25.5.23

Público vai definir a categoria de Artista Revelação

Rawi, de Santarém-Pa
Esta semana foi divulgada a lista dos indicados às 31 categorias do Prêmio Amazônia de Música. A lista com todos os finalistas no site, onde taemmb está sendo realizada a votação popular para a escolha do Artista Revelação. Os três nomes que disputam a categoria foram indicados pela curadoria, mas quem decide o melhor, é o público. Os vencedores das 31 categorias serão conhecidos em 6 de junho, no Theatro da Paz, com homenagens a Fafá de Belém participação de artistas e outros convidados. 

A categoria de Artista Revelação é um momento único em qualquer premiação musical. Ela reconhece o trabalho e a criatividade de novos artistas que emergem no cenário musical, oferecendo-lhes uma plataforma para brilhar e conquistar o seu espaço no mundo da música. 

Além de ser um momento de celebração do talento em constante renovação é também um incentivo para a descoberta de novas vozes e estilos musicais. Os três indicados possuem características e estilos únicos que os distinguem no cenário musical paraense.

Suraras, do Tapajós

A iniciativa do voto popular ao Artista Revelação reconhece a importância do público como um elemento essencial no processo de consagração dos artistas. É uma responsabilidade compartilhada entre fãs e apreciadores da música paraense escolherem aqueles que consideram merecedores do título de Artista Revelação.

O premiado será conhecido junto aos das demais 30 categorias, no dia 6 de junho, às 20h, no Theatro da Paz, numa cerimônia repleta de glamour e homenagens à cantora Fafá de Belém. Haverá ainda a participação de diversos artistas convidados. Haverá transmissão pela Tv Cultura do Par. A realização da premiação é da Oriente Multiproduções, com patrocínio da Equatorial Para, via Lei Semear do Governo do Estado.

Raidol, de Belém-Pa
De acordo com Michelle Miranda, analista de Sustentabilidade da Equatorial Pará, a escolha do voto popular para eleger o Artista Revelação é uma forma de aproximar o público do evento e também movimentar os fãs desses artistas espalhados por diversos municípios paraenses. 

“A Equatorial está comprometida com a cultura do estado, por isso é a maior patrocinadora de projetos culturais  do Pará.  Sabemos da importância da democratização da arte e é excelente ver artistas tanto da capital quanto de outras regiões indicados em diversas categorias. Isso possibilita que o público de outras cidades também se sinta parte dessa grande festa”, comenta Michelle. 

O Prêmio Amazônia de Música é uma iniciativa que visa destacar e premiar os talentos musicais da região amazônica, promovendo a diversidade cultural e valorizando a música produzida nessa área tão rica e vibrante. A edição Pará é dedicada aos artistas e talentos musicais do estado, reconhecendo sua contribuição para a cena musical local e nacional. Para mais informações sobre os artistas indicados, o processo de votação e a premiação em si, os interessados podem visitar o site oficial do prêmio. 

Conheça um pouco mais sobre cada um deles:

Grupo Suraras – O grupo faz parte da “Associação de Mulheres Indígenas Suraras do Tapajós”, que tem a missão de combater o racismo e a violência contra a mulher indígena. 

Com a música, mais especificamente o carimbó, elas marcam presença em um ritmo tradicionalmente executado por homens e, de forma subversiva, ecoam suas lutas para além de seus territórios.

Youtube: https://www.youtube.com/playlist?list=PLj4cxLBW7eSTEVJio_JgBrkZM5fj--aX5

Raidol Raidol - Forjado em uma família de artistas (pai cantor, compositor e instrumentista, mãe pedagoga e dançarina e avó cantora de rádio), Raidol nasceu imerso em arte. Através da vitrola de seus avós e das intermináveis tardes de domingo regadas à música. 

Entrou em contato desde cedo com uma variedade imensa de artistas. Se lançou como artista em 2018, com seu primeiro trabalho solo, "Raidol" (22/08/2018) e rapidamente foi abraçado pelo público que passou a lotar suas apresentações no circuito independente de Belém, cantando as músicas a plenos pulmões. Esse primeiro EP hoje acumula mais de 160k plays no Spotify.

Youtube: https://www.youtube.com/@raidolmusica6803

RAWI - RAWI é um multiartista queer de 23 anos, nascido e criado na cidade de Santarém, PA, Amazônia. Tem mais de 10 anos de vivência e trabalho com arte em várias linguagens, indo do teatro, poesia, artes plásticas, audiovisual a música. 

Lançou, em 2021, o primeiro álbum visual do Oeste paraense, participou do projeto Sons do Pará da TV Liberal, se apresentou nos festivais como: Çairé, Amazônia em Pé, Se Rasgum, Psica, Festival dos Rios e CineAlter. Figura, em 2023, o corpo de artistas selecionados no edital Natura Musical. 

Youtube: https://www.youtube.com/watch?v=bgurWV5sbaw 

Serviço

Para votar em seu artista favorito, basta acessar o site oficial do Prêmio Amazônia de Música em www.premioamazoniademusica.com.br e seguir as instruções para votação. O prazo final para votar é dia 2 de junho. Realização da Oriente Multiproduções. Patrocínio Equatorial Pará, via Lei Semear do Governo do Estado. 

Minni Paulo está de volta aos palcos com "Abraço"

Minni Paulo
Foto: Cláudio Ferreira
O show "Abraço" traz composições cada vez mais marcadas pelo estilo do músico, uma mistura entre jazz e ritmos amazônicos, ambos frutos das viagens e vivências do contrabaixista. É nesta quinta-feira, 25 de maio, às 18h30, no teatro Waldemar Henrique.

No palco, o artista lidera o quarteto Equilibrium, que o acompanha e dá nome ao DVD, formado pelos jovens paraenses Elias Coutinho no saxofone, Tiago Belém na bateria, Caio Braga   no piano, que tocam composições inéditas e incluem experimentações contemporâneas com o contrabaixo.

Minni Paulo iniciou sua carreira na década de 70, em Belém, com o grupo de música experimental Sol do Meio Dia. Anos mais tarde, a convite do músico Johny Alf, com quem participou de turnês como baixista, viveu por muitos anos entre São Paulo e Rio de Janeiro tocando em turnês nacionais e internacionais de artistas brasileiros como, Luis Melodia, Elza Soares, Tim Maia, Zezé Motta, Ângela Rôrô, Marina Lima, Jards Macalé, Leny Andrade, Alaíde Costa, João de Aquino, Grupo Índex, Alma Thomas, Nika Stuart e JJ Jackson, entre outros.

Nos anos 90 retornou a Belém com intenção de montar seu próprio grupo de música e assim surgiu o Sociedade Marginal, primeiro grupo instrumental autoral do Pará e o primeiro a contribuir para o início da cena instrumental em Belém do Pará, buscando a popularização do Jazz na cidade.

Após muitos anos se dedicando ao incentivo à música instrumental, Minni Paulo, pioneiro no gênero, também realiza desde 2003, o Baiacool Jazz Festival - referência no mapa da música instrumental no país, um dos poucos festivais de jazz existentes -, que além de formação, já trouxe para apresentações em Belém e em Salinópolis, atrações como o saxofonista Leo Galdeman, o violonista Toninho Horta, o baterista François Morin, o multi Hermeto Pascoal, o trompetista Marcio Montarroyos, o pianista Jeff Gardner, entre outros. Além de reunir os músicos conterrâneos.

Serviço

O projeto Abraço Musical apresenta o show Abraço com Minnipaulo e “Equilibrium”, com o compositor e instrumentista Minni Paulo Medeiros, nesta quinta  25 de maio às 18h30, no Teatro Waldemar Henrique , praça da República. A classificação é livre ). Valor do ingresso: R$ 50 com direito a um CD ou DVD ou R$ 25.

A Pele da Cor Expandida se despede neste sábado

Simões, que expõe na Galeria Benedito Nunes
Foto: Bruno Cecim /FCP
Com um total de 87 obras inéditas, é a maior já realizada por Simões em seus 48 anos de trajetória. Os visitantes têm até este sábado, 27 de maio para conferir "A Pele da Cor Expandida", aberta na galeria Benedito Nunes, do Centur. 

A exposição foi contemplada pelo Prêmio Branco de Melo, concedido pela Fundação Cultural do Pará, o que confirma o impacto e a relevância do trabalho de Simões. Com uma proposta inovadora, o artista deixou de lado o figurativo e embarcou em uma jornada em busca de formas, cores, geometria, arquitetura e música instrumental. Cada obra abstrata apresentada nesta mostra conta uma história singular.

Simões é um talentoso artista plástico premiado e reconhecido em Belém do Pará. Sua paixão pelas artes o impulsiona a viver o presente e a se renovar constantemente, oferecendo ao público uma experiência visual rica em significado e sensibilidade. Sua trajetória artística é marcada por uma busca constante por novas formas de expressão, explorando neste novo trabalho as relações entre cores, geometria, arquitetura e música instrumental.

O artista diz que a experiência na galeria Benedito Nunes foi renovadora. Durante este mês, foram vários encontros realizados, inclusive aos sábados, com visitações que levaram alunos de artes visuais, apreciadores de arte e curiosos à galeria. O detalhe é que a Benedito Nunes normalmente só abre de segunda a sexta, mas os pedidos do artista foram ouvidos.

“Achamos que seria um grande desperdício que a galeria ficasse fechada nos sábados, que é um dia em que as pessoas podem ter uma oportunidade de visitá-la com mais calma. Fizemos a solicitação à fundação e fomos atendidos. Espero que se torne rotina, a galeria é muito interessante. Aos sábados, aproveitamos para fazer visitas guiadas, bater papo com o público e lançar o catálogo da exposição. Neste último sábado estarei presente para receber o público mais uma vez”, diz Simões. 

A exposição "A Pele da Cor Expandida" é uma oportunidade para mergulhar em um mundo abstrato, onde as formas e cores ganham vida e transcendem as limitações do figurativo. Cada obra exibida traz consigo um conjunto de narrativas e emoções, convidando os espectadores a interpretar e apreciar a arte de maneira pessoal.

Experiências na pandemia trazem mudanças ao artista

A Pele da Cor Expandida
Foto: Bruno Cecim
Simões surge como artista ainda nos anos 1970, destacando-se na década seguinte, como um dos expoentes de sua geração. Já participou de inúmeras exposições, individuais e coletivas, ganhando prêmios importantes, até o final dos anos 1990, quando ele desaparece do cenário tendo, como divisor de águas a criação e gestão do Bar Galeria Café Imaginário, lugar sonoro e gastronômico, onde a música instrumental e a pizza de jambú, que ele criou, reinavam absolutas na noite não convencional de Belém. 

Em 2008, depois de nove anos sem pintar, ele retoma a trajetória com a exposição "Redesenho", na casa Fundação Antar Rohit, no bairro da Campina, seguindo depois para a Taberna São Jorge, da fotógrafa Walda Marques, na Cidade Velha. Em 2009, expôs a série “Natureza Imaginária” no Hall do Tribunal Regional do Trabalho, em frente à Praça Brasil e em 2014, nos apresentou  “Fogo Sagrado”, exposta no Museu do Estado. Nessa época ele já tinha resolvido sair do centro urbano e se sediou na Ilha de Mosqueiro, próxima a Belém, onde segue até hoje, produzindo. 

No primeiro semestre de 2021, em plena pandemia, Simões exibiu em seu canal no Instagram, imagens de uma nova série intitulada “Cerimônias Privadas”, que trazia uma outra característica da obra do pintor, as curvas e o erotismo.  Depois, fez as série “Cardume”, “Para observar a Lua ou Perfil do jovem poeta”, “Rede” e À Margem”. Eram todos trabalhos de 50 x 50 cm, em telas. Essas novas experiências deram origem A Pele da Cor Expandida. 

Serviço

A Pele da Cor Expandida, do artista plástico Simões, até sábado, na Galeria Benedito Nunes – Centur.

Prêmio Ruy Barata para as contribuições à cultura

Estatueta em bronze,
criada pelo artista Toco Dias.
Foto: Dylan Moura
Nesta sexta-feira, 26 de maio, o Teatro do Sesi recebe, às 20h, a cerimônia do Prêmio Cultural Ruy Barata. A noite promove um encontro de gerações para celebrar o poeta e reconhecer talentos e grandes contribuições à cultura de um país chamado Pará. A iniciativa é da Associação de Arte, Cultura e Memória Ruy Barata, com realização da UFPA, PROEX, ICA, FAV, Curso de Multimídia e Fadesp.

O Prêmio cultural Ruy Barata reconhece e homenageia personalidades que de alguma forma contribuíram para o desenvolvimento da cultura e da arte na região. A noite vai contar com participações especiais de Fafá de Belém, Elói Iglesias, Alba Mariah, Mahrco Monteiro, Andréa Pinheiro, Olivar Barreto, Juliana Sinimbú e Trio Warilow e, ainda, como homenageados, Dona Onete, Pinduca e Arraial do Pavulagem. 

Os demais nomes, Tito Barata, filho do saudoso poeta, mantém segredo, o certo é que ao homenagear personalidades que foram contemporâneas, vieram antes ou depois de Ruy Barata, o prêmio reconhece que a cultura e a arte são um trabalho coletivo e contínuo, que se desenvolve ao longo do tempo e com a participação de muitas pessoas. E você, me conta aí: quem você acha que merece um Ruy?

A poesia e o pensamento de Ruy em aquarelas

Isis Molinari, coordenação de extensão
Foto: Holofote Virtual

A premiação também foi desenvolvida na Universidade Federal do Pará, como atividade de pesquisa de extensão da Faculdade de Artes Visuais, pela professora Isis Molinari, a partir da Fadesp e Proex, a Pró-Reitoria de Extensão da UFPA.

“A gente vem trabalhando desde 2020 mais ou menos, junto com os alunos da Faculdade de Artes Visuais, que trabalharam as poesias de Ruy Barata. Fizemos uma imersão sobre os textos dele, realizamos saraus, trouxemos palestrantes para falarem sobre as poesias, como uma amiga de Ruy, a professora Amarílis Tupiassú. Foram meses de uma imersão que depois resultou em aquarelas”, conta Isis que também organizou com os alunos uma exposição desse resultado.

Foram centenas de aquarelas desenvolvidas a partir das poesias do Ruy. “Eles escolheram as poesias e no momento de reflexão sobre os textos, de emoção, eles produziram as aquarelas. As obras ficaram belíssimas, fizemos exposição na FAV. Foi basicamente um trabalho em que a gente levou Ruy Barata para dentro da universidade e para refletir acerca de seu pensamento, que é um pensamento crítico e ao mesmo tempo sensível”, diz a professora.

Já a premiação em si, é um incentivo a produção cultural e artística na região. As escolhas dos nomes homenageados foram feitas a partir da Associação de Arte Cultura e Memória Ruy Barata, que existe há 5 anos e vem, desde 2020, revendo a história do poeta”, diz Tito Barata. 

“Essa premiação é uma forma de celebrar as conquistas desses artistas e intelectuais e valorizar seu trabalho e legado”, continua. A ideia do prêmio, segundo ele, foi do jornalista Euclides Farias, um pouco antes dele morrer, em 2018. Seria uma das ações previstas para 2020, quando se dariam as comemorações do centenário do poeta, adiadas por causa da pandemia. 

“O Euclides ia completar 60 anos. Era um jornalista de primeira, com grande senso crítico. Um excelente amigo e ótimo papo. Um dia estávamos conversando - ele que tinha sido ex aluno do Ruy na cadeira de Literatura Brasileira -, quando ele deu essa ideia de homenagear as personalidades políticas, artísticas, culturais e de várias outras profissões que merecem reconhecimento, entregando a essas pessoas uma estatueta do Ruy”, conta Tito Barata, filho de Ruy e diretor geral do evento de premiação.

Aquarela "Auto-Retrato", 
de Luiz da Silva Furtado 

Sobre Ruy Barata -  Ruy Paranatinga Barata nasceu em Santarém, em 25 de junho de 1920, e morreu em São Paulo, em 23 de abril de 1990, quando pesquisava sobre a passagem de Mário de Andrade pela Amazônia. 

Homem de múltiplas atividades (advogado, cartorário, jornalista, poeta, professor e político), Ruy Barata exerceu intensa atividade política, elegendo-se deputado estadual pelo Partido Social Progressista (1947-1954, em duas legislaturas).

Como jornalista, até 1964 dirigiu o suplemento literário de 'A Província do Pará', além de ter sido titular da cadeira de Literatura Brasileira da Faculdade de Filosofia, Letras e Artes (mais tarde incorporada à Universidade Federal do Pará). Em 1964, com o golpe militar, foi preso, demitido do cartório e aposentado compulsoriamente do magistério superior.

Saindo da prisão, passou a sobreviver como advogado. Com o advento da anistia, em 1979, voltou à atividade acadêmica, sendo readmitido na Universidade Federal do Pará. Publicou 'Anjo dos Abismos' e 'A Linha Imaginária' e 'Antilogia' (organizado e revisado por Ruy Barata em 1990, mas só publicado no ano de 2000). Com seu filho Paulo André Barata compôs em parceria um vasto número de canções que se tornaram referência em todo o Estado do Pará. Não se pode falar de música paraense sem que seu nome esteja presente.

Prêmio Ruy Barata

Ficha Técnica

Estatuetas: artista plástico Toco Dias

Cerimonial: Guto Delgado e  ngela do Espírito Santo

Produção audiovisual: Amazon Filmes

Designer: José Antônio Oliveira

Gravação e locução: Silvio Junior

Assessoria de imprensa: Luciana Medeiros – Holofote Virtual

Fotografia: Dylan Moura

Apresentadores: Renata Ferreira e Ismaelino Pinto

Produção: Andréa Cavallero

Assistente de produção: Amanda Rabelo

Direção musical: Luiz Pardal e Ziza Padilha

Coordenação de projeto: Isis Molinari

Roteiro e direção geral: Tito Barata

Serviço

Prêmio Cultural Ruy Barata. Dia 26 de maio, às 20h, no Teatro do SESI. Ingressos à venda na bilheteria do teatro e na bilheteria digital do SESI. Mais informações: 98297.4392.

21.5.23

1º Prêmio Amazônia de Música divulga os indicados

Após a etapa individual, a curadoria do Prêmio Amazônia de Música – Edição Pará se reuniu em Belém para definir a lista dos artistas indicados à premiação em 31 categorias. A lista com os nomes dos finalistas será divulgada nesta segunda-feira, 22, pelo site premioamazoniademusica, incluindo os três nomes que concorrerão ao Voto Popular para eleger o Artista Revelação. 

Os vencedores serão conhecidos na cerimônia de premiação que ocorrerá no dia 6 de junho, a partir das 20h, no Theatro da Paz, para convidados, com transmissão ao vivo pela Tv Cultura do Pará. A noite promete uma grande celebração com os artistas, além de uma homenagem muito especial à cantora Fafá de Belém. 

A curadoria conta com profissionais do mercado da música, em diversas das suas vertentes.  Marcus Preto, jornalista e produtor musical paulista, com trabalhos assinados junto a nomes de peso na música brasileira, como Gal Costa, Tom Zé e Erasmos Carlos, além de participar de diversos outros processos de seleção e curadoria em festivais e outras premiações nacionais. Ele coordenou o processo de curadoria. 

Junto a ele, o time vai se completando com Edimilson Santos da Mota e Edgar Augusto, ambos radialistas e conhecedores da música paraense; Jade Guilhon, musicista, compositora, poeta e professora de música; Jazz Mota, artista, publicitária e produtora cultural na área do audiovisual; Jeft Dias, DJ e produtor cultural, criador e diretor de festival e movimento de cultura periférica e amazônica; e Rosalina Melo, que atua no mercado de shows e eventos nacionais de música.

Com a equipe do Prêmio Amazônia de Música
Foto: Thalita Barros
Foram 300 inscrições e indicações de obras e artistas. A diversidade, como era de se esperar, deu o tom nesta primeira edição e não foi muito fácil para os curadores que, em reunião, apararam as arestas, debateram e trouxeram suas opiniões para que se chegasse a u para chegar a um resultado que refletirá tudo isso na cerimônia de premiação. 

“Encontramos uma diversidade muito grande, boas surpresas. Um prêmio desse fortalece essa identidade cultural e a beleza dessas artes periféricas que rolam por aqui, assim como em outros estados em que rolam premiações que olham para si. É muito importante que se olhe para isso, de ser olhar e que esse premio exista, que ele dure muito tempo, pois ele vai revelar para o Brasil e para fora do pais, muitos artistas que talvez não fossem olhados com esse mesmo carinho e cuidados que esse prêmio “, diz Marcus Preto, que coordenou a curadoria.

Para Edgar Augusto, que traz na bagagem 50 anos de Feira do Som, um programa de rádio e coluna em jornal que sempre divulgou a música paraense, mesmo assim, ele diz que nem tudo que viu nesta curadoria passou, necessariamente, pelos seus ouvidos. 

“A Feira do Som desenvolveu durante cinco anos, uma trabalho de garimpagem querendo saber o que estava sendo proposto para a música do Pará, quem tinha alguma coisa para mostrar. Já houve festivais e outros lances que divulgaram esses trabalhos, mas este agora em que estou participando é especial porque premia todo mundo que trabalha e tem algo feito com esmero e qualidade e que quer reconhecimento. E é isso a que veio o prêmio, o artista quer essa visibilidade e merece isso. Então esse prêmio pra mim é uma festa e eu sempre gostei de participar dessas festas que valorizam a nossa cultura e esta e mais uma e depois de 50 anos me gratifica muito”, diz Edgar Augusto.

A curadoria trouxe diversos olhares, cada um com alguma especialidade, mas com a missão de ouvir tudo cuidadosamente. Jade Guilhon, por exemplo, ter a música erudita concorrendo também é um grande passo para aproximar mais as pessoas não só daqui mas de todo o país, como uma tradição dono estado.

“A gente sabe que tem muita gente talentosa neste estado e é um presente para todos os curadores pode ouvir tanta coisa nova em todas as vertentes. E a presença da música erudita é mais interessante ainda, porque a gente não vê esse tipo de música ser contemplada em premiações, a não ser que seja algo muito específico. E não podemos esquecer que no Pará há uma tradição muito forte na musica erudita , temos um conservatório de mais de 100 anos, temos uma tradição gigantesca e precisamos valorizar isso. Nossos artistas são exportados ganhando visibilidade lá fora, enquanto que aqui muitas vezes não são valorizados”, comenta a musicista.

Outro viés importante foi o olhar de produtores que promovem festivais e shows nacionais em Belém, o caso de Jeft Dias, do festival Psica e Rosalina Melo, da Link Produções. 

"Foi legal ver vários artistas da periferia, pretos, participando. A gente trabalha muito com essa turma mais alternativa, e um tempo atrás essa galera não estava envolvida nesse rolê mais profissionais, embora estivessem tocando todo dia, não tinham muito essa coisa da produção. E isso é importante pra você se inscrever num festival. E agora a gente já vê a galera começando a aparecer nestes espaços, como no Prêmio Amazônia de Música", comenta Jeft. 

Já para Rosalina Melo, participar da curadoria foi uma grata surpresa ao se deparar com obras de artistas do interior do estado. "Às vezes, a gente fica muito centrado na cidade e não tem como ir atrás desses outros produtos e estou tendo esta oportunidade e achado tudo muito gratificante. Sei que mesmo quem não for premiado, vou poder buscar agora que já conheço. Precisamos de talentos natos, puros. O Pará tem muitos talentos e foi dificil definir as indicações".

Idealizado pelo artista Arthur Espíndola, da Oriente Multiproduções, a iniciativa busca valorizar e destacar a diversidade musical da região amazônica, em especial do Pará. O Prêmio Amazônia de Samba vem sendo gestado desde 2017 e este ano ganhou conceito e forma para sua realização, com patrocínio da Equatorial Pará via lei Semear, Governo do Estado. A realização é da Oriente Multiproduções e Milk Produções. 

Serviço

Divulgação dos indicados ao Prêmio Amazônia de Música - Edição Pará, nesta segunda-feira, 22. A Votação Popular para Artista Revelação vai até 2 de junho.  Tudo pelo site:

premioamazoniademusica.com.br

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@premioamazoniademusica, no Instagram.

19.5.23

Elas no Comando com programação neste sábado

A mineira Roberta Campos
Foto: Lucas Seixas
O Festival Elas no Comando encerra neste sábado, 20, com programação, a partir das 18h, no Teatro Estação Gasômetro. Esta edição já contou com debates, mostra de videoclipes e cinema, oficinas de capacitação, shows, feirinha gastronômica e criativa com ações gratuitas, e agora traz mais música e economia criativa.

Destacando as profissionais da indústria da cultura, a iniciativa promove diálogos entre e para mulheres que atuam nas diversas áreas do setor cultural. A programação deste sábado abre com a Feira Delas, e segue com muita música. A discotecagem da DJ Carol C vai animar a noite que conta também com apresentações musicais das paraenses Azuliteral, além de Layse e as Sinceras, que convidam Júlia Passos e Helena Ressoa. 

A surpresa da noite será a mineira Roberta Campos, que traz para Belém o show de seu novo álbum, “O Amor Liberta”, que mistura MPB de voz e violão com indie, jazz, bossa nova e blues. É a primeira vez dela, por aqui. A artista apresentará as novas músicas em formato voz e violão, além de grandes hits como “De Janeiro a Janeiro”, “Minha Felicidade” e “Abrigo”.  E também  irá receber no palco a paraense Malu Guedelha. 

Indicada ao Grammy Latino 2016 na categoria "Melhor Álbum de MPB", Roberta é uma artista completa que canta, compõe, toca, produz e coleciona músicas em trilhas de novelas como "De Janeiro a Janeiro", canção da artista gravada em parceria com Nando Reis, e que já esteve na trilha de cinco novelas e alcançou a marca de mais de 40 milhões de visualizações na internet e conquistou os primeiros lugares nas rádios de todo o Brasil. 

Malu Guedelha
Foto: Tita Padilha

A iniciativa chega para dar visibilidade às profissionais da área cultural, promovendo o encontro de gerações e experiências que fortalecem a mesma ideia.

“É impossível nós mulheres ficarmos paradas diante dos dados da UBC de que apenas 3% das mulheres que trabalham com música no Brasil correspondem à mulheres do Norte. Estamos rodeadas de mulheres potentes e incríveis, aguardando treinamento, capacitação, mas, acima de tudo, oportunidade! O Elas no Comando é tudo isso! É um "olha eu/nós aqui"! Que tenhamos mais projetos assim”, diz Joelle Mesquita, idealizadora do projeto e proprietária da SOMA Música.

A programação do Elas no Comando ofereceu este ano atividades formativas com oficinas gratuitas, debates e palestras, além de ter dedicado espaço para a produção audiovisual de mulheres. O projeto foi selecionado pelo edital Natura Musical, por meio da lei estadual de incentivo à cultura do Pará (Semear), ao lado de nomes como Azuliteral, Daniel ADR, Raidol e Festival Lambateria. 

Programação

SÁBADO 20/5
Teatro Gasômetro

  • 18h às 22h: Feirinha: FEIRINHA CRIATIVA DELAS com Isis Bouth Cozinha Cultural - Bolo de Cristal - Mãe, tô com fome - Ana e o Crochê - Garden Art - Acessórios 
  • 18h às 19h: Discotecagem: DJ Carol C 
  • 19h às 19h40: Show: AzulLiteral 
  • 19h40 às 20h: Discotecagem: DJ Carol C 
  • 20h às 20h50: Layse e As Sinceras feat Julia Passos e Helena Pessoa 
  • 20h50 às 21h: Discotecagem: DJ Carol C 
  • 21h às 22h: Roberta Campos feat Malu Guedelha 

Francelino Mesquita abre exposição de esculturas

Francelino Mesquita
Fotos: Leila Prado
O artista vem resignificando a utilização das matérias primas da natureza e alertando sobre a preservação do meio ambiente e sua sustentabilidade. É sobre isso a exposição que ele abre na próxima quinta-feira, 25 de maio, às 18h30, no Espaço Cultural do Banco da Amazônia. 

“Natureza, Arte e Sustentabilidade” reúne 32 esculturas inéditas criadas com tala, bucha do miriti, cuia pitinga e raiz do mututi, elementos que fazem parte da pesquisa de Francelino Mesquita, artista que tem como objetivo destacar os patrimônios imateriais que a região amazônica possui fixados no imaginário popular. A proposta foi selecionada pelo Edital de Patrocínio do Banco da Amazônia, que também oferece o espaço no qual as esculturas estão expostas.

Segundo o artista, os materiais usados na produção das esculturas se conectam à Região Amazônica: “[...] Ao artesanato produzido no Estado do Pará, como os brinquedos de miriti, que são produzidos principalmente no município de Abaetetuba; os artesanatos nas cuias, que vem do município de Santarém; as nossas pipas e rabiolas, que são produzidas com a tala do jupati, e os animais amazônicos, como o tatu, tartaruga, jacaré e outros, produzidos com a raiz do mututi.” 

Para ele, este uso: “apresenta ao público sua utilização com uma ressignificação para as artes visuais, através das esculturas contemporâneas onde as mesmas são peças únicas (inéditas), ao contrário do artesanato. Sendo que o público fará uma reflexão poética e contextual observando e contemplando cada obra.”

A proposta surgiu em apresentar algo novo na sua produção artística, na relação entre ‘Natureza, Arte e Sustentabilidade’, nome dado para a exposição. Francelino também destaca que as esculturas foram produzidas: “sem nenhuma aplicação de produtos industrializados, como verniz, tintas e outros”, sendo feitas inteiramente de matérias-primas da Floresta Amazônica. 

O artista conclui que o principal eixo norteador é o de trazer questionamentos sobre as questões que permeiam a região: “[O público é] posto em tensão com questões profundas e atuais, dos impactos humanos ao meio ambiente a partir da leveza material e sutileza estética dos materiais naturais ameaçados pelo antropoceno”.

Trazendo acessibilidade, há textos em Braille e liberdade de tocar nas obras. A exposição conta com rampas de acesso para cadeirantes, audiodescrição e Língua Brasileira de Sinais (LIBRAS), além de 20 faixas de tecido preto disponíveis para visitantes com visão, para experienciar as esculturas pelo tato.

Francelino Moraes Mesquita tem uma carreira que soma mais de 20 anos. Formado em Técnico em Edificações, pela antiga ETFPA (atual IFPA), teve a primeira experiência com exposição em 1999 por meio do projeto “Cobra Criada”, da então Fundação Curro Velho, na qual venceu na categoria Linguagem Plástica.  Desde então, Francelino formou-se também em Técnico em Cenografia na Escola de Teatro e Dança da UFPA (ETDUFPA). 

Sua produção artística é voltada a escultura e estruturas que evocam sentidos e significados amazônicos, característica fundamental em sua trajetória, e que lhe trouxe inúmeros prêmios e seleções em editais artísticos como o Pesquisa, Experimentação e Criação Artística em 2008 do antigo Instituto de Artes do Pará (IAP),  a partir de pesquisa do uso dos materiais do miritizeiro.

Serviço

Exposição ‘Natureza, Arte e Sustentabilidade’ por Francelino Mesquita

Período e horário de visitação: 25 de maio até dia 06 de Julho, de 9h às 17h. Entrada gratuita. 

Vernissage: 25 de maio, às 18:30h com coquetel e presença do artista. 

Local: Espaço Cultural Banco da Amazônia, na Avenida Presidente Vargas, nº 800, Bairro da Campina em Belém (PA). 

Classificação livre e acessível para todos os públicos. 

(Holofote Virtual, com informações da assessoria de imprensa)

18.5.23

Arthur Espíndola conta histórias na roda de samba

Arthur Espíndola
Estúdio Teresa e Aryanne
Arthur Espíndola dá início ao projeto "Papo de Samba", um evento acústico que promete ser uma celebração do samba de raiz, unindo música, interação e grandes histórias. Nesta quinta-feira, 18 de maio, às 21h, na Casa Namata, em Belém, contando com a participação dos músicos convidados: Igor Nicolai (violão) - Marcus Junior, (cavaco) - Douglas Moreira (percussão/bateria), do grupo "Tá Falado!".

Em formato acústico, Arthur apresentará no "Papo de Samba" seu repertório autoral, lado B, e também vai cantar clássicos da música brasileira que nem sempre inclui no repertório de seus shows. Nessa atmosfera descontraída, o artista compartilhará histórias fascinantes sobre a origem e o contexto de algumas das mais marcantes canções do samba brasileiro. A singularidade desse evento reside na sua informalidade, proporcionando ao público uma experiência intimista e envolvente.  

Ideal para aqueles que desejam conhecer mais sobre a riqueza do samba, suas influências e a alma vibrante que permeia cada nota, o evento também é uma oportunidade única para os fãs do gênero mergulharem nesse viés da cultura brasileira, enquanto apreciam uma apresentação ao vivo. A programação estreia nesta semana, dia 19, mas seguirá em cartaz sempre às quintas-feiras até dia 8 de junho.

 Arthur Espíndola é músico paraense, cuja paixão pelo samba transcende fronteiras e toca o coração de todos que têm o prazer de ouvir sua música. Nascido e criado em Belém, cidade rica em cultura e tradições musicais, Arthur encontrou no samba sua vocação e expressão artística. Desde muito jovem, teve contato com os sons pulsantes e as melodias cativantes do samba brasileiro. Influenciado por grandes nomes da música nacional, mergulhou profundamente na rica história e na essência desse gênero musical.

Arthur Espíndola tornou-se uma voz respeitada na cena musical paraense. Seu domínio dos ritmos e sua capacidade de transmitir emoções por meio da música conquistaram o respeito e a admiração de públicos variados. Sua contribuição para a cena musical não se restringe apenas aos palcos. 

O músico tem álbuns e diversos singles lançados na plataforma digital de música, além de um DVD disponibilizado no Youtube. Nas próximas sextas-feiras, fique atento que ele vai lançar novos singles em suas redes, como Assunto Particular, nesta sexta, 19, e Coisa da Pele, previsto para o dia 9 de junho. 

Arthur Espíndola também é reconhecido por seu trabalho em prol da preservação e valorização do samba de raiz e da cultura brasileira como um todo. Ele se engaja em projetos como o Amazônia Samba, e participa ativamente de eventos e iniciativas que promovem a diversidade cultural e a arte popular.  Para acompanhar a carreira do músico, siga o perfil no Instagram: @arthurespindola

Serviço

"Papo de Samba" com  Arthur Espíndola e convidados. Dia 18 de maio, às 21h, seguindo sempre às quintas-feira, até dia 8 de junho - Casa Namata - Av. Conselheiro Furtado, 287 - Batista Campos – Couvert R$ 25,00.


15.5.23

Secult diz que no Pará está tudo pronto para a LPG

A SECULT está preparada para operar a Lei Paulo Gustavo ainda neste primeiro semestre e em seguida, a Lei Aldir Blanc 2, a partir de agosto. É o que afirma  Ursula Vidal, que em entrevista exclusiva ao Holofote Virtual, fala dos investimentos no setor cultural e faz um raio x de sua gestão, que inicia em 2019 e segue neste segundo mandato do governo de Helder Barbalho.

O Pará receberá R$ 165 milhões de recursos da LPG, sendo R$ 91,7 milhões a serem executados pelo Estado e R$ 73,7 milhões, pelos municípios. O processo de lançamento e execução dos editais vão ocorrer de forma semelhante a condução feita para a Lei Aldir Blanc 2020, com as submissões de projetos pela plataforma de Mapa Cultural do Estado. 

“Já estamos nos preparando para a execução da Lei Paulo Gustavo no Pará desde o final do ano passado, quando o governo de transição conseguiu a garantia dos 3,8 bilhões de reais no orçamento da União, em  2023. O Mapa Cultural do Pará segue operando como a plataforma estadual de cadastramento dos agentes culturais e submissão de projetos para nossos editais”, explica Ursula Vidal. 

Para a execução da LPG nos municípios, porém, ainda se depende que os gestores apresentem planos de ação na Plataforma TransfereGov, para receberem os recursos. O MinC, de volta, cumpre sua função esclarecendo duvidas e fazendo as devidas orientações. Já a Secult-Pa dará apoio à formação de agentes públicos. Uma das ações já ocorrerá no próximo dia 22 de maio.

“A formação dos agentes públicos municipais está sendo feita pela equipe do ministério, com apoio das Secretarias Estaduais. Aqui no Pará, vamos realizar essa formação de maneira híbrida no dia 22 de maio, com a disponibilização do conteúdo virtual e de modelos de editais para apoiar os gestores municipais de cultura, nessa construção com a sociedade civil”, continua.

O maior montante dos recursos da Lei Paulo Gustavo atende o setor audiovisual, mas os editais também serão destinados as demais linguagens artísticas. 

“A Lei Paulo Gustavo já traz em seu escopo as linhas de fomento previstas para o setor audiovisual e o Decreto de Regulamentação refina esse modelo de execução. As regras são simplificadas, inclusive no que diz respeito à prestação de contas, principalmente para projetos de até 200 mil reais. Nosso processo de elaboração dos editais tem seguido, desde a Lei Aldir Blanc, a diretriz de participação democrática dos agentes culturais. Portanto, estamos aguardando os modelos de premiação e valores sugeridos pelos setoriais de cultura”, informa a secretária.

Mais recursos para o segundo semestre

Além da Lei Paulo Gustavo, aguarda-se os trâmites para a lei Aldir Blanc 2, que desta vez ganha um caráter de fomento, há também expectativa de lançamento dos editais PREAMAR, mas isso vai depender do funcionamento do Sistema Estadual de Cultura, com seu Conselho ativo. E há outros investimentos que somam um total de R$ 150 milhões a serem executados somente pela Secult-Pa neste exercício de 2023. 

“Estamos em pleno processo de implementação do Sistema Estadual de Cultura. Apresentamos à sociedade civil o modelo de eleição dos membros do Conselho Estadual de Cultura que representarão os 20 setoriais de linguagens e expressões. Essa construção de dará com a participação ativa do Conselho (CEC – Conselho Estadual de Cultura). Os editais PREAMAR serão uma decisão do Conselho Estadual de Cultura que estará ativo no segundo semestre”, afirma.

Sobre a Lei Milton Mendonça, a Lei do Audiovisual paraense, já aprovada no Estado desde 2019, Úrsula diz que há problemas para os quais se está buscando soluções. 

"A lei  não prevê uma fonte de financiamento própria para o fundo. Precisamos avançar na construção dessa minuta de PL, já com um indicativo de destinação de um percentual de uma das taxas recolhidas pelo estado para o fomento deste setorial”, diz. 

Outro desafio no setor do audiovisual, de acordo com Ursula, é a estruturação de uma "Film Comission voltada a oferecer assistência para a realização de produções audiovisuais no Pará. Voltamos a receber grandes produções e esta demanda tende a crescer. A implementação da Lei Milton Mendonça é a missão de urgência, após a execução da Lei Paulo Gustavo”, anuncia.

Avanços da SECULT no setor cultural paraense

A mudança de governo em 2019 abriu uma nova perspectiva aos fazedores de cultura do estado do Pará, com Ursula Vidal,     que foi recebida com entusiasmo pelos fazedores de cultura. A transição de governo, inicialmente, restringiu ações no plano financeiro. Em 2020, veio a Pandemia e todas as medidas emergenciais na área da cultura com o lançamento da Lei Aldir Blanc, executada em 2021. A SECULT também lançou um edital próprio, Te Aquieta, além do programa PREAMAR. 

Em 2022, Vidal deixou a secretaria para concorrer as eleições para Deputada Federal e até março de 2023, a SECULT-Pa foi gerida por seu adjunto, Bruno Chagas. De volta à gestão esse ano, Ursula Vidal retomou os processos e entregas ao setor cultural. Houve aumento de mais 400% nos recursos da SEMEAR, passando de 3 milhões para 20 milhões, além da redução da contrapartida das empresas de 20%para 5%. O PREAMAR foi criado e o Estado aderiu o Sistema Nacional de Cultura. Úrsula cita outras iniciativas.

"Trabalhamos na descentralização das ações de formação de plateia e formação de mão de obra, com o Festival de Ópera e a parceria com a Secretaria de Administração Penitenciária - um projeto admirado no país -; a ampliação das Festas Literárias nas regiões de integração; as intervenções artísticas na periferia de Belém; a realização de projetos que valorizam a economia criativa e a cultura popular, como o Festival de Pássaros Juninos. Além do fato inconteste de que a SECULT mantém hoje uma dinâmica ativa de construção de políticas públicas junto com a sociedade civil. O Museu do Marajó e a implementação do Museu da Consciência Negra são as provas concretas dessa construção”, enumera.

É importante reconhecer e celebrar os avanços, mas não sem constatar que o aumento dos recursos da Lei Semear ainda não resolve uma questão histórica das leis de incentivo à cultura, que é a captação dos recursos junto aos empresários. E que os recursos ampliados aos editais da FCP ainda são muito pequenos diante da demanda de inscrições registradas nos editais lançados este ano. 

Há acertos, desafios e há também insatisfação em alguns setores da cultura nesta gestão, como o questionamento de artistas e profissionais da área em relação às exonerações que estão sendo feitas no Sistema Integrados de Museus, colocando no lugar de profissionais capacitados e qualificados, pessoas sem currículo suficiente para assumirem os cargos. Sobre esta questão, Úrsula diz que a gestão é da Casa Civil e que, segundo ela, "está avaliando a adequação curricular dos novos gestores".

Entre as entregas feitas ano passado pelo governo, tivemos a reforma e inauguração do Palacete Faciola e já este ano, a entrega do Cemitério da Soledade. Este ano, mais duas obras estão em andamento. “As obras do Parque da Cidade e do Porto Futuro 2 começam ainda neste primeiro semestre e nossa previsão é de que as primeiras etapas sejam entregues no segundo semestre de 2025, quando Belém sediará a COP30, construção que vem avançando bastante com apoio do Presidente Lula”, continua a secretária.

A secretária lembra ainda que em 2019, havia 11 equipamentos culturais sob sua gestão direta e que hoje são 17, com um acúmulo de quase 100 milhões de reais investidos em restauros, revitalizações e criação de novos espaços, além da contratação de projetos que irão mudar o desenho urbanístico em pontos vitais da geografia da cidade, caso do Parque da Cidade e do Porto Futuro.

Cenário aponta para a cultura como investimento

O atual cenário cultural é favorável à cultura e o contato do Estado com o Governo Federal está afinado, com avanços no trato das políticas públicas do país com foco na Amazônia. “Estamos num processo de sintonia fina com o MinC. Os secretários e secretárias tem sido incrivelmente acessíveis e nossas pautas vem sendo observadas, principalmente no que diz respeito às especificidades da Amazônia”, continua. 

Ursula afirma que já foi sinalizada também pelo MinC , “a criação de um GT para estudarmos o ‘custo amazônico’ das produções realizadas aqui, que elevam muito os valores de equipamentos e serviços. O MinC também se comprometeu em fazer uma interlocução direta com os 50 maiores patrocinadores da Lei Rouanet, que respondem por mais de 45% de todo o fomento, para garantir a correção da assimetria histórica que destinou somente 1% do recurso para projetos da região Norte”. 

Um dos grandes desafios de sua gestão é descentralizar as ações e fortalecer as práticas culturais  em sua multidiversidade. “Já estamos implementando o Sistema de Cultura, garantindo participação democrática e controle social na arquitetura institucional do órgão. E estamos aumentando nossa presença nas regiões com as políticas de formação de plateia, mapeamento de agentes culturais e capacitação na elaboração de projetos. Tô no modo hiperfoco - quero que nossas entregas e compromissos na Secult sejam cumpridos com responsabilidade, sensibilidade e amor pela cultura e nossa gente”, finaliza.

10.5.23

Dona Socorro Jardim lança Samba Afro-Amazônico

Dona Socorro Jardim
Fotos: Carlos Canhão Brito Jr.
Álbum de estreia de Dona Socorro Jardim, 77, o trabalho traz 8 músicas assinadas por grandes compositores: Ronaldo Silva e Renato Rosas, Adamor do Bandolim, Nego Dito e Magela, Almino Henrique, Dudu Neves e Allan Carvalho, Edinaldo Delgado (Bilão), Almirzinho Gabriel, Noca da Portela e Marco André. O lançamento digital é nesta quinta, 11, em todas as plataformas de música. A obra promete encantar os amantes e poetas do samba de raiz. 

Nascida em uma família de músicos no Maranhão, ela veio morar em Belém do Pará, onde se envolveu com as rodas de Samba e acabou influenciando seu filho, o músico percussionista Márcio Jardim, fundador do Trio Manari, que criança já via a movimentação das rodas de samba da mãe.  

“Desde pequena, eu sempre gostei de cantar, mas no samba mesmo, foi depois que cheguei aqui em Belém, que comecei a me entrosar. As pessoas me pediam canjas e fui cantando nas rodas. Depois, meu filho é quem me levava quando ia tocar nos lugares”, explica Dona Socorro.

A partir daí ela era frequentemente convidada para cantar, tornando-se muito conhecida no bairro da Pedreira, bairro do “Samba e do Amor”, onde mora há mais de 50 anos. Nos anos 1980 chegou a cantar no Clube do Samba e no Bilão. Chegou a abrir um bar, em sua própria casa, chamado “Morro do Pagode” e aí, a veia de cantora aflorou mais ainda.

“Com a casa de samba, a coisa foi se firmando, porque o pessoal vinha na minha casa pra me ver cantar. E quando eu chegava em outro pagode ou roda de samba, o pessoal sempre perguntava ‘a senhora não vai cantar?’, e assim fui me tornando conhecida no bairro e hoje estou aqui, né”, comenta a cantora.     

Mãe e avó de músicos, foram eles quem a incentivaram a gravar o “Samba Afro-Amazônico”. Márcio Jardim faz a direção musical do disco e toca com a mãe, acompanhada também pelos netos dela, William Jardim, na guitarra, e Wesley Jardim, no baixo. 

“Eu nem sonhava em realizar esse trabalho. Sempre gostei de cantar, mas nunca sonhei em gravar, na minha cabeça sempre foi algo mais para brincar e de repente aconteceu. Eu fico grata por isso, né? Só tenho a agradecer aquele lá de cima, o maior é quem faz acontecer tudo. Eu espero que vocês (público) gostem do trabalho, das músicas também, e que com a ajuda de todos, esse trabalho possa continuar”, conclui Dona Socorro Jardim. 

Cuidados com a curadoria do repertório

Márcio Jardim, director musical, explica que este é um disco de samba, onde a percussão está presente, assim como o sopro e o coro, mas tudo passou por um trabalho criterioso, começando pela curadoria das músicas. “As músicas precisavam ter a cara dela, precisaram ser adequadas para a voz dela. Foram muitas possibilidades até chegarmos a esse recorte de repertorio”, diz o músico, que também pontua outro desafio.

“Outro grande desafio foi arranjar samba afro numa rítmica mais lenta. Os arranjos são do Willian Jardim, que escreveu as melodias e harmonias, com colaboração do Manassés  Malcher. E no estúdio fui ajustando as coisas, lapidando tudo com a direção musical. Estamos felizes com o resultado”, complementa.

A produção musical é de Carlos Canhão Brito Jr, com gravação, mixagem e masterização, por Ziza Padilha, via Zarabatana Studio. “Quando conheci o Márcio (Jardim), o Morro do Pagode, casa de Samba de Dona Socorro, estava na ativa. A vi cantando lá algumas vezes, um astral incrível, sempre casa cheia, e agora depois de tantos anos poder produzir o 1º trabalho dela... é uma maravilha. Em breve queremos levar o Samba Afro Amazônico de Dona Socorro Jardim aos palcos”, diz o produtor Carlos Canhão Brito Jr.

As músicas contam também com backing vocal de Suzane Cavalcante e Simone Portela, a participação especial de Gileno Foinquinos, na Guitarra, na faixa Chora, composição de Marco André e Noca da Portela. Dona Socorro diz que gostou de todas as músicas, mas cita em especial algumas, além da satisfação de ter trabalhado com esta equipe. 

“Eu ensaiei com toda essa turma e fiquei muito feliz, porque eu não esperava o que aconteceu. Eu gostei de todas as músicas, mas tem umas que me tocam muito, como ‘O levante e o Amor – Hino Antifascista’(Almino Henrique); ‘Jardim Pandeiro’(Ronaldo Silva e Renato Rosas) e ‘Sabe Deus como Dói’ (Adamor do Bandolim, Nego Dito e Magela)”, diz a cantora.

O projeto teve financiamento por Emenda Parlamentar Individual, do então deputado federal Edmilson Rodrigues, e apoio da UFPA, por meio da FADESP e FAMUS - Faculdade de Música. A produção é da produtora Holofote Virtual – Comunicação Arte Mídia.

Serviço

Lançamento de Samba Afro Amazônico, de Dona Socorro Jardim. Dia 11 de maio, em todas as plataformas de música. Apoio por Emenda Parlamentar Individual (Dep. Federal Edmilson Rodrigues). Apoio: UFPA, por meio da Famus-UFPA e Fadesp. Produção: Holofote Virtual – Comunicação Arte Mídia.

Ficha Técnica

Intérprete: Dona Socorro Jardim

Direção Musical: Márcio Jardim

Produção Musical: Carlos “Canhão” Brito Jr.

Produção Executiva: Luciana Medeiros e Lorena Rodrigues

Produção e Comunicação: Holofote Virtual – Comunicação Arte Mídia.

Músicos e convidados

Arranjos: William Jardim e Márcio Jardim

Backing Vocal: Suzane Cavalcante e Simone Portela

Percussão: Márcio Jardim, Rodrigo Santos e Mauricio da Silva.

Cuíca: Diego Batera

Violão e Guitarra: William Jardim

Contrabaixo:  Wesley Jardim

Cavaco:  Diego Xavier

Guitarra (Faixa Chora): Gileno Foiquinos

Clarinete:  Thiago Amaral

Saxofone:  Vinícius Ribeiro

Trombone:  Manassés Malcher

Estúdio

Gravação/ Mixagem/ Masterização:

Ziza Padilha - Gravado no Zarabatana Stúdio