30.10.15

FICCA recebe inscrições até o dia 8 de novembro

Bragança volta a ser o centro das atenções do fazer audiovisual, de 8 a 10 de dezembro, com a realização da 2ª edição do Festival Internacional de Cinema do Caeté. As inscrições estão abertas até dia 8 de novembro, para realizadores e produtores interessados em submeter suas obras e tudo pode ser feito pelo SITE do festival na internet, alcançando centros de produção no país e no exterior. 

Criado com a intenção de estimular a produção audiovisual com a tecnologia disponível na comunidade, além de instrumentalizar esta produção em favor da conscientização das populações de baixa renda, sem acesso às criações artísticas e às produções culturais, o FICCA está recebendo inscrição de filmes documentários (acima de 60 minutos), média –metragem (entre 25 minutos e 60 minutos) e curta-metragem (até 24 minutos). Haverá ainda premiações: Prêmio IMAGEM-TEMPO (categorias: cenografia, figurino, fotografia, maquiagem - independentemente de tema, tempo e/ou categoria); Prêmio IMAGEM-MOVIMENTO (categorias: trilha sonora, montagem, roteiro, direção - independentemente de tema, tempo e/ou categoria) e Prêmio do JURI POPULAR. 

Além de filmes em competição e mostras paralelas - onde predominam estéticas e experiências inclusivas, sociais e educacionais, a programação traz também minicursos e rodas de conversas temáticas sobre questões contemporâneas de interesse, impacto, reflexão, e ação social. 

“É um espaço democrático de debate sobre sociedade e cultura. O #FICCA utiliza a cultura audiovisual contemporânea como base de diálogo, criação, consciência, e inclusão social, formação profissional e artística, e geração de renda da juventude, em estado de vulnerabilidade”, explica Francisco Weyl, o idealizador do projeto.

À beira do rio Caeté
A Pérola do Caeté, como é conhecida a cidade de Bragança, é a sede desse festival, que nasceu tímido em 2014, mas com grandes promessas de se tornar um festival pontual e relevante para a produção audiovisual brasileira. 

“Estamos mais robustos e consistentes, não há dúvida, e isso nos coloca diante de novas responsabilidades. Este festival é feito sem economia de esforços e de recursos, sem patrocínio de leis de incentivos e apoios financeiros diretos de quem quer que seja, ou seja, um festival em rede, compartilhado e colaborativo, e este é o seu segredo, a sua articulação e estrutura, mas ainda estamos a correr atrás de dinheiro mesmo, para pagar as simbólicas diárias de jurados e oficineiros, alguns dos quais a arcar com os próprios cistos o seu deslocamento, quando não a buscar apoios institucionais com tal objetivo”, ressalta Weyl.  

Festival adere à cena descentralizada do país

Longe dos grandes centros e eixos de produção cinematográfica do país o festival, além de mais charmoso, o festival se une a uma rede de iniciativas cinematográficas que cada vez mais fogem das capitais para se abrigarem em nichos interioranos no país, com forte potencial cultural que se tendem a se projetar turisticamente também, pelo cinema.

“Aqui nesta cidade há toda uma plataforma histórica cultural e artística aberta á inovação e à criatividade. Não tem quem não perceba isso, quem não se interesse em ver, quem não seja curioso, para não falar nos artigos, escritos, poemas, teses e monografias, textos diversos dispersos em redes e em escolas sobre esta vasta cultura que faz de Bragança uma cidade especial", diz Weyl, bragantino e residente em Bragança.

Adesão da escola Padre Ângelo Maria Abeni (Caratateua)
"Eu observo que ainda que timidamente a cidade começa a perceber melhor este festival, sim como você disse, que começou tímido e sem apoio do Poder Público, que hoje, pela via da secretaria de educação, vem nos dar mais apoio, mas a nossa ancora é a UFPA, claro, o ALUNO REPORTER (hoje finalista do ITAU-UNICEF), e a academia de letras do Brasil seccional Bragança, da qual somos acadêmicos imortal”, informa Weyl. 

A ideia é também descentralizar os mercados audiovisuais e abrir janelas e portas para o intercâmbio entre jovens realizadores e produtores de diversas origens e diferentes propostas de linguagens estéticas. “O FICCA inverte a lógica do mercado audiovisual, potencializando a liberdade criativa, e tecendo uma nova concepção que se constrói na Amazônia, a partir de redes solidárias, que compartilham conhecimentos, materializados em práticas artísticas e sociais, que envolvem as comunidades locais. É uma jornada cultural sem fins lucrativos”, diz Francisco Weyl. 

Viva São Benedito, o rio Caeté e o FICCA

Chegada do Santo na Cidade de Bragança
Região povoada pelos Tupinambá, Bragança é uma cidade histórica e rica em cultura. Os franceses liderados por Daniel De La Touche, foram os primeiros europeus a conhecer a região do Caeté em 8 de julho de 1613. 

Localizada no nordeste paraense é mais antiga que a capital paraense, fundada três anos depois de Belém, que data de1616. É em Bragança que se realiza a esmolação de São Benedito e a Marujada, festa conhecida turisticamente no país. 

A esmolação é uma itinerância da imagem do santo, que percorre suas áreas de praia, no litoral atlântico, seus campos e zonas urbanas, até chegar na cidade. A data do dia 8 de dezembro para abertura do FICCA não é uma escolha aleatória, pois será dia da chegada do santo em Bragança, dando início a festividade da Marujada que terá inúmeras ações até seu ápice com uma grande procissão devota a São Benedito, no dia 26 de dezembro. 

O FICCA vem, assim, contribuir em vários sentidos com a vida cultural bragantina, mas ainda há muito o que ser lapidado e se entender, de acordo com o realizador do projeto. “Bragança, numa perspectiva cultural institucional, ainda se comporta como uma cidade colonizada, que espera as demandas chegaram da capital, pautas amarradas de eventos, shows, oficinas, que aqui ancoram sem nenhum compromisso e nenhuma responsabilidade direta e de enraizamento e mesmo de médio e longos prazos, sem criação de nenhum tipo de vinculo com a cidade em si, tornando-a palco de cenas culturais e artistas”, diz Francisco Weyl.

Bragança, que já possui sua Lei de Incentivo Municipal, um avanço, sem dúvida, ainda carece de melhor política pública para a cultura, mas diga-se que não é um mal sofrido somente pelo município e se este continuar a se pautar por Belém, não terá bons exemplos. O importante agora é que o FICCA chega sua segunda edição fomentada por participantes dispostos e que acreditam numa forma compartilhada de fazer cultura. 

O FICCA é realizado pelo Jornal TRIBUNA DO SALGADO. O júri de 2015 é presidido pelo cineasta bragantino San Marcelo (PA) e traz em sua comissão Oficial o jornalista Carlos Sá-Nogueira (Cabo Verde); o realizador e crítico de cinema Sérgio Santeiro (RJ); e ainda os intelectuais, artistas e criadores paraenses Adriano Barroso (ator e realizador); Luciana Medeiros (jornalista bragantina, e que escreve este blog); Dri Trindade (fotógrafa e produtora cultural) e Francisco Weyl (criador do FICCA).

Parceiros 
Universidade Federal do Pará –Campus Bragança / Prefeitura Municipal de Bragança /Secretaria Municipal de Educação / Academia de Letras do Brasil – Seccional Bragança / Projeto Aluno Repórter – Bragança – NTE/SEDUC – Pará / Programa ‪#‎TÔNAREDE‬ / Fundação Educadora de Comunicação de Bragança

Apoio
Grafipel Magazine / Hotel Aruans Casarão / Hotel Solar do Caeté / Hotel Alternativo / Portal Conexão / Casa de África-Brasil / Pró-Reitoria de Relações Internacionais da UFPa / Universidade Federal do Pará –Campus Cametá / Instituto Federal de Tecnologia – IFPa-Bragança / Instituto Saber Ser Amazônia Ribeirinha – ISSAR / Federação Paraense de Cineclubes – PARACINE / Associação Nacional de Cinema e Audiovisual de Cabo Verde / Câmara da Ribeira Grande de Santiago - Cidade Velha, Cabo Verde.

Mais informações e inscrição:
Fone: (91) 988212419 / 996422018 / 988044991

29.10.15

Cinema Olympia recebe a terceira edição do FAB

O Festival de Audiovisual de Belém abre às 19h, nesta quinta-feira, 29, com lançamentos e novidades na tela do histórico Cinema Olympia. A programação conta com mostra Mostra Oficial, de Cinema Infanto-juvenil e Cinema Latino, e ainda a sua tradicional Mostra de Videoclipes, Videoartes, Vídeos Publicitários e Bate-Papo sobre Crítica de Cinema. Vai até domingo, 1º, de novembro, sempre com entrada franca. 

A abertura do FAB conta com a apresentação especial do primeiro episódio da série “Diz Aí Amazônida”, estreia do Canal Futura, com direção de Fernando Segtowick, direção de Fotografia do Thiago Pelaes e montagem do Alexandre Nogueira. 

O trabalho é resultado de entrevista com cerca de 40 jovens do Pará e do Amazonas, que falam sobre identidade pessoal e cultural, movimentos sociais e artísticos, entre outras questões relacionadas à juventude na região.  

No primeiro dia, o público vai conferir também “Fisionomia Belém”, resultado de um projeto de pesquisa sobre estética e experiência na comunicação visual, audiovisual e literária urbana da contemporaneidade de Belém do Pará, coordenado por Relivaldo Pinho, professor doutor em Antropologia, que também assina a direção. A produção é de Yasmin Pires, também responsável pela edição. Já falamos do filme aqui no blog esta semana.

Ah, e uma novidade deste ano é a Mostra de Vídeos de um minuto e experimentais, um dos primeiros passos para quem quer investir ou mesmo “testar” novas possibilidades na produção audiovisual.

Aumentou o número de inscrições 


Embora não possua mostras competitivas, este ano o FAB teve número recorde de inscrições: ao todo, foram recebidos 270 curtas metragens, 42 videoclipes, 33 videoartes, 23 vídeos minuto e experimentais, 3 vídeos publicitários e 6 críticas de cinema.


No total, foram recebidas obras de 22 estados e o Distrito Federal e, indo além, de outros seis países: República Tcheca, Portugal, Espanha, França, Inglaterra, Argentina e México, mostrando o alcance e abrangência do festival.

“O crescimento da abrangência do FAB foi surpreendente, o que mostra que vários produtores não estão interessados somente em premiação, mas em circular, em apresentar suas obras em todos os lugares possíveis. Isso fortalece não somente os festivais da Amazônia e do Brasil, mas a própria produção audiovisual contemporânea”, destaca o idealizador e coordenador geral do evento, Enderson Oliveira.

Ainda de acordo com ele, apesar de não ter premiações, o Festival concederá menções honrosas a obras que se destacaram na análise dos curadores e da comissão organizadora. Os nomes dos homenageados serão conhecidos no dia 1º de novembro, durante a cerimônia de encerramento do evento.

Mostra latina trará filmes exclusivos a Belém

Curta "Invisibles"(Colômbia)
Evidenciando a internacionalização do Festival de Audiovisual de Belém, o evento, que recebeu obras de outros países em todos os anos e realizou em 2014 a Mostra Novo Cinema Português, apresenta agora a Mostra de Cinema Latino, neste domingo, 1º de novembro.

A Mostra contará com os mexicanos Catrina (Guadalajara, 2015) e Lucha, Azteca!, (Brasil/México, 2015) e o argentino Frente Fria (Buenos Aires, 2014), exibido no Festival de Cannes este ano. Os três foram inscritos no FAB.

Como convidados, o premiadíssimo The Gift (Chile, 2013), já apresentado em 106 festivais em 34 países, o colombiano The Invisibles (2014), vencedor em festivais como os de Los Angeles e Nova York e La Solitude (México, 2014), selecionado para mostras na Europa, África e América Latina.

Por fim, a mostra traz ainda a animação argentina Yo te quiero (2014), exibida em diversos festivais mundo afora e o cubano brasileiro “Estação Bahia”, um documentário experimental de 2012, que volta a ser exibido no FAB após ser premiado na primeira edição do festival.

O FAB 2015 é uma iniciativa do empreendimento sócio-cultural CLIC e conta com o apoio da Prefeitura Municipal de Belém, através da Fundação Cultural do Município de Belém (Fumbel) e Cinema Olympia e também parcerias da Fóton Filmes, Faculdade Pan Amazônica (Fapan), Faculdade Paraense de Ensino (Fapen), Yesbil Consultoria e Marketing Digital, Açaizal, Hotel Princesa Louçã, Maycon Nunes Fotografia e Línea3 Produtora.

Serviço
De 29 de outubro a 1º de novembro, no Cinema Olympia. Entrada franca. Censura nas Mostras (exceto Mostra Infantil): 18 anos.

Mais informações: falecomfab@gmail.com

28.10.15

Livro revela perdas e danos causados pela Censura

Textos e versos suprimidos, gente presa, perseguida e torturada, temas que estão no livro “A Censura do Pará - a mordaça a partir de 1964”, que será lançado nesta quinta, 29, na livraria da Fox (Doutor Moraes 584), às 18h. O jornalista e autor Paulo Roberto Ferreira também conversou com o blog sobre o período mais sombrio da recente história do Brasil. 

O livro de Paulo Roberto Ferreira surge após a conclusão de sua dissertação de Mestrado, na Universidade de Évora, em Portugal, reavaliada pela Universidade do Estado de Santa Catarina, com o título: Avaliação da Influência da Mídia, no receptor, sobre as mudanças políticas de 1964.

“Após coletas de entrevistas com alguns jornalistas, despertei para a necessidade de aprofundar a questão da censura no Pará, que aparecia apenas de forma secundária”, diz Paulo Roberto em nota que abre o livro.

Ele pesquisou jornais da época, colheu depoimentos e fez dezenas de entrevistas que mostram como a censura afetou as artes, o sistema de ensino e a comunicação paraense. A censura no Pará foi ampla e restringiu a vida das pessoas em diversos aspectos. 

“Estava na escola que impedia que os alunos se reunissem e formassem as suas organizações estudantis, na organização sindical, já que os trabalhadores estavam proibidos de formar centrais sindicais. A ditadura restringia a vida de todos. Até os espaços urbanos foram alterados para não permitir aglomeração de pessoas”, diz Paulo Roberto Ferreira em entrevista ao Holofote Virtual.

"A Censura no Pará" traz entrevistas e depoimentos com personagens impactados pelo regime, como o dramaturgo Nazareno Tourinho, os críticos de cinema Luzia Miranda e Pedro Veriano, o publicitário Pedro Galvão, o professor e escritor João de Jesus Paes Loureiro, o compositor Paulo André Barata, o jornalista Nélio Palheta, o ator e diretor teatral Claudio Barradas, o poeta Ruy Barata, registros sobre as perseguições a jornalistas e livreiros, como Raimundo Antônio Jinkings, entre outras figuras perseguidas e vigiadas por quem estava no poder. 

No país, de forma geral, a censura passou por três fases durante a ditadura. Em um primeiro momento, de 31 de março de 1964 à publicação do Ato Institucional nº 5 (AI-5), em dezembro de 1968. Logo após a deposição de João Goulart (PTB), pequenos jornais de esquerda foram depredados.

No Pará, Paulo Roberto conta as histórias do Resistência, mas os grandes jornais do país também não foram poupados. O "Última Hora" foi cencurado diversas vezes por ser simpático a Jango, e o "Correio da Manhã", por denunciar os excessos dos militares. No livro de Paulo Roberto, as memórias se remetem ao Jornal Liberal, que subverteu a “ordem”, até onde pôde, mas acabou amordaçado, sucumbindo à Censura, e ao Dia, que também apoiava Joäo Goulart. 

Paulo Roberto Ferreira, claro, recorreu aos jornais paraenses da época, arquivados na Biblioteca Arthur Viana. “Alguns estão microfilmados, mas apenas uma parte. Ainda foi possível ter acesso ao acervo encadernado de alguns jornais, embora determinadas edições estejam muito deterioradas”, diz o autor, que também se debruçou sobre edições do jornal "Resistência", em sua coleção particular, a documentos do Arquivo Nacional, além de buscar a bibliografia sobre o tema.

A segunda fase dessa Censura coincidiu com a publicação do AI-5, em 13 de dezembro de 1968, que institucionalizou o caráter ditatorial do regime e tornou a censura implacável até o início do governo Geisel, em 1975. 

A terceira fase efetivou-se durante os governos Geisel, de 1975 a 1979, e Figueiredo, de 1979 a 1985, quando a censura tornou-se gradativamente mais leve, até o restabelecimento do regime democrático. Mas infelizmente a censura não está banida do Brasil. De acordo com o jornalista, o livro vem contribuir para esse debate em que a censura ainda hoje é exercida na imprensa, só que por outros tipos de censores. 

“Hoje a mídia sonega muita coisa de interesse do cidadão. Existe o filtro econômico, que não deixa sair nos jornais e nas emissoras aquilo que é de interesse dos anunciantes. Cada grupo publica apenas aquilo que é do seu interesse. E o direito `informação não é garantido ao cidadão”, afirma Ferreira, que também depôs na Comissão da Verdade do Sindicato dos Jornalistas.

“Essa comissão iniciou e concluiu seu trabalho muito antes da Comissão da Verdade do Estado ter sido instalada”, ressalta o autor que nos conta um pouco mais, na entrevista abaixo, sobre sua pesquisa e surpresas ao se reencontrar com diversos fatos da época.

Holofote Virtual: Além da pesquisa, você viveu a censura ao exercer sua profissão.. Quais as experiências mais fortes vividas por ti? 

Paulo Roberto Ferreira: Vivi como repórter do Resistência e do jornal O Liberal. Dois momentos foram muito fortes, um quando fui convocado para depor na Polícia Federal, logo após a apreensão da edição do Resistência nº 5, em 1979. Quem fez o interrogatório foi o próprio superintendente da PF, o delegado Sadock Reis. Em vários momentos ele tentou incluir no meu depoimento frases que eu não havia dito. Ante a minha reação, ele mandava o escrivão corrigir. 

Fui fotografado de frente e de perfil e tive que deixar minhas impressões digitais de todos os dedos. Isso assustava muito e o objetivo era intimidar mesmo. Já em 1982, eu fui levado para a PF por minha condição de gerente da gráfica que imprimia o jornal. Cheguei a ficar várias horas lá, mas contei com a assistência dos advogados da SDDH, entre eles, José Carlos Castro e Ermelinda Garcia. 

No primeiro caso não fui nem denunciado, mas no segundo eu fui enquadrado na Lei de Segurança Nacional, embora o promotor militar não tenha aceito a denúncia e o inquérito arquivado. A gráfica foi invadida pelos agente da PF com muita violência contra jornalistas, gráficos e colaboradores do jornal Resistência.  A justificativa é que imprimíamos panfletos do MLPA - Movimento pela Liberação dos Presos do Araguaia -, que incluia os padres franceses Fraçois Gouriou e Aristides Camio, além de 13 posseiros. 

Holofote Virtual: Houve surpresas pra você ao revirar este passado? 

Paulo Roberto Ferreira: Uma coisa que muito me supreendeu foi o depoimento de Walbert Monteiro, sobre a decisão da direção do Jornal do Dia, em buscar um dos líderes do movimento golpista para fazer a censura em seu material noticioso. O Jornal do Dia era o único que apoiava o presidente João Goulart, aqui no Pará. E praticamente no dia seguinte passou a apoiar os atos da ditadura.

Holofote Virtual: Este assunto está longe de se esgotar, como você memso disse no livro. Ficou muita coisa de fora que não coube abordar no livro?

Paulo Roberto Ferreira: Infelizmente eu não consegui localizar algumas pessoas que eu gostaria de ter entrevistado. Também cheguei a pensar em ampliar a pesquisa para outros estados e assim dá uma dimensão amazônica ao papel da censura. Mas chega um momento que a gente tem que encerrar e deixar para depois, se não o livro não sai. 

Holofote Virtual: Quais eram os principais mecanismos de censura sobre a imprensa e à produção cultural, também bastante perseguida na época? 

Paulo Roberto Ferreira: A principal forma de atuação da censura, em relação à mídia, era enviar comunicados com veto de nomes e temas que não deveriam ser publicados. Mas em relação ao teatro a coisa foi terrível, os grupos tinham que submeter os textos das peças ao controle de Brasília e à PF local, que avaliava a montagem, o cenário e até o figurino. A Zélia Amador de Deus, o Cláudio Barradas e o Nazareno Tourinho revelam as lutas para liberar um espetáculo. 

Holofote Virtual: Como analisas o fato de algumas pessoas irem pra rua gritar pela volta da ditadura?

Paulo Roberto Ferreira: O meu livro se propõe a contribuir com esse debate que faz com que pessoas autoritárias preguem a volta de uma ditadura para comandar os destinos do nosso País. Porém o mais triste é perceber que muita gente que nem sequer viveu aquele período também defendam esse tipo de regime político. 

A ditadura causou enormes prejuízos ao Brasil. Foi um atraso político muito grande. O que nós precisamos é consolidar a nossa jovem democracia. Enquanto não houver oportunidade para todos na saúde, educação, na cultura e outras áreas, não podemos dizer que temos um democracia plena. Da mesma forma como precisamos ver garantido o direito à informação, como um direito fundamental. O nosso compromisso como cidadãos é fortalecer e ampliar a democracia que temos e não pregar o retrocesso.

27.10.15

Miasombra recebe o Dirigível Coletivo em Brasília

731 São 12
Depois da In Bust Teatro com Bonecos é a vez de mais um grupo do Pará se apresentar na programação "Primavera do Teatro", do Território Paranoá - Eixo Cerrado Amazônico, projeto de ocupação da Funarte em Brasília, promovido pelo grupo Miasombra.

Em turnê pelas cinco regiões do Brasil, o Dirigível Coletivo de Teatro chega esta semana à Brasília. Além da encenação de dois espetáculos, o coletivo paraense também promove um debate sobre a experiência de produção e gestão de espaço cultural, faz contação de história e apresenta ainda uma performance.

"Migração", projeto de circulação do grupo, contemplado com o Prêmio Funarte de Teatro Myriam Muniz, concedido pelo Ministério da Cultura (MinC) e Fundação Nacional de Artes (Funarte), foi lançado em Belém (PA), e já passou por Salvador (BA), Uberlândia (MG), Florianópolis (SC), chegando esta semana a Brasília (DF) e ainda segue depois para Rio Branco (AC), encerrando o ciclo.

As apresentações em Brasília contam com a parceria do Grupo Liquidificador e unem-se à programação “Primavera do Teatro”, uma realização da Ocupação Território Paranoá Eixo Cerrado Amazônico, que tem como foco integrar artistas e projetos criados nas regiões Norte e Centro-Oeste do país. 

As apresentações iniciam nesta quarta-feira (28), às 9h30 com a contação de história “Frida Clown”, no Teatro Funarte Plínio Marcos, e segue até 1º  de novembro, encerrando com "O Pequeno Grande Aviador". Ainda nesta quarta-feira, o Dirigivel faz uma imersão na cena cultural local para dialogar com artistas da cidade sobre a gestão de espaços culturais e produção. O debate será às 15h, também no Teatro Funarte Plínio Marcos, no Complexo Cultural da Funarte.

O Pequeno Grande Aviador
Na sexta-feira, 30, o grupo mostra o espetáculo “Sucata e Diamante”, às 17h, fora da Funarte, na Praça do Relógio - Taguatinga DF. 

No sábado, 31, apresenta a performance “731 são doze”, às 20h, no Teatro Elétrico, e no domingo, 1º de novembro, o coletivo volta a apresentar no Teatro Plínio Marcos, apresentando o seu primeiro espetáculo “O pequeno grande aviador e o planeta do invisível”, às 17h.

Sobre o grupo - Criado em 2011, O Dirigível está sediado na cidade de Belém (PA). Reunindo artistas de diferentes áreas de atuação, vem produzindo  espetáculos cênicos a partir da pesquisa e experimentação artística entre diferentes linguagens (teatro, literatura, dança, música, vídeo e artes plásticas). 

A Casa Dirigível, sede do grupo e espaço cultural independente, desde 2013 tem se consolidado na cena cultural da cidade de Belém a partir do desenvolvimento de projetos de diversas linguagens junto aos artistas da região, do Brasil e do mundo. Destinado à pesquisa, formação, ao intercâmbio e residência artística e estímulo à criação, o espaço promove apresentações de espetáculos, shows, oficinas, exposições, entre outras atividades artístico-pedagógicas, promovendo assim uma política cultural de alcance nacional e internacional.

Espetáculos

O pequeno grande aviador e o planeta do invisível
(Espetáculo de caixa cênica/60 minutos)
Classificação: Livre
Dramaturgia: Ives de Oliveira
Direção: Ana Marceliano

O espetáculo é livremente inspirado na obra de Saint Exupéry, “O Pequeno Príncipe”. Acompanhando a história do aviador que cai no deserto e encontra uma criança, o público vive uma experiência teatral que atravessa a dramaturgia pessoal dos atores e a realidade fantástica do livro. Num jogo de faz de conta, os atores brincam com o figurino e com a cenografia, que é composta de seis cubos brancos e um cordão de luzes, transformando-os em avião, estrelas, planetas e o que mais for necessário para despertar a ludicidade em cada um. A encenação traz o diálogo entre teatro, música, vídeo e dança. Sem coxias e nem panadas, toda técnica e mecanismo de funcionamento do espetáculo é executada em cena. 

Sucata & Diamante
(Espetáculo de rua/50 minutos)
Classificação: Livre
Dramaturgia: Maycon Douglas
Direção: Enoque Paulino

Livremente inspirado no conto mais famoso de Mil e uma Noites: “Aladim e a Lâmpada Maravilhosa”, esse espetáculo é montado na rua com sucatas. Ao som do technobrega e do funk, a história se passa num programa de rádio comunitária de uma periferia, que convida o público a conhecer a vida de um garoto pobre chamado Aladim que encontra dentro da criminalidade a possibilidade de realizar todos os seus sonhos. Fruto de uma pesquisa na comunidade do Jurunas (bairro de Belém, reconhecido por seus altos índices de periculosidade), o espetáculo é conta de maneira mágica e divertida a vida desse menino que, misteriosamente, ficou rico da noite para o dia, fazendo uma reflexão sobre a marginalização de jovens e a integração do indivíduo na sociedade. 

731 são doze
(Performance para espaços não convencionais/ cerca de 150 min.)
Classificação: Não recomendada para menores de 18 anos
Direção: Luciano Lira

Na procura por elos que enaltecem a ligação afetiva entre espectador e obra, a performance não se apoia em uma dramaturgia e na interpretação de um personagem. Guiados pela acepção de navegar e do conceito filosófico do devir, percorre-se a poesia de Fernando Pessoa e seus heterônimos a fim de criar uma relação com o espectador, sujeito atuante e não passivo, para que se desenrole o enlace. Estando em interação com a obra, as pessoas caminham por cada cômodo da casa (salas, corredor, quarto, cozinha e banheiros) e em cada canto, uma provocação que desperta memórias, histórias e sentimentos. A montagem envolve teatro, dança, fotografia, artes plásticas, música e vídeo. 731 é o número da Casa Dirigível, sede e espaço cultural do grupo, e DOZE é uma referência aos 12 integrantes do coletivo, presentes na edificação do espaço.

Programação em Brasília

CONTAÇÃO DE HISTÓRIA - Frida Clown
Quarta-feira, 28/10, às 9h30, no Teatro Funarte Plínio Marcos
Grátis

BATE-PAPO: 28/10, às 15h, no Teatro Funarte Plínio Marcos . End.: Complexo Cultural Funarte – Eixo Monumental setor de Divulgação Cultural (entre a Torre de TV e o Centro de Convenções).

Sucata & Diamante
Sexta-feira, 30/10, às 17h
na Praça do Relógio-Taguatinga
Grátis

O pequeno grande aviador e o planeta do invisível
Domingo, 01/11, às 17h
no Teatro Plínio Marcos (Complexo Cultural
Funarte – Eixo Monumental setor de Divulgação Cultural
(entre a Torre de TV e o Centro de Convenções)
Ingressos: R$ 10 (R$ 5 meia)

PERFORMANCE - 731 são doze
Sábado, 31/10, às 20h
no Teatro Elétrico - QE 19 Conjunto F casa 8 - Guará II DF

Mais informações

26.10.15

Doc desvela as imagens contemporâneas de Belém

Difundida imageticamente por sua arquitetura histórica, de influência europeia ou por sua geografia ribierinha, a capital paraense ganha novo recorte em "Fisionomia Belém", documentário que abre nesta quinta-feira, 29, o Festival de Audiovisual de Belém 2015, a partir das 19h, no Cinema Olympia.

“Belém não é feita pra morar onde Belém está. Belém é um enxerto lusitano plantado num lugar quente pra dedéu, absolutamente de costas pras áreas de escoamento de vento. Historicamente os portugueses não queriam ter contato com o rio, não se sabe o porquê, por uma saudade imensa de onde eles vieram, por um sentimento, talvez, de extrema dor de estar num território longe de onde eles realmente queriam estar. E até hoje a gente não entendeu o que é estar morando aqui. 

O que seria isso, qual seria essa linha, qual seriam esses caminhos (...) A gente não entendeu como é que a Amazônia funciona. Como é que nós estamos funcionando na Amazônia? Nós estamos rodando no sistema errado, é essa a impressão que eu tenho todos os dias, eu fico atônito em como as pessoas não percebem isso, elas estão dando de cara o tempo todo nisso e, como você diz, estamos aqui um teatro, o palco está lançado, estamos atuando e nós ainda não descobrimos que o roteiro todo tá errado” (sic). 

As reflexões – desabafos? – do jornalista e músico Lázaro Magalhães que iniciam este texto podem causar espanto e incômodo em muitas pessoas. Para muitas outras, no entanto, a possibilidade de compreendê-las como pontos de partida para discussões e compreensões mais amplas é o que talvez incite a tentar ver outra região, ou outras Belém do Pará.

Tais problemas evidenciados – e evidentes – na capital paraense e as relações com seus moradores são um dos pontos centrais no documentário Fisionomia Belém, que será lançado no primeiro dia do Festival de Audiovisual de Belém, o FAB 2015.

Com direção de Relivaldo Pinho e Yasmin Pires, o filme mostra uma "outra Belém": contemporânea, talvez pós-moderna, bem mais "real" e (re)conhecida por sua população, e não somente apresentada através do ufanismo e imediatismo turístico e midiático que, por vezes, a simboliza. Veja o TRAILER.

Projeto inicia em grupo de pesquisa

O documentário começou a ser produzido em 2014, durante as atividades do grupo de pesquisa “Comunicação, Antropologia e Filosofia”, coordenado por Pinho, que é professor e doutor em Antropologia. 

Nas pesquisas, que resultaram ainda em um grande acervo de imagens disponibilizado no site do PROJETO, teve destaque a observação de ruas, avenidas, espaços, propagandas e linguagens artísticas que singularizam e comunicam tais processos, mas que por vezes parecem estar despercebidos ou (ainda?) ignorados por certa preferência em incensar a repetição de determinadas fórmulas e imagens.

O projeto partia da ideia central de que Belém do Pará, em seus prédios, lojas, vitrines, avenidas, muitas vezes possui as marcas de um passado que, entrelaçado com o presente, revela uma realidade submersa, ou próxima demais e instigante. 

Tal choque – ou diálogo – resulta, e ao mesmo tempo é resultado, de novas reconfigurações do espaço urbano na contemporaneidade, que obviamente também ocorrem na Amazônia, ainda que, representações imagéticas e culturais insistam em associações a uma supremacia da paisagem verde, a um folclore inigualável e produções culturais tomadas como exóticas pelo resto do país. Contudo, o que se nota vai bem além: uma realidade em movimento, fluida, problemática e complexa, que incita e, ao mesmo tempo, comunica transformações na fisionomia da cidade.

Tais mudanças, ou mesmo sua miscelânea, são potencializadas em Belém, já que “a Amazônia vive vários tempos”, seja o mítico, o moderno, o pós-moderno, como destacou o professor Ernani Chaves. Uma cidade heterotópica emerge então, o que também está presente não somente na produção publicitária, mas também nas artes.

Deste modo, a chamada “metrópole da Amazônia” pode ser analisada e compreendida através de registros materiais e imagéticos, como fotografias, sejam as mais corriqueiras (nem por isso menos atentas) ou artísticas, mas também outros produtos estéticos, como filmes, pinturas, intervenções, livros, videoclipes e canções.

“As imagens do projeto, e o próprio filme, procuram representar uma contemporaneidade ignorada por um cotidiano que impossibilita uma reorientação do olhar, incapaz de perceber a cidade sob as várias existências imagéticas e temporais, sobre um espaço que se modifica que abandona certas vivências e incorpora outras, na qual ruínas e novos edifícios coexistem, uma metrópole veloz, mas, que ainda caminha, repleta de imagens que cintilam e de rostos anônimos”, explica Relivaldo Pinho.

Autores de uma 'outra' Belém

Além de imagens da cidade, no documentário terão relevo as entrevistas com pessoas que comunicam de algum modo, percebem e interpretam as modificações pelas quais passa a cidade. 

Neste sentido, em sua produção foram feitas cinco entrevistas: com Edyr Augusto, jornalista, radialista, redator publicitário, autor peças de teatro e livros como Os Éguas (1988), Moscow (2001), Casa de caba (2004), Selva Concreta (2007) e Um sol para cada um (2008); Ernani Chaves, pós-doutor em Filosofia e professor na Universidade Federal do Pará; Fernando Segotwick, roteirista e diretor; Eder Oliveira, graduado em Educação Artística – Artes Plásticas pela Universidade Federal do Pará e “pintor por ofício” desde 2004; e Lázaro Magalhães, jornalista e músico, um dos fundadores da banda paraense Cravo Carbono.

Yasmin Pires afirma que “O documentário é importante para que haja uma quebra nessa construção amplamente difundida pela mídia sobre o que é Belém ou a Amazônia. Belém deve ser entendida como um espaço urbano cuja construção é permeada por experiências contemporâneas que transcendem o achatamento de uma realidade representada pelo dançar carimbó, ir ao Ver-o-Peso, tomar açaí etc.”, finaliza.

O vasto acervo de imagens, textos e informações do projeto está disponível no BLOG. É possível acompanhar outras informações ter acesso a notícias pela página no FACEBOOK e pelo perfil no TWITTER.

Os diretores - Relivaldo Pinho é Doutor em Ciências Sociais (Antropologia) pela Universidade Federal do Pará (UFPA). É autor dos livros "Antropologia e filosofia: experiência e estética na literatura e no cinema da Amazônia" (ed.ufpa, 2015; “Mito e modernidade na 'Trilogia amazônica', de João de Jesus Paes Loureiro” (NAEA/UFPA, 2003"Amazônia, cidade e cinema em 'Um dia qualquer' e 'Ver-o-Peso': ensaio'" (IAP, 2012), e organizador do livro “Cinema na Amazônia: textos sobre exibição, produção e filmes” (CNPq, 2004) É autor do capítulo "Clifford Geertz (1926-2006)", do livro "Os antropólogos: clássicos das ciências sociais." (Vozes; PUC-RIO, 2015).

Já Yasmin Pires é formada em Comunicação Social pela Universidade da Amazônia (UNAMA) e graduanda em Cinema e Audiovisual pela Universidade Federal do Pará (UFPA). Trabalhou nos videoclipes “Eu Quero Cerveja”, de Félix Robatto, “Oswald Canibal”,  de Henry Burnett, e “ Redenção”, da banda Álibi de Orfeu. A captação de imagens e edição do documentário ficou sob responsabilidade da Fóton Filmes.

FAB - De 29 de outubro a 1º de novembro, o Cinema Olympia sediará a terceira edição do Festival de Audiovisual de Belém, o FAB 2015. Todas as atividades do festival terão entrada gratuita. Nas mostras de vídeos, a censura é 18 anos. Antes do início do festival, nos dias 27 e 28 será realizado o Seminário de Audiovisual de Belém (SAB).

Iniciativa do empreendimento sócio-cultural CLIC, o festival conta com o apoio da Prefeitura Municipal de Belém, através da Fundação Cultural do Município de Belém (Fumbel) e Cinema Olympia, além das parcerias da Fóton Filmes, Faculdade Pan Amazônica (Fapan), Faculdade Paraense de Ensino (Fapen), Yesbil Consultoria e Marketing Digital, Açaizal, Hotel Princesa Louçã, Maycon Nunes Fotografia e Línea3 Produtora.

Serviço
Lançamento do filme Fisionomia Belém (2015), de Relivaldo Pinho e Yasmin Pires. Nesta quinta-feira, 29, às 19h, durante a abertura do Festival de Audiovisual de Belém 2015. Cinema Olympia – avenida Presidente Vargas, 918, Campina, Belém. Entrada Franca. Veja a PROGRAMAÇÃO completa. Acesse o site e siga o facebook)

25.10.15

"Profano" é realidade e ficção no Círio de Nazaré

Fonte inesgotável para a (re) criação e pesquisa, o Círio de Nazaré é tema de filme, realizado nos dias de efervescência da maior festa religiosa do povo paraense, em 2012. A estreia é nesta segunda de Recírio (26), às 19h, no Líbero Luxardo. Entrada franca. 

O roteirista e diretor do filme, o ator Emerson Almeida, explica que “Profano” foi uma grande empreitada para ele e para o grupo Ultramundanos que realizou o filme em parceria com outro coletivo, o Face-B Filmes. 

“Queríamos fazer algo diferente, já que trabalhamos com comédia. A carga dramática do filme foi o nosso maior desafio. O média-metragem tem cerca de 40 minutos de duração e mescla registros da movimentação cultural em Belém nos dias que antecedem o Círio e na grande procissão junto com cenas fictícias.   

Além de Emerson Almeida, os atores Dheyvyth Guylhermeth, Neuton Filho, Alexandre Nogueira e a atriz Thatiana Rabelo, entre outros, compõem o elenco do filme. Para eles, o objetivo da obra é abordar temas e histórias que passeiam por cenários e personagens presentes no período do Círio, sobretudo nas horas que antecedem a saída da berlinda em encontro com os fies. 

“A intenção é registrar a fé nos semblantes das pessoas; mostrar um pouco dos cortejos e das festas ‘profanas’ do cotidiano dessa grande celebração religiosa que é o Círio”, enfatiza o diretor. 

Em relação as dificuldades de fundir ficção e registro documental, de acordo com o grupo, durante o processo da produção não foi estabelecido o que seria ficção e o que seria documentário. “Muita coisa acontecia ao mesmo tempo e tínhamos que agir rápido para não perdermos os inserts e detalhes. Com isso, o grupo, formado por sete pessoas, estava sempre junto para dar apoio e segurança.

Usamos apenas uma câmera, um microfone boom e muitos cards. Nas cenas com os atores mantínhamos a distancia para alcançar o máximo de realismo necessário para as cenas. O distanciamento também serviu para que os transeuntes e as pessoas ao redor das gravações não ficassem inibidas ou muito agitadas com a presença dos equipamentos de gravação”, revela Dheyvyth Guylhermeth, responsável pelo casting de “Profano”.

Em uma das cenas que retrata a festa da Chiquita, gravada atrás do Teatro da Paz, os atores contaram com o apoio de uma pessoa do público: Luciana Beatriz que fez par romântico com um dos personagens de “Profano”. “Ela não é atriz, mas se portou como tal. O povo parou para ver a gravação desta cena. Fizemos vários detalhes para deixar um tanto real”, diz Emerson.

Outra cena que também chamou atenção das pessoas foi na passagem da berlinda, já na manhã da grande procissão. Nela o protagonista de ‘Profano’ simula que está passando mal e é socorrido por vários fieis, que nem percebem se tratar de uma gravação, até mesmo pela distância dos atores em relação à câmera. O registro de um desses atos de solidariedade com o próximo não foi cortado. É o momento no qual um pai deixa a sua família para ajudar o ator a ficar de pé.

“Profano” levou quatro meses para ser editado e estava previsto para ser lançado em 2013, porém, para os integrantes de Ultramundanos, ainda faltava mais alguma coisa. “Não estávamos satisfeitos e tínhamos outros trabalhos no momento. Queríamos lançar em festival, porém, o filme acabou ficando em segundo plano. Agora, 2015 é o momento lançarmos para o público que pode esperar muita identificação com a obra, já que o filme é muito mais do que apenas mostrar o lado profano do Círio”, conta Dheyvyth Guylhermeth.

Apesar de terem produzido “Profano”, e outros filmes, sem nenhum apoio financeiro, os atores de Ultramundanos acreditam que deveria ter mais investimento no trabalho dos grupos de cinema independentes locais.

“Quando o assunto é levar sua cultura aos outros, muitos coletivos passam pelas mesmas dificuldades pelas quais passamos ao produzir uma obra como este filme. Muitos empresários não valorizam o potencial dos movimentos culturais regionais. Quem geralmente dá valor às nossas obras são pessoas de fora do estado. Belém é uma cidade muito linda, o Pará têm muito mais riquezas que outros estados brasileiros, mas infelizmente muitos paraenses não reconhecem ou o zelam”, desabafa Emerson.

O coletivo pretende veicular “Profano” em outros municípios paraenses. Para isto 
o grupo já está fazendo parcerias. “Ainda não teve exibição em Ananindeua, por exemplo, mas esta cidade e outras mais próximas da capital, podem se preparar para a chegada do filme em suas salas de cinema. Não estamos esperando por nenhum edital, ao contrário, todo o esforço à difusão e escoamento da obra é uma força tarefa do próprio coletivo e assim esperamos transmitir a nossa mensagem”, afirma Emerson Almdeida.

Serviço
Exibição do filme “Profano”. Dia 26/10, segunda-feira (Recírio), às 19h, no Cine Líbero Luxardo (Av. Gentil Bittencourt, 650, Nazaré).

23.10.15

Mostra do Fête du Cinéma d’Animation em Belém

Na semana que vem, vamos comemorar o Dia Internacional da Animação, com mostra internacional. O Fête du Cinéma d’Animation é uma iniciativa da Associação Francesa de Cinema de Animação (AFCA), coordenada no Brasil pela Cinemateca da Embaixada da França, com realização da Aliança Francesa de Belém,  em parceria com o Centro Cultural Sesc Boulevard. A exibição é na quarta-feira, 28, a partir das 18h, com entrada franca.

O evento, que é realizado todos os anos simultaneamente em cem cidades na França e em mais trinta países, será realizado pela segunda na capital paraense. Conhecidas pela qualidade e premiações em festivais internacionais de cinema, as animações francesas têm percorrido o mundo encantando diversos públicos. O festival surge com foco na sensibilização do público à produção cinematográfica de animação francesa.  

A data escolhida para a festividade remete à primeira projeção de um filme de animação em público, quando o professor francês Émile Reynaud projetou “Pauvre Pierrot”, no Musée Grévin em Paris, em 28 de outubro de 1892.

A sessão conta com a apresentação de seis curtas franceses dublados em português. O primeiro deles, “Cul de bouteille” ou “Fundo de Garrafa” (2010), de Jean-Claude Rozec, narra a história de Arnaud, que recebe a terrível notícia de ter miopia grave. O garoto, que agora precisa usar uma armação de óculos com lentes tão densas que parecem um fundo de garrafa, prefere o mundo pouco claro da sua miopia povoado pela sua imaginação.

Já o curta de Stéphane Aubier e Vincent Patar, “La Bûche de noël” ou “O Tronco de Natal” (2013), retrata o drama de Índio e Caubói, que mesmo animados com o Natal, acabam sendo culpados pelo cancelamento dos presentes do Papai Noel, quando destruíram o Tronco de Natal no qual Cavalo estava dando os últimos retoques.

Em “Les Trois Inventeurs” ou “Os Três Inventores” (1980), de Michel Ocelot, a história de três inventores de belas máquinas é contada. Entretanto, quando as criações são apresentadas ao público, os criadores são taxados de bruxos.

Indicado como O Melhor Curta em Animação no Oscar de 2011, “Madagascar, carnet de Voyage” ou “Madagascar, diário de viagem” (2009), de Bastien Dubois, traz vida ao diário de viagem de um viajante europeu. A história mostra as exuberantes paisagens de Madagascar.

Da caverna de Platão a Harry Potter, passando por King Kong e os efeitos especiais, ”Une petite histoire de l'image animée” ou “Uma Pequena História da Imagem Animada”  (2006), de Joris Clerté, apresenta a história da animação com um olhar bem humorado.

“La Traversée de l'Atlantique à la rame” ou “A Travessia do Atlântico em um barco a remo” (1978), de Jean-François Laguionie, descreve a história de dois viajantes que, inicialmente, queriam apenas atravessar o Atlântico em um barco a remo, uma exploração como qualquer outra... Mas certas viagens duram toda uma existência. A vida a dois em um espaço reduzido não é fácil e as aparências se revelam. A produção ganhou a Palma de Ouro do Curta-Metragem no Festival de Cannes de 1978.

Serviço
Fête du Cinéma d’Animation 2015. Na quarta-feira, 28, às 18h. Local: Sesc Boulevard (Boulevard Castilhos França, 522). Contatos: (91) 3224-5305 / 3224-5654. Entrada franca.

Obra remonta as histórias sobre a censura no Pará

De autoria do jornalista e professor Paulo Roberto Ferreira, o livro “A Censura no Pará – A mordaça a partir de 1964” será lançado no Dia Nacional do Livro, na próxima quinta-feira, 29, na livraria da Fox. 

A obra, editada pela Paka-Tatu, é um trabalho de pesquisa que utilizou os jornais da época, depoimentos e dezenas de entrevistas inéditas com pessoas que viveram e vivem as tensões provocadas pelo cerceamento da liberdade de expressão, nas áreas da educação, das artes e da comunicação. 

Dividido em sete partes, com projeto gráfico do jornalista e publicitário Sérgio Bastos, o livro traz em suas 200 páginas histórias coletadas em diversas fontes. O autor mostra também as restrições ao teatro, à música, à literatura e ao cinema, antes e durante os anos de chumbo.

A professora Karina Janz Woitowicz, da Universidade de Ponta Grossa (PR), considera o trabalho de Paulo Ferreira como uma importante contribuição às áreas da Comunicação e da História, na medida em que remonta a situações, personagens e tensões presentes no período da ditadura militar, que deixou marcas na recente história brasileira.

“Ao longo das páginas, o jornalista reconstitui o cenário da imprensa e desvenda os posicionamentos políticos que orientavam a atuação da mídia. Para tanto, utiliza de ampla pesquisa em acervos históricos de jornais, bem como lança mão de dezenas de depoimentos inéditos de pessoas que (sobre)viveram a ditadura e relatam suas experiências nos campos da educação, das artes e da comunicação”, diz Woitowicz, no prefácio da obra. 

O autor - Paulo Ferreira tem uma experiência de 40 anos no jornalismo. Atuou na imprensa alternativa e na grande mídia, é mestre em Ciências da Educação pela Universidade de Évora, em Portugal; professor universitário e pesquisador de história da mídia.  Publicou diversos artigos acadêmicos e integra a coletânea Recortes da Mídia alternativa, editado pela Universidade Federal de Ponta Grossa (PR); é coautor do livro O homem que tentou domar o Amazonas – biografia do cientista Felisberto Camargo, polêmico, ousado e futurista.

Serviço
Título da obra: A censura no Pará – a mordaça a partir de 1964. Data de lançamento: 29 de outubro de 2015. Hora: a partir das 18 horas. Local: livraria Fox Belém – Trav. Dr. Moraes, 584 – Batista Campos.

21.10.15

Pedro Vianna lança a quarta coletânea de poemas

"Identidade Solar" sai com tiragem inicial de 1000 exemplares, pela Editora Resistência. O lançamento é nesta quinta, 22, na Livraria da Fox, com entrada franca.

Trazendo a intertextualidade como experimentação poética, Identidade Solar  reúne poemas que dialogam explicitamente com a obra de outros autores paraenses, e alguns são dedicados a escritores como Age de Carvalho, Vicente Cecim, Benedito Nunes, Max Martins e Mário Faustino.

"Identidade Solar" começou a ser escrito em 2010, a partir da Bolsa de Pesquisa, Experimentação e Criação em Literatura do (extinto) Instituto de Artes do Pará, quando teve sua primeira versão, mas só agora, passando por novos tratamentos chegou à versão final que o autor agora apresenta ao público. 

Para Pedro, esse processo é natural. "O texto deve ser deixado de lado um pouco, pra esfriar mesmo; assim é possível um certo distanciamento para que a leitura seja possível, e a partir dela novas possibilidades surjam", diz.

Para o poeta e performer carioca Márcio André, que assina o prefácio da obra, "Pedro Vi­ana é um adepto dessa tradição que aprimora e impulsiona o que poderíamos chamar da poesia em 3D. Esta que não é con­struída somente com o aspecto bidimensional da palavra, bus­cando se desenvolver através de múltiplas dimensões e mantendo a linearidade narrativa como apenas um de seus 'volumes' de leitura."

Já de acordo com o poeta e filósofo brasileiro Herbert Emanuel, "Vianna é um poeta que tem a consciência de que o poema é duro artefato. É coisa - res - em que se abre e se transforma o caos da vida ordinária, a matéria do existir, em existência poética, que vibra/ como uma /segunda vida.", escreveu.

Sobre o autor - Também músico e produtor cultural, nascido em Belém do Pará, Pedro Vianna publicou os primeiros poemas em 2003, na coletânea "Esses Poetas", organizada pela  Universidade Federal do Pará. 

No mesmo ano lançou seu primeiro livro de poemas intitulado "Realidade Experimental" (Edição do Autor). Em 2007, publicou o livro-poema "Itinerário Interno" (Edição do Autor). 

Em 2008 recebeu o Prêmio de Poesia da Fundação Ipiranga com o livro "Sementes da Revolta" (Fundação Ipiranga)  e em 2010 foi contemplado com a Bolsa de Pesquisa e Experimentação  em Literatura do Instituto de Artes do Pará, com o projeto de livro Identidade Solar.  Em 2014 foi novamente bolsista do IAP com o projeto de tradução dos poemas do poeta norte americano Robert Stock, que resultou no livro "Poesia de Robert Stock", e que será lançado pela Editora Resistência, ainda em 2015.

Pedro Vianna também possui poemas, contos e artigos publicados nas revistas Bravo!, Cult, Polichinello e PZZ , entre outras. É idealizador e coordenador do Prêmio de Poesia Belém do Grão Pará desde 2012.

Serviço
Lançamento do livro "Identidade Solar" (Editora Resistência), de Pedro Vianna. Nesta quinta-feira, 22, das 18h30 às 21h, na Livraria da Fox -  Travessa Doutor Moraes, 584, no bairro de Nazaré. Apoio da Rede Cultura de Comunicação. Entrada franca.

Teatro de forma animada na ocupação da Funarte

Pinóquio, do In Bust Teatro com Bonecos
O In Bust Teatro com Bonecos faz quatro apresentações no Teatro Plínio Marcos, que também recebe exposições de bonceos de Aline Chavez e Maurício Franco, além da oficina de teatro de sombras, com Márcia Lima. Tudo na Ocupação Território Paranoá – Eixo Cerrado Amazônico, na Funarte, em Brasília.

Expoente na linguagem do teatro de forma animadas na região Norte do Brasil, o In Bust Teatro com Bonecos (PA) retorna ao Território Paranoá – Eixo Cerrado Amazônico, onde já esteve em julho, na Semana Paraense de Cultura, apresentando “Fio de Pão”, “Curupira” e Sirênios”. De volta ao Teatro Plínio Marcos, agora em outubro, eles trazem mais três espetáculos, todos inéditos na cidade.

Nesta quinta-feira, 22, apresentam “Os 12 Trabalhos de Hércules”, em sessão especial, às 15h30, que contará com a participação de 330 alunos de escolas públicas de Brasília. O espetáculo também será apresentado na sexta-feira, 23, às 19h, ao público em geral. No sábado, 24, a in Bust traz mostra “Pinóquio”, às 17h, e no domingo, encerra sua temporada no Território Paranoá, com “O Conto que eu Vim Contar”, também às 17h.

O grupo, formado por Adriana Curz, Aníbal Pacha, Paulo Ricardo Nascimento e Cristina Costa, tem uma trajetória de 20 anos, sem interrupções e de constante atividade no país. Já percorreu mais de uma centena de cidades em todas as regiões. Por 10 anos, realizou, junto com a TV Cultural do Pará, o programa infantil "Catalendas", que ainda hoje é exibido da grade da TV Brasil.

Oficina trabalha o teatro de sombras

À Sombra de Dom Quixote, do Miasombra
De 21 a 25 de outubro, o Território Paranoá – Eixo Cerrado Amazônico também recebe a oficina de “Teatro Sombras Arte e Educação”, ministrada por Márcia Lima é professora de artes, formada pela Instituição Universidade da Amazônia – UNAMA,e atriz, pelo curso técnico da Escola de Teatro e Dança de Universidade Federal do Pará – ETDUFPa. A diretora e dramaturga é integrante do Coletivo MIASOMBRA, grupo que coordena o projeto ocupação da Funarte.

A oficina Teatro de Sombras Arte e Educação explora as possibilidades de expressão na linguagem do teatro de animação através da técnica do teatro de sombras, possibilitando um contato com o fazer artístico na criação de histórias que estão guardadas dentro de cada um e as possibilidades pedagógicas deste gênero teatral.

As possibilidades com papel e sucata

E até 15 de novembro, quem for ao Teatro Plínio Marcos poderá conferir no hall de entrada do teatro uma exposição muito especial, de dois artistas expressivos nas artes cênicas e visuais paraense. Aline Chavez apresenta duas exposições: “Toadas de Papel do Boi Rulieu”, de Aline Chaves, e “O Tarô do Boneco em Poucas Lâminas”, de Maurício Franco.

Ambas as obras criadas em papel são resultado da pesquisa e experimentação visual dos dois artistas paraenses, que prestam uma singela homenagem ao teatro de formas animadas, um movimento que já tem uma tradição na cidade de Belém.

Aline mostra bonecos criados para o espetáculo “Todas de Papel do Boi Rulieu”, que une o teatro de formas animadas à magia da brincadeira do boi bumbá. Do papel nasceu toda a criação de objetos e personagens do espetáculo, que é resultado do projeto de pesquisa “Olhos de Papel de Seda”, coordenado por Aline Chaves, a partir da Bolsa de Criação, Experimentação, Pesquisa e Divulgação Artística – 2011 do Instituto de Artes do Pará.

O Tarô do Boneco em Poucas Lâminas

A exposição de Maurício Franco reúne 10 laminam de “Tarô”, obras criadas em papel e sucatas, realizadas durante uma intervenção do artista no “Casarão do Boneco”, templo do teatro de animação em Belém do Pará, sede da In Bust Teatro com Bonecos,  do qual faz parte o bonequeiro Aníbal Pacha, fonte de inspiração para Maurício Franco.

A programação faz parte da Ocupação Território Paranoá Eixo Cerrado Amazônico, projeto contemplado no edital de Ocupação do Teatro Plínio Marcos 2015. Idealizado e coordenado pelo Coletivo Miasombra, com realização da A Trama, Funarte, Ministério da cultura e Governo Federal. A programação iniciou no final do mês de julho e vai até dezembro.


PROGRAMAÇÃO

21 de outubro QUA
Primavera do Teatro
 14h.à 17h. Oficina Teatro Arte Educação - Márcia Lima (Coletivo Miasombra) (PA) (Complexo Cultural Funarte)  + informações e inscrições: miasombra.oficinas@gmail.com

22 de outubro  QUI
Primavera do Teatro
14h. à 17h. Oficina Teatro Arte Educação - Márcia Lima (Coletivo Miasombra)(PA) (Complexo Cultural Funarte)
15h30. Espetáculo “Os 12 Trabalhos de Hércules” - In Bust Teatro com Bonecos  - p/ escola  (Teatro Funarte Plínio Marcos)

23 de outubro SEX
Primavera do Teatro
14h. à 17h. Oficina Teatro Arte Educação - Márcia Lima (Coletivo Miasombra)(PA) (Complexo Cultural Funarte)

19h. Cine Paranoá: Sessão Recírio 
- Admirimiriti (Dir. Andrei Miralha) – 12”
- Nossa Senhora dos Miritis” (Dir. Andrei Miralha) – 13”
- No Movimento da Fé (Fernando Segtowixk) – 18”
- As Filhas da Chiquita”(Dir. Priscila Brasil) – 51”

20h. Espetáculo “Os 12 Trabalhos de Hércules” - In Bust Teatro com Bonecos (PA) - (Teatro Funarte Plínio Marcos) R$ 10,00 (inteira)

24 de outubro  SAB
Primavera do Teatro 
17h. Espetáculo “Pinóquio” In Bust Teatro com Bonecos (PA) (Teatro Funarte Plínio Marcos) R$ 10,00 (inteira)

Programação integrada
 15h à 03h. Festival Brasília de Cultura Popular – 10ª edição (Complexo Cultural Funarte Brasília)
+ Informação e programação completa: www.pichaim.com

25 de outubro DOM
Primavera do Teatro
17h.  Espetáculo “O Conto Que Eu Vim Contar” In Bust Teatro com Bonecos (PA) (Teatro Funarte Plínio Marcos) R$ 10,00 (inteira)

Programação integrada 
 15h à 03h. Festival Brasília de Cultura Popular – 10ª edição (Complexo Cultural Funarte Brasília)
+ Informação e programação completa: www.pichaim.com