Antonio Cicero (irmão e principal compositor do repertório de Marina Lima) e Eucanaã Ferraz.

Com dois álbuns gravados, 'Arthur Nogueira' (2007) e 'Mundano' (2009), e um EP virtual, 'Mundano+' (2010), Nogueira tem ainda composições com os jovens poetas Ramon Mello e Omar Salomão e pares na música como o carioca Bruno Cosentino, a gaúcha Gisele De Santi e o mineiro César Lacerda. 

Em fase de concepção e gravação do próximo trabalho solo, intitulado 'A margem do mundo', e de finalização do seu disco em parceria com Bruno Cosentino, intitulado 'Sem margens', o cantor desenha outra face da música contemporânea do Pará, com um pé na cultura popular, outro nas aventuras sonoras, e o corpo mergulhado no mar do mundo. 

Gaúcha - Cantora e compositora gaucha radicada em São Paulo. Seu disco de estréia, 'Gisele De Santi', chamou a atenção de nomes como Nelson Motta e Juarez Fonseca e teve lançamento no Brasil e no Japão. Não à toa, Gisele foi premiada nas categorias intérprete e revelação na edição de 2010 do Prêmio Açorianos. 

Ela é também autora, em parceria com Fabricio Gambogi, do hit que conquistou rádios e trilha de novela, 'Do Lado de Cá', interpretado pela banda Chimarruts e teve a canção 'E Eu' gravada em 2012 pela cantora paulista Negra Li. Seu segundo CD, 'Vermelhos e Demais Matizes', que será lançado ainda no primeiro semestre de 2013, é composto por 15 canções de autoria de Gisele e de 02 canções inéditas dos compositores Vitor Ramil – compositor gaúcho renomado nacionalmente, – e Fabricio Gambogi – talentoso compositor da nova música do Rio Grande do Sul. 

Em seus discos e shows, Gisele revela-se cantora e compositora de segurança e maturidade notáveis, especialmente se considerarmos seus 27 anos de idade. Intérprete essencialmente intimista e delicada, Gisele vem conquistando o público por onde passa e estréia como promessa já estabelecida, pronta para construir sua história, e, sobretudo, mais música.

Serviço
Meridiano 50 no Ano do Brasil em Portugal. Em 07 de fevereiro de 2013, às 22h30, no Espaço Brasil (Rua Rodrigues Faria, 103 - Alcântara, Lisboa) http://anobrasilportugal.com.br 

(com informações da assessoria de imprensa)

28.1.13

Inscrições prorrogadas para depois do carnaval

Do Coletivo Garapa - Prêmio Memórias da Imagem em 2012
O 4º Prêmio Diário Contemporâneo de Fotografia que traz este ano como tema “Homem Cultura Natureza”  prorrogou o prazo de inscrição até o dia 15 de fevereiro.
A prorrogação vale para artistas de too o país. Os selecionados devem ficar atentos também. Para quem reside em Belém, os trabalhos deverão ser entregues no espaço expositivo da Casa das Onze Janelas até no máximo dia 22 de março. Os artistas selecionados que não moram em Belém devem fazer o envio em data que garanta a chegada dos mesmos dentro do prazo. No caso das inscrições, a data do envio expresso deve ser até 15 de fevereiro. Saiba mais consultando o edital no site www.diariocontemporaneo.com.br, onde estão o edital completo e a ficha de inscrição, que deve ser baixada. 

Obra de Lucas Gouvêa, também premiado na 3ª edição
Os trabalhos devem ser enviados sem custos para a organização do projeto, ficando esta encarregada da devolução das obras sem custos para o artista no prazo de 20 dias a contar da data de encerramento da mostra. Anote o endereço e detalhes para o encaminhamento: 4º Prêmio Diário Contemporâneo de Fotografia – Coordenação de Produção. Rua Gaspar Viana, 773 – Reduto Belém – PA – CEP 66053-090. 

Ao todo serão selecionados até 25 trabalhos, incluindo os 03 (três) contemplados com os prêmios no valor de R$ 10.000,00. A comissão de seleção e premiação do 4º Prêmio Diário Contemporâneo de Fotografia terá este ano o olhar do fotógrafo Luiz Braga, artista que expõe em diversas mostras no Brasil e exterior, entre elas a 53ª Bienal de Veneza e Contemporary Brazilian Photography em Tóquio. 

Além dele, a comissão conta ainda com Maria Helena Bernardes, artista formada em Artes Visuais pela UFRGS e professora de História e Teoria da Arte na Arena, em Porto Alegre, Rio Grande do Sul e ainda pelo artista visual Armando Queiroz, que atua como curador independente em exposições e projetos no Brasil. Em 2009/2010, ele obteve o Prêmio Marcantonio Vilaça, entre outros.

Fotografia de Miguel Chikaoka, convidado do ano passado
Exposições e Catálogo - O Prêmio Diário Contemporâneo traz em sua programação, a partir de março, exposição dos trabalhos selecionados e premiados, na Casa das Onze Janelas e mais duas mostras no Museu da UFPA, onde o público vai ver fotografias de Walda Marques, convidada desta edição, e uma mostra especial que ocupará o segundo andar do prédio reunindo trabalhos convidados de vários artistas visuais que representam a atual produção fotográfica do Pará. 

Palestras, oficinas e mini curso também vão acontecer, mas as datas e inscrições ainda não foram divulgadas. Na semana que vem, haverá lançamento do Catálogo da 3ª edição do prêmio que, em 2012, teve como tema “Memórias da Imagem”. Será no Museu da UFpa, no dia 05 de fevereiro, a partir das 19h. Entrada franca.

Serviço  
4º Prêmio Diário Contemporâneo de Fotografia. Inscrições prorrogadas até 15 de fevereiro. Lançamento do catálogo da 3ª edição, no dia 05 de fevereiro, às 19h, no Museu da UFPA – Av. Gov. José Malcher, 1192, esquina da Generalíssimo Deodoro. Entrada franca. Mais informações: (91) 3184-9327 / 8367-2468 – contato@diariocontemporaneo.com.br e premiodiario@gmail.com.

Revista Gotaz amplia o foco na segunda edição

Vai ser nesta quarta-feira (30), o lançamento da segunda edição da Revista Gotaz, projeto editorial do Gotazkaen Estúdio voltado para a discussão e divulgação das artes visuais da Amazônia. Quem quiser saber um pouco mais do que tem rolado de bom no mundo artístico da região, é só dar um pulo na Galeria Gotazkaen, (Rua Ó de Almeida, 755), a partir das 20h, pegar seu exemplar e curtir a programação preparada especialmente para o lançamento da revista.

Contemplada pelo Prêmio Procultura de Estímulo às Artes Visuais 2010 da Fundação Nacional de Artes (Funarte), a Gotaz mantém, neste segundo número, a pegada que a caracterizou em sua primeira edição, lançada em setembro do ano passado, ampliando ainda mais o escopo de temas abordados. 

“Na primeira edição falamos apenas de artistas e projetos de Belém, e nesta tentamos ir um pouco além. Um exemplo é a reportagem sobre o Catita Clube, um grupo de jovens que tem movimentado a cena de Macapá. Nossa ideia é manter esse foco: ir o mais longe possível na produção da Amazônia”, diz Diana Figueroa, diretora-executiva da revista. Além de chegar a outras praças, um dos focos da equipe responsável pela revista é manter os olhos abertos ao que tem pintado de novidade na cena local. 

Entre entrevistas, perfis portfólios, poemas visuais e ensaios escritos por figuras ligadas ao universo artístico no estado, o cuidado em abrir espaço, em 100 páginas de conteúdo, para a divulgação de ideias e projetos menos badalados no circuito de artes da região.

“Tentamos equilibrar o novo e o tradicional, mas a prioridade é descobrir projetos e artistas. Nesta edição fizemos um perfil do ilustrador Robson Siqueira, da cena de Hardcore de Icoaraci, e publicamos um ensaio proposto pela turma do Qualquer Quoletivo, ligada a performance, pra ficar em apenas dois exemplos”, acrescenta o jornalista Elvis Rocha, editor da publicação. 

Na noite de lançamento, haverá a exposição de trabalhos dos ilustradores Filipe Almeida, Brisa Máxima, Felícia Bastos e Fábio Graf, que participaram como convidados da segunda edição da revista, discotecagem de vinil (com os DJs Gerson Júnior e Jeft Diaz, da Dance Like Hell, e Jardel Crudo), banca para a venda de zines, e projeção de grafite digital nos arredores do Gotazkaen Estúdio. 

A entrada é gratuita, mas os interessados devem acessar o site www.gotaz.com.br para assinar a lista de convidados e confirmar presença no evento. “Como no lançamento da primeira edição, será um momento para encontrar pessoas com interesses comuns, trocar umas ideias, ouvir boa música e festejar”, finaliza Daniel Zuil, designer e diretor-executivo do projeto.

Serviço
Lançamento Revista Gotaz #2, com discotecagem em vinil, venda de fanzines, exposição e grafite digital. Data: 30.01.2013. Horário: A partir das 20h. Entrada: Gratuita. Confirmação de presença no site www.gotaz.com.br

(texto enviado pela assessoria de imprensa da revista) 

25.1.13

Salão Xumucuís abre inscrições e traz novidades

O tema do II Salão Xumucuís de Arte Digital é “@mazônia artemídia”. Pioneiro no Estado do Pará no fomento e difusão da arte em sua interface tecnológica, o projeto foi contemplado com o edital “Conexão Artes Visuais/Minc/Funarte/Petrobras 2013”. As inscrições estão abertas para todo o Brasil, de hoje até 25 de fevereiro. Em entrevista ao blog, o curador do salão, Ramiro Quaresma nos traz mais informações. 

Plataforma poética para a fruição da arte em sua mais contemporânea manifestação, o I Salão Xumucuís de Arte Digital, foi realizado pela primeira vez em 2011 no Espaço Cultural Casa das Onze Janelas, com patrocínio do Instituto Oi Futuro. Incentivando e exibindo trabalhos de artistas de todas as regiões do Brasil, o evento teve um público de mais de 3000 visitantes sendo a primeira mostra específica de arte digital no Pará. 

Este ano, o Salão foi um dos 20 projetos selecionados pela Funarte, entre mais de 800 inscritos em todo país. Idealizado por Ramiro Quaresma, curador do salão, e com a coordenação geral de Deyse Marinho, a ideia do II Salão Xumucuís de Arte Digital _ @mazônia Artemídia é trazer este ano quatro ações expositivas e formativas, saindo do ambiente tradicional de exposições, democratizando a fruição da arte em espaços alternativos, fomentando e difundindo as artes visuais em sua interface tecnológica. 

O Salão também foi selecionado no Edital de Pautas do Sistema Integrado de Museus da Secretária de Cultura e no Edital de Pautas do CCBEU, onde estararão distribuídas as obras selecionadas. 

Além disso, haverá uma mostra de videoarte em espaços públicos (Videodrome) e um ciclo de palestras e oficinas. Para serem inscritos no Salão Xumucuís, os trabalhos não precisam ser inéditos, mas devem ser acompanhados de um dossiê com informações sobre a obra e currículo do artista. 

Ramiro Quaresma, pesquisador em arte e tecnologia realizou no ano passado, a exposição "Panorama da Arte Digital no Pará", evento introdutório a este II Salão Xumucuís de Arte Digital, contemplado com o Prêmio Banco da Amazônia de Artes Visuais 2012, trazendo obras dos artistas Cláudia Leão, Jorane Castro, Orlando Maneschy, Luciana Magno, Victor de La Roque, Flavya Mutran, Roberta Carvalho, Ricardo Macedo, Bruno Cantuária, Keyla Sobral, Melissa Barbery, Carla Evanovitch e Alberto Bitar.

O trabalho, que resultou em um breve mapeamento da produção artística contemporânea paraense, foi também a  base para elaboração do projeto do segundo Salão. Quaresma, que criou o evento a partir de seu blog Xumucuís, conversou com o Holofote Virtual e nos trouxe mais detalhes de como tudo vai acontecer este ano. 

Holofote Virtual:  Que bom, a segunda edição acontecendo. Isso indica que a ideia vingou. Qual a avaliação sobre isso? 

Ramiro Quaresma: A primeira edição foi uma experiência de descobrimento. Lançamos um edital a nível nacional e com tema livre, na primeira edição de evento promovido por um blog! São grandes instituições que promovem estes salões e parte da confiança dos artistas vem desta longevidade. 

Acho que nos saímos bem, pois contamos com uma equipe muito competente, desde o júri com Orlando Maneschy, Roberta Carvalho e Flavya Mutam, passando pela expografia de Rosângela Britto, entre outros. A diretora da Casa das Onze Janelas, Marisa Mokarzel e o coordenador de montagem do SIM, Armando Queiroz, também foram importantíssimos em seus conselhos. Enfim, uma boa equipe. Com patrocínio do Oi Futuro na Primeira Edição e Conexão Artes Visuais/Funarte/Minc na segunda, ambos em editais nacionais, muito concorridos, provamos também que o projeto foi bem planejado.

Holofote Virtual:  "@mazonia artemidia". O tema brinca com as palavras, mas sugere muito mais. Como foi que vocês chegaram a isso e o que querem expressamente dizer/trazer para o salão com esta temática?

Ramiro Quaresma: O termo Artemídia eu tirei do livro da pesquisadora Priscila Arantes, uma das leituras mais esclarecedoras sobre o tema arte & tecnologia. Pensei muito em usar o conceito "Amazônia". Acredito que é momento de nós, amazônidas, discutirmos esses conceitos e nos apropriarmos desse universo que nos envolve. O Xumucuís, obra do artista plástico Valdir Sarubbi http://www.art-bonobo.com/valdirsarubbi/ [1939-2000), título que nomeia meu blog, é essencialmente amazônica e pós-moderna.

Holofote Virtual: Haverá mais de uma exposição. Quais os critérios para dividir as obras selecionadas em cada uma delas? 

Ramiro Quaresma: Em 2012, os espaços expositivos de Belém, depois de muito tempo, abriram editais de ocupação, como a Galeria Theodoro Braga, o Sistema Integrado de Museus e o CCBEU.

Fomos selecionados em dois, para realização das exposições do Salão. O SIM e CCBEU constituem um apoio fundamental para a montagem e manutenção da exposição. Depois de selecionados obras e artistas convidados, será elaborada a expografia que potencialize as obras, na Galeria Fidanza do Museu de Arte Sacra e Galeria do MABEU. É interessante também que os artistas pensem as obras para espaços específicos, o que é muito comum. 

Holofote Virtual: E há mais uma boa novidade aí, que imagino vá movimentar a cidade. NO ano passado dominou a prerrogativa do salão em levar pra dentro da galeria, obras cujas plataformas são pensadas para o espaço virtual. Este ano, vocês resolveram extrapolar as ações expositivas para além das quatro paredes... 

Ramiro Quaresma: As duas exposições em espaços expositivos fechados serão onde as obras premiadas e selecionadas serão apresentadas, onde serão realizadas visitas monitoradas. Quanto ao Videodrome-Videoarte em Espaços públicos, já vinha pensando com parceiros da Senda Artes Integradas, em uma mostra com projeções urbanas, mapping. 

Acredito muito nesta arte democrática, fora da galeria, que contribua para a visualidade da cidade. Vamos fazer quatro ações em espaços com Feira-do Açaí, Ver-O-Peso, Praça do Carmo. É importante a arte extrapolar os muros dos museus e galerias e chegar mais próximo da população. 

Serviço 
II Salão Xumucuís de Arte Digital: @mazônia artemídia. Inscrições: 25/01 a 25/02/2013. http://salaoxumucuisdeartedigital.wordpress.com/ . Informações: (91) 3348 6426 / 8239 2476 / xumucuís@gmail.com

23.1.13

Sessão Maldita de volta ao Cinema Líbero Luxado

E nesta retomada, a curadoria é da APJCC (Associação Paraense de Jovens Críticos de Cinema), que escolheu “Milano Calibro 9”, longa do diretor italiano Fernando Di Leo, produzido em 1972 para exibição nesta sexta-feira, 25. A Maldita acontecerá sempre na última sexta-feira do mês, a partir das 21h, com entrada franca. 

Por Aerton Martins, da APJCC

Não existe pior maldição para um artista do que a invisibilidade de sua obra. Seja um rabiscado em um quadro, uma música barulhenta ou um filme que desafia o mercado - produtos que extrapolam a linha do normal e que peitam o gosto vigente. É esse abandono, aparente descaso, que a Sessão Maldita, procura combater. E o faz trazendo soldados munidos de talento de sobra, mas que, geralmente, não conseguem exibir suas armas, seja por um autoritarismo invisível ou pela costumeira falta de amor, ausência de boa vontade.

O projeto nasceu em meados dos anos 60 no eixo sul-sudeste do Brasil e sempre levou o público a (re) fazer um caminho, a fim de desbravar e tatear novos territórios, com filmes transgressores, invisíveis, independentemente do gênero e da nacionalidade. 

A sessão inaugural também será uma homenagem a dois grandes cineclubistas. Ao Carlos Reichenbach, o primeiro homem a defender os “invisíveis” em sua sessão do COMORODO, em São Paulo, e que faleceu no começo deste ano. E a um homem que sacudiu com grande amor, por muitos anos, os espaços de Belém, e que retomou o projeto Sessão Maldita no inicio de 2007, no Cine Líbero Luxardo do Centur, o cineclubista e crítico de cinema Adolfo Gomes, hoje residente na Bahia. 

O filme e o diretor - Chamado certa vez pelo autor de “Pulp Fiction”, Quentin Tarantino, de o “Samuel Fuller italiano com um coice interminável”, Fernando Di Leo ainda é um cineasta invisível. 

Na terra de Sergio Leone, Federico Fellini, Luchino Visconti e outros grandes que obtiveram sua escada para a glória e reconhecimento, Di Leo saboreia o descaso por parte da cinefilia e tal abandono talvez encontre uma justificativa; a ausência de suas obras, seja nas salas comerciais, cineclubes ou nos tão propalados espaços alternativos.

Se o ecrã, a tela, a sala escura, é o salão ritualístico da sétima-arte, a via que fornece alento aos amantes do cinema, por que não dar a um cineasta a oportunidade de absorvê-lo como o menu pede? Eis que a mãe dos subjugados, apedrejados, rejeitados, oferece seu colo novamente para acalentar uma obra inquieta, selvagem e importante na carreira do diretor italiano: “Milano Calibro 9”. 

A obra dará inicio ao retorno regular da Sessão Maldita em 2013, no Cine Líbero Luxardo do Centur, espaço que já exibiu nomes importantes para o cinema, como Lucio Fulci, Samuel Fuller, Jean-Luc Godard e Dario Argento Di Leo oferece, em “Milano Calibro 9”, um banquete onde a cartilha dos filmes policiais é a tônica. Em Milão, um homem, uma equipe e a maleta de dinheiro. 

As reviravoltas são abraçadas por uma câmera nervosa: Di Leo é a ação pregada na tela, a violência perturbadora da música entrecortada por uma operação animalesca e vagabunda dos atores. 

Di Leo é o soco despudorado que sobrevoa Peckinpah, é o corte seco que calçou Godard em seus primórdios, é a ponte cínica que une Samuel Fuller e Don Siegel, é um cineasta voraz e com sede pela imagem e suas possibilidades. 

Quentin Tarantino certa vez admitiu; “se eu não tivesse visto a loucura que é ‘Milano Calibro 9’ talvez eu não estivesse por aqui”.  

Serviço
Sessão Maldita no Cine Líbero Luxardo Milano Calibro 9 (Dir.: Fernando Di Leo, Ano: 1972, País: Itália, Duração: 100 min., Classificação etária: 18 anos) Trailer:  Nesta sexta-feira, 25, às 21 h. Entrada franca. Realização: Governo do Estado do Pará | Fundação Cultural do Pará Tancredo Neves. Curadoria: APJCC - Associação Paraense de Jovens Críticos de Cinema. No Cine Líbero Luxardo - Av. Gentil Bittencourt, 650, Nazaré, Belém, Pará Contatos: (91) 32024321 | cinelibero@gmail.com.

22.1.13

Marcelo Gomes planeja filmar Hatoum em Belém

Ano passado ele esteve por aqui, na intenção de pesquisar locações para seu novo projeto. Em um bate papo com o blog, o cineasta, que está novamente em Belém, desta vez ministrando um curso sobre direção cinematográfica, no Instituto de Artes do Pará, diz mais sobre isso, anuncia a estreia de seu filme mais recente aqui, conta como é seu cinema autoral e fala das perspectivas para se fazer cinema em um país, onde as políticas para o audiovisual estão cada vez mais ausentes.   

Contraditoriamente a esta falta de política, porém, há cada vez mais gente apaixonada e interessada em fazer cinema. É o que se percebe por vários motivos, entre eles, a enorme procura  pelo curso com Marcelo, uma realização do CANNE (Centro Audiovisual Norte-Nordeste-FUNDAJ) em parceria com IAP/NPD Pará, o limite de vagas ficou pra lá de extrapolado. 

Ontem, com o auditório lotado, Marcelo apresentou dois filmes, que têm como cenário, a região Amazônica: “Da janela de meu quarto”, de Cao Guimarães, feito em Algodoal, e “Iracema uma Transamazônica”, de Jorge Bodansky, um clássico que dispensa maiores apresentações. “Vamos refletir sobre o papel do diretor nas diferentes fases do filme, desde a elaboração da ideia, passando pelo roteiro, direção de atores, filmagem, finalização”, diz ele que, desde ontem, já coloca em prática estas metas. “Espero ter tempo para mostrar meus filmes, tanto os curtas quanto os longas, mas o tempo é escasso. Vamos ver o que vai ser possível”, diz Marcelo Gomes

"Clandestina felicidade"
De uma forma ou de outra, ele vai repassar aos alunos a sua própria prática de direção. Cineasta de filmes autorais, Gomes tem uma escrita particular. Em “Clandestina Felicidade” (1998), por exemplo, ele traz fragmentos de infância, descoberta do mundo pelo olhar curioso da criança-escritora Clarice Lispector. Feito em parceria com o jornalista, diretor, ator e estilista, também pernambucano, Beto Normal, a livre adaptação do conto autobiográfico da escritora revela numa Recife dos anos trinta, em que a pequena Clarice divide sua meninice entre o seu "dia-a-dia" e a paixão pelos livros. 

Antes, Marcelo já havia feito “Maracatu, Maracatus” (1995), onde explora a raiz cultural deflagradora do movimento/conceito Manguebeat. No filme, que tem produção de Cláudio Assis e trilha, claro, de Chico Science, Marcelo faz uma crítica às abordagens sobre o Maracatu, sempre folclóricas e superficiais, revelando os aspectos religiosos e culturais mais profundos dessa importante manifestação cultural do povo pernambucano, passando por gerações de integrantes do maracatu rural e ritual afro-indígena, que tem suas origens nos engenhos de açúcar de Pernambuco. 

O curta ganhou vários prêmios: Melhor Ator no Festival de Brasília 1995; Melhor Curta em 35mm no Festival de Brasília 1995; Melhor Som Direto no Festival de Brasília 1995 e Melhor Fotografia no Festival de Cuiabá 1995. Mais tarde, em 2002, ele reaparece roteirista de Madame Satã, filme dirigido pelo parceiro cearense, Karim Aïnouz (O Céu de Suely).

"Maracatu, Maracatus"
Mais um trabalho super premiado, como o que veio em seguida, “Cinema, Aspirinas e urubus” (2005), com a co-direção de Karim. Em “Viajo Porque Preciso, Volto Porque Te Amo” (2009), retoma a fórmula road movie que já se viu no longa anterior, o primeiro dele, mas em um tom mais poético e experimental. Tanto que demorou dez anos para ficar pronto. 

O interesse em estar em Belém, no entanto, vai além do mero ensino. Marcelo esteve aqui ano passado, pesquisando para seu próximo filme, uma adaptação que pretende fazer do livro “Relato de um certo Oriente”. 

Trata-se do primeiro romance de Milton Hatoum, em que o autor aborda a família e seus dramas, mostrando as dificuldades da convivência diária de familiares e amigos entre si, com seus diferentes segredos e comportamentos. A filmagem em Belém ainda não está definida, mas o cineasta revela que gostou muito dos casarios, mercados e outras possibilidades de locações por aqui. 

No papo que segue com o Holofote Virtual, Marcelo fala mais sobre o cinema pernambucano e as políticas implantadas por lá para dar impulso ao audiovisual e conta mais de seu novo trabalho, um novo longa que, segundo ele em breve veremos em Belém. “É uma informação em primeira mão. 'Era uma Vez Eu, Verônica"estreia aqui dia 20 de fevereiro, no Cinema Libero Luxardo”, revela.

Marcelo, recebenndo uma premiação
Holofote Virtual: Estivestes em Belém pela primeira vez, em 1998, no I Festival Internacional de Cinema da Amazônia, capitaneado pela Flávia Alfinito. Você também veio para a estreia do Aspirinas...?

Marcelo Gomes: É verdade. A primeira vez exibi meu curta “Clandestina Felicidade”. Faz mais de uma década. Lembro que foi uma experiência muito agradável. Belém é uma cidade muito curiosa, peculiar, com uma personalidade própria. No lançamento do Aspirinas não foi possível, soube que a repercussão do filme aqui foi muito boa. 

Voltei o ano passado para uma visita de alguns dias para pesquisa de locação para um novo projeto. Pretendo adaptar para o cinema, o filme do Milton Hatoum o Relato de um certo Oriente. Visitei a cidade e fiquei fascinado com o casario colonial, o Mercado, os portos, as cidades ribeirinhas. 

Holofote Virtual: Os anos 1990 foram o início da carreira. O que mudou no Marcelo Gomes diretor de hoje em relação aquele jovem que estava realizando os primeiros curtas? 

Marcelo Gomes: O que me interessa, nos meus filmes, é falar dos momentos que enfrentamos, os grandes dilemas da existência humana, seja abandonar a família e ter que migrar como o Ranulpho, em Cinema, Aspirinas e Urubus, ou mesmo o momento da perda afetiva como Zé Renato, em Viajo porque preciso, Volto porque te amo. 

"Era uma vez, Verônica"
Isso se mantém desde a época de meus curtas. Meu cinema tem um tom naturalista, quase documental. Eu venho do documentário. Então na minha ficção eu gosto sempre de unir o real com a ficção. 

Colocar meus atores em locações reais, em situações reais. Unir esses dois universos e construir um diálogo entre eles ao ponto de se mimetizarem foi o grande desafio. Então acho que não mudou meu pensamento sobre o cinema que eu quero fazer, mas sim as ideias se cristalizaram, amadureceram.

Holofote Virtual: Em "Era uma Vez Eu, Verônica", seu novo filme, você sai mais do sertão e migra o drama para a cidade do Recife. Tem como protagonista uma mulher, diferente, por exemplo, de Aspirinas, onde os homens protagonizam o drama...

Marcelo Gomes: No fundo queria fazer um filme existencialista tropical. Se você mora em Recife, à beira-mar, num clima aprazível, não pode ter dúvidas? Verônica é luminosa, mas tem suas questões. Esta é uma sociedade em que relações sociais estão muito horizontalizadas, não verticalizadas. 

A Verônica constrói, de uma forma ou de outra, um espaço de reflexão sobre si entre o trabalho no hospital, o pai que está doente, as amigas que tem de ver, as festas que tem de ir, os sorrisos que tem de rir. Isso é que é legal: a Verônica descobre esses espaços na contemporaneidade maluca, aflitiva, apressada – e essa pressa não chega a lugar nenhum – para refletir sobre a própria vida.

"Viajo porque preciso, volto porque te amo"
Além disso, Verônica vive essa “malese ”, esse mal estar sartriano em que a vida lhe dá milhões de opções de caminhos, ela decide por um deles e segue angustiada pelos outros caminhos que não viveu. E aí que vem o vazio sentido por toda uma geração e tão bem revelado nas letras das músicas de Karina Buhr. 

Holofote Virtual: A cultura híbrida pernambucana tem gerados inúmeros movimentos de música e de cinema, principalmente na capital, Recife. Como você vê o horizonte cinematográfico de Recife em relação ao resto do país? 

Marcelo Gomes: Pernambuco construiu uma política de editais que foi iniciada já faz algum tempo. Vários curtas e longas foram produzidos, mas o que foi mais importante é que esses filmes tiveram uma visibilidade nacional e internacional. O governo decidiu então ampliar as áreas de atuação dentro do audiovisual e ainda aprimorar o edital. Hoje em dia o estado é referência nacional.

Holofote Virtual: Mas o país está sem perspectivas, a política dos editais enfraqueceu... Como fazer cinema no Brasil, hoje?

"Cinema, aspirinas e urubus"
Marcelo Gomes: Diminuíram os editais federais e aumentou a quantidade de projetos. Está cada dia mais difícil produzir. 

Holofote Virtual: É.. mas não se desiste nunca... Fala dos teus projetos para este ano.

Marcelo Gomes: Além do projeto de adaptar o livro do Milton, espero finalizar um longa que trabalhei por anos com o diretor mineiro Cao Guimarães. O filme está em fase de montagem e é inspirado no conto do Edgar Alan Poe “O Homem das Multidões”. E ainda pretendo realizar o um longa sobre o Tiradentes, dentro do projeto do Bicentenário das lutas independentes na America Latina que será exibido pela TV espanhola.

200 Cenouras, fábulas de violência e muito humor

A coreógrafa carioca Marcela Levi traz a Belém, pela primeira vez, o espetáculo “Em redor do buraco tudo é beira” (2009). Em cena, com ela, a artista argentina Lucia Russo. Em cartaz no próximo dia 26, às 21h, no Teatro Cuíra. A entrada é franca. 

De caráter experimental, o espetáculo é estruturado a partir da dança com pequenos fragmentos autônomos que se atraem e se repelem mantendo o sentido sob tensão. 

Formada pela Escola de Dança Angel Vianna, a performer e coreógrafa Marcela define o espetáculo como uma “fábula feita em soluços, que dispensa a moral da história”. “Estava interessada nos saltos, nos vazios, nos solavancos que uma estrutura fragmentada, entrecortada, cheia de intervalos, pode engendrar”, explica a coreógrafa. 

“Em redor...” é apresentado sobre uma superfície instável e com uma narrativa não-linear. Inspirado nas estruturas violentamente humoradas de alguns desenhos animados, o espetáculo não possui uma temática específica. É feito para suscitar perguntas e reflexões no público, estando sempre ao redor sem ir direto ao assunto.

“O que está em jogo no trabalho é a seguinte pergunta: será que momentos eufóricos coletivos podem, de uma hora pra outra, sem aviso, detonar atos violentos?”, dispara a performer. Para isso, Marcela, diretora artística do espetáculo, e Lucia, usam seus corpos, músicas, pedaços de papel e 200 cenouras para contar histórias sobre violência, guerra e morte, sem deixar de lado o humor. 

Contemplado pelo programa de bolsas de estímulo à criação artística da Fundação Nacional de Arte (Funarte), em 2008, “Em redor do buraco tudo é beira”.

A peça foi indicada como um dos principais destaques de 2009 pela crítica especializada do jornal O Globo, recebeu o Prêmio de Reconhecimento Zürcher Theater Spektakel (Zurique, 2010) e ainda o prêmio Procultura de Estímulo ao Circo, Dança e Teatro, em 2010. 

Desde a estreia, o espetáculo já foi apresentado em diversos festivais do Brasil, Europa e América Latina. “Em redor...” tem classificação livre para todas as idades. Marcela Levi é também performer. Foi artista residente no centro de arte Les Recollets (França), no Programa Artistas en Residencia - Casa Encendida. Com a artista visual Laura Erber, recebeu a bolsa Batiscafo.

Desde 2002, ela desenvolve projetos que se situam na fronteira entre a dança contemporânea e as artes visuais, promovendo uma escrita coreográfica voltada para narrativas e corpos não lineares. Através de seus trabalhos, Levi procura ativar corpos-situações desviantes. 

Projetos da coreógrafa - Imagem (2002), “Massa de sentidos”, “In-organic” (2007) e Em redor do buraco tudo é beira” tem sido apresentados em vários festivais e centros de arte ao redor do mundo como Impulstanz Festival, Les inaccoutumés, Ménagerie de Verre, In Transit, In Presentables, Rencontres Choregraphiques de Seine-Saint-Denis, Kunsten Festival des Arts, Nottdance, Arnolfini, Chapter, Bienal Internacional de dança do ceará, Teatro Solís, Festival Panorama de Dança, entre outros. 

Paralelamente, Levi colabora com os artistas Lia Rodrigues, Vera Mantero, Guillermo Gomez-Peña, Lucía Russo, Dani Lima, Claudia Garcia e M anuel Vason, entre outros. Seu trabalho mais recente é “Natureza Monstruosa” foi contemplado pelo FADA – Fomento à Dança, Secretaria Municipal de Cultura, 2011. Oficina Além do espetáculo de dança, Marcela Levi e Lucia Russo promovem a oficina gratuita “Toda vez que eu dou um passo o mundo sai do lugar”, no espaço da Cia. Experimental de Dança Waldete Brito, parceira local do espetáculo. 

Bolsas - Falando nisso, a Cia. Experimental de Dança Waldete Brito está com inscrições abertas até o dia 22 de fevereiro para o concurso de bolsas parciais e integrais: turmas de ballet clássico intermediário e repertório, iniciação ao ballet, dança contemporânea e danças urbanas. O concurso é aberto para todas as idades e as inscrições devem ser feitas por meio do formulário disponível na escola, das 14h30 às 20h, de segunda a quinta-feira. 

Seviço
Espetáculo “Em redor do buraco tudo é beira”, com Marcela Levi e Lucia Russo. Dia 26 de janeiro, às 21h, no Teatro Cuíra (Rua Riachuelo esquina com 1º de março). Entrada franca. A oficina será no próximo dia 24 (quinta-feira), das 18h às 21h. As inscrições ainda estão abertas e as vagas são limitadas. A Cia. fica na rua Domingos Marreiros, 1775. Informações: 3246-4698.
Informações: (91) 9119-9367. 

(De  Mariana Almeida, com informações de Marcela Levi e Lucia Russo).

16.1.13

Cine Estação comemora uma década com estilo

É o 10º aniversário do Cine estação das Docas. Para celebrar, três filmes entram no circuito este mês: “Tropicália”, de Marcelo Machado; “O Gato do Rabino”, de Antoine Delesvaux e Joann Sfar; e “Um Verão Escaldante”, de Philippe Garrel. As exibições continuam nesta quinta-feira, 17, às 18h e 20h30. 

Durante os últimos dez anos, o critério de oferecer ao público produções que despertem o interesse pela sétima arte, seja de forma temática (com polêmicas saudáveis para o debate), na questão da linguagem (novos diretores que experimentam e avançam numa arte sem fronteiras), na estética (a forma como os filmes são narrados) e no prazer de assistir filmes em tela grande, no escuro do cinemão que fica às margens da baía do Guajará, o que faz da sessão de cinema um ritual secular e contemporâneo. 

Uma década dedicada ao empenho do circuito exibidor alternativo como uma mais uma opção cultural na agenda da cidade, exibindo filmes que não são contemplados pelo circuito comercial de exibição. 

Localizado no Teatro Maria Sylvia Nunes, que faz parte do complexo Estação das Docas, o Cine Estação conta com a participação do público que sempre prestigiou as mostras, as comemorações de aniversário, os shows após os filmes e documentários musicais, palestras, festivais e a programação regular que traz para a tela a assinatura de grandes diretores e novos realizadores.

Os filmes Em “Um Verão Escaldante”, o diretor Philippe Garrel narra a amizade de Paul (Jérôme Robart) e Frédéric (Louis Garrel). Frédéric é pintor e vive com Angèle (Monica Bellucci), atriz que está filmando em Roma e Paul faz alguns trabalhos como figurante em filmes. Em um set de filmagem, ele conhece Élisabeth (Céline Sallette). Os dois se apaixonam e os três amigos viajam juntos para passar as férias de verão em Roma. 

Na premiada animação, “O Gato do Rabino”, a ação se passa na Argélia, em 1920. O rabino Sfar vive com sua filha Zlabya, um papagaio barulhento e um gato brincalhão que começa a falar depois de engolir o papagaio. Apaixonado pela dona, Zlabya, o felino faz de tudo para ficar por perto e até aceita as condições impostas pelo rabino: aprender mais sobre o judaísmo e fazer o Bar Mitzvah. Para isso, ele embarca em uma grande aventura. 

Em “Tropicália”, o diretor Marcelo Machado, que cresceu ouvindo as ousadias sonoras de Caetano Veloso, Gilberto Gil, Mutantes e Tom Zé, que não entendia as letras em inglês, mas adorava os arranjos de um tal de rock-n'-roll, conduz o espectador por uma viagem de sons e imagens por meio da história de um dos mais emblemáticos movimentos culturais brasileiros. Em um panorama afetivo construído com referências, entrevistas, pesquisas, imagens e, claro, canções, o espectador passeia pelos férteis, polêmicos e violentos anos de 1967, 1968, 1969. 

PROGRAMAÇÃO

17 (quinta) 
18h: Tropicália.
De Marcelo Machado. 72 min. 12 anos. Documentário. Brasil.
20h30: O Gato do Rabino
De Antoine Delesvaux e Joann Sfar. 100 min. 12 anos. Animação. França Áustria. 

20 (domingo)
10h: Um Verão Escaldante
De Philippe Garrel. 95 min. 14 anos. Ficção. : Itália/ França/ Suíça.
18h: O Gato do Rabino
20h30: Tropicália 

23 (quarta)
18h: O Gato do Rabino
20h30: Um Verão Escaldante 

24 (quinta)
18h: Um Verão Escaldante 20h30: Tropicália 

26 (sábado) 
19h – Palestra com professor Mariano Filho
19h30 – Tropicália.
20h45 – Show com Renato Torres e Banda (repertório com a temática do Filme Tropicália). 

27 (domingo) 
10h: O Gato do Rabino
18h: Tropicália
20h30: Um Verão Escaldante 

Serviço
Ingressos: R$ 8,00 (com meia-entrada para estudantes). A exibição de três títulos contemporâneos para celebrar o décimo aniversário do Cine Estação é realização da Secretaria de Estado de Cultura – Secult e a Organização Social Pará 2000.