25.2.22

Coopmap convoca sócios para assembleia geral

A Cooperativa Paraense de Música e Artes Performáticas - COOPMAP, por meio de seu presidente Milton José Athayde Monte, divulgou o edital de Assembleia Geral Ordinária (AG), que será realizada no sábado, dia 26 de março, das 14h às 17h, em formato digital, buscando reunir seus 31 sócios, que discutirão a aprovação da prestação de contas de 2021; as atualizações sobre a mudança de categoria da Coopmap; a fixação do valor anual de adesão para novos cooperados; comunicados e o que mais ocorrer.

A Cooperativa Paraense de Música e Artes Performáticas, COOPMAP, recentemente rebatizada de Cooperativa de Trabalho de Música e Artes Performáticas, foi fundada em setembro de 2017, idealizada pelo cantor e professor Milton Monte, com objetivo de reunir artistas e técnicos em atividades voltadas para a música, em suas vertentes popular e clássica, instrumental ou vocal. E as Artes Performáticas (Dança, Teatro e outras), para sua defesa sócio-econômica-cultural, proporcionando-lhes condições para o exercício de suas atividades e seu aprimoramento profissional.

A COOPMAP atua sem fins lucrativos, que tem como proposta o modelo cooperativista aplicado a cadeia produtiva da música e arte performática, e fundamenta suas ações para regulamentar o exercício profissional e atender demandas fundamentais dos agentes ligados a Música, Dança, Teatro e demais formas de expressão artística, outras respondendo a questões contratuais, tributárias e previdenciárias.

A instituição surgiu da necessidade de criar um canal de interlocução com os organismos públicos, o mercado e a sociedade, de modo a defender os interesses sociais, econômicos e políticos dos músicos, compositores, dançarinos, atores, técnicos, produtores, entre outros, e da necessidade de agregar profissionais junto á um modelo que regulamenta as relações de trabalho, fortalece os elos e organiza as categorias profissionais ligadas a cadeia produtiva da música e das artes performáticas.

A Cooperativa tem como proposta primeira, regulamentar o exercício profissional dos agentes da cadeia produtiva artística, permitindo que seus associados tenham acesso aos direitos de cidadãos em condições equivalentes a qualquer outro mercado de trabalho formalizado.  E, entre outras atribuições, incentiva o intercâmbio cultural entre seus associados e grupos, artistas ou entidades de outra localidade, através de shows, cursos, oficinas, palestras, debates, festivais e mostras de produção artística, em sua área de ação ou em lugares onde haja interesse pela produção musical cooperativada.












ASSEMBLEIA GERAL ORDINÁRIA

FORMATO: ON-LINE: Google Meet. 

Link da videochamada: AGO Coopmap 

Sábado, 26 de março 14:00 até 17:00

Link da videochamada: https://meet.google.com/xig-orgf-txd 

23.2.22

Tambores da Louvação lança o primeiro álbum

Três anos depois do primeiro show, intitulado “Mistério Nosso”, o grupo Tambores da Louvação lança na próxima sexta-feira, 25, seu álbum de estreia, “Caminho Devoto”, pela Secult/Lei Aldir Blanc, em todas as plataformas digitais de música. 

O grupo Tambores de Louvação surgiu por meio das oficinas de mesmo nome, ministradas pelo percussionista Rafael Barros, do Instituto Arraial do Pavulagem. Nas oficinas eram estudados os ritmos da Amazônia e sua relação com as festividades religiosas, unindo o som e conhecimento até mesmo histórico sobre estas manifestações populares. Com o passar do tempo, o grupo se formou e passou a se apresentar; e depois, a compor suas próprias músicas, sempre com características dos ritmos estudados. 

Rafael Barros é percussionista há mais de 20 anos, graduado em Licenciatura Plena em Música pela UFPA, desde então, pesquisa sobre a percussão paraense e amazônica, tendo ainda a percussão brasileira na sua base de formação. “Até por isso fui convidado a integrar o Arraial do Pavulagem. O Edgar Chagas me convidou primeiro para ministrar as oficinas para o cortejo, depois eles precisaram de mais uma pessoa para ensaiar o Batalhão da Estrela, e logo em seguida, veio o convite para tocar na banda”, conta. Quando entrou em 2005 para o Pavulagem, ele também já vinha da experiência com o grupo Quaderna, fundado por Allan Carvalho e Cincinato Marques.

Uma pessoa importante nessa trajetória também foi o professor Vanildo Monteiro, com quem Rafael estudou no Conservatório Carlos Gomes, no final dos anos 1990, que o estimulou a ministrar oficinas no Curro Velho. “E uma coisa que me encanta é dar aula. Daí que fui para a Licenciatura na UFPA e meu TCC foi sobre a Irmandade de Carimbó de São Benedito, de Santarém Novo, município próximo à Salinas, cuja festividade ocorre de 21 a 31 de dezembro, tendo o carimbó como ritmo principal”.

Rafael também costuma realizar a formação de seus alunos - hoje o grupo Tambores de Louvação - contando com convidados especiais, como Edson Santana, professor do candomblé, falando sobre o ritmo Kabula, fortemente atrelado à religiosidade de matriz africana; e Márcia Kambeba, que ministrou sobre música indígena.

Após cinco meses de realização da oficina “Tambores de Louvação”, em 2017, ao chegar na temática do Boi-Bumbá, surgiu a proposta de montar um grupo, pois algumas pessoas tornaram-se participantes frequentes e o repertório havia crescido. 

“Tanto que o CD é todo pautado nessas pesquisas, algo parecido com o Pavulagem, em que você tem a pesquisa, a fonte, mas também traz algo da nossa contemporaneidade; afinal, a gente não mora lá no interior de Cametá, onde ocorre o Bambaê do Rosário; não somos uma comunidade quilombola, mas tentamos reavivar isso de alguma maneira”.

Entre as canções escolhidas para colocar o Boi-Bumbá em prática na turma, foi escolhida a faixa-título do álbum “Oura”, de Allan Carvalho. “Eu fiz um vídeo do grupo cantando e tocando e mandei para ele. Claro, eu já tinha segundas intenções (risos) de trabalho, de querer tocar e ele convidou; então começamos entrar nos shows do Allan e nos apresentar juntos”. Depois houve um momento de abranger o repertório, a pandemia foi marcada por algumas lives e a busca por editais para gravar o primeiro álbum, já com cinco músicas autorais prontas para a empreitada.

Sobre o processo de composição, Rafael Barros conta que este foi de aprendizado também para ele. “A composição veio da minha parte, vou direcionando o grupo. Eu já tenho um primeiro CD chamado ‘Arvorear’, de 2008, então a composição já vem permeando meu caminho. E foi algo que veio um pouco do Pavulagem, de poder viajar até os municípios, ver essas manifestações de perto. Lembro a primeira vez que fui para Quatipuru com eles, a gente abriu a porta da van e estava rolando a Marujada. Você fica encantado, deixa de ser a pesquisa em um vídeo, no livro, para vivenciar”.

No campo da escrita, Ronaldo Silva, músico-fundador do Pavulagem ajudou a nortear o lado compositor de Rafael Barros. “Antes eu escrevia mais como poesia, só depois fui pensando mais na questão da música. E tudo eu mostrava para o Ronaldo, ele ia me orientando. ‘O lance é escrever, que vai melhorando’, ele diz. Na faixa ‘Negro Santo’, um xote baseado em Bragança, tinha uma palavra que ele me sugeeriu trocar por guardião, que dava o sentido de guarnecer. E às vezes meu processo é muito na marra mesmo, essa música era a última que tinha que colocar no disco, fiz em 40 minutos, e hoje é uma das que mais gosto do álbum”.

Boa parte das composições ainda passa pelo lapidar de outros amigos, especialmente José Maria Bezerra, que também acabou assumindo a co-direção do disco “Caminho Devoto”; e também Allan Carvalho. O instrumental abrange a diversidade das pesquisas em torno das manifestações. Ao abordar o carimbó de Santarém Novo, vieram os curimbós; depois as caixas do Marabaixo e do Marambiré de Alenquer; os pandeiros do Boi-Bumbá, instrumento usado pelo Amo, figura principal dos bois tradicionais, que o utiliza junto com o apito tanto para começar uma toada quanto para terminar; da Marujada de Bragança vieram os Tambores de Santo; e há instrumentos mais agudos, como as maracas, os caxixis, reco-recos, matracas, triângulo, ficheiro [ganzá vindo boi-bumbá] e o agogô feito de castanha-do-Pará. 

“Neste disco eu estou cantando também. Eu nunca tinha cantado e experimentei isso também, porque imaginei que ficaria mais a nossa cara do que chamar outro cantor para cantar as nossas músicas. Já que é para mostrar o grupo, vamos mostrar como ele é! Tanto que o coro de vozes também é dos participantes”, destaca Rafael Barros. 

Fazem parte do grupo: Ana Terra, André Pompeu, Beth Igreja, Celly Brabo, Cláudio Nunes, Cris Igreja, Cris Rodrigues, Laura Figueiredo, Rafael Barros, Simone Viana e Suzy. José Maria Bezerra ficou responsável pelos arranjos. 

“A gente ensaiava no estúdio mesmo e gravava. Algumas pessoas do grupo nunca tiveram uma experiência como essa”, explica o percussionista. O disco foi gravado no estúdio Apce, em 2021, um processo estendido pela pandemia, que exigia pausas e cuidados redobrados. Gravada bem antes, reunindo ainda outros participantes das oficinas “Tambores de Louvação”, a faixa “Rei Negro”, chegou a tocar na Rádio Cultura, tornando-se o primeiro single de “Caminho Devoto”.

Instagram @tambores.de.louvacao

Facebook/ Tambores11 

Youtube/ Tambores de Louvação

Pré-save do disco “Caminho Devoto”: https://onerpm.link/804703400003

(Holofote Virtual, com informações da assessoria de imprensa)

19.2.22

Pintura de Righini mostra sobrado que virou ruínas

Litografia de Joseph Leone Righini
O patrimônio arquitetônico conta parte da história de uma cidade, mas além de suas características e estilos de arquitetura, também revela muito sobre a sociedade de sua época. Antes de ser erguido o prédio que já foi sede da Fumbel, e está hoje quase em ruínas, na Rua Padre Champagnat, esquina da Rua Dr. Assis (antiga Rua do Espírito Santo), no Largo da Sé, existia um sobrado azul que por uma triste coincidência desapareceu devido ao abandono de seus donos e do poder público.

Investigando sobre o processo de restauro do prédio da Fumbel, que deveria ter sido entregue à população, em 2018, isso contando com os diversos adiamentos da prefeitura de então, acabei descobrindo que o sobrado azul foi identificado pelos técnicos do IPHAN, graças a uma litografia de 1867 de Joseph Leone Righini, publicada por Conrad Wiegandt no álbum de 12 gravuras de Belém do Pará: Panorama do Pará em Doze Vistas (RIGHINI, 1867). Na obra de arte há mais três edificações na sequência, cada uma com três vãos, totalizando 20 janelas.

Os últimos moradores do Sobrado Azul foram Maria Violeta Vasconcelos Souza Filho e Ernestino Souza Filho, jornalista e advogado, proprietário da Revista A Semana. A família morava no pavimento superior e a gráfica da revista no térreo. Havia também sala de estudos e de jogos para os filhos. Antigos moradores daquela área informaram que havia outros sobrados ali, mas que este, foi o único a se manter em pé até 1960, mantendo suas características originais. No entanto, sem manutenção, abandonado pela família proprietária, após uma chuva, parte dele ruiu e logo tudo se perdeu. 

Ex-sede da Fumbel, em 2018
Foto: Cláudio Ferreira
O sobrado azul não deixou muitos vestígios. Havia ainda algumas ruínas no local quando a prefeitura de Belém recebeu o terreno como doação do Estado, concedido sob a responsabilidade da Companhia de Desenvolvimento e Administração de Belém – CODEM. 

Em 1988, graças a isso, teve início o projeto arquitetônico da atual edificação, sendo desenvolvido pelos arquitetos Paulo Chaves Fernandes e Jaime Bibas, já falecidos, além de Rosário Lima e Mariângela Melo. 

Em estilo contemporâneo, mas com elementos que remetem ao passado, o 'novo" prédio foi inaugurado em 1992, como sede da Nossa Oficina, uma unidade da Fundação Papa João XXIII, até sofrer novas intervenções para abrigar a Fundação Cultural do Município de Belém (FUMBEL), inaugurada em 31 de janeiro de 2003. Uma década se passou e em 2013, o prédio foi uma das edificações selecionadas para restauro com recursos do PAC 2 - Cidades Históricas, através da Portaria nº 383 de 20 de agosto de 2013, publicada no Diário Oficial da União – Seção 1, página 6, no dia 22 de agosto.

Prédio foi abandonado após chuvas em 2014


O mesmo prédio, em 2019
Foto: Otávio Henriques
Localizado no entorno da Praça Frei Caetano Brandão (antigo Largo da Sé), tombada pelo IPHAN desde 1964, o prédio é vizinho de monumentos tombados e de valor histórico e arquitetônico como a Catedral Metropolitana de Belém, a Igreja de Santo Alexandre, o Museu de Arte Sacra, o Forte do Presépio e o Museu da Casa das Onze Janelas.

Por isso, o prédio tem proteção patrimonial garantida por lei, em nível federal (Decreto Lei Nº 25/37 que organiza a proteção do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional) e em nível municipal (Lei Nº 7.709/94 de Preservação e Proteção do Patrimônio Histórico Artístico, Ambiental e Cultural do Município de Belém). 

Em 2014, uma forte chuva gerou danos no telhado e no forro da edificação. Desde então a sede da Fumbel foi transferida para o Memorial dos Povos e ex-sede seguiu  abandonada, à disposição de cupins e de água parada. Pedras de mármore foram destruídas, a tubulação foi entupida, quebrada e retirada.  A escada ficou toda enferrujada.  

Outro ângulo, em 2019
Foto: Otávio Henriques
Dois anos depois, em 2016, novo episódio. Um incêndio intensificou ainda mais a cena de degradação. Portas e janelas foram arrombadas causando insegurança no cotidiano de quem vive na área.

Em 2018, ainda houve esperanças de que o prédio fosse restaurado, com a assinatura do termo de aditamento que prorrogou até novembro daquele ano, a vigência do Termo de Compromisso PAC CH nº 274, mas que nada. O processo para o restauro do prédio ex-sede da Fumbel, segundo os processos junto ao IPHAN, já conta com os documentos de Identificação e Conhecimento do Bem e com o Anteprojeto, mas ainda estavam faltando ser aprovados o Projeto Básico e o Projeto Executivo. 

Em 2022, espera-se pelas ações de patrimônio, e além de ex-sede da Fumbel, há ainda o Palacete Pinho, que precisa ser olhado, e o Cinema Olympia, que completará em abril, 110 anos, e está fechado. Esse debate em torno das políticas públicas para a cultura e patrimônio me fez lembrar da reportagem que escrevi para a Revista Circular N. 3 e da qual reproduzo aqui alguns trechos, numa reedição. As informações foram pesquisadas diretamente no processo administrativo referente à ação do PAC CH, disponível no IPHAN.

Telas em Movimento abre em Altamira no domingo

A partir da temática “As narrativas climáticas da Amazônia”, a Negritar Filmes e Produções, aliada às lideranças locais, caciques, organizações sociais, comunicadores populares e produtoras independentes realiza abre neste domingo, 20, a 5º edição do Telas em Movimento começa neste domingo, em Altamira, no Sudoeste do Pará, onde está sendo realizada a oficina “Da pré a pós produção de audiovisual”, em parceria com o Festival Curta Xingu, promovido pelo coletivo Arte Comunicação Xingu (ACX). A turma é formada por indígenas, ribeirinhos, agricultores familiares e jovens de movimentos sociais da região. 

Neste ano, o Festival de Cinema das Periferias e Comunidades Tradicionais da Amazônia - Telas em Movimento expande sua atuação para novos territórios nos estados do Pará e Maranhão, com o intuito de democratizar o acesso ao cinema e incentivar dinâmicas de criação, percepção e distribuição de narrativas plurais em defesa da Amazônia viva, produzidas e narradas por aqueles que vivem seu território e estão na linha de frente dos impactos causados pela crise climática. 

Para Val Araújo, produtora cultural e coordenadora do ACX, a crise climática tem atingido a região de forma intensa: “As mudanças climáticas aqui na região do Xingu estão provocando escassez, calor e muita chuva. Os rios não subiam tanto como está agora devido ao aquecimento global, a mudança no clima e também ao empreendimento de Belo Monte, aí sobem muito as águas e os peixes se espalham e fica difícil a pesca para os pescadores, a agricultura familiar tá sentindo muito nesse aspecto de muita chuva e muito sol ao mesmo tempo”.

As populações que residem ou fazem parte do entorno de territórios com grandes riquezas naturais, que possuem a presença de grandes empreendimentos, a exemplo de Altamira, e áreas protegidas como terras indígenas, unidades de conservação, bem como os territórios nacionais que por lei ou tradição têm por objetivo a proteção ambiental são as primeiras a sofrerem os impactos da emergência climática, decorrente do aumento da temperatura média do planeta por conta das emissões de Gases do Efeito Estufa (GEE). 

De acordo com o estudo inédito do Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (IPAM), divulgado no início de fevereiro deste ano, o desmatamento na Amazônia no período de 2019 a 2021 foi 56,6% maior que o período anterior, entre 2016 e 2018. Mais da metade do desmatamento do último triênio ocorreu em terras públicas, principalmente em áreas de domínio federal. 

Não à toa, a floresta amazônica viveu em 2021 o seu pior ano em uma década. De janeiro a dezembro, foram destruídos 10.362 km² de mata nativa, o que equivale a metade do estado de Sergipe, segundo os dados mais recentes do Sistema de Alerta de Desmatamento (SAD) do Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon), que monitora a região por meio de imagens de satélites. 

Impactos e estado de emergência ambiental

O avanço do desmatamento, a agropecuária, a extração de petróleo, a pesca desenfreada e o despejo de poluentes nos oceanos são alguns dos fatores que fizeram o Brasil aumentar, na contramão do mundo, as emissões no ano 2020, crescendo 9,5%, enquanto no mundo inteiro elas caíram em 7%, em conformidade com os dados da última estimativa do Sistema de Estimativas de Emissão de Gases do Efeito Estufa (SEEG), do Observatório do Clima, que todo ano calcula quanto o Brasil gerou de poluição climática

Frente este cenário, a disputa de narrativas na esfera pública de debate por parte das juventudes, das populações quilombolas e indígenas, e ativistas que protagonizam a defesa e a conservação dos territórios é fundamental para o fortalecimento do espaço cívico na Amazônia. Nesse sentido, o audiovisual é uma ferramenta imprescindível para contribuir com esse processo.

“Além das oficinas e das exibições nas comunidades, o Telas em Movimento vai articular com cada comunidade que faz parte da nossa rede, a produção de uma carta compromisso que será entregue para parlamentares estaduais e federais, porque a gente precisa entender que é obrigação e dever de todo mundo para que a gente possa mudar a realidade em relação a crise climática que estamos vivendo”, diz Tamara Mesquita, diretora de produção do festival. 

Ao final da oficina, neste domingo, 20, será realizada uma mostra com o filme produzido pelos participantes, logo após terá um bate papo sobre o processo de aprendizado e construção audiovisual, além de contar com a apresentação cultural do Rap da Transamazônica e da associação dos grupos folclóricos de Altamira (AGFAL). O estudante de engenharia florestal, Jhonathan Prado, é um dos participantes da oficina e acredita que o audiovisual é uma ferramenta importante para o processo de fortalecimento das narrativas da sua região. 

“Não precisa vir alguém de fora para contar nossa história, a gente mesmo tendo noção e conhecimento do audiovisual pode colocar nas nossas telinhas a nossa realidade, o que a gente vive aqui. Então o audiovisual chega até nós para fortalecer esse processo de ‘nós por nós’, nós mesmos contarmos as nossas próprias histórias”, diz.

Pequena retrospectiva dos três ano do festival

A primeira edição do projeto aconteceu em 2019, em Belém do Pará, e beneficiou toda a cadeia do audiovisual, incluindo seus agentes e receptores em várias regiões periféricas e ilhas da capital do estado. Em 2020, o Telas em Movimento retornou às comunidades e realizou as ações “Fica no teu setor”, “Telas contra a Covid-19” e o “Telas da Esperança”, mobilizando alimentos, kits de higiene, difundindo informação acerca da Covid-19 e incentivando as crianças à imaginação criativa através dos seus desenhos. 

No primeiro semestre de 2021, na sua terceira edição, trouxe a pauta da inclusão digital a partir temática “Navegações Inclusivas”. E durante o segundo semestre, em sua 4° edição intitulada “Telas em Rede: Conectando Juventudes e Ancestralidade no Baixo Tapajós”, foi para o Oeste do Pará, realizando vivências na Aldeia Vista Alegre do Capixauã, dentro da Resex Tapajós-Arapiuns, e na comunidade de Vila Brasil, no Projeto de Assentamento Agroextrativista (PAE) Lago Grande, ambas no município de Santarém. 

Como resultado desse processo, as juventudes do Baixo Tapajós produziram seis filmes por meio de smartphones, possuindo gêneros diversificados: Documentário, ficção e vídeo para internet, abordando temáticas que valorizam os seus territórios, exaltando as belezas naturais, as mobilizações locais e as boas práticas realizadas, como o reflorestamento e o turismo de base comunitária, contrapondo narrativas hegemônicas depreciativas a partir do protagonismo e emancipação da juventude por meio do audiovisual.

Serviço

A 5° edição do Festival de Cinema das Periferias e Comunidades Tradicionais da Amazônia - Telas em Movimento será realizada de fevereiro a setembro deste ano. Neste domingo, 18h, haverá Mostra em Altamira, com exibição de filmes locais e apresentação do Rap da Transamazônia  e Carimbó do AGFAL. Na Praça da Independência, Rua da Orla, Recreio - Altamira-Pa. Gratuito e aberto ao público!

(Holofote Virtual, com informações enviadas pela assessoria de imprensa)

15.2.22

Lia Apolaro reúne inspirações em livro de poesia

O 1o livro de poemas da escritora barcarenense foi lançado em 2021, com eventos que ocuparam a Biblioteca Firmo Cardoso e o Espaço Coisas de Café, no município. Não pude estar presente, por motivos de pandemia, mas a seguir apresento a vocês, Lia Apolaro, filha de Genaro Apolaro, imigrante italiano que deixou o nome registrado na história de Barcarena (PA) ao comandar, em 1974, a captura de uma baleia que foi imortalizada depois, na letra de “Lambada da Baleia", de Mestre Vieira, o criador da guitarrada.  

Em "Inspirações", Lia revela em tom plural e romântico lugares, momentos, pessoas e coisas que lhe despertaram o gosto pela escrita poética. “A obra reúne desde as ingênuas rimas da adolescência até o jogo mais comprometedor dos versos ocultos nas entrelinhas dos poemas maduros da fase adulta. 

A proposta do livro despertou no professor e escritor Adriano Gomes, a vontade de me presentear com a editoração da obra, e como um ato de pura gratidão, eu o escolhi para prefaciar a obra”, conta a poeta, que  entrou lembra de ter entrado em contato com a leitura e a literatura muito cedo por meio dos livros doados por tios e amigos de sua família. 

Ela diz que sempre viveu rodeada de histórias e de música por toda parte e que os nove irmãos, aliás, são músicos, enquanto ela enveredou pelos caminhos da literatura. “Desde muito cedo, eu já expressava o meu intuito de publicar um livro para que mais pessoas fossem alcançadas pela leitura dos meus textos. Sempre muito comunicativa, fazia questão de criar as histórias ou poemas e compartilhar com as pessoas”, comenta ela, hoje casada com o professor e sociólogo Paulo Melo, e mãe de dois filhos, um casal.

O primeiro livro veio cerca de 40 anos depois que ela escreveu seus dois primeiros contos, na infância. 

“Inspirações” reúne uma coletânea de vinte e cinco poemas, alguns resgatados da fase da adolescência e outros mais recentes. Aos poucos, a ideia de publicar um livro foi ganhando vida. Ao montar a primeira boneca, ela teve certeza de que a realização do sonho estava próxima.  

“A arte do livro ficou pronta e então partimos para a elaboração da capa. É nesse momento que entra em cena o fotógrafo Helly Pamplona, meu amigo e grande incentivador, que me presenteou com diversas fotos de borboletas, dentre as quais escolhi a imagem que mais me chamou a atenção. O trabalho de editoração foi feito por Adriano Gomes. Barcarena ainda é muito carente no que se refere a esse tipo de trabalho, o que, sem sombra de dúvidas, é um dos grandes motivos para que muitos de nossos escritores permaneçam no anonimato”, revela. 

Envolvida com literatura, em seu município, ela promoveu, em novembro de 2018, o projeto "Liberte a poesia", desenvolvido numa cafeteria, em Barcarena. Foi um sucesso. A proposta inicial de libertar os poemas de dentro de uma gaiola, era incentivar a leitura e divulgar algumas de suas produções, mas as coisas tomaram outras dimensões e repercussão e a gaiola contendo poemas passou a visitar escolas, eventos religiosos, festividades no município, faculdades e até mesmo o hospital.  

Lia conta que o movimento cultural em Barcarena por muitos anos girou em torno de alguns grupos e segmentos específicos, faltando incentivo e apoio para que todos pudessem se organizar e buscar reconhecimento e valorização. 

“O que me inspira a escrever é a certeza de que somente assim bons sentimentos e ideais verdadeiros de paz, amor e empatia serão eternizados e compartilhados com um número maior de pessoas, até mesmo de uma maneira que o alcance não pode ser mensurado. A poesia que era somente minha, agora pode ser de tantos quantos se sentirem representados por minhas palavras”, conclui.

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As estreias para quem curte o escurinho do cinema

Pandemia, pouca produção, trabalhos interrompidos no meio do processo. Em 2020, o “fim” dos cinemas,  temido desde os tempos das locadoras de VHS, pareceu mais real do que nunca, mas ao que parece em 2021 muitas produções se reergueram e outras chegaram a finalizar obras. Será que temos boas perspectivas para 2022? Bem, algumas estreias vem se confirmando e nesta semana tem "A Jaula", no circuito comercial.

Começam a entrar em cartaz os filmes que conseguiram ser finalizado em meio a pandemia. Em janeiro, estreou “Eduardo e Mônica”, de René Sampaio, em mais de 500 salas de exibição do país. Outro filme aguardado é “Pureza”, de Renato Barbieri, que conta com atores paraenses, e deve estar em todas as salas a partir do dia 5 maio. 

Há outros, mas enquanto se aguarda, é bom ficar atento pois nesta quinta-feira, 17, chega nos cinemas o thriller psicológico “A Jaula”, de João Wainer (diretor dos documentários “Pixo” e “Junho - o Mês que Abalou o Brasil”). Na trama, Djalma, interpretado por Chay Suede, tenta roubar um carro de luxo, mas ao entrar nele, não consegue mais sair, até que descobre que caiu em uma armadilha, arquitetada por um famoso médico (Alexandre Nero). 

Vingança, justiça e banalização da violência estão entre os temas que o filme levanta, em meio a um embate de tirar o fôlego. Baseado no filme argentino “4x4”, o longa tem roteiro original assinado por Mariano Cohn e Gastón Duprat, a partir de adaptação de João Cândido Zacharias. A produção é da Tx Filmes, em coprodução com a Star Original Productions, e com distribuição da Star Distributions. Em Belém, o filme será exibido no  Cinépolis Boulevard e Cinépolis Parque. Os horários podem ser conferidos nas redes sociais do cinema.

Veja o trailer:

https://www.youtube.com/watch?v=2WZE1seIwbg

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Os Falsos do carimbó lança novo single no Apoena

Foto: Marcelo Leal

"De cima do rio Maguari" estará, nesta semana, nas plataformas digitais, e ganha um show de lançamento, no sábado, 19, às 21h, no Apoena. O grupo reúne Melk Moraes, Hugo Caetano e Lucas Di Freitas, primos sanguíneos, que tocam em diversos grupos de carimbó da Vila de Icoaraci, distrito da cidade de Belém. 

O show vem focado na força da tradição rítmica do carimbó, mas com uma visão no futuro, reunindo os elementos tradicionais do pau e corda com uma sonoridade contemporânea de quem vive o carimbó urbano, trazendo os curimbós e  maracas junto a um banjo artesanal,  saxofone e guitarra. O repertório é composto de musicas autorais e dos mestres e mestras de sua convivência que são suas referências. 

A família que forma o grupo carrega uma tradição e atua desde a década de 1980 neste território com o grupo Irmãos Coragem, acreditando no carimbó como um estilo de vida. Além de um ritmo tradicional do nosso Estado do Pará, é também um conjunto de ações que fazem dele uma cultura. A linguagem sonora comunica ao mundo o modo de vida amazônico, coloca no protagonismo poético os trabalhadores e trabalhadoras anônimas e os saberes ancestrais de mestres e mestras. 

Depois de um ano jogando bola "Os Falsos do Carimbó" voltou às atividades nos palcos com a reabertura das casas de show, aos domingos na sagrada roda de Carimbó do Coisas de Negro, e esse ano tocaram no II Festival de Carimbó de Icoaraci, que teve toda a sua programação em formato de live, e No Psica Festival já com a formação atual.

Músicos:

Melk Moraes (Melkinho) – Banjo, Curimbó, Maraca Efeitos

Hugo Caetano (Kamundongo) – Banjo, Curimbó Maraca

Samara Cheetara – Maracas, Efeito

Arilson DiPreto – Curimbó, Congas, Atabaque

Lucas Di Freitas ( Pescada)  - Banjo, Curimbo, Maracas.

Jhon Machado (Lion) - Curimbó

Participações especiais: 

Mestre Ney Lima pela Paz

Ariel de Icoaraci

Ararê Cia de Dança do Ventre

Irís da Selva

Dan Luz

Produção Executiva e Artística:

Bruna Suelen

Ana Oliveira

Texto: 

Hugo Caetano

Revisão e Edição: 

Bruna Suelen/Samara Cheetara/ Melk Moraes/Lucas Di Freitas.

Serviço

Show de lançamento neste sábado, 19, no Espaço Cultural Apoena - Duque de Caxias, 450 - altos. Ingresso R$ 15,00. Participação do Mestre Ney, Ariel de Icoaraci, Ararê Cia de Dança do Ventre, Íris da Selva e Dan Luz. 

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11.2.22

Lambateria aporta no Black Pub em Ananindeua

Félix Robatto
Foto: Marcelo Lélis

A festa que virou ponto de encontro para quem quer conhecer e curtir as novidades e a tradicional música feita no Pará chega neste sábado, 12, a Ananindeua, a partir das 21h, no Black Pub, no coração da Cidade Nova.  

Desde junho de 2016, quando foi criada, a Lambateria, festa de música latino-amazônica, movimenta a cena da capital paraense, Belém, realizando todas as quintas uma festa semanal de música que tem como foco a música dançante do Estado. Durante a pandemia, porém, houve o momento em que a festa, em seu formato presencial, precisou parar, sendo retomada, primeiro de forma digital, em 2020, e este ano, sendo retomada no Espaço Cultural Apoena e, agora, em Ananindeua, apostando no formato itinerante. 

“Sempre tivemos um público com muitos moradores de Ananindeua, sempre percebemos como é difícil se deslocar para Belém. Chegou a hora da Lambateria dar a "forra" e prestigiar esse público. Além disso, Ananindeua é uma cidade cada vez mais independente de Belém, tanto socialmente quanto culturalmente. A nossa ideia é agregar expoentes locais e compartilhar experiências”, conta Félix Robatto, guitarrista, produtor musical e idealizador da festa.

A festa foi criada a partir do conceito musical do segundo disco do músico, Belemgue Banger, que é fruto de uma pesquisa sobre as origens da Lambada. Por isso, a festa mistura música, dança e artes visuais, já que os telões da casa são usados para a exibição de exposições fotográficas e clipes de artistas locais.

Sonia Ferro (DJ Rebarbada)
Foto: Marcelo Lélis

“Acho que toda a cena cultural ganha com a descentralização da Lambateria ou de qualquer outra festa. A aproximação da região metropolitana, através da música e da dança, é muito bom pra difusão da música paraense. Já levamos a Lambateria pra outros Estados e mais recentemente teve em Alter do Chão, em Santarém. Temos vontade de fazer Lambateria em Marituba, Santa Izabel, Castanhal etc, mas é preciso uma logística. A vontade é grande, um dia acontece”, confessa Félix.

A primeira edição de Ananindeua terá o show de Félix Robatto e seu Conjunto que faz um passeio pelos gêneros musicais dançantes que animam os bailes dançantes paraense, de Merengue à Lambada, do Carimbó ao Brega e ainda a apresentação de Lucyan Costa e Banda que traz um show cheio de Brega para quem gosta de riscar o salão. A discotecagem fica com a DJ Rebarbada, que toca os clássicos dos bailes paraenses.

Em Ananindeua, a Lambateria será realizada no Black Pub, casa que possui dois espaços: o salão, que é pra quem gosta de dançar, e o camarote, que fica no segundo andar, uma espécie de mesanino, onde tem cadeiras e mesas.

Lucyan Costa
Foto: Félix Robatto 

A Lambateria A festa já foi assunto na imprensa nacional: de programas televisivos como o “Estrelas”, apresentado por Angélica, a veículos impressos como o jornal El País. Pelo palco da Lambateria, já passaram vários artistas paraenses. A lista é enorme, contando com Lia Sophia, Dona Onete, Felipe Cordeiro, Pinduca, Gang do Eletro, Strobo, Lucas Estrela, Mestre Solano, Aíla, Arthur Espíndola, Lucinnha Bastos, Nelsinho Rodrigues, Kim Marques,  Fruto Sensual, Nanna Reis.

E ainda Os Dinâmicos, a primeira banda do Mestre Vieira, Mega Pop Show, Nanna Reis, Kim Marques, Alfredo Reis,  Carla Maués,  Bruno BO, Los Bregas, Bruno Benitez, Uaná System + DJs Raul Bentes, Will Love e Azul. Entre as atrações nacionais estão gaby Amarantos, Gretchen, Robertinho Barreto (Baiana System), Figueroas, Marcelinho Orquestra Contemporânea de Olinda (PE) + Emília Monteiro (DF) + Flávio Renegado (BH) + Dj Nada (Brasília) + DJ Damon Meyer (RS).

Em outubro de 2017, a festa lançou o Festival Lambateria, que é realizado toda sexta que antecede o Círio e já virou tradição da programação de outubro. Este ano, o evento chega à quinta edição e tem patrocínio da Natura Musical. Além de música, o evento conta com feira criativa que reúne gastronomia, moda e artesanato.

Programação 

21h – Abertura da casa com DJ Rebarbada

22h30 - Félix Robatto e seu Conjunto 

1h - Lucyan Costa e Banda

Importante: É imprescindível apresentar documento de identidade com foto e cartão de vacinação comprovando pelo menos duas doses da vacina contra Covid-19.  

Lambateria Ananindeua#1 - Atrações: Félix Robatto, Lucyan Costa e DJ Rebarbada. No Black Pub (Arterial 18 WE 68 - Ao lado da Estação Cosméticos - Ananindeua). Dia 12 de fevereiro de 2022 (sábado), a partir das 21h.  

Ingressos: Pista: R$ 20 (venda antecipada no sympla.com.br/lambateria acrescida da taxa do aplicativo até sábado, 12, ou até esgotar o 1º lote) e R$ 30 (Ingresso na bilheteria - 2º lote) / Camarote: R$ 30 (ingresso com venda antecipada no Sympla acrescida da taxa do aplicativo até sábado, 12, ou até esgotar o 1º lote) e R$ 40 (Ingresso na bilheteria - 2º lote). 

Mais em: @lambateria / (91) 98471-5954 / 98367-3796.

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8.2.22

“Conecta”: visibilidade à comunidade nerd do Pará

Affonso Solano
A maior comunidade de nerds do Pará realizará a Convenção Nerd de Cultura e Tecnologia da Amazônia (CONECTA), de 11 a 13 de março de 2022, nos diversos espaços da Fundação Cultural do Pará (Centur), em Belém. 

O evento liderado pelo grupo Nerds Paraenses – maior grupo de compartilhamento de cultura nerd/geek da região Norte com mais de 24 mil seguidores –, conta com o apoio da Meta (Facebook). Um marco inédito na Amazônia.

“A Conecta pretende trazer milhares de nerds que produzem cultura pop no Pará para o centro do debate, dando visibilidade, e o destaque que eles merecem, ao lado de grandes nomes de todo Brasil”, comenta o organizador, Diego Borges.

Até o momento, o maior evento nerd/geek tem presenças confirmadas de Affonso Solano e do Marmor Rock Fantasy Opera. O Affonso Solano dispensa apresentações na comunidade nerd, mas para quem não o conhece, ele é o criador da série “O Espadachim de Carvão”, que atualmente está sendo adaptada para uma animação pelo Split Studio, cocriador do podcast e canal do Youtube Matando Robôs Gigantes, creative producer do Spotify, sócio da Gaveta Filmes e apresentador do Omelete. Já o Marmor Rock Fantasy Opera trará toda musicalidade que une rock, metal e fantasia com vários tipos de manifestações culturais do mundo nerd/geek.

Diego Borges

A comunidade Nerds Paraenses existe há 11 anos e recentemente foi selecionada no Programa Aceleradora de Comunidades do Facebook para criar e colocar em práticas iniciativas socioculturais de ativação de membros e de sustentabilidade. Como desmembramento dessas ações, recentemente foi criada a Editora Interseção para publicação de livros e quadrinhos. Também promove capacitação por meio de cursos, palestras e oficinas para os artistas paraenses.

Durante a Conecta ocorrerá o credenciamento do primeiro romance para os autores paraenses, os quais terão incentivos financeiros para produção. “A editora surgiu para ser o ponto comum de ideias e vivências, experiências e referências entre a cultura e o ambiente digital, promover a inclusão com melhor custo e benefício para novos autores”, frisa Diego Borges. O evento tem apoio do Governo do Pará/Fundação Cultural do Pará e realização de: Meta (Facebook), Nerds Paraenses e Editora Interseção.

Serviço

CONECTA – Convenção Nerd de Cultura e Tecnologia da Amazônia

Data: de 11 a 13 de março de 2022.

Local: Fundação Cultural do Pará (Centur) – Av. Gentil Bittencourt, 650; Belém/PA

Ingressos: @oficial.conecta

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4.2.22

A ópera cabocla chega ao palco do Theatro da Paz

Colibri (Fotos: Laurene Ataíde)

A dica do Holofote Virtual é a ópera cabocla que o Pássaro Colibri apresenta, nesta sexta, 4, às 19h, no palco do Theatro da Paz. Em cena, mais de 50 integrantes, no espetáculo “Nas Asas da Liberdade”, de autoria da guardiã, Laurene Ataíde. Entrada franca.

A apresentação integra um projeto de circulação e criação de novos grupos. A seguir, o blog traz uma pequena história sobre o surgimento das chamadas óperas caboclas, além da agenda das próximas apresentações.

O Teatro de Pássaro ou Teatro Caboclo tem sua origem bem ali do lado do Teatro da Paz, quando ainda no rico período da borracha, vinham as grandes óperas europeias para se apresentarem na capital paraense. Quando ocorriam as apresentações, a população que não tinha acesso aos espetáculos tentava reproduzir o que ouvia do lado de fora do teatro. Assim, nasce a ópera cabocla que, além dos personagens da corte real, também traz do universo amazônico, representações dos povos indígenas e as várias figuras das lendas amazônicas(Iara, Curupira, Boto, etc).

A apresentação faz parte do projeto Criação de Cordões de Pássaros e Revitalização com Circuito de Apresentação do Pássaro Colibri de Outeiro, que conta com o patrocínio do Instituto Cultural Vale. A Ilha de Cotijuba, por exemplo, vai receber o Colibri no dia 19 de fevereiro, na Praça do Porto, a partir das 19 horas. E em março será a vez dos Cordões de Pássaros Arara Azul e Arara Vermelha se apresentarem, respectivamente, em Canaã dos Carajás e Parauapebas. Serão as estreias destes pássaros, que estão sendo criados nestas cidades a partir das oficinas que integram o projeto.

"Canaã dos Carajás está localizada a mais de 700 km de Belém e sofreu um fluxo migratório muito grande de povos das regiões do Nordeste e Centro-Oeste brasileiro. Este fato criou uma miscigenação cultural muito rica, mas descaracterizou um pouco a cultura paraense. O Cordão de Pássaros vem como uma reafirmação de nossa cultura popular genuína, mantendo viva nossas raízes. Em 27 anos de emancipação, será a primeira vez que se constrói algo da essência paraense com nossa Ópera Cabocla", conta Bruno de Carvalho, guardião da Arara Azul. 

As oficinas estão sendo realizadas desde início de janeiro e a expectativa de quem está participando é de conseguir encantar o público com as histórias de magia e realeza, típicas da ópera cabocla, como é conhecida a tradição do teatro de pássaros, uma manifestação genuinamente paraense.  Laurene Ataíde está feliz em levar o Pássaro Junino de volta às suas origens. 

"Poder realizar este circuito é muito importante para nós. Vamos levar alegria às comunidades das Ilhas de Cotijuba, Caratateua e Mosqueiro. E nem dá pra mensurar a nossa felicidade em poder apresentar no Theatro da Paz, retornando com o teatro caboclo para o local que nasceu", comenta.   

Circuito de Cordões de Pássaros Juninos

Dia: 4/2/2022

Hora: 19 h

Local: Teatro da Paz, Av. Presidente Vargas, no bairro da Campina, Belém/PA.

Dia: 19/2/2022

Hora: 19 h

Local: Praça do Porto, Centro da Ilha de Cotijuba/PA. Acompanhe mais novidades sobre as apresentações no Instagram.

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2.2.22

Encontro traz vivência com Mestras de Capoeira

É sob a premissa de plantar e colher, que o Coletivo de Mulheres Angoleiras Cabanas realizará, nos dias 04, 05 e 06 de fevereiro, nas cidades de Belém e Castanhal, o Encontro “Plantando Capoeira Angola”.  O evento abre com rodas de Capoeira Angola e Tambor de Criola, com o grupo Filhos e Amigos de Cururupu, no espaço do Instituto Nangetu.

O Coletivo de Mulheres Angoleiras Cabanas está na ativa desde 2018 e tem como principal objetivo fortalecer a prática da capoeira angola entre mulheres na Amazônia Paraense. Por isso, a proposta é construir uma vivência imersiva junto as Mestras Samme Sraya do Maranhão e Di, de Pernambuco. 

Voltado para mulheres e crianças, o encontro conta com participação de capoeiristas de outros grupos convidados. A vivência traz também a prática da agroecologia. Essa manifestação do ato do plantar e do cuidar da terra aproxima as mulheres do próprio fazer ancestral. O conjunto de troca de saberes e práticas ocorre no espaço Arte Fazenda que há 20 anos atua na regeneração de pessoas e ecossistemas na Amazônia. 

O Coletivo acredita nessa troca de experiências e vivências entre Mulheres, tendo a Capoeira Angola como base, nesse eterno plantar e colher na luta para resistir e sobreviver, como Mulher, nessa grande Roda que é a Vida. Além de fortalecer a prática de treinos corporais e musicalidade entre mulheres angoleiras, esse evento também pretende discutir estratégias de resistência e enfrentamento contra as mazelas do patriarcado e do racismo, ressaltando o protagonismo de mulheres de tradição. 

Serviço

“Plantando Capoeira Angola”. Quando? 04, 05, 06 de fevereiro, em Belém e Castanhal. Mais informações pelo Instagram @angoleiras_cabanas_pa 

(Holofote Virtual, com assessoria de imprensa do evento)


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1.2.22

Cacá Carvalho e o teatro mínimo italiano em SP

Neste final de semana, Cacá Carvalho estará no palco do Sesc Pinheiros, com "Leonardo da Vinci – a Obra Oculta", obra de Michele Santaremo, expoente do teatro mínimo italiano, que propõe em o conceito do espetáculo lido em cena. Esta é a segunda parceria entre os dois. Em 2016, Carvalho montou sua versão de A Próxima Estação - Um espetáculo para ler. A nova temporada é para quem estiver em São Paulo. A estreia será nesta quinta, 3 de fevereiro, às 20h.

O espetáculo reflete sobre a passagem da vida para a morte a partir das invenções do artista italiano renascentista.  “Esse é um trabalho de leitura. É um desafio grande e curioso. Tudo você exprime pelo ritmo do texto, pela qualidade do dizer, no valor que dá às pausas, às vírgulas”, revela o ator Cacá Carvalho, que é dirigido por Márcio Medina.  Em cena, apenas uma cadeira e uma estante de partitura.  O ator também não faz deslocamentos ou grandes gestos. “A pesquisa sobre o teatro lido é muito séria porque quando você tira os efeitos, a cenografia, o trabalho ativa a imaginação do espectador. Esse teatro é uma experiência que coloca o espectador ativo”, diz Carvalho

No texto de Michele Santaremo, Leonardo da Vinci é protagonista, mas nada do que acontece é real. Como inventor, depois de criar tantas máquinas, se debruça na pesquisa para a máquina ideal, capaz de modificar a realidade. Suas obras são caminhos de estudos em que propõe a suspensão do tempo e, consequentemente, da morte. “O ser humano passa a vida inteira sem saber que ele está vivendo para morrer. São reflexões que o levam a descobrir o que é o sentimento, o tempo que criamos. A obra oculta é essa: a obra de si mesmo que precisa cuidar porque vai acabar”, finaliza Cacá Carvalho.


Em novembro de 2021, por conta da pandemia, este trabalho ganhou uma versão em filme, gravada na Casa das Caldeiras, em São Paulo, e ficou em cartaz on-line, no YouTube da produtora Corpo Rastreado. A versão virtual foi indicada ao prêmio APCA de teatro. 

Cacá Carvalho - ator e diretor. Nasceu em Belém do Pará, onde começou a estudar teatro. Em São Paulo, participou da Piccolo Teatro de São Paulo e da montagem de “Macunaíma”, de Mário de Andrade, com direção de Antunes Filho. Na Itália, na cidade de Pontedera fez diversos espetáculos sob direção de Bacci, como “O Homem com a Flor na Boca” e “Um, Nenhum, Cem Mil. Em São Paulo, com o Teatro della Toscana - Teatro Era de Pontedera, fundou a Casa Laboratório para as Artes do Teatro, que manteve por 14 anos. No Brasil, em parceria com Roberto Bacci dirigiu “O Homem Provisório”, a partir de “Grande Sertão: Veredas” e “A Ingratidão é Fria como o Mármore”, estudo sobre “O Rei Lear”, de Shakespeare, entre outros. 

Michele Santeramo – é dramaturgo e escritor italiano. No seu país, ganhou o prêmio Riccione de Teatro, Prêmio Associação Nacional de Críticos de Teatro e o Prêmio Hystrio de Dramaturgia. Escreveu “Il Guaritore”, com o qual foi indicado ao prêmio UBU de Melhor Novidade Italiana. Em 2012 escreveu e produziu “Uma história do amor e do futebol”. Publicou o romance “La revincita” e escreveu “Alla Luce”. Ele conduz oficinas de dramaturgia.

Ficha técnica 

Com Cacá Carvalho

Texto Michele Santeramo

Ilustrações Cristina Gardumi

Direção no Brasil e espaço cênico: Márcio Medina

Assistente de Direção: Victor Mendes

Iluminação: Michele Bezerra

Operação técnica: Fabio Retti e Kenny Rogers

Designer: Danusa Carvalho

Colaboração Artística: Roberto Bacci

Assessoria de Imprensa: Canal Aberto | Marcia Marques

Produção no Brasil: Corpo Rastreado 

Produção Executiva: Thaís Venitt

Realização Sesc - Agradecimentos ao Centro per la Sperimenrazione e la Ricerca Teatrale della Fondaziine Teatro della Toscana - Teatro Nazionale, que produziu a versão italiana do espetáculo.

Serviço 
Leonardo Da Vinci – A Obra Oculta Com Cacá Carvalho De 3 de fevereiro a 5 de março de 2022. Quinta, sexta e sábado, às 20h. *Nos dias 19 e 26 de fevereiro, excepcionalmente às 18h. Ingressos: R$ 30 (inteira), R$ 15 (credencial plena/meia) Local: Auditório (3º andar) Duração: 70 minutos. Classificação: 12 anos. *Informações sobre venda de ingressos no site www.sescsp.org.br

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