29.6.19

Andréia Rezende com nova coleção na Discosaoleo

Inspirada nas águas barrentas dos rios da Amazônia, sua fauna e mangues, a designer de moda, atriz e produtora Andréia Rezende lança nesta manhã deste sábado, 29, em Belém, a coleção "Correntes de Plástico". A programação conta ainda com uma instalação com recipientes plásticos e rede de pesca. A partir das 10h na Discosaoleo, espaço cultural situado na Campos Sales, próximo a General Gurjão, no bairro da Campina.

Exemplo de que é possível ajudar na conservação de vidas, com uma opção de escolha consciente em favor do planeta, pelas pessoas e pelos animais, a nova coleção de Andreia Rezende é resultado também do artigo de mesmo nome “Correntes de Plástico”, defendido na conclusão de seu curso de moda. 

A pesquisa mostrou que o descarte de material na natureza sem a devida responsabilidade, causa danos ao bem-estar de todos os seres vivos do planeta. Com ideias voltadas para o pensamento consciente em relação ao meio ambiente, o projeto apresenta uma alternativa de reaproveitamento de resíduos plásticos aplicado à moda de acessórios. 

“Correntes de Plástico” é provocativa. Propõe uma reflexão para enxergar um sistema que ajude a minimizar os efeitos negativos causados por esses resíduos na natureza, alinhando moda e o respeito aos animais. A coleção utiliza um dos materiais mais descartados em rios e oceanos: os plásticos. Para se ter uma noção da gravidade: mais de 100 mil animais marinhos morrem por ano por causa do lixo gerado pela indústria de pesca.

Além da coleção, uma instalação com recipientes plásticos e rede de pesca vai causar uma certa “inquietação” para as pessoas que estiverem presentes no evento. “A proposta é fazer com que o público se sinta sufocado, assim como os animais quando estão presos em redes de pesca” diz Andréia Rezende.

A provocação de Andréia Rezende é um apelo para que as pessoas vivam de maneira que agrida menos o meio ambiente e uma delas pode ser através dos 3Rs da sustentabilidade: reduzir, reutilizar e reciclar. São ações práticas que visam estabelecer uma relação de harmonia entre consumidor e a natureza. Adotando estas práticas, é possível reduzir gastos (consumo desenfreado), além de favorecer o desenvolvimento sustentável (respeito e proteção ao meio ambiente). E a moda é uma das maneiras de se engajar nesse estilo de vida mais saudável.

Serviço
A abertura da Exposição “Correntes de Plástico” é neste sáado 28, às 10h, na loja porão Discosaoleo - Tv. Campos Sales, 628, entre Riachuelo e General Gurjão. Bairro: Campinas. Entrada franca.

28.6.19

"Amor, Vida e Esperança" ganha laçamento a Fox

Cada palavra é uma semente a plantar para a criação de um mundo novo", declarou a escritora e professora Francisca Carvalho Lages que lança em Belém nesta sexta, 29, às 17h30, na livraria Fox, o livro de poesias "Amor, Vida e Esperança". 

Produzido de forma independente, "Amor, Vida e Esperança" é mais uma desdobramento da produção artística desta professora de 79 anos, que se mantém em plena atividade.

O primeiro livro de Francisca, "Uma Pitada de Amor na Educação" trata do seu trabalho como educadora no baixo Amazonas e na Transamazônica. Já o atual traz como tema sentimentos que a professora considera importantes destacar no atual momento histórico brasileiro onde cresceu a intolerância e a tensão social que faz da juventude uma das principais vítimas. 

Além de poesias recentes, há uma escrita em 1968 quando Francisca ainda trabalhava como alfabetizadora. Ela acredita na educação , na literatura e na sensibilidade como uma forma de transformação social. "Amor, vida e Esperança" fala das coisas simples da vida, como a vida em comunidade e suas expressões, a força feminina e a natureza, neste ponto com poesias que homenageiam a beleza natural do Pará e sua culinária. 

Serviço
Lançamento do livro "Amor, Vida e Esperança", de Francisca Carvalho Lages. Nesta sexta-feira, 28, às 17h30. Na Livraria da Fox Video - R. Dr. Moraes, entre Conselheiro e Mundurucus.

25.6.19

"Os Varisteiros" em cartaz “Forte como um Búfalo”

Arte e fotos: João Urubu
Estreou semana passada e segue em cartaz neste e em mais dois finais de semanas do mês de julho, Forte como um Búfalo”, do grupo "Os Varisteiros". Aproveite para conhecer o novo espaço cultural da cidade, a casa “São Folhas”. Entrada R$ 15,00 (meia entrada para estudantes).

Uma imersão no universo marajoara através das vivências dos atores e o olhar particular sobre um lugar repleto de ancestralidade. A peça conta quatro histórias coletadas no Marajó, sobre homens e mulheres que precisam sobreviver em ambientes hostis, onde o poder é moeda de troca e muitas vezes se sobrepõe à vida de pescadores, artesãos e caranguejeiros. 

“A partir do processo do espetáculo pude ter a experiência de ir até o Marajó, visitar um senhor de mais de setenta anos, assisti-lo demostrar dez golpes da luta marajoara, vê-lo tentando lembrar dos nomes e movimentos, perceber o corpo que carrega toda uma história de vida ali na minha frente e eu contemplando toda essa construção. Como ator foi enriquecedor. Posteriormente praticar essa luta na sala de ensaio é para o ator um ato de desprendimento das técnicas cristalizadas na universidade e percepção de  que o teatro pode buscar referencias em outros locais”, declara o ator Bruno Rangel.

A dramaturgia foi criada de forma colaborativa, a partir do Programa Seiva Prêmio Pesquisa e Experimentação Artística – 2017 da Fundação Cultural do Pará. Foram usados relatos de homens e mulheres que vivem no Marajó, coletados pelos atores que conversaram com as pessoas daquela região para saber de suas histórias e seus saberes.

“Forte Como Um Búfalo” utilizou a luta Marajoara na preparação do ator, como forma de fortalecer a presença do mesmo na cena. Três viagens ao Marajó-Soure foram necessárias para que os atores pudessem vivenciar a luta marajoara.

E isso em quase dois anos, entre pesquisa e montagem do espetáculo. As idas e vindas à região foram necessárias devido à complexidade das ideias e porque muitas vezes não se encontrou maneiras de construir o que a imaginação e dramaturgia pediam, assim como chegar no vídeo, presente na narrativa, e que interage com os atores durante o espetáculo.

A pesquisa de cenografia precisava caber em uma sala de ensaio alternativa, uma vez que o espetáculo foi pensado para espaços não convencionais da cidade. Assim, a  temporada segue no  Espaço “São Folhas”, Casa de Arte e Paisagismo, que abriu as portas junto com a estreia do espetáculo no 21 de junho.

Pensando para reunir pessoas que gostam de natureza, artesanato e arte, a casa é morada de Bolyvar Melo, paisagista e cenógrafo que sempre leva para os projetos de jardins um olhar da cena e de Enoque Paulino, artista da cena teatral que ocupa a casa com o pensamento do compartilhar e do diálogo.

“Para a gente é revolucionário quando mais uma casa de artes é aberta na cidade, sinal de que estamos resistindo e lutando cada vez mais para reafirmamos que nosso trabalho é necessário na construção de seres críticos e sensíveis na sociedade”, declara o artista Enoque Paulino.

O Grupo de Teatro “Os Varisteiros” nasceu com a turma de 2011 do Curso Técnico de Formação em Ator da Escola de Teatro e Dança da Universidade Federal do Pará - UFPA que no ano seguinte, o fundou para fugir dos parâmetros da academia, possibilitando a atividade criadora de pesquisa e experimentação cênica, com suas próprias montagens. Já realizaram “No Trono”, uma livre adaptação da obra “Palácio dos Urubus”, de Ricardo Meirelles; "Barrela", do dramaturgo Plínio Marcos; e “Nó de 4 Pernas” e “Sonho de Uma Noite de Inverno”, ambos do dramaturgo paraense, Nazareno Tourinho.

Serviço

De 28 a 30 de junho; De 5 a 7 e de 13 a 14 de julho. Horários: sextas-feiras e sábados às 19h.          Domingos às 18h. Espaço São Folhas - casa de arte e paisagismo (Tv. Campos Sales, 668 - entre R. General Gurjão e R. Carlos Gomes). Bilheteria: R$15,00 (inteira) e R$7,00 (meia).

21.6.19

Dia da Poesia vai celebrar Ruy Paranatinga Barata

O Dia da Poesia será celebrado com homenagem à Ruy Paranatinga Barata (1920 - 1990) que nasceu e completaria 99 anos justamente em 25 de junho. A programação vai até dia 27, com participação de poetas e escritores, que abordarão a obra do poeta sob seus diversos aspectos.

Ruy Paratinga Barata nasceu em Santarém, no dia 25 de junho de 1920. Morreria em abril de 1990, em São Paulo, mas através de sua obra ele continua vivo e considerado um dos maiores de nossa poesia que tanto deu à canção, em parcerias com seu filho Paulo André Barata.

O Dia da Poesia é Lei no Pará, publicada no Diário Oficial do Estado do Pará, em 8 de abril de 1999 – tendo o número 6.195, de autoria do ex-deputado Nadir Neves e tendo sido sancionada pelo falecido governador Almir Gabriel, mas nunca foi comemorado de fato.

Duas décadas depois de criada a lei, e iniciando as celebrações do centenário de nascimento do poeta Ruy Barata, a transcorrer de 2020 a 2021, a Fundação Cultural do Estado do Pará (FCP), através da Diretoria de Artes, resolve assim celebrar a data, embora para os poetas dia de poesia não precisasse de calendário. “Parece lugar-comum dizer isso, mas o dia da Poesia é todo dia; ele é feito pela escrita de cada poeta que reverbera o fazer poético no nosso estado-continente”, diz Alfredo Garcia, Diretor de Artes da fundação.

A programação abre com uma mesa-redonda que vai abordar diversos aspectos da obra poética de Ruy Barata, tendo como expositores Lília Chaves (“Anjo dos Abismos; o anjo e os amigos”); Amarílis Tupiassu (“Do Anjo dos Abismos ao Nativo de Câncer: estilos em transição”); Marinilce Coelho (“Ruy Barata: a poesia para além de uma geração”) e João de Jesus Paes Loureiro (“Ruy Barata: o poeta e o letrista”), com  mediação do professor e poeta Paulo Nunes, no dia 25 de Junho, considerado o Dia da Poesia no Pará, de 9 às 12 horas, no auditório da Casa das Artes (confira programação e endereço).


As inscrições podem ser feitas no local. 
Haverá certificação aos participantes dos 3 dias.


No dia 26, o tema “Poesia para a infância” tem como convidados os poetas Antônio Juraci Siqueira e Giselle Ribeiro, no horário de 19 às 21 horas, tendo como mediadora a professora Solange Ribeiro. O encerramento será no dia 27 de junho, no mesmo horário, tendo como expositores os poetas Carlos Correia Santos e Marcos Samuel Costa, e mediador o escritor Alfredo Guimarães Garcia, a temática abordada será “Poesia para quê e para quem?”, tendo ao final do diálogo o lançamento do livro “Caminhos para longitude”, de Marcos Samuel Costa.

PROGRAMAÇÃO

25 de junho (terça-feira) 
9 horas/12 horas – Mesa-redonda: “Ruy Barata em cinco vozes”, com Amarílis Tupiassu, João de Jesus Paes Loureiro, Lilia Chaves, Marinilce Coelho e Paulo Nunes (mediador).

26 de junho (quarta-feira)
19 horas/21 horas – Mesa-redonda “Poesia para Infância”, com Antonio Juraci Siqueira e Gisele Ribeiro e mediação de Solange Ribeiro. Sessão de autógrafos do livro “A princesa sem dons para tamanha felicidade”, de Giselle Ribeiro. 

27 de junho (quinta-feira)
19 horas/21 horas – Mesa-redonda “Poesia para quê e para quem?”, com Marcos Samuel Costa e Carlos Correia Santos e mediação de Alfredo Garcia. Após evento haverá lançamento do livro “Caminhos para longitude”, de Marcos Samuel Costa.

Serviço
Dia da Poesia - 99 anos Ruy Barata. Auditório da Casa das Artes (Praça Justo Chermont, 236, ao lado da Basílica de Nazaré). Inscrições: Não haverá inscrição prévia. A frequência comprovada nas três atividades dará direito a uma certificação de 10 horas. Informações: (091) 3323-0351.

(Holofote Virtual com assessoria de imprensa da FCP)

20.6.19

Dia para discutir o empreendedorismo sustentável

A 2a edição do Empreenday Belém ganha dia inteiro de atividades, reunindo diversos nichos do mercado regional para um grande encontro de educação empresarial focado nas economias do futuro. Neste sábado, 22, no Teatro Gasômetro, das 8h às 18h, encerrando com show da “Guitarrada das Manas”. Inscrições estão abertas.

Fortalecer o empreendedorismo, gerar oportunidades de encontros e incentivar novas parcerias e conexões. Voltado para todos os interessados em negócios, o evento aguarda a participação de 300 empreendedores, de vários segmentos, como da beleza, saúde, gastronomia e arte, assim como empresas públicas e privadas na linha da inovação, design, tecnologia, fomento cultural e socioambiental, terceiro setor, estudantes das áreas correlatas e empreendedores que buscam novas ideias e ampliar seus contatos e parcerias.

A programação abre com o workshop de Liliane Ferrari, palestrante nacional, considerada uma das 10 mulheres brasileiras mais influentes na internet, além de ser uma expert do marketing digital. Seu workshop será sobre o papel das redes sociais na internet, relacionamento com cliente e marketing de influência na palestra “Lógica Digital: como produzir conteúdo, interagir e potencializar suas comunidades online”.
O segundo workshop é com Marcelo Magalhães, que se dedica há anos ao estudo do comportamento de compra e consumo. Marcelo também é fundador do Boaventura Lab, uma escola de negócios que aborda, fundamentalmente, inovação e interdisciplinaridade como pilares de desenvolvimento das organizações. Sua fala é voltada para os modelos de economia em rede: compartilhada e colaborativa, demonstrando como esse tipo de economia viabiliza e até mesmo acelera novos modelos de negócio.
Quem encerra os workhops é Mariana Faro, que fala de uma nova comunicação a partir das vivências de empreendimentos regionais ligados à floresta Amazônica, com enfoque nas demandas de comunicação aliada à sustentabilidade em tempos de múltiplas conexões, buscando uma nova sensibilidade para o consumo. Mariana é pesquisadora em práticas de comunicação e sustentabilidade a partir da Amazônia e doutoranda em Desenvolvimento Sustentável no Núcleo de Altos Estudos Amazônicos (NAEA/UFPA), além de consultora no Instituto Peabiru.

Sustentabilidade
Sim. É outro foco importante no Empreenday, que priorizou a cadeia da reciclagem e reaproveitamento de materiais para composição de seus kits, que contou com apoio do Sebrae-Pa, cenário e demais espaços. De acordo com Renata Teodozio, do Solar Colaborativo, “o evento foi pensado como ação ecoeficiente, pois há uma enorme redução na quantidade de resíduos no pré, durante e pós-evento; dentre elas a ausência de copos plásticos descartáveis”, pontua.

Outro ponto é a utilização de materiais alternativos na cenografia assinada  por Luan Melo, e sinalização dos espaços (espaço gastronômico, stands, espaço relax day), como por exemplo, o compensado e lambe lambe na produção do backdrop, e tanto a decoração do palco quanto as demais serão feitas de miriti e tecido reaproveitado. 

Há também parceria com a Na Figueredo, que doou sua antiga coleção de camisetas para ser pintadas à mão com pigmentos naturais. Elas são as camisetas de staff e do kit dos convidados, apoiadores e patrocinadores, formando assim mais uma parceria de ação sustentável. Outro parceiro é o “Verde Cidadão” que assina o lounge verde do evento, um espaço de convivência com plantas, movelaria verde e horta vertical. O Verde Cidadão é um negócio de impacto que visa aproximar a sociedade da sustentabilidade e da agricultura urbana.

Durante todo o dia haverá a coleta seletiva de resíduos sob responsabilidade do Instituo Alachaster, que trabalha a sensibilização para a destinação correta do que ainda se chama de “lixo”.  A produtora Renata Maués, da Casa 4, conta que esta motivação “nasce por termos a crença de um movimento em prol das boas práticas no setor de eventos, que se justifica pela necessidade de apoiar a causa ambiental como um fator emergencial e por uma opção por gerar valor através dessa percepção”.

As atividades do Empreenday 2019 encerram com o Aquário de Negócios, conduzido pelos idealizadores do espaço Art Ato, Heitor Sebastian e Maynara Santana, que vão explicar seu case, abrindo espaço para outros 10 empreendedores locais contarem um pouco sobre suas empresas, projetos ou iniciativas. Criando assim um espaço para criar network, conhecer outras empresas, formar parcerias e potencializar as prospecções.
A proposta do Empreenday também é de possibilitar aos participantes uma vivência sensorial em contato com praticas de saúde integral. Assim, serão disponibilizadas aulas de yoga com Rosário Silva, durante o credenciamento, café da manhã servido aos participantes, massagem thai yoga no intervalo e sensibilização com aromaterapia. A área gastronômica conta com opções veganas (Veg Casa) e regionais (Café da Nega e Boieiras do Ver-o-Peso via Instituto Paulo Martins/Lá Em Casa).

O evento será encerrado com show da Guitarrada das Manas, duo de mulheres que alia o experimentalismo instrumental às sonoridades regional e mundial. Formado pelas multinstrumentistas Beatriz Santos (Beá), nos sintetizadores e programações, e Renata Beckmann, na guitarra e sintetizadores, o projeto é considerado ousado ao executar o gênero, comumente tocado, até então, apenas por homens. O show começa às 18h30 e está dentro do passaporte do dia.

Serviço
Empreenday Belém 2019.  Sábado, 22 de junho, das 8h às 18h, no Teatro Gasômetro – Avenida Magalhães, 830 – Parque da Residência. Passaportes: R$ 170,00 (cento e setenta reais) individual
Locais de venda: Loja Na Figueredo (Gentil Bittencourt, 449), Solar Colaborativo / Espaço Art Ato – Assis de Vasconcelos 488 C, e site Sympla: sympla.com.br/empreenday-belem-2019---fortalecendo-as-multi-economias__526682).

19.6.19

Amazônia Doc exibe filmes premiados na 5a edição

Não só os premiados mas também filmes lançados durante as sessões extras, nesta 5a edição do Festival Amazônia Doc. A programação vai de 20 a 26 de junho, às 16h30 e 18h30, no Cinema Olympia, em Belém, com entrada é gratuita. 

A abertura, nesta quinta-feira, 20, será às 16h30 com exibição do curta-metragem em homenagem à professora e crítica de cinema Maria Luzia Miranda Álvares, homenageada este ano. A direção é de Zienhe Castro, que apresenta depoimento das memórias da professora, desde os tempos dos primeiros cineclubes em Belém até a discussão sobre cinema e gênero na Universidade Federal do Pará (UFPA). 

Em seguida, será exibido "Léguas a nos separar", de Vitor Souza Lima, vencedor na categoria melhor curta metragem da mostra "Amazônia Legal". E também "Torre das Donzelas", da diretora carioca Susanna Lira, lançado em 2018, e que recebeu o prêmio de Melhor Documentário no Festival do Rio do ano passado, além do Prêmio Petrobras de Cinema na 42ª Mostra Internacional de Cinema de São Paulo e de Melhor Direção no Festival de Brasília do Cinema Brasileiro.

“Torre das Donzelas” conta a história da luta das presas políticas no Brasil a partir da vida de mulheres militantes de esquerda e ex-companheiras de cela de Dilma Rousseff na ditadura militar. Elas estiveram presas juntas na década de 70 na Torre das Donzelas, como era chamado o conjunto de celas femininas no alto do Presídio.

Produções paraenses

No domingo (23), serão reexibidos "Explosão da Ilha", de Leo Chermont, e que conta a história do contato do músico paraense com um dos principais mestres do carimbó da região do salgado, mestre Chico Braga, de Algodoal, município de Marapanim. Também abordando a temática da música tradicional do estado, no mesmo dia será reapresentado "Boi do Pavulagem é boi do mundo", de Ursula Vidal e Homero Fortunato, que mostra a trajetória do grupo Arraial do Pavulagem.

E para finalizar, o dia 26 foi reservado para a exibição dos premiados na primeira edição do evento, em 2009, com "Verde terra prometida: laços Amazônia e nordeste", da antropóloga Cláudia Kahwage, sobre a vinda de famílias do estado da região nordeste para cidades amazônicas; e "Mataram irmã Dorothy", de Daniel Junge, sobre a morte da missionária norte-americana em 2005, na cidade de Anapu.

O festival Amazônia DOC - Festival Pan-Amazônico de Cinema 2019 foi realizado de 30 de maio a 07 de junho, com programação intensa e reflexões sobre questões de gênero, meio ambiente e movimentos sociais. Trouxe discussões como a luta pelos direitos dos indígenas e da comunidade LGBTQI+, e atividades de formação, além de convidados da Agência Nacional de Cinema (Ancine), Canal Brasil, Globo News, Médicos Sem Fronteiras, Plataforma VideoCamp, Plataforma Taturana, CineClubeTF.

A realização é da Secretaria do Audiovisual e Secretaria Especial da Cultura, do Ministério da Cidadania, com co-realização do Instituto de Cultura da Amazônia (Culta) e Secretaria de Estado de Cultura do Pará (Secult-PA) e produção de ZFilmes. Apoio cultural: Fundação Cultural do Pará (FCP), Sesc, Belém Soft Hotel, San Tito, Universidade Federal do Pará (UFPA), Sebrae, Estrela do Norte, Banpará, Pará 2000, NET. Apoio: YetLab, Inovador Talvez, CONNE, Projeto Circular e Funtelpa.

PROGRAMAÇÃO

QUINTA - 20/06 – 16h30
  • Curta Metragem de Homenagem Luzia Miranda Álvares - Dir. Zienhe Castro (10’)
  • “Léguas a nos separar” - Dir.: Vitor Souza Lima (24’)
  • “Torre das Donzelas” - Dir. Susanna Lira (98’)

SEXTA - 21/06 – 18h30
  • “Majur” - Dir.: Rafael Irineu (20”)
  • “Beat é Protesto! O Funk pela ótica feminina” - Dir. Mayara Efe (23’)
  • “Mamirauá” - Dir.: Silvio Da-rin (90’)

SÁB. - 22/06 – 16h30
  • “Huahua” - Dir.: José Espinosa Anguaya (70”)
  • “Bimi Shu Ykaya” - Dir. Yube huni kuin/ Siã Huni Kuin/Isaka huni kuin  (52’)

DOM. - 23/06 – 16h30
  • Curta Metragem de Homenagem Luzia Miranda Álvares - Dir. Zienhe Castro (10’)
  • “Explosão da Ilha” - Dir.: Léo Chermont (20’)
  • “Boi do Pavulagem é boi do mundo” - Dir. Úrsula Vidal/ Homero Flavio (52’)

TERÇA - 25/06 – 18h30
  • “Em El Murmullo Del Vento” - Dir.: Nina Wara Carrasco (61’ )
  • “Sotaque do Olhar” - Dir. Mikaela Plotkin (74’)

QUARTA - 26/06 – 18h30
  • Curta Metragem de Homenagem Luzia Miranda Álvares - Dir. Zienhe Castro (10’)
  • “Verde Terra Prometida: Laços Amazônia e Nordeste” - Dir.: Claudia Kahwage (26’)
  • “Mataram Irmã Dorothy” - Dir. Daniel Junge (94’)

Filmes nacionais recentes no cine Líbero Luxardo

O Cine Líbero Luxardo exibe nesta quinta (20), “O Último Trago” (16h), “Inferninho” (18h) e “O Chalé é Uma Ilha Batida de Vento e Chuva” (20h), que seguem em cartaz nos mesmos horários nos dias 23, 25 e 26 de junho. Ingressos: R$ 12,00, com meia-entrada R$ 6,00.

Um boa opção para quem 
estiver na cidade. 
Pode-se optar  por um, 
mas também fazer 
uma imersão no recente 
cinema brasileiro. 

Em “O Último Trago”, de 2016, dirigido pelos irmãos Luiz e Ricardo Pretti e Pedro Diogenes, uma mulher resgatada à beira da estrada incorpora o espírito de uma guerreira indígena desencadeando uma série de eventos que atravessam tempo e espaço. Do sertão nordestino ao litoral, séculos de lutas de dominação e resistência. O longa ganhou os prêmios de melhor montagem, melhor atriz coadjuvante (Samya de Lavor) e direção de fotografia no 49º Festival de Brasília do Cinema Brasileiro em 2016.

O filme foi considerado esteticamente experimental, onírico pela crítica. Luiz Santiago do site Plano Crítico  disse que o "princípio dadaísta da construção do roteiro resultou em um drama histórico, marcado por um realismo mágico e político, investigando as raízes brasileiras, pensando sobre a História e memória nacional, sobre o massacre de índios e negros, sobre a presença esquecida das mulheres — existem três guerreiras simbolizando três patamares e tempos distintos do país –, sobre a opressão e a mortandade (oficiais ou não) no Brasil, que permaneceram esquecidas e/ou escondidas do grade público. O Último Trago é, portanto, um filme experimental sobre a História do sangue que regou o solo brasileiro desde o início da colonização. E convenhamos, a proposta é ótima".

Já o “Inferninho” (2018), dirigido pelos cearenses Guto Parente e Pedro Diógenes, bem recebido pela crítica, que embora tenho o considerado um filme de "tom melancólico", o elogia por ser protagonizado por personagens LGBT .

Lou Cardoso, do Jornal Correio do Povo, do Ceará, escreveu que "esteticamente, o longa capricha no seu ambiente vazio e desorganizado, criando uma  sensação de decadência de cada ser que frequenta o bar Inferninho".

O filme conta a história de Deusimar (Yuri Yamamoto), uma dona de bar que sonha em morar em um lugar distante, e Jarbas (Démick Lopes), um marinheiro recém-chegado com a intenção de construir relações sólidas.  O encontro dos dois é o ponto de partida para o filme, que também conta a história de outras pessoas que enfrentam obstáculos para viver pelo simples fato de não se enquadrarem nos padrões da sociedade. 

A produção já coleciona quase 10 prêmios, entre eles, o de melhor filme no Festival Internacional de Cinema Queer, em Portugal; o Prêmio Felix Especial do Júri, no Festival do Rio; e as categorias de Melhor Filme, Direção e Ator, na Mostra Internacional de Cinema de São Luís.

No documentário “O Chalé é Uma Ilha Batida de Vento e Chuva”, a diretora Letícia Simões faz uma homenagem ao romancista marajoara Dalcídio Jurandir, depois de ter conhecido sua obra durante uma viagem ao Pará. O filme, de3 2018, foi vencedor do Prêmio Olhares Brasil e melhor longa-metragem pelo Prêmio Looke de Distribuição da 7ª edição Olhar de Cinema.

Francisco Carbone, do Jornal do Brasil, observa a sensibilidade da diretora, que "investiga o período em que Dalcidio precisou se afastar de sua recém formada família nos anos de 1930 para ser professor na afastada Ilha de Marajó, à época. Apartado dos amores que construiu, Dalcidio enfrentou a solidão através das cartas que enviou a esposa Guiomarina durante os tempos em que permaneceu longe". Para ele o filme frui entre a verdade do autor e a observação sobre o lugar filmado e sua realidade. "Mas o todo do longa é uma sucessão de acertos que compensa as questões, além de adensar a história familiar de Dalcidio com um momento de dor inimaginável", escreveu o crítico.

Serviço
"O Último Trago” (16h), “Inferninho” (18h) e “O Chalé é Uma Ilha Batida de Vento e Chuva” (20h). De 20 a 23 e nos dias 25 e 26 de junho, no Cine Líbero Luxardo - Av. Gentil Bittencourt, 650. Os ingressos custam R$ 12,00 a inteira e R$ 6,00 a meia.

Ler "Altar em Chamas" a partir da Praça do Relógio

A literatura paraense em experiências pelas ruas de Belém. O projeto “Trilhas do Literário” convida o público a percorrer as ruas entre Campina e Cidade Velha, lendo poemas de João de Jesus Paes Loureiro. A ação  reúne alunos e professores da UFPA e UNAMA e demais interessados, neste sábado, a partir das 9h, com saída da Praça do Relógio, no Ver-o-Peso e segue em direção à Praça do Carmo.

LARGO DO RELÓGIO 

Há uma fonte
                   um repuxo de lendas
nesta praça cheia de horas.
Um cartucho de estrela
                            prestes a explodir.

Pelos bancos afásicos
o diálogo, entre dentes, do silêncio
                            consigo mesmo...

Do outro lado, fachadas de azulejos,
                                               os sobrados.
Sacadas e calçadas.
                            Namorados.
E a palavra amor voando de alto a baixo.

João de Jesus Paes Loureiro

O tema desta edição do projeto é o livro “Altar em Chamas”, de Paes Loureiro. O livro foi lançado em 1983, pela Editora Civilização Brasileira, com capa do artista plástico Osmar Pinheiro Jr. O objetivo é que a partir dele se faça um recorte do bairro da Cidade Velha, “epicentro poético e histórico da cidade [...] cuja antologia de poemas soube desenhar como nenhuma outra a representação contemporânea de Belém em fins do século XX”, explica o professor Paulo Nunes (UNAMA), um dos organizadores do evento,.

Ele descreve o projeto como “um modo especial de ocupar a cidade de Belém, violenta, suja, marcada pelo desprezo”. Para Nunes, a literatura, junto a outras formas de linguagem, propõe outra forma de discutir e habitar o espaço urbano. "Vamos aproveitar o período junino para comemorar esta cidade, que é de muita significação, de uma forte cultura, apesar do desprezo do poder público municipal e outros”. O evento é aberto ao público e todos estão convidados.


Criado em 2006 pelo professor Paulo Nunes no curso de Letras da UNAMA, “Trilhas do Literário” partiu do projeto de extensão “Belém da Memória: a cidade e o olhar da literatura”, este datado de 1991.   Em 2016, através da disciplina Narrativas (PPGCLC, UNAMA), o projeto passou a ser coordenado também pela professora Vânia Torres, quando esta ingressou à Faculdade de Comunicação da UFPA. O “Trilhas do Literário” se aliou então, ao projeto NarrarCidades, estabelecendo o diálogo entre Letras e Comunicação. 

Paulo enfatiza a face pedagógica do evento: “em tempos de criminalização do conhecimento, em que a educação foi escolhida como inimiga do atual governo do Brasil, estamos alertando que não desistiremos de partilhar o que aprendemos e pesquisamos com a sociedade”.

O projeto conta com o apoio do Programa de Pós-Graduação em Comunicação, Linguagens e Cultura (PPGLC) da UNAMA, do Programa de Pós-Graduação em Comunicação (PPGCom) da UFPA, e da Pró-Reitoria de Extensão da UFPA.

Serviço
Projeto Trilhas do Literário. Neste sábado, 22, com concentração às 8h30, na Praça do Relógio.

(Holofote Virtual com informações da assessoria do projeto)

18.6.19

Cobra Venenosa lança 1o disco na festa do Casarão

Fotos: Pierre Azevedo
A festa Shows Musicais da Campanha "Do Chão ao Teto, Salve o Casarão do Boneco" reunirá várias atrações, entre elas, o Cobra Venenosa, que lança o 1o disco, trazendo o carimbó metal, pau & corda, urbano-experimental, performático e autoral. Neste sábado, 22, no Insano Marina Club, a partir das 18h. 

Criado no distrito de Icoaraci, território de efervescência do carimbó no estado do Pará, os músicos e compositores Priscila Duque e Hugo Caetano conseguiram reunir neste disco a inspiração da vivência com mestres e mestras do Carimbó de raiz paraense e a potência do protagonismo de toda uma nova geração dos batuques - do qual são parte e protagonistas, nas ações de ruas, praças, transportes coletivos, saraus, ‘mangueios’ e toda sorte de encontros.

Em 2018, contemplados pelo VI Prêmio Proex-UFPA de Arte e Cultura, iniciaram no Stúdio Z, sob a sensibilidade de Thiago Albuquerque, a gravação de seu primeiro disco, com composições de Hugo Caetano, Priscila Duque, Renato Caranã, Mestre Lourival Igarapé; além de arranjo exclusivo feito por Mestre Neves, de Marapanim (PA), banjista do grupo "Sereias do Mar" para a música "Tropical da Mata", que narra uma vivência feminina e poética genuinamente Amazônida, com letra assinada por Priscila Duque. 

Com Produção Executiva da SubVersiva Produção Cultural Independente e parceria com a Na Cuia Produtora Cultural,  este é o primeiro trabalho em estúdio do grupo. Trazendo 8 faixas autorais inéditas, acrescido de mais 5 músicas extras gravadas ao vivo ainda em janeiro de 2017, o disco tem produção musical de Hugo Caetano, Priscila Duque, Rodrigo Etnos e Ney Lima Pela Paz. 

Uma das marcas deste trabalho é que os instrumentos característicos do Carimbó Cobra Venenosa são reciclados. Curimbó feito da reutização de tubo de esgoto (PVC) por Flávio Gama e banjo feito de capacete de moto, por Ney Lima. Mestres urbanos que reinventam a cidade, transformando lixo em música tal qual os mestres dos municípios do interior reinventam a natureza, transformando-a em instrumentos orgânicos.

Outro detalhe, é que tradicionalmente o Carimbó de raiz se intitula "Pau & Corda", também por essa característica tradicional mais ligada a identidade do curimbó - pau e banjo - corda;  mas há décadas, o Carimbó mesmo de raiz já incorporou instrumentos de metal, como os sopros (sax, flauta, clarinete etc), apenas grupos muito tradicionais como "Quentes da Madrugada", de Santarém Novo (PA), e "Filhos de Maiandeua", da Ilha de Maiandeua (PA), de fato não incorporam instrumental de metal em seus arranjos e apresentações. 

A concepção do disco é inspirada na poética, musical e territorialmente no carimbó como traço de socialização e identidade paraense (e Amazônida), porém a partir da ótica de jovens com vivências da periferia metropolitana. 

"Sempre destacamos que somos filhos da selva de caos e concreto, de Icoaraci e Outeiro, da famosa 'behel'. Nosso som diz isso, nossa imagem no palco mostra isso. Nossos instrumentos são reciclados ... Por isso, quando convidei o Pierre Azevedo pra fazer o ensaio de fotos do disco, logo sugeri que fosse na minha laje, lugar onde vivo desde os 6 anos de idade e agora estou construindo meu próprio espaço cultural. O Carimbó Cobra Venenosa não precisa 'se fantasiar' de periferia (risos). Vivemos a 'dor e delícia' de sermos o que somos: artistas periféricos", comenta Priscila Duque. 

O lançamento, no Insano Marina Clube, integra a programação “Do Chão ao Teto, Salve o Casarão do Boneco", também estarão no palco, ao longo da noite, em apoio à campanha de arrecadação para reforma do Casarão do Boneco,  Matheus Moura, Jeff Moraes, grupo Tamboiaras e Bando Mastodontes.

Programação 

Mateus Moura
DJ Rapsódia
Coletivo Tamboiaras
Dj Jack Sainha
Cobra Venenosa 
Dj Jack Sainha e Dj Rapsódia
Bando Mastodontes com participação de Jeff Moraes
VJ Lobo com Video Mapping ao longo da noite. 

Serviço
“Shows Musicais” da Camapnha Do Chão ao Teto Salve o Casarão do boneco. No próximo sábado, 22, a partir das 18h. Local: Insano Marina Club (R. São Boaventura, 268 - Cidade Velha). Ingressos: R$ 20,00, na hora. Antecipado R$ 15,00 (preço único) pelo Sympla: bit.ly/SalveCdBingressos. #DoChãoaoTeto #SalveoCasarãodoBoneco #CasarãodoBoneco #reformaCdB

16.6.19

"Dia de Alfredo" e filme celebram Dalcídio Jurandir

Em 2019 completam 110 anos de nascimento e ainda os 40 de  morte do escritor paraense, justamente no dia 16 de junho. O domingo então foi de homenagens, comemorando o Dia de Alfredo, criado pela Sociedade Amigos da Academia do Peixe Frito, tendo em vista dar popularidade e mais acesso às obras de Dalcídio Jurandir (1909-1979). Por ser uma espécie de alter-ego autor, com muitos trechos literários que parecem ter referências com a sua própria vida, Alfredo é reverenciado na data escolhida para homenageá-lo.

Alfredo é o personagem principal dos 10 livros que compõem o ciclo “Extremo Norte”, que inicia com o talvez mais conhecido título do escritor, “Chove nos Campos de Cachoeira”, que recebeu o Prêmio Dom Casmurro em 1940. A ideia foi do jornalista José Varella - importante articulador de pautas marajoaras e integrante da Sociedade Amigos da Academia do Peixe Frito, tendo como referência o “Bloomsday”, que celebra também, no dia 16 de junho, a literatura de James Joyce, com o personagem principal de “Ulisses”, chamado Leopold Bloom.  Alfredo, assim como Bloom, foi escolhido para rememorar o seu criador. 

Como parte das celebrações, também entrará em cartaz nesta próxima quinta-feira (20), no cine Líbero Luxardo, em Belém, o documentário “O chalé é uma ilha batida de vento e chuva”, de Letícia Simões, que refaz o percurso de Dalcídio pelos rios do Pará quando trabalhava como inspetor de escolas. Por meio de leituras de cartas, são apresentadas as paisagens e as memórias do autor; entrevistas com pessoas que viveram à época também são valiosas para reconstruir o legado dalcidiano em vídeo.  

Em busca de mais leitores 

Muito estudada e interpretada no meio acadêmico, a literatura dalcidiana ainda carece, porém, de incentivos para que mais leitores possam conhecer as histórias do autor, seja por livros ou outros meios de incentivo à leitura. 

É o que constata André Fernandes, da Pará.grafo Editora, que juntamente com Girotto Brito, realizou campanhas para reedição de livros já esgotados de Dalcídio Jurandir, como “Ponte do Galo”, “Os Habitantes” e “Três Casas e um Rio” e em dezembro do ano passado, uma nova campanha também para reedição de "Chove nos Campos de Cachoeira" e "Chão dos Lobos" - que serão lançados na próxima Feira Pan-Amazônica do Livro. 

“Dalcídio é muito importante para a literatura nacional, tal qual Jorge Amado, Clarice Lispector, e outros autores, mas ainda não tem o mesmo prestígio”, lamenta o editor. “Alfredo é muito importante nos livros e é também o nome do pai e de um dos filhos do escritor. Nos livros são mostradas fases do desenvolvimento dele, desde a infância no Marajó até a ida para o Rio de Janeiro em busca de melhores condições de vida, até a volta ao Pará.  Ele é quem norteia a história”, comenta André Fernandes.

Além da reedição dos livros do autor marajoara, a instituição da data também reforça a necessidade de apoio para ações como a restauração do Chalé do autor, em Cachoeira do Arari, e a manutenção do Museu do Marajó, na mesma cidade e que preserva um acervo referente à cultura escrita por Dalcídio. 


Documentário 

  • “O chalé é uma ilha batida de vento e chuva”, de Letícia Simões
  • Cine Líbero Luxardo (Av. Gentil Bittencourt, 650)
  • Dias 20 a 23, 25 e 26/06: 20h 
  • Ingressos: R$ 12,00 (com meia-entrada para estudantes)


Obras

Ciclo Extremo Norte:

  • Chove nos Campos de Cachoeira (1941)
  • Marajó (1947)
  • Três Casas e um Rio (1958)
  • Belém do Grão Pará (1960)
  • Passagem dos Inocentes (1963)
  • Primeira Manhã (1967)
  • Ponte do Galo (1971)
  • Os Habitantes (1976)
  • Chão dos Lobos (1976)
  • Ribanceira (1978) 
Saiba mais sobre os livros em: www.e-paragrafo.com.br 

Zélia Amador de Deus vai lançar seu primeiro livro

Zélia Amador de Deus
Foto: Holofote Virtual/Luciana Medeiros 
Zélia Amador de Deus é a entrevistada especial deste domingo aqui no blog. Ela, que será uma das homenageadas da 23a edição da Feira Pan Amazônica do Livro, lançará sua primeira obra literária reunindo textos e artigos em que discute o protagonismo negro e suas lutas. 

Palco do Theatro da Paz. Dia 22 de abril de 2019. Pela primeira vez uma coletiva da Secult foi realizada neste espaço do monumental e centenário teatro, ao invés do hall de entrada. E o assunto não era o Festival de Ópera. Cheguei um pouco atrasada e me deparei com Zélia Amador de Deus, sem entender muito bem o que minha ex-professora de Teoria do Teatro, na época em que cursava Comunicação na UFPA, fazia ali. 

Imediatamente, memórias ótimas vieram à minha cabeça, enquanto Úrsula Vidal, também jornalista e hoje secretária de cultura do estado, falava aos demais comunicadores sobre a 23ª Feira Pan Amazônica do Livro, que vai ser realizada este ano de 24 de agosto à 1º de setembro no Hangar Centro de Convenções da Amazônia e outros espaços em Belém.

Entre outras coisas lembrei que um sonho (ainda) não realizado na minha vida, de ser atriz, foi, em parte, motivado por ela, e que isso me levou a fazer um teste, e pasmem, a passar para fazer o curso técnico de teatro, ainda nos anos 1990, quando a Escola de Teatro e Dança da UFPA ainda ficava próxima à Praça Brasil, e justamente num momento em que Zélia era vice-reitora da UFPA. Fiz um semestre apenas. Lembrei também de suas aulas na universidade, ao ar livre, sob árvores frondosas, entre os pavilhões do campus básico, e de toda a sua luta no movimento negro.

Zélia com Júnior Soares, Úrsula e Paes Loureiro.
Foto: Joyce Cursino/Secult
Zélia Amador de Deus. Mulher, negra, atriz, ativista, professora e também escritora. Úrsula Vidal e sua equipe lhe  desafiaram a lançar um livro na Feira Pan Amazônica. A temática deste ano no evento traz à tona multivozes da literatura em sua diversidade e transversalidade de linguagens. E Zélia topou.

No dia da coletiva, o Holofote Virtual postou uma nota na página do facebook, com foto dela ao lado do poeta, professor e escritor João de Jesus Paes Loureiro, que também será homenageado nesta edição da Feira (e também conversei com ele, prometo publicar em breve).  Uma avalanche de pessoas curtiram a notícia, compartilharam e postaram comentários. As mensagens foram emocionadas, aprovando ambas as homenagens, reconhecendo-as como legítimas e necessárias.

ENTREVISTA 
Um bom domingo a todos!

Holofote Virtual: Zélia, foi uma surpresa? Como você se sentiu ao receber o convite para escrever um livro e ser uma das homenageadas da Feira do Livro?

|Foto: Joyce Cursino
Zélia Amador de Deus: Atônita, foi como fiquei quando me ligaram, porque eu não me sinto escritora, escritora. Escritor pra mim é aquela pessoa que escreve ficção, poemas, contos, romances, dramaturgia e eu não sou essa pessoa, eu escrevo artigos, trabalhos que falam de racismo, que falam da discriminação, mas não me sinto escritora, nunca me senti, por isso eu levei um susto. 

Eu disse, “mas eu? Eu não sou escritora”, vai ser você e o João de Jesus, “mas João é, eu não, eu sou faladeira, sou militante, a minha tarefa de militante me leva a falar, falar, então eu sou muito mais faladeira” (e disseram), mas essa que vai ser a característica este ano da feira do livro, homenagear as multivozes, as múltiplas vozes que existem na sociedade amazônica. Aí eu digo “então vamos lá”, e quando eu estava indo para a primeira reunião me instigam a publicar um livro, aí pegou né? 

Holofote Virtual: Acho que você já devia, na verdade, ter organizado um livro, pois tem uma produção textual importante ...

Zélia Amador de Deus: Bem, eu tenho muitos artigos, vou reunir pra organizar um livro, porque não dava mais tempo, de agora para daqui a um pouco escrever um livro, a não ser que eu só fizesse isso na vida e não é o caso, eu tenho uma vida muito intensa, eu dou aula, eu falo, falo, falo, dou palestras, enfim... e eu escrevo também, mas falo sempre muito mais do que escrevo. Bom, então é isso, o livro vai sair, eu não sei o que é ainda.

Equipe Secult. Coletiva Pan Amazônica do Livro
Foto: Joyce Cursino/Secult
Holofote Virtual: E como será feita a curadoria desses textos, você mesma está mergulhando nesse teu acervo?

Zélia Amador de Deus: Sim, eu estou fazendo a curadoria, tem uma pessoa me ajudando, enfim... já combinei com uma outra pessoa para fazer um prefacio. E vai sair.

Holofote Virtual: Você tem protagonismo em várias áreas de movimentos sociais, movimento negro e também tem o teatro na tua vida... 

Zélia Amador de Deus: É verdade. Acho que o teatro está sempre na minha vida, a minha forma de escrever, ela é teatral também, então isso vai estar presente no livro com certeza, a estrutura, a organização dos textos, eu estou sempre pensando nas cenas.

Holofote Virtual: Nesse momento Zélia, como está a tua atuação na universidade, o que você está desenvolvendo?

Zélia Amador de Deus: nesse momento estou implantando e coordenando uma assessoria da administração atual. É a Assessoria da Diversidade e Inclusão Social. A universidade hoje é diferente da universidade de alguns anos atrás. A partir das cotas para negros, a UFPA vivencia a presença de homens e mulheres negros. Estes não são mais as “exceções” que fogem a regra. Antes a regra geral era a ausência, hoje a universidade foi além das cotas para negras e negros e teve muitos avanços.

Holofote Virtual: Você poderia nos falar mais sobre esta extensão das cotas?

Zélia Amador de Deus: As cotas para negros, negras e pessoas pobres, que é cota de classe também, já estão previstas no Projeto de Lei, mas a universidade hoje possui uns projetos especiais para ampliar essa diversidade, então ela tem reserva de vagas para indígenas e quilombolas, ela tem educação no campo, que ela recebe camponeses, ela tem o etno desenvolvimento, porque além de receber o indígena e o quilombola, ela recebe também os ribeirinhos.

Zélia posando para a imprensa
Foto: Holofote Virtual/Luciana Medeiros
Holofote Virtual: Há também a esfera internacional, que traz uma conexão com Cabo Verde, não é isso? Há muitos alunos cabo-verdianos dentro da universidade. 

Zélia Amador de Deus: Essa esfera internacional ela sempre teve, mas é verdade que só não fazia com os países africanos, o que de um determinado momento, por pressão do grupo de estudos afro-amazônicos, a universidade criou a casa Brasil África, que é um local que faz esta conexão com o continente africano, e não só com o continente africano, mas também com a diáspora no continente americano. O Brasil é resultado disso, a presença negra e africana aqui em nosso país é resultado dessa diáspora africana no continente americano.

Holofote Virtual: Como funciona a assessoria que você está agora empenhada em desenvolver na UFPA e que relevância isso traz à sociedade?

Zélia Amador de Deus: Então, como eu dizia, eu trabalho, e estou montando a Assessoria da Diversidade Social e Inclusão Social, para atender de alguma forma as demandas dos grupos que historicamente estavam de fora da universidade. Essa é a minha militância, lutar contra o racismo, então funciona em você trazer grupos que estavam historicamente fora da academia, para dentro da academia. 

E isso é importante, não apenas para pessoa que vem para a universidade e que tem a oportunidade de ter um diploma de nível superior, isso é pouco. Isso é importante para os grupos na sociedade, e muito mais importante para a universidade, que amplia o seu horizonte de conhecimento, pois ela vai ter conhecimento produzido a partir de diversas cosmovisões, de diversas leituras de mundo e realidade. Assim, a universidade amplia as suas linhas epistemológicas, tu vais trazer pra cena, Epistemes que estavam à margem.     

Holofote Virtual: E fazendo um paralelo com a feira do livro este ano me parece que tem uma proposta próxima a isso, essa questão das multivozes, estou certa? 

Zélia Amador de Deus: É isso que a feira está tentando fazer...  e eu acho importante que todas as políticas públicas que aconteçam, tenham esse viés, que é tentar alcançar a sociedade na sua diversidade, porque a sociedade é muito mais do que aquilo que ela se permite mostrar. O que é mostrado é apenas uma parte, mas isso é muito mais amplo, e o que não é mostrado é o meu trabalho em fazer com que venha à tona. Eu faço disso a minha militância e vida inteira. Eu luto para que aquilo que não é mostrado ou que é colocado por debaixo do pano, tornado invisível, aquilo que a sociedade quer esquecer, venha pra cena.

Holofote Virtual: Que maravilha, professora. Grata!

15.6.19

Festa traz teatro e batuques para salvar o Casarão

Destacadas no cartaz, as meninas do Tamboiara
Campanha “Do Chão ao Teto, Salve o Casarão Do Boneco” vai realizar a sua segunda ação no dia 22 de junho, no Insano Marina Club. Com artistas colaboradores e muito batuque, pra dançar e arrecadar o dinheiro necessário para reforma.

O Casarão do Boneco e seus habitantes iniciaram, no dia 30 de abril, a Campanha Do Chão ao Teto Salve o Casarão do Boneco”, passo inicial de uma grande caminhada que pretende arrecadar recursos para reformar parte do seu piso e do seu telhado. A campanha, programada em três ações, já realizou uma, a Mostra Cênica, no dia 31 de maio. Foi sucesso. Agora tem continuidade com Shows Musicais, festa que acontecerá no Insano Marina Club. 

A programação começará às 18 horas e será apresentada pela Drag Queen Sophia e por D’Ángela do Curió, respectivamente Pedro Olaia e Antônio do Rosário, e contará também com diversas atrações musicais, vídeo mapping e os artigos da loja Dell’arte para venda.

O primeiro show será de Mateus Moura, que nos apresentará o projeto Com Licença, trazendo cânticos ritualísticos da mata, sambas introspectivos, cocos irreverentes, rocks de baile, valsas do mar, bois de protesto, carimbós de escracho e já botando todo mundo para dançar esses diversos gêneros.

Mateus Moura traz o show "Com Licença"
Na sequência virão três bandas. A presença do tambor unido ao som das iaras encantadas da Amazônia brasileira conduzirá a dança com o Coletivo Tamboiaras, mulheres poderosas no comando dos tambores em músicas de tradição popular do norte do país. 

Depois, os filhos da rua, do tempo, da metrópole, do carimbo, dito por eles: “Aquilo que existe, não há como negar”. Toma a cena e põe pra dançar, o Carimbó Cobra Venenosa, música para romper engrenagens, para realizar a vida, o amor e a liberdade, potente poesia negra, feminina, das encantarias das matas e do caos da urbanidade.

E para a noite não parar de dançar, subirá no palco o Bando Mastodontes, um ajuntamento de artistas para fins de misturar tambores e instrumentos de corda. A banda propõe um som pulsante e ao mesmo tempo melódico, para liberar as energias do corpo e da mente. Nesta noite, com participação de Jeff Moraes, o potencial dançante é inegável.  

Bando Mastodontes
Enquanto as bandas não estiverem tocando, dançaremos pelas pick ups das empoderadas Dj’s Rapsódia e Jack Sainha, uma em cada intervalo, mas também tocarão juntas. Rapsódia virá mesclando as pérolas do rap, reggae, black music, brasilidades e o protagonismo feminino. 

Jack Sainha, trará um set especial de eletrobatuques, além das sonoridades paraenses e latinas que não podem faltar. Para acompanhar a noite e interagir com a dança, o Vj Lobo propõe vídeo-cenário e instalação virtual Corpo e Luz.

Toda a arrecadação da bilheteria será destinada à campanha de reforma do Casarão. O ingresso será, então, um investimento no Casarão do Boneco, de R$ 20,00, se for feito na hora, e de R$ 15,00 se for antecipado pela Sympla: bit.ly/SalveCdBingressos. Do Chão ao Teto, Salve o Casarão do Boneco. 

Programação 

Mateus Moura
DJ Rapsódia
Coletivo Tamboiaras
Dj Jack Sainha
Cobra Venenosa 
Dj Jack Sainha e Dj Rapsódia
Bando Mastodontes com participação de Jeff Moraes
VJ Lobo com Video Mapping ao longo da noite. 

Serviço
“Shows Musicais” da Camapnha Do Chão ao Teto Salve o Casarão do boneco. No próximo sábado, 22, a partir das 18h. Local: Insano Marina Club (R. São Boaventura, 268 - Cidade Velha). Ingressos: R$ 20,00, na hora. Antecipado R$ 15,00 (preço único) pelo Sympla: bit.ly/SalveCdBingressos. #DoChãoaoTeto #SalveoCasarãodoBoneco #CasarãodoBoneco #reformaCdB

Cabo Verde recebe o show “sem chumbo nos pés”

Naldinho Freire no show "sem chumbo nos pés"
Foto: Camila Figueredo
Depois da estreia e intercâmbio com os músicos cabo-verdianos Mario Lucio e Manuel di Candinho, em Belém, chegou a vez do show “sem chumbo nos pés” levar alguns paraenses à Cabo Verde. A comissão segue nesta terça-feira, 18, ao país africano, com o compositor paraibano Naldinho Freire. 

Além dos músicos Lucas Torres (guitarra) e Juliana Salgado (baterista), integram a comissão, o Prof. Dr. Paulo Pinto, vice-diretor do Instituto de Ciências Sociais Aplicadas da UFPA e o produtor e empresário da área musical, Na Figueredo, da Gravadora Na Music. O guitarrista e a baterista fazem com o cantautor Naldinho Freire, o lançamento do álbum “sem chumbo nos pés”, no dia 21, às 20h, na cidade de Praia, capital cabo-verdiana situada na Ilha de Santiago.

O concerto será realizado no Centro Cultural Português, tendo participação dos artistas Mario Lucio, Manuel di Candinho e do Rapper James Tha Costa, que gravou no álbum, a canção “Hoje não, nada De Tv” (Naldinho Freire/ Álvaro Maciel), cantada por Gláfira, no lançamento em Belém, no último dia 9 de maio, no Teatro Margarida Schivasappa do Centur, que contou ainda com outros artistas paraenses.

O projeto, no Pará, recebeu recursos de emenda parlamentar do Dep. Federal Edmilson Rodrigues em convênio com a UFPA, sendo coordenado pela Profª Drª Sílvia Helena – FACTUR/ EMPACTUR, o que oportunizou a vinda do violonista, pensador e escritor Mario Lucio e do guitarrista Manuel di Candinho a Belém, onde participaram de um seminário na UFPA e do Encontro Do Funaná à Guitarrada, realizado no Núcleo de Conexões Na Figueredo, nos quais houve momentos de intensa troca de experiências culturais.

Expectativas com encontros no palco e na UNICV 

Manuel di Candinho e Mário Lucio, participações em Belém.
Foto: Camila Figueredo
Em Cabo Verde, a comitiva paraense também participará de um encontro com a Reitoria da Universidade de Cabo Verde, com o objetivo de dar continuidade ao intercâmbio turístico-cultural entre o Brasil e Cabo Verde. Entre as expectativas estão não só concretização das ações em Belém, mas o fortalecimento e extensão desse intercâmbio entre o Pará e Cabo Verde.

“Estamos pensando não só na parte cultural, mas no que se refere ao lado turístico entre os dois países, focando as riquezas gastronômicas, passeios e sim, a cultura do Pará. Vamos estreitar os laços da UNICV e a UFPA, e espero que desse encontro possamos proporcionar que outras ações sejam firmadas entre as duas universidades, não só diretamente ligada à academia, mas que se possa chegar à comunidade em geral”, diz Naldinho Freire, que segue em Cabo Verde.

O músico também espera que desse momento se façam conexões musicais, a partir do encontro entre a Na Music, que lança muitos artistas paraenses, com a Lusafrica, gravadora cabo-verdiana que produz artistas importantes da África, e cuida da obra de Cesaria Évora, e da distribuição da obra da cantora Lura, entre outros. 

Lançamento em Belém teve várias participações paraenses.
Foto: Camila Figueredo
“A ideia é fazer essa conexão com a Atlantic Music Export, a AME, a feira de música que realiza um grande festival no mês de abril em Cabo Verde. Estive lá este ano com esse trabalho, ainda não era disco, e ano que vem esperemos que mais artistas paraenses possam também participar. Então, acredito que teremos grandes momentos, não só no palco”, conclui.

Naldinho Freire fará mais dois concertos em Cabo Verde. Um deles no Espaço Quintal da Música, na cidade de Praia, no dia 27, e outro na Sala de Concertos do Centro Cultural de Mindelo, na Ilha de São Vicente, no dia 30. Nas duas ocasiões, ele estará com o guitarrista Manuel di Candinho. Na Ilha de São Vicente, ele também participará, no dia 29, de uma Roda de Conversa com artistas mindelenses, no Espaço Bombu Minino Acústico, ampliando a proposta de intercâmbio cultural.