30.9.22

Auda Piani lança receitas com saberes e memória

É mais que um livro de receitas, você entende logo isso ao iniciar a leitura. “Entre Panelas, Memórias e Sentidos” resulta de anos de pesquisa, andanças e panelas no fogo. Auda Pani Tavares costuma dizer que é um livro de receitas e histórias, em que ela narra rituais de pesca, coletas de alimentos entre outras formas ancestrais de se relacionar com a comida. O lançamento será no dia 5 de outubro, a partir das 18h, no espaço Na Figueredo, em clima, sabores e aromas do Círio de Nazaré. Haverá bate papo, sessão de autógrafos e apresentação musical do Carimbó de Icoaraci e Íris da Selva.

Auda Piani veio morar em Belém, na década de 1960, mas sempre voltava nas férias ao Marajó para passar o mês inteiro com os parentes no interior. Ela vem de uma família de onze irmãos, sendo 9 mulheres. Todas cozinham. Muitas das receitas que estão no livro foram aprendidas naquela época, como a receita da maniçoba de sua avó, que ganha interpretação própria, a receita do “Frito do vaqueiro”, da Tia Ray, ou a “Poqueca de peixe” (da prima Gersolina), a “Receita de caramujo com coco”, da Comunidade Quilombola Pau Furado e “Peixe salgado no forno com batata”, entre tantas outras .

"Entre Panelas, memórias e Sentidos" está saindo pela editora Paka Tatu, com apoio de emenda parlamentar.  Dividido em três partes, aborda “A Ancestralidade que Transborda”, “Nossa matriz indígena e o tucupi pixuna, ou Kumaasi” e “Comidas de maré e histórias de pescador”. Além das receitas deliciosas, traz rica narrativa sobre a sabedoria da floresta e dos que dela se alimentam.

“Todas as receitas, as formas de coleta, conservação e temperos têm uma história. Vamos juntos rechear estas páginas, digo juntos porque, tanto a minha habilidade na cozinha, quanto a transcrição de saberes e os métodos para chegar a esse rico manancial são fruto de encontros, de trocas, de aprendizado, parceria, existências e resistências.”, escreve Auda em sua introdução. 

A obra traz capa e ilustrações de Werne de Souza, além de inúmeras fotografias que se relacionam com os textos e receitas que Auda compartilha com os leitores. A apresentação é feita por 12 mulheres convidadas. “Nesse profundo amparo feminino quero fazer um agradecimento especial a todas as mulheres que aceitaram meu convite para realizar a apresentação do livro: Bárbara Lou da C.V.Dias, Eliana Bogéa, Gisele Tavares, Larissa Latif, Lidia Raposo, Luciana Medeiros, Margareth Gondim, Maria José Alcântara, Maridete Daibes, Nailce Ferreira, Neusa Pires Cardoso (Mila), Tatiana Sá.”, cita Auda Piani.

Mestra em Planejamento do Desenvolvimento do Programa de Pós Graduação em Desenvolvimento Sustentável do Trópico Úmido - PLADES/UFPA, com a dissertação sobre Saberes Tradicionais e Patrimônio Imaterial, que ela pesquisa desde 1996, Auda Piani também passou a pesquisar os saberes culinários, em  2013. Gerencia em Icoaraci, junto com o companheiro, o artista visual Werner de Souza, o Espaço Na Casa do Artista, que além de moradia e galeria, é onde ela põe em prática seu laboratório alimentar. Foi ali que já experimentei algumas das receitas que inspiraram o livro. 

TRECHOS DAS APRESENTAÇÕES

Fiquei feliz com o desafio que Auda me deu este ano, escrever algumas linhas de apresentação do livro. Eis um trecho:  “Nas páginas deste livro há cheiros e sabores impregnados de memórias. Dá para sentir o aroma inebriante da maniçoba, perceber a leveza da infância no Marajó e encher os olhos com a descrição da família à mesa farta no Círio de Nazaré. A leitura é descontraída e cheia de percursos”.

"O livro de Auda Piani – Entre Panelas, memórias e sentidos – promove o resgate da força do nosso cotidiano. Com a lembrança de que esse não precisa ser banal, violento e auto alienante (...)", escreve a cientista social Bárbara Lou da C. V. Dias.

"Reencontrei sensações e imagens do meu convívio familiar que de tão distante, esqueci quem sou. Entre receitas permeadas pela narrativa com cheiros e gostos, voltei ao colo da minha mãe, ao abraço do meu pai, aos afetos da minha meninice ao redor da mesa em família", diz Eliana Bogéa, Defensora de Direitos Humanos.

Em Tarrafal - Cabo Verde
"Eu gosto muito de livro de Auda porque neste livro fala sobre a experiência de como nós fazemos a comida de Cabo Verde e a forma como cozinhar à lenha e em panela de barro, também gostei do prato que ela nos ensinou fazer, frango no tucupi", escreve Neusa Pires Cardoso (Mila), responsável pelo Centro de Artes e Ofícios Olaria Trás os Montes, de Cabo Verde, na África.

"... Essa memória que nos fortalece a existência como na citação recorrente da minha mãe grafada no livro: “ te acalma, que a gente dá um jeito”. Fosse numa receita que desandava ou fosse na vida", cita Gisele Tavares, sobrinha de Auda.

"... Mergulhar nos escritos e imagens que compõem este livro, entre receitas, memórias pessoais, estudos de antropologia e de cultura é um encontro com a ancestralidade e a contemporaneidade entrelaçadas nas formas de conservação e reinvenção de saberes e de técnicas de preparar, servir e compartilhar o alimento (...)", escreve Larissa Latif, pesquisadora e professora em Artes Cênicas e Estudos Culturais.

"... É importante também quando a Auda fala da panela de barro porque é um conhecimento milenar. Quando minha vó curava as panelas de barro com tucupi dava para fazer o kumaasi", lembra a ceramista Lidia Raposo (Etnia Macuxi) – TI Raposa Serra do Sol.


“No livro Entre Panelas, Memórias e Sentidos, Auda retrata realmente as memórias de um passado ainda presente em nossas vidas, viajamos no tempo de nossa infância, de como eram feitos os alimentos e como fazem parte de nossa história”, ressalta Maria José Alcântara, coordenadora do Centro de Ciências e Saberes das Comunidades Quilombola de Salvaterra.

Cabo Verde

“Os caminhos percorridos como Roraima, Maranhão e Minas à partir de sua própria origem pela identificação dos sabores, odores, tempo e espaço da memória nos levam as feituras compartilhadas em cada aprendizado como vivências genuínas, respeitadas e reverenciadas como conhecimento ancestral que se entrelacçam, inclusive entre outros continentes, como Cabo Verde", ressalta Margareth Gondim, Arte Educadora, Artesã, Ativista, Alquimista, Cozinheira .

“Este livro é mais que receitas, ele é um ato político por reunir saberes diversos advindos de nossos ancestrais; por nos mostrar que o ato de comer é sim cultural e que, porque não dizer, de denúncias a tantos descuidos e descasos com o ALIMENTO! (...)”, escreve a professora Msa. Nailce Ferreira.

"É um livro que traz receitas de comidas fantásticas, mas para mim, um livro que conduz em seus escritos; gostos, cheiros e memórias de amor! Memórias de mulheres da beira do rio, da cidade, do mato, ou da periferia, mas sobretudo, de qualquer recanto aconchegante amazônico, e d’outros lugares assemelhados a nós, mulheres deste lugar", diz a atriz e professora de teatro Maridete Daibes.

“Que este livro tenha a acolhida que merece, nos vários setores que podem se beneficiar do que Auda está compartilhando, e que ela fique motivada a dar prosseguimento, na forma de uma série de publicações abordando diferentes realidades amazônicas”, acrescenta em sua apresentação, a pesquisadora Tatiana Sá.

Serviço

Lançamento do livro “Entre Panelas, Memórias e Sentidos”, de Auda Piani Tavares. Dia 5 de outubro de 2022, a partir das 18h, no Espaço Na Figueredo – Gentil Bittencourt, entre Dr. Moraes e Benjamin Constant. Gratuito, sujeito a lotação.

29.9.22

Círio de Nazaré com ações culturais nos museus

Foto: Agência Pará

Há dois anos sem a festa na rua, o Círio de Nazaré deste ano promete muitas emoções. E além dos atos religiosos,  a cidade tem programação cultural em todo canto. O "Preamar do Círio", da Secult, por exemplo, se estende de 4 a 14 de outubro, com exposições, atrações musicais e oficinas artísticas gratuitas promovidas nos espaços do Sistema Integrado de Museus e Memoriais (SIMM). Ao todo, o público percorrerá sete estações culturais.

Na terça-feira (4), às 18h, acontece a exposição "Sagrado Feminino", na Galeria Fidanza, no Museu de Arte Sacra (estação 1) - que ficará disponível para visitação até 20 de novembro. A partir das 19h, a nave da Igreja de Santo Alexandre recebe a apresentação musical de Sandra Duailibe, cantora e compositora que cantará um repertório totalmente dedicado ao Círio.

Na quarta-feira (5), às 9h, a exposição "Em torno da mesa - Cultura alimentar e o Museu do Círio" pode ser visitada no Centro Cultural Palacete Faciola (estação 2), onde estarão registros e representações das práticas alimentares do acervo do Museu do Círio, com exposição de miriti, painéis descritivos, fotografias e acervos de artes visuais da Casa das Onze Janelas.

Na quinta-feira (6), às 9h, é a vez do público apreciar a exposição, "O nobre, o penhasco e a virgem de Nazaré", na sala de multimídia do Museu do Círio (estação 3). A mostra concebe os acervos do Museu de Arte Sacra, Museu do Círio e o acervo particular do historiador Aldrin Figueiredo. No horário vespertino, às 16h, o Palacete Faciola (estação 2) apresenta o projeto "Música nos Museus", em parceria com a Fundação Carlos Gomes, onde será realizado o concerto de música sacra em homenagem ao Círio de Nazaré.

Mãos de Outubro, curta metragem

Na sexta-feira (7), haverá outras opções nos museus em celebração ao Círio 2022. Das 8h às 15h, o Arquivo Público do Estado (estação 4) ofertará uma viagem temporal com "O álbum do Círio". Um registro de fotos do Círio no início do século XX serão plotadas em um painel de reprodução descritiva. A ação estará disponível para visitação até dia 31 de outubro.

Ainda pela manhã, às 10h, o auditório Eneida de Moraes, localizado no Palacete Faciola (estação 2), exibirá curtas-metragens sobre o Círio, intitulados "Mãos de Outubro", "Lendas Amazônicas" e "Nossa Senhora dos Miritis". Um bate-papo também será feito para falar sobre a obra literária "A madona de Plácido - crônicas de uma cidade e seu orago", com sessão de autógrafos.

A programação segue na sexta-feira, das 11h às 13h, com a exposição no jardim do Museu do Estado do Pará (MEP) (estação 5). Nomeada "O almoço do Círio - Projetos de mesa de jantar e partilhas do Círio", a mostra tem o propósito de fazer com que o público entenda mais sobre a cultura alimentar do Pará. A exposição é realizada com acervos do MEP e Museu do Círio.

Santi López
Foto: Divulgação

Às 19h, haverá a exposição "Mantos de Fé", na Estação Cultural de Icoaraci (estação 6), onde serão expostos os mantos confeccionados por participantes do minicurso que será realizada de 29 de setembro a 5 de outubro. Junto com a exposição, os visitantes serão recepcionados com um show de Santi Lopez e Cia, com o tema "Círio de Nazaré ao som do saxofone". 

Ao mesmo tempo, às 19h, o projeto "Luz do Círio" estará na fachada do Museu do Círio (estação 3), onde será reproduzido um vídeo mapping nos dias do Auto do Círio e da trasladação - a ação fica no espaço até sábado,  8 de outubro. Neste dia (8), ainda, o Palacete Faciola (estação 2), em parceria com o Theatro da Paz, recebe a apresentação de "O Coral do Traslado", com músicos nas janelas da Casa 1 do Centro Cultural. A homenagem acontece assim que a Santa fizer a passagem durante a trasladação.

De 12 a 16 de outubro, às 19h, a fachada lateral da Casa das Onze Janelas (estação 7) receberá o projeto "Luz do Círio" com o vídeo mapping do Auto do Círio e trasladação. Além disso, também será promovido o projeto de música instrumental, com diversos grupos musicais, intitulado "A luz do Círio", também às 19h, na Praça do Pier, em frente à fonte do espaço cultural.

Para fechar as duas semanas de programação, de 13 a 14 de outubro, haverá na Casa das Onze Janelas uma oficina de estandarte para quem se interessa por desenhos, costuras e bordados. O horário das oficinas será de 10h às 12h, na quinta-feira (13), e das 14h30 às 17h, na sexta-feira (14).

(Holofote Virtual, com informações da assessoria de imprensa da Secult-Pa)

21.9.22

Live vai debater cultura e pensamento indígena

Neste sábado, 24, às 7 da noite, o professor de filosofia Ernani Chaves e o ator Alberto Silva Neto realizam uma live com a leitura de cinco fragmentos do livro A queda do céu – Palavras de um xamã yanomami, escrito por Davi Kopenawa e pelo antropólogo francês Bruce Albert. As leituras dos trechos do livro, selecionados por Ernani, serão precedidas pela de um texto introdutório também escrito por ele. A transmissão será pelo facebook (alberto.silvaneto.92).

Trazendo como título "O que cai do céu? Cultura e pensamento indígena", a live propõe um debate sobre a complexa relação entre a civilização branca - o povo da mercadoria - e as culturas indígenas das Américas. E, nesse sentido, o livro de Kopenawa e Albert é bastante oportuno, na medida em que, de acordo com o que afirma o etnólogo Viveiros de Castro, essa obra faz uma espécie de contra-antropologia sarcástica dos brancos e sua relação doentia com a terra.

O desejo de realizar essa live (que aconteceria em julho, mas foi adiada) nasceu da nossa experiência com o episódio dos assassinatos do indigenista Bruno Pereira e do jornalista Dom Phillips, que completou três meses. Em que pese a repercussão mundial do fato, a situação hoje permanece de extrema vulnerabilidade na reserva do Vale do Javari, onde ocorreu a tragédia, assim como em quase toda a Amazônia – são cinco séculos de uma terra sem lei.

Ernani Chaves é professor titular da Faculdade de Filosofia da UFPA e pesquisador do CNPq. Também atua como professor permanente dos Programas de Pós-Graduação em Filosofia e Antropologia da Universidade. Alberto Silva Neto é ator, diretor e professor de teoria e atuação cênica da Escola de Teatro e Dança da UFPA. Atualmente realiza uma pesquisa na Universidade sobre processos de atuação como Dramaturgia Pessoal do Ator.

Para participar: https://www.facebook.com/alberto.silvaneto.92

Tapajazz recebe e doa meia tonelada de alimentos

Guilherme Taré e Lúcia Lisboa, do Tapajazz 
e as representantes de instituições beneficiadas.
Fotos: Sérgio Malcher
Iniciativas simples que fazem a diferença. Foi pensando assim que o "Tapajazz Mostra Belém" arrecadou 455 kg de alimentos, quase meia tonelada, com a troca de ingressos para os shows realizados entre 15 e 17 de setembro, no Teatro Margarida Schivasappa. A cantora Jane Duboc e Amazônia Jazz Banda foram algumas das atrações.

Depois de três noite arrebatadoras de música, o início desta semana foi de concluir a proposta social do projeto. Num clima de muito contentamento pelo resultado alcançado, a equipe capitaneada por Guilherme Taré, produtor da Fábrica de Produções esteve nesta terça-feira (20) no Teatro Margarida Schivasappa para a contagem dos quilos recebidos em troca de ingressos. 

“Minha felicidade é total. Não tem preço poder contribuir com pessoas que estão precisando neste momento de apoio de todas as maneiras, mas ter o alimento é o mínimo que o cidadão precisa ter. O evento é realizado com recursos públicos, então é justo. Ano passado a entrada foi um valor simbólico, mas este ano resolvemos transformar tudo em alimento para beneficiar duas instituições que trabalham de forma séria em seus territórios”, disse Taré, que realizou o projeto Mostra Belém, com apoio da Lei Semear do Governo do Estado, Fundação Cultural do pará e Casa do Paulo. o patrocínio foi da Equatorial Energia.

Arroz, feijão e açúcar  foram os alimentos 
mais doados.
A ação da manhã de terça-feira (2), contou com a presença das representantes das entidades que receberam as doações, a pedagoga Tássia Alves e educadora Lúcia Barreira, do Movimento República de EMAÚS , e dona Vilma Lucia Oliveira Sousa, da Associação dos Moradores da Vila da Barca, que já levaram no mesmo dia os alimentos para suas instituições.

“Ficamos gratos pela iniciativa, pois tem muita gente precisando de ajuda. Além de alimentos, também precisamos de material de higiene, roupas, brinquedos”, diz. “E quem puder colaborar mais com a Associação dos Moradors da Vila da Barca - AMVB, pode entrar em contato pelo telefone: (91) 98305.7629 (Gerson Bruno)”, acrescenta Vila. 

Vilma Lúcia, da Associação da Vila da Barca, também agradeceu a iniciativa e a todos que levaram alimento em troca dos ingressos. Atualmente, a associação lida com cerca de 5 mil pessoas moradoras da área. São crianças, jovens e idosos em situação de vulnerabilidade social e que terão acesso aos alimentos arrecadados.

Emaús vai realizar grande coleta neste domingo

Tássia Alves, pedagoga do Emaús 
A República de Emaús, com sede no bairro do Benguí, trabalha com quase 700 pessoas, entre crianças e adolescentes e de acordo com a pedagoga, impacta diretamente e de maneira positiva o trabalho desenvolvido pela instituição. 

“Num levantamento mais recente, computamos cerca de 657 pessoas, entre crianças e adolescentes, que participam de atividades sócio pedagógica e de aprendizado. Então essas doações de alimentos e materiais é fundamental para que nossas ações sigam no bairro do Bengui”, diz Tássia.

Além dessa possibilidade de contrapartida social aplicada por projetos como o Tapajazz, há outras formas de contribuições que a sociedade pode dar ao movimento de Emaús e outras instituições. O Movimento Emaús, por exemplo, vai realizar a sua 49ª Grande Coleta, evento já conhecido pela sociedade de Belém.  “Vamos dar a largada neste domingo, 25 de setembro, cedo, às 6h30, no bairro do Bengui, um dos pontos de arrecadação, na Av. Padre Bruno. Recebemos qualquer tipo de material em condições de uso, como eletroeletrônicos, eletrodomésticos, móveis, roupas, brinquedos. Tudo isso é recebido pela instituição, restaurado e revertido para a população em atividades educativas”, ressalta.

Haverá ainda um posto na Escola Salesiano do Trabalho e caminhões que circularão todo o domingo por vários bairros da cidade. “Quem quiser doar algum valor em dinheiro, também pode fazer o repasse via chave pix e conta bancária disponibilizada no link do perfil do Emaús, no Instagram (@movimentodeemaus)”, informa Tássia Alves.

9a edição do Tapajazz em Santarém com data marcada

Guilherme Taré falando ao Holofote Virtual 
e redes sociais do Tapajazz.
Após a realização do Tapajazz Mostra Belém, em sua terceira edição, Guilherme Taré já está trabalhando para a realização da 9ª edição do festival em Santarém, cujo palco fica em Alter do Chão. 

"Entre as atrações já confirmadas estão Jane Duboc e Zé Paulo Becker, além de Jaques Morelenbaum, que estiveram em Belém. As demais, devem ser anunciadas em outubro, em tempo para todos que desejem, se agendem para ir. O Tapajazz 9ª edição será de 24 e 26 de novembro”, conclui Taré.

Acompanhem o Tapajazz pelas redes sociais - @tapajazz - e vejam, no canal de Youtube, os shows realizados pela Mostra Belém, desde 2020. É possível também assistir aos shows realizados em novembro do ano passado, em Alter. Em 2021, o festival foi inteiramente dedicado a Sebastião Tapajós, que esteve presente nas apresentações da Mostra Belém. Em Santarém, sua presença já foi inteiramente musical. 

13.9.22

Arthur convida Sandra de Sá para a roda de samba

Arthur Espíndola (Foto: Neto Soares)
E Sandra de Sá (Foto: Luan Cardoso)

É a segunda edição do Arthur Convida, projeto que traz mensalmente a Belém, um artista de renome do samba para se apresentar com Arthur Espíndola. Depois do grande sucesso da estreia do projeto, com Roberta Sá, em agosto, neste sábado, 17 de setembro, o cantor e compositor paraense vai receber, na Cervejaria Caboca, a cantora Sandra de Sá, outro nome importante da música brasileira e que traz o pé e a voz no samba, como paixão. 

Dona de uma personalidade marcante e um timbre de voz singular, Sandra Sá já interpretou canções que se tornaram verdadeiros hits da nossa música e que trazem sua identidade,  de sua visão otimista. Neste encontro com Arthur, seu show é diverso com repertório que vai do samba ao funk. A cantora vai mostrar clássicos como Retratos e Canções Vale Tudo, Joga Fora, Bye bye tristeza e Olhos Coloridos, além de outros medalhões da música brasileira. 

“Vai ser uma emoção receber a Sandra de Sá. Ela já participou comigo do Sexta Sesi do Samba, um show que está Youtube”, conta Arthur. “E a gente tem uma relação de amizade e trabalho já de muitos anos. Em 2006, quando eu estava começando a querer cantar, quando ela me deu a maior força e foi quem produziu a minha primeira música em estúdio, no Rio de Janeiro. Fora isso, eu sou muito fã e a escuto em casa, me inspiro”, complementa o músico que gravou em seu DVD, lançado recentemente, “Bye Bye Tristeza”, um dos grandes sucessos da cantora. 

As expectativas para o show e o reencontro com a cantora são as melhores. “Ela tem sempre uma energia muito legal. No meu repertório vou cantar grandes sucessos nacionais e do meu repertório autoral. São 2 horas de show”, finaliza Arthur Espíndola, que hoje é uma das maiores expressões do samba paraense, com trabalho autoral, álbuns e DVDs lançados. Além de músico e compositor, o também produtor, tem revelado novos compositores por meio do projeto Amazônia Samba, programa que está no ar, exibido pela TV Brasil e TV Cultura do Pará. 

Serviço 

A programação do samba na Cervejaria Caboca (Av. Boulevard Castilho França) inicia às 14h30 e segue até final da tarde. A partir das 20h, tem início o evento do projeto Arthur Convida. O ingresso custa R$ 65,00, pelo Sympla.

12.9.22

Tapajazz Belém reúne a fina flor do instrumental

O time desta ano está repleto de grandes nomes da cena da música instrumental do Rio de Janeiro, Pernambuco e Pará. O Tapajazz Mostra Belém será realizado nesta semana, de 15 a 17 de setembro, no Teatro Margarida Schivasappa, com início às 19h30. O ingresso pode ser trocado por 1kg de alimento não perecível, a partir das 14h de cada dia de evento, na bilheteria do teatro. E para que não estiver na capital, é só acessar o canal de Yotube Oficial do TapajazzOs três dias terão transmissão ao vivo! 

Nascido às margens do rio Tapajós, em Alter do Chão, Santarém-Pa, o Tapajazz vem há três anos trazendo sua mostra para a capital paraense, onde já promoveu apresentações de músicos como Toninho Horta, Armandinho Macedo e Badi Assad, entre outros, além do saudoso Sebastião Tapajós, patrono do festival e que esteve presente em todas as edições, até agosto de 2021, quando recebeu inúmeras homenagens no palco do Teatro Margarida Schivasappa. Idealizado pelo produtor Guilherme Taré, o festival também foi reconhecido em 2021, como Patrimônio Cultural de natureza Imaterial do Estado do Pará e em 2023 completará 10 anos. 

Este ano, a programação está diversa e conta com Andrea Pinheiro, que se apresentará com o Trio Lobita, e Jane Duboc, que será acompanhada pela Amazônia Jazz Band. Além delas, que reforçam a presença feminina a cada vez mais exigida dentro do festival, teremos outros grandes nomes da música instrumental como o violonista Nego Nelson, que abre o festival, e o guitarrista Delcley Machado, ambos do Pará, além dos convidados nacionais, o violonista Zé Paulo Becker (RJ), o pianista Amaro de Freitas (Recife-Pe), o violoncelista Jaques Morelenbaum (RJ), e o Grupo Wakerê, que reúne músicos franceses, guianenses e amapaenses.

Nego Nelson / Foto: Divulgação 
(enviada pela produção)
Nego Nelson faz o show de abertura na quinta-feira (15), apresentando repertório que passeia pelos seus 50 anos de carreira, momento este amplamente celebrado com o lançamento do álbum “Passeio no Cumbu”, em 2021. O músico já produziu músicas para teatro, filmes e documentários, participou de festivais e fez shows com diversos artistas de renome nacional como Leny Andrade, João Donato, Leila Pinheiro, Fafá de Belém, Billy Blanco, Arismar do Espírito Santo, Maestro Laércio de Freitas e outros.

Em seguida, o público confere a apresentação de outro violonista brasileiro, Zé Paulo Becker, que traz na trajetória 15 álbuns gravados, 05 com o Trio Madeira Brasil e 10 de sua carreira solo. Em 2022, lançou 5 singles nas plataformas e está prestes a lançar seu novo álbum Outro Mundo.

Parceiro de composição de Paulo César Pinheiro, Aldir Blanc, Pedro Luís, entre outros, Zé Paulo Becker já foi gravado por Ney Matogrosso, Roberta Sá, Marcos Sacramento e pelo Trio Madeira Brasil, por exemplo, e como violonista, antes de enveredar pela música popular brasileira ganhou o Concurso Nacional de Violão Villa-Lobos(1990) e ficou em terceiro lugar na edição internacional (1992). Em 2009 venceu o III Festival de Música Instrumental de Guarulhos.

Masterclass - Depois de sua apresentação, o músico permanece em Belém para ministrar uma Masterclass, no sábado, 16, a partir das 14h30, no espaço Na Figueredo. A ação é gratuita e aberta a todos os interessados, mas as vagas são limitadas pela lotação permitida no local.

Do choro ao jazz até a música latina

Foto reprodução/site da banda
A segunda noite do Tapajazz, nesta sexta-feira, 16, vai contar com a apresentação do  Wakerê, projeto musical que reúne músicos franceses Marie Levaillant (teclados), Erwan Che Viento (sax) e Clement Beguet (trompete); músicos guianenses Georges Mac alis Ti-Jo (percussão afro caribenha) e Nathalie Gallas (voz); e brasileiros, Paulinho Queiroga (bateria), Nelson Dutra (baixo), Deize Pinheiro (voz), Bone Jeová (trombone), Nena Silva (percussão afro) e Fineias Nelluty (guitarra e voz). O resultado é um intrínseco trabalho de entrega e sensibilidade e que une as culturas musicais do Amapá (Brasil) e da Guiana Francesa e suas influências afro-caribenhas.

Eles encerrarão a noite, mas quem abrirá a programação será o Trio Lobita, grupo formado por Paulinho Moura (violão de 7 cordas), Tiago Amaral (clarinete), Andréa Pinheiro (voz ) e André Souza (músico convidado - pandeiro). Há 13 anos, o grupo celebra a produção e execução do choro no Pará. Em 2018, o grupo lançou o álbum duplo “Na Marola”, com composições autorais e de outros compositores paraenses.

Em seguida, entra em cena o pianista Amaro de Freitas, de Recife (Pe), um dos principais nomes da cena atual do jazz, com o posto de revelação do jazz internacional.  Nos últimos anos, ele circulou por turnês no Brasil e exterior, em festivais como a edição nacional do Montreux Jazz Festival. 

Entre suas parcerias estão Lenine (no projeto “Em Trânsito”) e Milton Nascimento e Criolo (é de Amaro o piano em duas faixas do EP “Existe Amor”: “Cais” e “Não Existe Amor em SP”). O músico lançou os álbuns “Sangue Negro” (2016) e “Rasif” (2018), e mais recentemente, Sankofa, citado em listas nacionais e internacionais de “melhores do ano” em 2021. O disco teve a colaboração de Jean Elton (baixo) e Hugo Medeiros (bateria), que formam com o pianista, um Trio desde 2015.

Encerramento apoteótico com 

Jaques Morelenbaum
Foto: Roberto Cifarelli
O terceiro dia do Tapajazz, 17 de setembro, nos leva a apoteose da edição. A noite abrirá com Delcley Machado, guitarrista e compositor com 35 anos de carreira, reconhecido pelo virtuosismo e técnica pessoal instrumental e segue com a apresentação do músico, compositor e arranjador Jaques Morelenbaum, que vem pela primeira vez a Belém com seu trabalho solo e o seu CelloSam3aTrio. 

O músico lançou o primeiro álbum em 2014, intitulado "Saudade do Futuro - Futuro da Saudade" (Biscoito Fino/Mirante), e agora lança o novíssimo álbum “Flor do Milênio” – selo Sesc -, que está em todas as plataformas de difusão musical desde março de 2022. Carioca, em 48 anos de carreira, já tomou parte em 875 álbuns, colaborando, como violoncelista, compositor, arranjador, regente e produtor, com importantes nomes da Música Brasileira como Antonio Carlos Jobim, Caetano Veloso, Gilberto Gil, Egberto Gismonti, Gal Costa, Milton Nascimento, Chico Buarque, entre tantos outros. 

Jaques tocou com as cabo-verdianas Cesária Évora e Mayra Andrade, entre outros artistas internacionais e já ganhou três prêmio do Grammy Latino, na categoria World Music, como produtor do álbum "Livro", de Caetano Veloso; de Melhor Disco de Música Brasileira, pelo álbum "Noites do Norte", também de Caetano Veloso, e de Melhor Longa Metragem de Música Pop por sua co-produção do Acústico MTV de Julieta Venegas.

Nesta mesma noite também teremos um encerramento com a Amazônia Jazz Band e Jane Duboc. Não é a primeira vez que ela vai se apresentar acompanhada da Amazônia Jazz Band. O primeiro encontro surgiu ainda em 2016, quando Jane Duco foi convidada para ser cantora solista no concerto de gravação do DVD da big band.  

Em 2017, a cantora esteve na capital paraense para a apresentação de lançamento da obra, exibida em 2020, na programação do Palco Virtual do Theatro da Paz, em meio à pandemia. Desta vez, ela estará novamente ao vivo. Reconhecida como uma das grandes cantoras da música brasileira, ela traz no repertório grandes sucesso da carreira.

A Amazônia Jazz Band foi formada, em 1994, com elementos remanescentes da extinta Big Band, grupo artístico da Fundação Carlos Gomes, até assumir um caráter profissional ao ser encampada pela Secretaria de Estado de Cultura (Secult-Pa), em 1996. A qualidade técnica conquistada ao longo do tempo, aliada a versatilidade do repertório e a grande receptividade do público paraense, são características que marcam a trajetória da AJB.  O repertório vem se renovando e diversificando constantemente. É o que ouviremos ao vivo em 17 de setembro, a última noite do Tapajazz Mostra Belém. 

Jane Duboc
Foto: Lucinéia Alves 
Jane Duboc tem uma trajetória repleta de boas histórias que permeiam esses 50 anos de carreira musical. Aos 17 anos, ela foi morar nos Estados Unidos, por conta de uma bolsa de estudos, e retornou seis anos depois ao brasil e seguiu carreira na música. Na década de 70, excursionou com Egberto Gismonti e participou do VI Festival Internacional da Canção defendendo com Sérgio Sampaio a música "No ano 83"; e com Raul Seixas, tocando e cantando "Let me Sing". 

Em 1980, ela gravou o primeiro disco solo "Languidez", trazendo a música "Manuel, O Audaz", de Toninho Horta e Fernando Brant. Já em 1987, consagra-se nacionalmente com uma fase romântica. Além de cantora e compositora, ela também é escritora, já lançou livros para o público infantil e, mais recentemente, lançou seu primeiro romance.

Serviço

Tapajazz Mostra Belém – De 15 a 17 de setembro, às 19h30, no Teatro Margarida Schivasappa do Centur – Belém-Pa. O ingresso será trocado por 1kg de alimento não perecível, na bilheteria do teatro. Patrocínio: Equatorial Pará. Apoio: Governo do Estado, Fundação Cultural do Pará e Lei Semear; Casa do Saulo. A realização é da Fábrica de Produções.

Acesse o Canal de Youtube, curte e compartilha:

https://www.youtube.com/channel/UCD19QAt29Wrozm4zVWcpz3Q

Encantados S/A está de volta aos palcos de Belém

E se a Chapeuzinho Vermelho frequentasse os mesmos lugares que você, disfarçada de pessoa comum? E se a Bela Adormecida fosse sua vizinha sem que você nunca tenha percebido? E se aquele cara que malha pesado na academia fosse ninguém menos que o Hércules disfarçado? Já imaginou? Em Encantados S.A., espetáculo da companhia A Liga do Teatro, que está em cartaz nos dias 17 e 18 de setembro no Teatro do Sesc Ver-o-Peso, os seres dos contos de fada estarão infiltrados por toda a parte. 

A trama central da dramaturgia, assinada e dirigida pela dupla Bárbara Gibson e Haroldo França, gira em torno de Noque, um garoto de 13 anos que é oprimido pelos colegas por ainda brincar de boneco. Gigy, seu brinquedo preferido, é o seu único amigo com quem compartilha suas descobertas, angústias e vivências. 

A pacata vida de Noque começa a mudar quando ele se dá conta de que algo muito estranho está acontecendo bem embaixo do seu nariz: uma professora que colore com as cores do vento passando pela vizinhança, uma senhora muito estranha com umas coisas no cabelo que parecem chifres ou mesmo um rapaz que anda com um boneco de sapo por aí. Com estas ocorrências, os dois começam a investigar os fatos até encontrarem a chamada OSSEAPEPROFOSOE - Organização Secreta dos Seres Encantados Aliados Pela Proteção da Fantasia ou Simplesmente Encantados – que muda suas vidas para sempre.

Bárbara Gibson além de dramaturga é diretora do espetáculo e afirma que é diversão garantida a crianças, mas especialmente aos adultos. "É uma metáfora do crescimento, uma homenagem às crianças que todos já fomos, e que de alguma forma ainda somos. O espetáculo tem um humor incrível e é especial".

O espetáculo esteve em cartaz entre 2011 e 2016 e realizou temporadas de sucesso em todos esses anos, tendo público fiel até hoje. As temporadas iniciais foram realizadas pelo Grupo de Teatro Universitário da UFPA, de onde o projeto surgiu. O ator Theo de Oliveira conta como tem sido a experiência de viver o protagonista Noque nesta nova geração. “Tem sido muito desafiador, é um grande personagem com a necessidade de estar sempre imerso nele, e traz uma coisa lúdica também, o que é muito legal”.

Encantados S.A é destinado a crianças de todas as idades, e os agentes secretos encantados aguardam ansiosos o público para esta missão. Mas tome cuidado! Os segredos que serão revelados devem ser guardados sob o mais absoluto sigilo.

Ficha Técnica 

Direção e Dramaturgia: Bárbara Gibson e Haroldo França 

Produção: Larissa Imbiriba, Luiza Imbiriba, Bárbara  Gibson e Paulo Jaime

Visualidade: Kevin Braga 

Sonoplastia: Haroldo França

Operação de Sonoplastia: Bárbara  Gibson

Assessoria de Imprensa: Leandro Oliveira

Fotos: Pequena Lente

Projeto Gráfico: Victor Azevedo

Elenco: Victor Azevedo - Theo Oliveira - Luiza Imbiriba - Wellen  Ávila - Lucas Costa - Tárcila Mendes - Luiza Barros - Sofia Sinimbu - Paulo Jaime - Lourdes Braga - Hugo Bittencourt - Lia Mendes - Bruna Borges - Carol Maia - Filipe Cunha.

Serviço

Espetáculo “Encantados S.A.”. Em temporada nos dias 17 e 18 de setembro, às 17h e 19h,  no  Teatro do Sesc Ver-o-Peso (Boulevard Castilho França, 522/533). Venda de ingressos pelo Sympla ou presencialmente com a produção. Mais  informações no instagram do grupo @aligadoteatro o pelo número 984250317.

(Holofote Virtual com Assessoria de Imprensa / Texto: Leandro Oliveira)

6.9.22

Stoner Night leva três shows ao Na Figueredo

As bandas de Stoner Doom “Reptilian Sun” e “Dead Level”, e a banda de Stoner Rock “Vinyl Laranja” se apresentam dia 17 de setembro,  no Espaço Na Fugueredo. A programação inicia às 19h, com participação dos Dj´s RockON. O ingresso antecipado está saindo por R$15,00, pelo Sympla.

A noite é dedicada a um dos estilos dentro do Rock que mais crescem em todo o mundo: o “Stoner”. Marcado por ter o “Riff” de guitarra como o centro da canção, com afinação dos instrumentos em tons mais graves que o padrão normal, além de uma produção “Vintage”, ou “retrô”, o Stoner mescla influências de Hard Rock setentista, Acid Rock e Heavy Metal, especialmente o “Doom Metal”, surgido no final dos anos 80.

Em Belém, podemos considerar que existem algumas bandas com a influência Stoner, e 3 destas bandas se apresentarão neste evento. As bandas Reptilian Sun e Dead Level entraram recentemente na mundialmente conhecida coletânea “Weedian”, em sua versão dedicada a bandas brasileiras: “A trip to Brazil”. A compilação trouxe 51 bandas de diversos estados e contou com as duas bandas paraenses.

A Dead Level entrou com a faixa “God of Gloom”, do álbum “Intoxicated”, o primeiro da banda, lançado em março passado, com uma boa repercussão no underground. Já o Reptilian Sun entrou com a faixa “Empress of dawn”, extraído do seu segundo Demo Álbum, lançado em 2019. Ambos os álbuns estão disponíveis para audição gratuita no youtube, além de outras plataformas de streaming.

Segundo o vocalista do Dead Level, Uirá Pinheiro: “O Weedian é uma compilação criada em Portland, USA, e possui grande credibilidade no meio. É uma grande vitória ter duas bandas paraenses de Stoner, nessa coletânea, abre uma janela considerável para as bandas, este evento na Ná Figueredo será acima de tudo uma celebração desta vitória.”

A Vinyl Laranja é uma banda de rock alternativo com identidade sonora e poderosa atitude Rock'n roll. Formada atualmente por Andro Baudelaire, Bruno Folha e Lucas Van Halen, a banda acabou de lançar o single “Cry baby cry”(maio de 2022), disponível nas principais plataformas de streaming. Com 17 anos de carreira, a banda paraense conta com 4 discos lançados pelo selo Na Music e dezenas de festivais nacionais e internacionais na trajetória.

Em 2015 "Uncheagle past Fleeting future" teve produção iniciada por Andrew Hernandez e finalizada por Kevin Szymansky (também produtor de discos do Queens of the Stone Age e Foo Fighters) e foi gravado nos grandiosos 12th Street Sound e Esturay Studios em Austin-Texas. O disco é fruto de uma aventura em que os "moleques" da banda colocaram o pé na estrada e passaram uma temporada em terras norte-americanas, fazendo uma turnê com mais de 60 shows em menos de um ano.

Já o projeto Reptilian Sun foi criado em 2018 pelo guitarrista Leo Venturieri e o baixista Arthur Fonseca, com intuito de trazer na música a essência dos riffs marcados e lentos. Atualmente a banda é um Power trio formado por Arthur Correa (Baixista), Leo Venturieri (Guitarrista) e Moisés Braga (Baterista), e tem como influência grandes nomes do Stoner Doom como: Sleep, Saint Vitus, Electric Wizard e clássicos como: Black Sabbath, Pentagram. 

O uso de fuzz e de reverb é indispensável nas músicas do Reptilian Sun de modo a lembrar o grandioso ícone Tony Iommi, guitarrista da  lendária banda: “Black Sabbath. A banda possui duas gravações Demo Session I e Demo Session Vol. 2 lançadas em plataformas virtuais.

O QUÊ:  “STONER NIGHT” 

ATRAÇÕES: Shows das bandas Dead Level, Reptilian Sun e Vinyl Laranja / Dj´s RockON!

ONDE: NÁ FIGUEREDO – NÚCLEO DE CONEXÕES

QUANDO: 17 DE SETEMBRO DE 2022

HORA: A PARTIR DE 19 HORAS

INGRESSOS: PRIMEIRO LOTE: R$ 15,00 (Sympla)

CONTATO: 91-983621793 (UIRÁ PINHEIRO)

2.9.22

Encontro histórico reúne Lula e a cultura paraense

Encontro de Lula com Fazedores de Cultura
Foto: Carlos "Canhão"Brito
Durou cerca de três horas, o encontro Luís Inácio Lula da Silva, candidato à Presidência da República, nas Eleições 2022, pelo Partido dos Trabalhadores, e os representantes da cultura paraense, realizado nesta quinta-feira, 1º de setembro, no Theatro da Paz.  

Por volta das 10h, o público começou a chegar. Um público específico, focado e fazedor de cultura, ávido por ouvir o que Lula tem a dizer-nos neste momento de urgência para a reviravolta política no país. As cadeiras colocadas no palco começaram a ser preenchidas por fazedores de cultura e pelas autoridades. E enquanto se aguardava o início da cerimônia, representantes das diversas linguagens e manifestações culturais do Pará entoaram cantos, tocaram e soltaram coros de Lula Lá, além de algumas palavras de ordem que urgiram pelo retorno do respeito à cultura.

E que os cantores Keila e Jeff Moraes, artistas que ali também representaram a cultura da periferia e do povo preto, pudessem iniciar a cerimônia, como seus apresentadores, o palco se fez na plateia, nos camarotes, frisas e galerias, onde estava o povo da cultura do Boi Bumbá, Terreiro, Pássaro, Carimbó, Brega, Guitarrada, Marujada, Música Popular Paraense, Teatro, Circo, Dança, Literatura, Artes Visuais, Audiovisual, Cultura alimentar e outros. O governador Helder Barbalho, o prefeito Edmilson Rodrigues, o deputado federal Beto Faro e os senadores Paulo Rocha e Randolfe Rodrigues também participaram. 

Lula e Damasceno, após 
fala emocionante do Mestre.
Foto: Carlos "Canhão"Brito

No palco, seguindo um ritual, as primeiras falas foram dos fazedores de cultura. O primeiro a falar foi Mestre Damasceno que de forma simples e muito assertiva falou da urgência de uma política cultural para os Mestres da cultura, chamando atenção ainda para um universo vasto, enfatizando a necessidade de se olhar para a cultura nas comunidades Indígenas e Quilombolas. “São eles que conhecem nossos peixes, nossas florestas, nossos animais e merecem respeito”, disse Damasceno que hoje vem despontando como uma das maiores expressões do Carimbó marajoara. 

Também tocou na questão da política cultural, mas voltada ao audiovisual, a cineasta Jorane Castro que, antes de ler a Carta dos Artistas Paraenses para Lula e demais presentes, ela lembrou ao Governador Helder Barbalho, que a Lei Estadual Milton Mendonça, de número 9.137/2020, aprovada em 2020, precisa ser regulamentada, o que somente será feita após a criação do Fundo Paraense do Audiovisual. 

Dira Paes, paraense ilustre do cinema brasileiro, não estando em Belém, foi convidada a se pronunciar por meio de um vídeo. “É com imensa alegria que venho saudar a candidatura de Lula”, disse e enfatizou a importância dos governos de Lula para a área cultural. “Você sempre foi um farol para a cultura brasileira... A força do público e dos artistas paraenses é para lhe fazer Presidente da República em 2022”. 

Monique Malcher também ganhou fala e apontou a urgência de políticas públicas para trabalhadoras dos diversos segmentos culturais e, em especial, para as trabalhadoras das palavras. Escritora, jornalista, antropóloga e artista plástica paraense, agraciada em 2021 com o Prêmio Jabuti na categoria Contos, por seu livro Flor de Gume, obra que ela teve oportunidade de entregar em mãos para Lula, após sua fala.

Monique Malcher, trabalhadora da palavra
Foto: Carlos "Canhão"Brito
“... O trabalho desse corpo Amazônico, esse corpo Cabano, tem sido feito muitas vezes por mãos mulheres. Nossos rios, infelizmente ainda são das lágrimas, das mulheres que migram, que lutam pela educação de seus filhos. Mais do que entender que nossa voz precisa estar em certos espaços, precisamos de ferramentas e tábuas para que os pés se firmem para entrar nesse barco de oportunidades que a literatura é capaz. Publicamos livros, contamos nossas histórias, mas ainda não estamos nas bibliotecas, na sala de aula, perto dos alunos, nas escolas de rios, falta muito pra falar de uma vitória nossa , trabalhadoras da palavra”, disse e, voltando-se ao público, bradou: “Todo mundo lê mais homens do que mulheres!”. E antes de finalizar emocionando-se perguntou: “Até quando vamos lutar sozinhas para que a literatura chegue?”. 

Jean Ferreira, idealizado do Gueto Hub
Foto: Carlos "Canhão" Brito
Jean Ferreira, também pelo viés da literatura e da palavra, foi impactante. Ele é o idealizador do Gueto Hub, uma biblioteca construída pelos próprios moradores, no Jurunas, "bairro que transborda cultura popular e ancestralidade", disse Jean ao presidente. 

"Criamos uma biblioteca comunitária viva que construímos com as próprias mãos, e isso foi possível, senhor presidente, porque na periferia estão descendentes dos mesmo descendentes indígenas que construíram o centro histórico desta 
cidade”. E assim como em várias outras falas, Jean também lembrou e reconheceu a importância dos anos de governos do PT na presidência, para sua formação. “Eu sou um dos milhares de jovens que entrou na universidade através do governo Lula e Dilma”. 

Por fim, ele entregou ao candidato a agenda política das periferias construída pelo Perifa Connection, um coletivo formado sobretudo por jovens periféricos ativistas, comunicadores, lideranças comunitários e moradores de diversos lugares do Brasil, apresentando suas realidade e apontando soluções. 

Janja rodou a saia no Carimbó
Foto: Carlos "Canhão" Brito
O escritor Edyr Augusto Proença, a turismóloga e pesquisadora da cultura alimentar amazônica, Auda Piani; Mestre Laurentino e o chef Rubão, além de Larene Ataíde, dos Pássaros Juninos, que também teve fala, ocuparam outros assentos no palco.

Houve apresentações de carimbó, com o grupo Coisas de Negro, de Icoaraci;  e boi bumbá, representado pelo Boi Pavulagem. Janja, esposa de Lula, esbanjou simpatia, vibrou com as diversas falas e ainda colocou e rodou uma saia florida ao som do pau e corda. 

Na parte final do encontro, houve pronunciamentos do prefeito Edmilson Rodrigues, do senador Randolfe Rodrigues e do governador Helder Barbalho.  Lula, o último a falar, soube comentar cada um dos temas colocados em pauta pelos fazedores de cultura, como os mestres, as mulheres, as comunidades ribeirinhas e quilombolas, e também enfatizou o combate à fome. 

Lula deixou esperanças 
Foto: Carlos "Canhão"Brito
"Eu não me conformo que num país que é o terceiro maior produtor de alimentos do mundo, tenham 33 milhões de pessoas passando fome". Lula reconheceu que ao voltar à presidência terá que ser melhor do que foi nos governos anteriores. Na área cultural, foco do encontro, ele garantiu o retorno do Ministério da Cultura e a criação de um Ministério aos Povos Tradicionais da Floresta. No final, fez desde já uma convocação para que todos "se preparem para fazermos uma grande revolução cultural neste país".  

A situação da cultura brasileira segue na emergência e o setor aguarda pelos editais da Lei Paulo Gustavo, já aprovada e com veto derrubado, mas que o Governo Federal quer adiar para 2023, por meio de medida provisória. Vale ressaltar que o recurso não poderá ser aplicado no ano que vem, precisa ser em 2022, e estamos falando disso em pleno mês de setembro.  

Histórico, o encontro deu oportunidade para que Lula possa  compreender melhor, e no calor das emoções, as questões que envolvem a cultura na Amazônia. Atento a todas as falas, ele também se emocionou ao ouvir dos vários fazedores de cultura, narrativas de suas trajetórias, que ganharam oportunidades a partir de políticas de educação, cultura e combate à fome implementadas em seus governos. Em Belém, o candidato ainda participou, ontem (1º), de um Ato Público no Espaço Náutico Marine Club e hoje (2), encontrou-se com os representantes das comunidades ribeirinhas, indígenas e quilombolas, no Parque dos Igarapés. 

(Holofote Virtual/ Texto: Luciana Medeiros)