25.5.18

Um concerto em homenagem a Sergei Firsanov

Foto: Walda Marques
Sergei Firsanov chegou por aqui na década de 1990, integrou a Orquestra Sinfônica do Theatro da Paz e ensinou em quase todas as instituições públicas de ensino da música no Pará. Era um dos mais antigos professores de viola do Instituto Estadual Carlos Gomes, onde lecionou por cerca de 30 anos. Faleceu em 2016 e deixou suas marcas. Para homenageá-lo, a OSTP faz um concerto no dia 30 de maio, às 20h, no Theatro da Paz. Entrada franca.

Sergei é considerado um dos maiores músicos que Belém teve nos últimos anos. Com sua partida a cidade encerrou um ciclo no ensino de música. E além de ter integrado a OSTP, desde sua fundação em 1996, ele também era membro da Academia Paraense de Música. "Serguei deixou vários jovens músicos de Belém órfãos, já que era um grande pai musical", ressalta o maestro Miguel Campos Neto, regente da OSTP. 

No programa do concerto em sua homenagem está "Rapsódia para piano e orquestra", obra de Firsanov, que terá participação da solista Ana Maria Adade. A obra revela uma das características mais marcantes de sua passagem pelo Pará - a absorção em suas composições do folclore local. 

"Ele atuou em várias frontes: como instrumentista de orquestra e de música de câmara estava sempre no palco, como pedagogo lecionava violino, viola, música de câmara, e matérias teóricas, era compositor e arranjador. Pode-se dizer que era o músico completo e é mais que merecedor da nossa homenagem. A obra dele que vamos apresentar é para piano e orquestra mas é baseada em duas canções de Waldemar Henrique, nosso maior compositor", comenta Miguel Campos Neto, regente da OSTP.

Foto: Rodolfo Oliveira (Agencia Pará)
A programação conta também com outro compositor russo, parte da homenagem ao professor. Trata-se da sinfonia N. 9 de Shostakovitch, “uma sinfonia mais curta e mais leve do compositor, uma atitude dele que pode ser interpretada como ironia, quebrando a mística das 'nonas sinfonias' que começara com Beethoven”, diz Miguel. 

A noite terá o magistral concerto para violoncello de Dvorak, talvez o maior concerto já escrito para o instrumento, que terá Bruno Valente como solista. O maestro Miguel Campos Neto considera muito importante contar com a participação de membros da OSTP solando frente à orquestra, como é o caso de Bruno, chefe de naipe dos violoncelos.

"É uma grande responsabilidade solar um concerto de tal magnitude com uma grande orquestra. Será a primeira vez que a OSTP interpretará esse concerto e é uma grande honra ser o primeiro a tocar essa magnífica obra”, afirma o músico. Bruno ingressou na OSTP em meados de 2007, e desde 2011 ocupa a função de chefe dos violoncelos.

O concerto é uma realização do Governo do Estado do Pará, por meio da Secretaria de Estado de Cultura (Secult) e da Academia Paraense de Música (APM), com apoio da Cultura Rede de Comunicação. Firsanov chegou no Pará após abertura econômica e política na antiga União Soviética e aqui fixou residência.

PROGRAMA D. SHOSTAKOVICH (1906-1975)
Sinfonia nº 9 em Mi bemol maior, Op. 70. 

Allegro 
Moderato - Adagio Presto 
Largo 
Allegretto - Allegro 

S. FIRSANOV (1952 - 2016) 
Rapsódia para piano e orquestra 

Andante cantábile 
Allegretto scherzando 
Solista: Ana Maria Adade (piano) 

Intervalo 

A. DVORÁK (1841-1904) 
Concerto para violoncelo em Si menor, Op. 104 

Allegro 
Adagio ma non tropo 
Finale - Allegro moderato 
Solista: Bruno Valente (violoncelo) 

Serviço
Concerto Orquestra Sinfônica do Theatro da Paz 
Data: 30/05 
Horário: 20h 
Regência: Miguel Campos Neto Solistas: Ana Maria Adade (piano) e Bruno Valente (violoncelo) 

Entrada gratuita Os ingressos disponibilizados a partir de 9h do dia 29/5, na bilheteria do Theatro da Paz e no site www.ticketfacil.com.br. Retirada limitada a dois ingressos por pessoa, com taxa de conveniência do site a R$ 2,00 por ingresso.

(com informações da assessoria de imprensa da OSTP)

22.5.18

Espetáculo traz vida e obra de Câmara Cascudo

Fotos de divulgação do espetáculo
Contos de enganar a morte, diabo logrado, zombaria e esperteza, além de aventuras, molecagens e feitos do escritor e folclorista. "Livramento Conta Cascudo" fica em cartaz de 06 a 13 de junho, na 22ª Feira Panamazônica, no Sesc Boulevard e no Teatro Cláudio Barradas. 

Depois de circular por aí, o espetáculo chega a Belém para uma temporada de uma semana. Serão várias oportunidades para ver, todas com entrada franca e uma das sessões com direito a tradução em Libras e audiodescrição. Os locais e horários confira no final desta matéria. 

“Livramento conta Cascudo” estreou em novembro de 2017, em apresentação única no Teatro Glauce Rocha, no Rio (RJ). Contemplado em seguida pelo Edital Paixão de Ler, da Prefeitura do Rio, o espetáculo fez duas apresentações no Teatro Municipal Maria Clara Machado, sendo convidado a voltar para temporada durante todo o mês de janeiro de 2018. 

Baseada na leitura da gigantesca obra cascudiana e apoiada também nas preciosas conversas com Daliana Cascudo, neta do escritor, a autora Conceição Campos constrói um texto vibrante que, dirigido por Gustavo Guenzburger e embalado pela trilha original de Pedro Amorim – transforma-se neste espetáculo, em que o encantamento pela obra do escritor, contagia a plateia, na mesma medida em que vai se revelando para todos, a deliciosa criatura que foi Luís da Câmara Cascudo: "- Sou um brasileiro feliz!".

Luís da Câmara Cascudo foi um importante historiador, jornalista, etnógrafo, professor universitário, advogado antropólogo e, principalmente, folclorista brasileiro. É considerado um dos mais importantes escritores e estudiosos da cultura popular brasileira, com destaque para o nosso folclore. Era apaixonado pelas tradições populares, superstições, literatura oral e história do Brasil.

Em cena, a personagem principal, a contadora de histórias, não tem idade e nem cidade. Na cabeça ela tem livros e livros, sem ponto final. Embarca e viaja em cada uma delas. E na volta, traz pendurados na saia certos mimos e achados de estrada como provas cabais da jornada. Utilizados durante as cenas, esses fragmentos ajudam a costurar a história da vida e da obra do escritor.

Em “Livramento Conta Cascudo” são desfiadas histórias tocantes e divertidas da meninice de  Camara Cascudo no sertão, suas conquistas amorosas na mocidade, seu encontro apaixonado com Dáhlia Freire, com os livros e com a cultura do povo. Fala da amizade e da correspondência mantidas com Mário de Andrade, Villa-Lobos, Guimarães Rosa e Drummond, da rotina de trabalho em sua biblioteca (batizada por ele de Babilônia), e também das estripulias que armava com as netinhas, com quem dividia chocolates comprados clandestinamente.

Pesquisa buscou a fundo um retrato do escritor

Trabalhando com literatura desde os anos 1990, Conceição, que é paraense, intensificou as atividades de atriz a partir de 2012, quando fez nascer sua Livramento – personagem-narradora que desde então vem se apresentando em teatros, escolas e bibliotecas do país, sempre contando para crianças e adultos as histórias da vida e da obra de autores brasileiros como Manoel de Barros, Ariano Suassuna e, muito especialmente, do escritor e folclorista Luís da Câmara Cascudo, com o espetáculo “Livramento conta Cascudo”, recém contemplado no Edital Paixão de Ler, da Prefeitura do Rio. 

A escritora, atriz e narradora de histórias, também é autora da biografia A letra brasileira de Paulo César Pinheiro (416 p., finalista do Prêmio Jabuti 2010). Entre 2008 e 2011 ingressou na dramaturgia, escrevendo três espetáculos de trilogia musical sobre a ilha de Paquetá, em parceria com os compositores João Guilherme Ripper, Edino Krieger e Villani-Côrtes (Casa de Artes Paquetá/Petrobras).

Na direção, o espetáculo conta com Gustavo Guenzburger, formado na Casa de Artes de Laranjeiras/RJ. Atuou como ator em O Alienista (adaptação da obra de Machado de Assis por Cláudio Botelho - 1992); A Impiedosa Conspiração (peça de Dias Gomes, direção de David Herman; 1991/2008) e em Torturas de Um Coração, ou Em Boca Fechada Não Entra Mosquito, de Ariano Suassuna. 

A música original é de Pedro Amorim, músico que tem no bandolim seu instrumento principal – tocando também cavaquinho, banjo, violão e violão tenor –, Pedro Amorim está presente na história da música brasileira como instrumentista e compositor, em discos e shows de muitos dos nossos mais relevantes artistas. 

Ao longo da carreira trabalhou com Elizeth Cardoso, Chico Buarque, Francis Hime, Hermínio Bello de Carvalho, Zé Renato, Moacyr Luz, Dona Ivone Lara, Nei Lopes, Altamiro Carrilho, Turíbio Santos e muitos outros. Como compositor, ele tem parcerias com Paulo César Pinheiro, Nelson Sargento, Maurício Carrilho, Wilson Moreira e Délcio Carvalho, muitas delas gravadas por intérpretes como Maria Bethânia, Roberta Sá, Ney Matogrosso, Naná Vasconcelos, Teresa Cristina, Pedro Miranda e Ilessi.

Com mais de 30 anos de carreira, tem viajado pelo Brasil e pelo mundo tocando e divulgando a música brasileira, especialmente o choro e o samba, em países como a França, Japão, China, Dinamarca, Bélgica, Espanha, Portugal, Venezuela, Argentina e Cuba, entre outros. Várias vezes premiada, sua discografia contempla a obra de compositores como Nazareth, João Pernambuco, Luperce Miranda, Mauro Duarte e Paulo César Pinheiro - seu parceiro mais constante.

Um dos fundadores da Escola Portátil de Música – que atende mais de mil alunos no Rio de Janeiro –, Pedro Amorim acaba de lançar o CD Voz Nagô, trabalho em que mostra seus afro-sambas compostos em parceria com o letrista Paulo César Pinheiro. 

APRESENTAÇÕES 
“Livramento conta Cascudo”

Hangar Centro de Convenções / Auditório Benedito Nunes 
Endereço: Av. Doutor Freitas, s/n – Marco - Belém / PA 
Data: Quarta-feira, 06 de junho de 2018 
Horário: 20:30
Entrada franca 

Cine-Teatro do Sesc Boulevard 
Endereço: Av. Boulevard Castilhos França, 522/523 – Campina - Belém / PA 
Datas: Sábado 09 e domingo 10 de junho de 2018 
Horário: 11h 
OBS: A apresentação do dia 10/06 incluirá tradução em Libras para pessoas com deficiência visual e audiodescrição para pessoas com deficiência auditiva. 
Mais detalhes e agendamento: (91) 3224 5305. 
Entrada franca 

Teatro Universitário Cláudio Barradas 
Endereço: Rua Con. Jerônimo Pimentel, 547, Umarizal - Belém / PA
Data: Quarta-feira, 13 de junho de 2018 
Horário: 18:30h 
Entrada franca 

Ficha Técnica 
Texto, pesquisa e atuação: Conceição Campos 
Direção e iluminação: Gustavo Guenzburger 
Trilha sonora original: Pedro Amorim 
Músicos nas faixas gravadas: Pedro Amorim (violão tenor e bandolim), Marcus Thadeu (percussões), Yuri Reis (violão 7 cordas) e Fernando Leitzke (sanfona) 
Gravação e mixagem: Ronaldo Gonçalves (Estúdio Tenda Do Grilo) 
Operador de som: Yuri Eiras 
Operador de luz: Jorge Torres 
Criação cenário, figurino e adereços: Conceição Campos 
Confecção cenário e adereços: Conceição Campos, Flávio Loureiro, Cícera Vieira, José Najar, Pedro Amorim, Januário Amorim, Bianca Amorim e Rogério Assis dos Santos. 
Cadeira e banco desmontáveis: Oficina Ziú 
Digitação textos das páginas do cenário: Ângela Cristina da Silva 
Bonecos e máscaras de papel-machê: Cristina Alves e Thales Alves dos Santos 
Boneco de pano: Ubiratan Gomes 
Confecção cabeleira de livro: Ipojucam Jesus 
Costureiros: Marlene Dutel, Antônia Sales e José Alexandre Damasceno 
Bordados figurino: Márcio Reis 
Programação visual: Yuri Reis 
Fotos: Sebastião Luiz Miotto, Silvana Marques , Yuri Reis e Heitor Peralles 
Divulgação: Marcella Linhares Cerezoli / Anima Comunicação Estratégica 
Autorização de imagem: Acervo Ludovicus - Instituto Câmara Cascudo 
Direção de produção e realização: Engenho Produções e Edições 
Produção executiva: Marcella Linhares 
Coordenação geral: Conceição Campos 
Classificação indicativa: Livre

21.5.18

Sesc recebe o 1o Círculo de Saberes Narramazônia

"Considera-se que as narrativas literária e imagética são formas de expressão e comunicação na contemporaneidade. São modos de narrar que ressignficam as interações e as relações em sociedade. E estas interpretações e representações, ao serem difundidas em determinada cultura, se transformam e se modificam, interferindo, de certo modo, no olhar que os sujeitos têm de si e do mundo em que vivem".

O I Círculo de Saberes Narramazônia vai discutir e refletir sobre a construção narrativa na Amazônia, por meio de conferencia, rodas de conversa, performance e programação cultural, nos dias 29 e 30 de maio, no Sesc Boulevard.

A programação é direcionada a estudantes de graduação, pós-graduação, professores, pesquisadores e demais interessados. As inscrições serão feitas no local, no dia 29 de maio, a partir das 8h00 e serão inteiramente gratuitas com direito a certificado de participação. 

O evento é resultado de dois anos de existência do grupo de pesquisa e de estudos Narramazônia - Narrativas Contemporâneas na Amazônia Paraense, fruto de uma parceria entre Universidade Federal do Pará - UFPA (Faculdade de Comunicação e Programa de Pós-Graduação Comunicação, Cultura e Amazônia - FACOM/PPGCOM) e Universidade da Amazônia - UNAMA (Programa de Pós-Graduação Comunicação, Linguagens e Cultura - PPGCLC). 

"Queremos comemorar os dois anos e dizer que estamos dispostos a fazer mais pelo estudo das narrativas literárias e visuais e de demais linguagens", diz o professor Dr. Paulo Nunes (PPGCLC/Unama), que forma o grupo de estudos junto com a prof. Dra. Alda Costa (FACO/PPGCOM/UFPA) e Vânia Torres Costa (FACOM/UFPA). "Estudamos mensalmente teóricos da narrativa: Propp, Bakhtin, Canton, Gonzaga Motta. Este é um encontro de aniversário, entre festivo e de prestação de contas", conclui Paulo Nunes.

PROGRAMAÇÃO

Terça - 29 de maio

Manhã
8h – Credenciamento e inscrição gratuita 
9h – Mesa de abertura 
9h30 – Homenagem à Professora Socorro Simões (IFNOPAP/UFPA) 
10h às 12h – Conferência de abertura: “Amazônia, rios de saberes” 
Palestrante Profa. Dra. Rosa Acevedo Marín (UFPA) 

Tarde
14h00 – Roda de conversa: Academia do Peixe Frito: literatura e negritude na Amazônia – Prof. Dra. Marinilce Oliveira Coelho (UFPA), Prof. Me. Carla Pereira Soares (doutoranda/PPGCLC) e Marília Menezes (poeta e filha de Bruno de Menezes). Mediador: Prof. Me. Marcos Valério Reis (Doutorando PPGCLC/UNAMA) 
16h00 – Mesa de Debate: “Amazônia Cultural: narrativas imagético-visuais”
Prof. Dr. Otacílio Amaral Filho (PPGCOM/UFPA), Prof. Dr. Manoel Ribeiro de Moraes Júnior (PPGCR/UEPA). Mediadora Profa. Dra. Alda Cristina Costa (PPGCOM/UFPA).
18:30 – Programação Cultural: Show musical com Lídia Rodarte 

Quarta - 30 de maio

09 h – Mesa de Debate: “Narrativas da literatura contemporânea no Pará”. 
Escritores Salomão Laredo, Alfredo Garcia e Edyr Augusto Proença. Mediador: Prof. Dr. Paulo Nunes (PPGCLC/UNAMA).
11h – Roda de conversa: “Narramazônia em caleidoscópio: dois anos de história” 
Profa. Dra. Vânia Torres Costa (FACOM/UFPA), mestrando Sergio Ferreira Junior (PPGCOM/UFPA); graduanda Denise Salomão (Facom/UFPA); mestranda Alcione Nascimento (PPGCLC/UNAMA). 
12h às 13h – Programação Cultural: 
Performance ‘Narrares’- Grupo Performance Poética (UNAMA).

Serviço
I Círculo de Saberes do Narramazônia. No SESC Boulevard, Av. Blvd. Castilhos França, 522/523 - Campina, Belém - PA, 66010-020.  Dia 29, das 8h às 19h, e 30 de maio, das 9h às 13h.

18.5.18

Leonel Ferreira celebra 20 anos de cena teatral

Casarão do Boneco: Rua 16 de Novembro, 815
Durante este ano, Leonel Ferreira traz a público seus trabalhos teatrais mais recentes, uma forma que ele encontrou de celebrar com o público os seus 20 anos de carreira. De sexta, 18, a domingo, 20, estará em cartaz a peça Marahu (19h), do grupo Cia Madalenas. E na quarta-feira, 23, ele mesmo estará em cena, no monólogo “Um Homem sem Títulos” (20h). Tudo no Casarão do Boneco. 

Em entrevista ao blog, o ator fala sobre o seu mais novo espetáculo, de sua carreira, do fazer teatral em Belém do Pará e cita os espetáculos que marcaram sua trajetória de 20 anos. 

Leonel Ferreira coordena a Cia de Teatro Madalenas, grupo que produz, há 15 anos em Belém, um teatro provocador e reflexivo. Em vinte anos de careira, ele já participou de diversas montagens teatrais na cidade, dirigindo ou atuando. Perguntei quais foram as mais marcantes. 

“Égua, essa é difícil (risos)”, diz ele, que cita  Paixão Barata e Madalenas (2001), À Flor da Pele (2003), La Fábula (2011). “Essas três com as Madalenas e Pé de Vento (2013) meu projeto de contação de histórias nos ônibus em Belém que tem me proporcionado muitas alegrias”, comenta.

Ator, contador de histórias, diretor, pesquisador em teatro, Leonel também é sociólogo e especialista em Educação, Cultura e Organização Social. Dono de um senso crítico aguçado, Leonel é atento aos movimentos culturais e não alimenta ilusões acerca do cenário cultural de Belém, sob o ponto de vista do incentivo público, mas acredita na produção independente que resiste e movimenta a vida cultural da cidade.

"Marahu", da Cia de Teatro Madalenas, está de volta à cena. Estreou em 2016, como resultado do Prêmio de Produção e Difusão Artística, da Fundação Cultural do Estado do Pará e retorna agora ao palco, dentro do Prêmio Seiva Pauta Livre. O espetáculo, pensado ainda em 2004, traz a adaptação de poemas de Max Martins.

Na outra semana, Leonel apresenta o mais recente espetáculo. Na Performance, ele interpreta um escritor diante de uma crise criativa, que busca inspiração em grandes nomes da literatura para escrever sua grande obra. E como se esta falta de criatividade fosse uma grande desculpa, a apresentação deleita o público com poemas e narrativas de Max Martins, Drummond de Andrade, Fernando Pessoa, Hilda Hilst, entre outros. 

É o próprio Leonel que assina a dramaturgia e encenação do espetáculo, que traz na direção musical, Thales Branche, e na percussão Diego Vattos. O artista também vai concretizar um sonho este ano, a realização de um Festival de Teatro de Rua em Belém. "Desde quando comecei a fazer teatro eu sonhava em organizar um festival de teatro em Belém, um festival de teatro de rua, que é minha grande paixão", diz. 

Contação de histórias
O projeto do Festival Encena de Teatro de Rua de Belém foi aprovado por um edital público e será realizado em Belém no mês de agosto. "Um festival na marra, com poucos recursos financeiros mas com muita vontade de reunir os grupos de Belém, a população, celebrar a vida", conta Leonel.

Tá no pacote também, um projeto com o Boca de Jambu Coletivo de Teatro. "Serão intervenções urbanas pelas ruas da cidade. Esse sem data certa de estreia, mas acho que em julho já apresentaremos as primeiras experimentações", conclui.

Leonel diz que “Ser artista é um ato que mistura coragem com loucura". Cita o Casarão do Boneco como exemplo. "É um espaço autônomo que reúne artistas de diversas linguagens artísticas e chama a cidade pra ver o que se produz ali. É um espaço de encontro e resistência. E há outros espaços Independentes que fazem a cena cultural na cidade, de Outeiro ao Guamá, mas que são invisíveis para o poder governamental”, comenta.

 ENTREVISTA

Holofote Virtual: "Um Homem sem Títulos" de alguma forma tem um quê de biográfico

Leonel Ferreira: Um pouco (risos). Algumas situações apresentadas retratam a via do meu processo criativo, a influência de Max Martins, algumas dúvidas em relação às escolhas feitas...

Holofote Virtual: Como nasce a ideia dessa montagem?

Leonel Ferreira: Quando as Madalenas estreou o espetáculo Marahu, em 2016, eu já estava com a ideia de montar um monólogo. Na verdade, Marahu era pra ser um monólogo, mas eu preferi dividir com as Madalenas. Não me sentia seguro pra fazer algo sozinho naquela ocasião. Foi então que decidi esperar por 2018 e por ocasião dos 20 anos de carreira, arriscar algo dessa natureza. E tudo foi sendo construído artesanalmente, aos poucos. 

Anotando as imagens que vinham na cabeça, pensando nos autores que costume ler e outros que  considero importante no cenário nacional, mas que estão na margem, Max Martins é um desses. E coincidentemente os poemas que mais me deixavam inquietos eram os poemas de amor. E por conta dessa coincidência ou acidente de percurso, cheguei num mote que virou o argumento do Um Homem Sem Títulos.

Holofote Virtual: O espetáculo fala da crise de criação de um artista. Como você dribla isso no seu dia a dia profissional?

Leonel Ferreira: Nos dias de crise eu vou pra rua, andar por aí. Olhar as pessoas, observar a cidade. Sempre trago comigo um bloco de notas. Eu ouço música. Ela sempre foi uma ótima aliada para os dias de pouca inspiração.

Holofote Virtual: A contação de histórias ganhou um espaço na cena cultural da cidade. Tu vens trabalhando com isso. Como tem sido essa experiência?

Leonel Ferreira: O trabalho com contação de histórias foi uma curva durante o meu percurso. Tem sido de uma grande riqueza e aprendizado desse outro público, o infantil no caso. Isso tem me possibilitado rodar com alguns trabalhos por diversos espaços culturais da cidade, viajar para festivais, encontros nacionais, o que me dá uma grande alegria e satisfação em ser reconhecido como parte de um círculo de contadores de histórias na cidade de Belém.

Holofote Virtual: Você vive da arte?

Leonel Ferreira: Viver de arte  no atual cenário em Belém, onde não há uma política cultural promovida pela prefeitura e a atuação do Estado é mínima, é power. Eu sobrevivo do meu ofício procurando manter a dignidade e honestidade no que faço.  Para isto eu dou aulas de teatro,  escrevo projetos, faço produção executiva, apresento contação de histórias em eventos, nos ônibus... Sempre na correria.

Holofote Virtual: Qual tua maior ambição no campo artístico?

Leonel Ferreira: Um espaço cultural que seja um centro de formação e difusão cultural. Que possibilite a pesquisa e experimentação artística e que congregue as pessoas em torno daquilo que elas buscam nas mais diversas linguagens artísticas. Que promova intercâmbio com artistas de outros lugares que queiram fazer parte de um projeto para a cidade. Quem sabe um dia.

15.5.18

Cacau Novais na estreia de projeto voltado ao jazz

O projeto Jazz Oficial vai oferecer apresentações ao vivo, privilegiando o estilo jazzístico tanto vocal quanto instrumental. A cada mês um artista diferente. Nesta quarta-feira, 16, o show da cantora Cacau Novais e Trio conta com a participação o cantor Leo Meneses. Tudo na Cervejaria Oficial Umarizal, a partir das 20h - Av. Antonio Barrreto, 1176, no bairro do Umarizal. A entrada custa R$ 20,00.

Cacau Novais diz que o clima já começa ambientado ao som de jazz, blues, rhythm'n'blues e soul, até que ela entre em cena. “Vou cantar alguns dos clássicos que foram interpretados pelas grandes divas, como Night and Day, Tenderly, Summertime. Também algumas releituras de Beatles, um pouco de soul, bossa”, diz a cantora. 

Já Leo Meneses traz repertório de clássicos do jazz tradicional. “Estarei à frente do projeto durante o mês de maio, mas nos meses seguintes serão outras atrações. Estamos pensando numa variedade de espetáculos que deve surpreender o público”, diz Cacau.

O projeto surge com a intenção de reunir num só lugar tanto os artistas que possuem trabalhos de jazz, quanto um público amante do ritmo. “Existe uma plateia que anda carente desse estilo. E tem cantores e instrumentistas com um trabalho muito bom voltado para o jazz. Agora é hora de fazer esse encontro entre artistas e público”, diz Cacau Novais.

Intérprete, arte-educadora e atriz, Cacau Novais já canta há 25 anos. “Comecei cantando na igreja na minha cidade natal no Maranhão. E depois de vir pra Belém pra estudar música, já passei pelo Conservatório, fiz canto coral, participei de óperas e iniciei na noite de Belém em 2005, não parei mais”, relembra.

O último trabalho de Cacau Novais levado ao público de Belém foi o show “As músicas que Elis cantou”. “Foram três edições e todas com uma ótima aceitação do público, o que me deixa muito feliz. Pretendo repetir o show, mas sempre com um novo repertório - ainda tem muita coisa de Elis pra explorar”, diz ela que foi acompanhada por Tynnoko Costa, no piano; pela guitarra de Bob Freitas, contrabaixo Priamo Brandão e na bateria Sagica. 

Os três últimos músico seguem com ela agora nesta temporada na Cervejaria Oficial. “Esse trio tem dividido o palco comigo nos últimos shows e temos uma sintonia muito boa. Por isso, trabalhamos bastante juntos. Canto com eles já faz uns 10 anos e já nos entendemos bastante na relação musical”, finaliza.

Serviço
Jazz Oficial. Quarta-feira, 16, a partir das 20h na Avenida Antônio Barreto, 1176 (entre 09 de Janeiro e Alcindo Cacela). Convidado especial: Leo Meneses. A partir das 20h00. Entrada: R$ 20,00. Informações: 9 9120-2124/9 8374-9740.

Theatro da Paz dá início às "Sinfonias de Inclusão"

Serão cinco encontros com a Orquestra Sinfônica do Theatro da Paz. O primeiro será nesta quarta-feira, 16, das 9h às 11h, com os alunos do Instituto Felippe Smaldone, portadores de deficiência auditiva. A realização é do Governo do Pará, por meio da Secult e Academia Paraense de Música, com apoio do Banco da Amazônia.

Os participantes além de uma visita monitorada pelo teatro terão acesso ao trabalho desenvolvido pelo maestro e os músicos da orquestra. Por meio de uma metodologia de visitação inclusiva própria, o "Sinfonias de Inclusão" vai funcionar este ano como um projeto piloto que pretende estabelecer e oferecer um ambiente de musicalização e arte acessível, capaz de estimular e aguçar diferentes experiências sensoriais. “Esperamos proporcionar o usufruto do direito à cultura e a inclusão de pessoas com deficiências na programação regular do Theatro da Paz”, diz Paloma Carvalho, coordenadora de projetos do Theatro da Paz.

Os participantes terão a oportunidade de interagir com os elementos que constituem a OSTP: músicos, instrumentos musicais, sons, melodias e demais possibilidades oriundas do encontro entre visitantes e esse grupo sinfônico. O maestro conduzirá as possibilidades de interação artística junto aos expectadores, considerando as peculiaridades de cada grupo visitante. 

“É gratificante a orquestra fazer parte desse projeto e poder se apresentar para esse público. Esse é um momento emocionante tanto para nós que tocamos, quanto para eles que participam”, diz. Miguel Campos Neto, da OSTP.

O projeto prevê o atendimento a alunos com diversas deficiências e a metodologia das visitações vai variar de acordo com cada grupo. No caso dos alunos surdos haverá uma visita guiada até a sala de espetáculo, onde eles poderão apreciar a execução e movimentos da OSTP e depois subirão ao palco para sentir as vibrações dos instrumentos e até a tocar em alguns dos instrumentos. Tudo sendo acompanhado por um intérprete de Libras. 

Depois da visita dos alunos do Instituto Felippe Smaldone será a vez de receber o público de deficientes visuais, no dia 13 de junho. Os convidados serão do Instituto Álvares Azevedo, que terão uma visita muito mais descritiva além de uma maquete do teatro para que os alunos possam entender como o teatro fisicamente em sua estrutura externa. Em ambas as visitas os alunos também poderão conversar com o maestro da OSTP sobre a história e o trabalho desenvolvido pelos músicos. 
Contato direto com músicos e instrumentos da OSTP

O Instituto Felippe Smaldone participa do projeto com 25 alunos, sendo onze deles do 4º, e oito do 5º ano, além de seis alunos que são integrantes do Grupo de Teatro Cara Corpo. A visita será acompanhada também pela arte educadora do instituto, Lourdes Guedes, graduada em educação artística com habilitação em música. 

“A turma que vamos levar nesta quarta-feira, ao Theatro da Paz, vai visitar ter um tradutor intérprete, e vai também ter o contato direto com a orquestra, os músicos. Vai ser muito bom, porque aqui na escola eles já têm contato com musica, nesse ponto não será pura novidade, mas muitos deles nunca entraram em um teatro e nunca viram pessoalmente a maior parte dos instrumentos que vão conhecer neste projeto”, diz Lourdes. 

Para ela, o projeto do Theatro da Paz é de extrema importância e uma responsabilidade da instituição. “O mais interessante é que a coordenação do projeto veio até a instituição ver quem é esse público, antes de formatar as ações a serem desenvolvidas. Isso que é bom, pois não vão só abrir as portas esperando que esse público chegue até lá, vieram saber mais das especificidades e de como eles poderiam receber estas informações no teatro”, diz Lourdes.

Ela diz que os surdos não têm tido acesso às questões culturais nem em Belém e nem no resto do país. “Não há acessibilidade pois tudo acontece na língua oral e a língua deles é a de sinais”, explica. “Há uma lei sobre os espaços públicos disponibilizarem esses acessos, mas isso ainda é muito raro”, complementa. 

Para a educadora, o que temos hoje em acessibilidade à arte ainda é pontual. Pensar nos direitos e igualdade social e cultural exige trabalho e empenho de instituições e artistas. “As pessoas ficam nos seus afazeres artísticos e culturais de forma tradicional, seja por desinteresse ou desconhecimento de como receber e fazer um espetáculo que vai ter um surdo ou mudo na plateia. Isso dificulta fazer esses espetáculos com acessibilidade. Então quando o Theatro da Paz abre essa oportunidade, é de uma importância enorme”, conclui.

Sobre o Instituto Felippe Smaldone

O Instituto Felippe Smaldone é uma entidade filantrópica, sem fins lucrativos, cuja renda advém de doações de terceiros e convênios com órgãos públicos: SEDUC E SESPA para cessão de funcionários e FUNPAPA para repasse de recursos do Fundo Nacional de Assistência Social especificamente usado na reabilitação da linguagem. A entidade é especializada no atendimento as crianças portadoras de deficiência auditiva severa e profunda, que precisam de cuidados educativos pelo seu desenvolvimento social, psicológico cognitivo, afetivo e escolar.

O Instituto foi fundado e é mantido pelas Irmãs Salesianas dos Sagrados Corações, uma Congregação Religiosa de origem Italiana, fundada no fim do século passado pelo Sacerdote napolitano Bem Aventurado Filippo Smaldone, que além de oferecer a sua vida a serviço da educação e evangelização do jovem surdo da Itália meridional, quis fundar uma Congregação de mulheres Consagradas a esta Missão.

Serviço
Projeto Sinfonias de Inclusão. Nesta quarta-feira, dia 16 de maio, com alunos surdos do Instituto Felippe Smaldone. Das 9h às 11h, no Theatro da Paz -  Rua da Paz, sem número, Campina, Belém/Pará. Telefone: (91) 4009-8750.

Cia do Tocantins traz espetáculo e oficina a Belém

O Artpalco traz duas apresentações do espetáculo “Outra História de Francisco” e ministra uma oficina em Belém, tudo nesta sexta-feira, 18 de maio, mas em espaços diferentes. 

As sessões do espetáculo serão no Teatro Cláudio Barradas, às 16h para público de escolas públicas, ongs e alunos de teatro, e às 18h, com ingressos a R$ 20,00 e R$ 10,00, a meia entrada. A oficina é de contação de história e será realizada no Casarão dos Boneco, com entrada gratuita.

Através de uma trupe de palhaços, a peça traz uma versão bem humorada da história de São Francisco de Assis ainda criança, que junto com seus amigos recebe a missão de proteger os animais. O espetáculo faz uma viagem pelo universo da cultura popular, levando para a cena personagens como Bumba Meu Boi, Ema, Homem da Cobra, entre outros.

"Já estivemos em Belém em 2015 e 2016 com outro espetáculo infantil, a Poção do Amor. O público foi muito receptivo, a apresentação foi maravilhosa Estamos ansiosos para voltar à cidade e o público pode esperar uma apresentação ainda melhor, para rir, se emocionar e se divertir”, afirma o diretor Luiz Navarro.

A peça une elementos como música, na interpretação dos pernambucanos Nice Albano e Zé Caetano, dança e teatro, com um elenco de oito atores. “É um musical infantil, que aborda uma tarde na infância do menino Francisco, aquele que futuramente se tornaria um dos maiores exemplos de amor da humanidade: Francisco de Assis”, adianta Navarro.

O Grupo Artpalco nasceu na cidade de Uberlândia (MG), mas adotou o Tocantins como atual estado de residência, na cidade de Araguaína. Diversas produções do grupo já garantiram pelo Brasil afora recordes de público e bilheteria. O grupo possui também um teatro de bolso na cidade e uma escola de teatro. No repertório do grupo há mais de 15 montagens, entre elas “Adolescência”, “Apocalipse – Entre o bem e o mal”, “A Poção do Amor”, “Divas Insanas”, “A namorada dos três porquinhos”, “Geringonça”, ” E se a gente se conhecesse outra vez” e “Casos Insanos”.

Oficina - Além do espetáculo, o grupo Artpalco também irá ofertar a oficina gratuita de contação de histórias “Te contei ?”, que ganha espaço no Casarão dos Bonecos (Rua 16 de novembro, n. 815). Na sexta-feira de manhã, de  9h30 ao meio dia. Com número de vagas limitadas. Para se inscrever é necessário ligar ou enviar uma msg via whatsapp para o número 981777504. As inscrições são gratuitas.

Ficha Ténica
Texto e Direção: Luiz Navarro
Elenco: Eilson J. Ramos, George Henrique, Iramar Cardoso, Paulo Egídio e Tatiane Breve
Músicos: Nice Albano e Zé Caetano
Direção Musical e Trilha Sonora: Nice Albano e Zé Caetano
Iluminação: Luiz Navarro
Coreografias: Janep Coelho
Cenografia: Thiago Araújo
Figurinos: Síntia Alves
Maquiagem: Luiz Navarro
Fotos: Vinícius Cantuares e Pablo Xuxa
Design Gráfico: Will Belchior
Produção Executiva: Cinthia Abreu
Coordenação Geral: George Henrique

Serviço
"Outra história de Francisco", Artpalco (TO) . Nesta sexta-feira, 18h, com sessões às 16h (especial) e 18h, com venda de ingressos R$ 20,00 (meia R$ 10,00). Patrocínio Atacadão Supermercados, através da Lei Rouanet do Ministério da Cultura, com apoio da Secretaria de Cultura de Aracaju.

11.5.18

Márcio Jardim faz show memorável no Schivasappa

Fotos do blog e contribuições de Reginaldo Santos
A força da ancestralidade do tambor, dizem, é capaz de fazer chover, para lavar a alma. Aqueles que sabem disso não se deixaram vencer pela chuva que caiu torrencialmente sobre Belém, na última quarta-feira, 09 de maio. E quem conseguiu chegar ao Teatro Margarida Schivasappa do Centur, não se arrependeu. 

O Show “Conexão Amazônia - Márcio Jardim e Convidados”, projeto contemplado pelo edital Pauta Livre - Programa Seiva - da Fundação Cultural do Pará, superou as expectativas. Foi um espetáculo de percussão, precisão e muitos encontros no palco. Tudo isso por culpa de Márcio Jardim que tem em mais de dua décadas ao longo de sua trajetória vem se conectando e originando inúmeros projetos no campo da percussão.

“Posso contar esses 20 anos de uma carreira profissional, mas na verdade eu já tocava desde muito antes”, relembra ele, que foi criado nas rodas de samba em sua casa, e as que ele frequentava no bairro da Pedreira, onde mora até hoje, local que se tornou referência de ensino de música, com o projeto que ele desenvolve, batizado de Jardim Percussivo. Tudo isso tendo o apoio incondicional Dona Socorro, que também fez uma participação inesquecível nesta noite de quarta-feira.

Márcio Jardim sempre se viu rodeado por muita gente, músicos, artistas da música, o que não passou despercebido no “Conexão Amazônia”, trazendo a participação do grupo Tamboiara, Jardim Percussivo, Trio Manari e Jacinto Kahwage. Isso já seria o suficiente para o show, construído meses antes, mas não foi assim, isso não bastou. 

Davi Amorim, Sebastião Tapajós, Igor  Capela nos bastidores
Em mais um registro de Reginaldo Santos da Conceição.
Ao longo da semana que antecedeu a apresentação, outras participações surgiram e os bastidores do projeto no dia do espetáculo se tornou um show à parte. As atrações extras foram chegando. Desde o início da tarde, Manoel Cordeiro e Felipe Cordeiro já estavam lá. O contrabaixista Minni Paulo Medeiros deu o ar da graça para cumprimentar Márcio Jardim, assim como o guitarrista Davi Amorim.

E teve mais, os percussionistas Arythanan Figueiredo, Douglas Dias, João Paulo Pires, Bruno Mendes, além de Wilson Monteiro, foram chegando um a um e, de repente, quase todos estavam passando o som para se apresentar a menos de duas horas depois. Já anoitecendo, chegaram serelepes e de baixo de uma chuva ainda fina, os violonistas Sebastião Tapajós e Igor Capela.

Márcio Jardim é assim e quem chega perto logo compreende sua maior grandeza, o jeito simples, além do talento inegável. No palco, uma grande festa percussiva, encontro de gerações, com mestres e jovens músicos que já despontam no cenário da música paraense. 

Show trouxe músicas inéditas e muitos encontros

Jacinto Kahwage, Márcio e Jardim Percussivo abrem o show
O show abriu com Márcio Jardim e Jacinto Kahwage, que apresentaram as composições “Lundu” e “Marabaixo”, do ainda inédito CD de ritmos amazônicos, feito com percussões, teclados e sintetizadores. Em breve um novo show será realizado para lançar o álbum. No palco, além de Márcio e Jacinto, entraram ainda Marcelino Santos, Tamara Aviz e Lucas Magalhães nas percussões. Crias do Márcio, pelo projeto Jardim Percussivo.

Em seguida entram Nazaco Gomes e Kleber Benigno “Paturi”, que junto a Márcio Jardim retomam o Trio Manari. No palco, eles se olham e tocam “Luanda” e “Dançando no Rio”, composições que estão no disco mais recente e no primeiro disco, respectivamente, gravados pelo grupo. Também aparecem na cena Wesley Jardim (baixo) e William Jardim (guitarra), filhos de Márcio e integrantes do grupo Jardim Percussivo, projeto que vem potencializando uma novíssima geração de músicos paraenses. 

Márcio, Nazaco e Paturi vibraram num encontro que remeteu há anos de trabalho e pesquisa realizados sobre ritmos amazônicos e confecção de instrumentos de percussão com o DNA da Amazônia. O grupo, projetado internacionalmente, é responsável por inúmeras participações dos três em festivais nacionais e internacionais. A partir do Manari, Márcio Jardim gravou em mais de cem discos, transitando nos estúdios e palcos, com diversos compositores. O Trio Manari é hoje uma referência da Percussão amazônica não só no Brasil, mas no mundo.

Tamboiara, a força feminina no tambor e na voz
Na plateia, um público aquecido e formado por gente importante nesta cena musical, vendo tudo isso, como o maestro Nelson Neves, regente da Amazônia Jazz Band, da Fundação Carlos Gomes, e outro maestro, Vanildo Monteiro, que coordenou nos anos 1990, o projeto Percussão Brasil, onde originaram os estudos que resultaram na criação do Trio Manari. 

Depois desse reencontro, o show retorna ao trabalho inédito de Márcio e Jacinto, que tocam “Mazurca”, acompanhados de Marcelino, Tamara e Lucas. A seguir, a apresentação cresce e chega a “Maré Alta”, música na qual entram os demais integrantes do Jardim Percussivo, Katarina Chaves e Gabriel Gomes, que tocam ainda “Jardim dos Pássaros”, parceria de Márcio e Luiz Pardal, ambas gravadas no primeiro CD do grupo, lançado em dezembro de 2017, com um grande show no Teatro do Sesi.

Toda a energia e emoções já estão à flor da pele. Na plateia, o público já estava se dando por satisfeito quando fecha esse set e entra na cena nada menos que Sebastião Tapajós e Igor Capela. A participação deles foi definida um dia antes com um telefonema do próprio Sebastião, dizendo que tinha acabado de chegar a Belém e queria participar do show. 

No palco, Sebastião Tapajós e Igora Capela, no registro de 
Reginaldo Santos da Conceição.
O violonista, reconhecido mundialmente, entra no palco e pede o microfone. “Eu quero dizer a vocês que o Márcio é um dos maiores percussionistas do mundo e é meu amigo”. Aplausos da plateia. Tocaram “Aos da guitarrada”, tendo no baixo Wesley Jardim. 

Ao final, Márcio também pegou o microfone, agradeceu e disse: “Eu não podia deixar ele de fora”. Aplausos. Os dois mantém uma relação de amizade e realizações profissionais que já são de longa data. Acompanhando Sebastião Tapajós em shows, Márcio também já produziu dois discos do violonista. As parcerias entre eles seguem a todo vapor.

Sebastião Tapajós e Igor Capela se despedem e entram no palco as nove integrantes do Tamboiara, a força feminina nos tambores desse show. Abrem com “Roda de Batuque” e cantam “Linda Flor do Luar”. O grupo acaba de gravar um EP, produzido por Márcio e em breve terá lançamento. Outro show que de certo será imperdível. As meninas arrebatam o público e saem de cena. 

Indo para o final do show, sozinho no palco, Márcio Jardim, com seu instrumento de escolha e especialidade no universo da percussão, o Pandeiro, chama os amigos percussionistas, Bruno Mendes, Wilson Monteiro (cuíca), Arythanan Figueiredo, João Paulo Pires e Douglas Dias. Com exceção de Arythanã, da velha guarda, os demais fazem parte de uma geração que desponta na cena após a grande explosão do Trio Manari e que agora é sucedida pelos meninos e meninas do Jardim Percussivo. 

Márcio Jardim, com pandeiro, um show a parte
Os músicos atendem o chamado do pandeiro de Márcio e entram em fila, tocando cada um o seu pandeiro, além da cuíca de Wilson. “Essa é uma geração de ouro. E quero chamar agora a rainha do Samba, dona Socorro”, diz Márcio se referindo a sua mãe, que sempre organizava as rodas de samba das quais ele, ainda menino, participava em casa. 

E ela entoa... “Quando eu não puder pisar mais na avenida... Não deixa samba morrer...”, e segue com muitos batuques. Dona Socorro com destreza canta e dança rodeada por todos os músicos participantes do show. Neste momento, todos os convidados são chamados de volta ao palco. 

Dona Socorro manda um novo batuque e em seguida, Márcio chama mais uma participação inusitada, o guitarrista Manoel Cordeiro, que ocupa o seu lugar no palco. Segue o show e todos finalizam com “Pretinhos do Mangue”, single do Jardim Percussivo lançado no carnaval de Cametá deste ano. A festa foi potente e a ideia é que tenha desdobramentos. “Isso aqui é o início de um projeto de um encontro de percussão que estamos pensando em realizar ano que vem”, anunciou Márcio Jardim. Evoé! 

Dona Socorro comanda a roda de batuque
O “Conexão Amazônia” foi idealizado para trazer à tona as parcerias e encontros musicais de Márcio Jardim ao longo de seus 20 anos de trajetória durante o ano de 2018. Tem produção minha (Luciana Medeiros), com direção musical do Márcio Jardim e direção artística de Carlos Canhão, que além de produtor, é músico percussionista. 

Tivemos na equipe, profissionais de peso na técnica de som, Silvio Amorim e Sérgio Brito, a quem agradecemos todo o carinho e atenção, e no desenho de luz, o artista visual Cláudio Castro. No palco contamos com Paulo Henrique. A realização desse primeiro espetáculo foi da Central de Produção Cinema e Vídeo na Amazônia, com apoio do Edital Pauta Livre, Cultura Rede de Comunicação, Guiart, UEPA, Na Figueredo, Promusic e Comunicação do Holofote Virtual. Agradecimentos especiais ao Teatro Margarida Schivasappa, em espacial à direção de Cláudia Pinheiro e toda a equipe que nos recebeu.

8.5.18

A Amazônia através das artes chegando a Belém

Vai começar a programação do Sesc Amazônia das Artes. A partir desta sexta-feira,11, se ligue na programação que traz música, cinema, teatro, dança, circo, literatura, artes visuais, intervenção urbana e oficinas, vindos do Acre, Amapá, Amazonas, Maranhão, Mato Grosso, Pará, Rondônia, Roraima e Tocantins, tendo o Piauí como convidado, devido à sua proximidade geográfica e identificação sociocultural. 

Em sua 11ª edição, o projeto se consolida como uma das mais importantes iniciativas de circulação de manifestações artísticas fora dos grandes centros urbanos. 

O projeto acontece simultaneamente em dez Estados até o fim do ano, com objetivo de provocar um intercâmbio de experiências e troca de informações sobre as manifestações artísticas de grande parte do Brasil. Em Belém, o Amazônia das Artes inicia nesta sexta-feira, 11,  às 09h, com a intervernção urbana (IN)Visibilidade, de Rafael Barros, iniciando em frente à Loja Paris N'América, no Comércio. 

A proposta performativa engendra reflexão sobre as trans-identidades em vias públicas em uma combinação de vários elementos durante o seu ato. O espaço físico rege o trabalho. Pensada para espaços alternativos gera observação durante sua passagem e caminhada com as constantes intercalações entre os figurinos (ditos) masculinos e femininos, e complementando a fotografia com as ocasiões e interrupções que o próprio palco urbano vai propor. Classificação Livre.

No dia seguinte (12), às 18h, começam as apresentações no Sesc Boulevard, tem o espetáculo de teatro “Alice”, do Grupo Faces Jovem (MT), com classificação 14 anos. Na peça,  Alice não se vê como Fernando e quando começa a ir com roupas com as quais se identifica para Escola, sofre violência de alguns alunos e descaso dos professores que não podem e não querem discutir gênero. Entre as descobertas da adolescência e das fronteiras de seu próprio corpo, Alice luta pelo direito de ser feliz. A classificação é 14 anos.

Em seguida, no domingo (13), às 11h, tem o Coletivo Cartase, do Pará, com o espetáculo “(D)elas” é o convidado da mostra. A Classificação é 18 anos. A ação mostra a realidade e as dificuldades de ser Drag. Na peça, nove drag queens mantêm uma rotina de apresentações, porém já não possuem recursos suficientes para manter seu espetáculo, que é de onde tiram seu sustento. Com essas dificuldades, a união precisa prevalecer para que consigam manter seu emprego, seus sonhos e sua arte.  

Aliado a isso, a luta diária contra o preconceito, por conta da sua arte, seu gênero ou sexualidade: uma realidade enfrentada por essas personagens. O elenco é composto por artistas com larga experiência na cena paraense. (D) elas é um espetáculo para divulgar e enaltecer que arte não tem gênero.Classificação 18 anos.  OBS: Não será permitida a entrada de menores de idade, mesmo que acompanhado por responsável.

Na semana que vem, a programação começa na terça-feira, 15, às 19h, com o espetáculo- "Olhai Por Nós", da Lamira Artes Cênicas (TO). Classificação: 10 anos. Na sexta, 18, às 19h, será a apresentação do espetáculo "Mulher Do Fim Do Mundo", da Companhia Casa Circo (AP). Classificação: 16 anos. E no sábado, 19, às 19h, tem o espetáculo "Oração Para Um Pé De Chinelo", com Cia. Tanto De Lá Quanto De Cá (AC). Classificação: 12 anos. 

O Sesc Amazônia das Artes segue em agosto e outubro com espetáculos dos estados de Amazonas, Maranhão, Pará e Piauí. Em 2018, dos 14 trabalhos artísticos envolvidos, 11 estão circulando em 10 cidades e 10 Estados. Dentre os trabalhos selecionados, estão 10 mostras de cinema com a exibição de 05 filmes selecionados pela curadoria e mais 02 filmes de produção local. Além disso, o projeto conta com 18 oficinas, 13 intercâmbios, 08 conexões e 01 Fórum de Cinema que possibilitará 33.255 produções.

Depois de maio:

Agosto
04/08 - Espetáculo “Manauara em Extinção”, por Jander Manauara (AM)
05/08 – Espetáculo “Visões de Lampião”, por  Chico Nó e Zé Paulo (MA)
11/08 – Espetáculo ‘”ATENAS: MUTUCAS, BOI E BODY”, por Santa Ignorância Cia De Artes (MA)
16/08 – Espetáculo “ORIGEM”, de Waldiney Machado (PA)

Outubro
04/10 a 09/11 -Exposição “Persepções”, de Gabriel Arcanjo (PI)

Serviço
Mostra Sesc Amazônia das Artes.  No Centro Cultural Sesc Boulevard (Boulevard Castilho França, 522/523 - em frente à Estação das Docas). Informações: (91) 3224-5654 (Centro Cultural Sesc Boulevard). Confira a programação mais detalhada, no site do SESC Pará.

7.5.18

Márcio Jardim em show percussivo no Schivasappa

“Conexão Amazônia - Márcio Jardim e Convidados” estreia nesta quarta-feira, 09 de maio, às 20h, no Teatro Margarida Schivasappa - CENTUR. O projeto contemplado pelo Edital SEIVA Pauta Livre, da Fundação Cultural do Pará, traz ao palco parcerias e trabalhos desenvolvidos pelo percussionistas em 20 anos de trajetória. Ingressos antecipados (R$ 20,00) no Núcleo de Conexões Na Figueredo.

No palco a diversidade da música afro amazônica, paraense  e universal. “Espero que todos compareçam e gostem dessa mistura toda que vai rolar no palco”, diz Márcio Jardim que receberá, por exemplo, Kleber Benigno e Nazaco Gomes, celebrando as parcerias do Trio Manari. 

Também entram no palco os grupos Tamboiara, formado só por mulheres, e Jardim Percussivo, que traz jovens talentosos percussionistas, além de Jacinto Kahwage, instrumentista e arranjador. A banda base conta ainda com Edgar Matos, no teclado, e Wesley Jardim (baixo) e William Jardim (guitarra), também jovens músicos que despontam na cena musical amazônica. “O público pode esperar um show muito intenso, em todos os sentidos, mas principalmente nas percussões”. 

O Trio Manari traz forte a percussão, com tendências do Brasil e do mundo. “O grupo faz releituras das percussões no mundo misturadas as da Amazônia”, explica Márcio. Reconhecidos no meio artístico paraense, os três percussionistas iniciaram um trabalho no ano 2000 com o intuito de pesquisar os ritmos amazônicos para compor arranjos percussivos, dando uma linguagem universal a seus trabalhos. 

Marcio, Nazaco e Kleber Benigno (Paturi) saíram do Curso de Percussão do Conservatório Carlos Gomes, principal escola de musica do Pará, e passaram a realizar um trabalho pioneiro de mapeamento, documentação e recriação artística. Juntos realizaram uma série de oficinas de percussão que integram teoria musical e manipulação de instrumentos para jovens e adultos em vários projetos locais, nacionais e internacionais. Ao longo da trajetória, o Trio Manari se afirmou como referência na música brasileira, no campo da pesquisa e da execução percussiva com características amazônicas, o que lhes rendeu muitos trabalhos dentre os quais turnês por nosso país e pela Europa e EUA.

Entre tambores, teclados e sintetizadores

Tamboiara (Foto: Divulgação)
O Tamboiara é um grupo feminino de carimbó. “Estou produzindo”, diz Márcio Jardim. “Estamos terminando de gravar um EP e logo vamos lançar”, diz o músico que dá aulas às meninas do grupo. “Temos quase a mesma idade, mas virei professor delas”, comenta. 

O coletivo reúne mulheres instrumentistas e vocais de diversos projetos da capital paraense, como “Flôr D’Tambor” e “Mãos D’Mulher”, do espaço Cultural Etnias, além do Arraial do Pavulagem, Cabloco Muderno, Tambor e Corda, Orquestra de Choro do Pará, “Pará Caribe”.

A formação atual é composta por nove mulheres com direção musical do produtor e músico Márcio Jardim. O “Tamboiara” trabalha na perspectiva de constituir uma sonoridade brasileira amazônica, que tem como objetivo o estudo e pesquisa dos ritmos amazônicos, como o carimbó, Lundu, Quadrilha, Retumbão, Batuque e Marabaixo. Ritmos que estarão presentes no primeiro EP autoral do grupo.

Márcio também é professor dos jovens que integram o Jardim Percussivo, e que já circula fazendo participações e shows próprios, em Belém. "São ao todo uns 12 integrantes e acabamos de lançar o primeiro CD, com composições minhas", ressalta Márcio.

Márcio com o Jardim Percussivo (Foto: Cláudio Ferreira)
“O grupo faz parte de um projeto social de ensino de música, que desenvolvo no estúdio montado no quintal da minha casa no bairro da Pedreira”, continua  o percussionista. Nesta apresentação, o Jardim Percussivo estará representado por Jonielson Lopes, Lucas Magalhães, Tâmara Aviz, Marcelino Santos, Katarina Chaves, Gabriel Gomes.

A relação de amizade e parceria musical com Jacinto Kahwage é a mais antiga. “O conheço desde garoto, quando comecei a gravar no Midas (estúdio)”, lembra o músico que não esquece o apoio recebido de Jacinto e Luis Pardal, sócios no Midas Amazon Studio. 

“O que vou mostrar nesse show com ele, é um trabalho de percussão amazônica com teclados eletrônicos”, avisa. Além disso, o show vai apresentar Dona Socorro. “É minha mãe. Ela adora samba e vai fazer uma participação no final. William e Wesley são meus filhos e me acompanham na guitarra e baixo, além de Edgar Matos, no teclado, minha banda base”, declara. Na concepção de Márcio Jardim o primeiro “Conexão Amazônia” será um mini encontro de percussão. A direção musical é do próprio, com direção artística do percussionista Carlos Canhão Brito. 

Pandeiro e samba no inicio de sua formação

Foto: Cláudio Ferreira
Nascido em família de músicos, começou seu contato com a percussão muito cedo através de rodas de samba em sua casa, seu primeiro palco. Iniciou seus estudos no conservatório "Carlos Gomes", na turma de percussão clássica e logo tornou membro do grupo de percussão da instituição. 

Passando a se dedicar na música, seu instrumento de escolha foi o pandeiro. Junto a Kleber Benigno e Nazaco Gomes iniciou um grupo de estudo, do qual surgiu o Trio Manari onde passaram a ser reconhecidos não somente no estado do Pará como também no Brasil e no Mundo, protagonizando uma longa história musical. 

Admirado pelo vasto conhecimento nos ritmos da Amazônia e África, Márcio conta nesta sua trajetória com participação em mais de 120 discos, além de marcar presença em DVDs, shows e apresentações em todo o Brasil e alguns países da Europa e Américas.

Tem participação em gravações dos CDs de Lia Sophia, Patrícia Bastos, Nilson Chaves, Andréa Pinheiro, e do próprio Sebastião Tapajós, que ele acompanha constantemente nos shows, fazendo ainda a direção de 02 CDs do violonista (Aos da Guitarrada e Da Lapa ao Mascote). Já tocou com Fafá de Belém, Dante Ozete, Pepeu Gomes, Paulinho Moska, Celso Viáfora, Mestre Solano entre muitos outros.

Participou também de grandes eventos musicais como o Brazilian Day, Festival de Jazz da Guiana Francesa, Festival de Jazz da Alemanha, Percussive Arts Society International Convention e recentemente do Brazil Summerfest com a cantora Lia Sophia em New York.

Foto: Cláudio Ferreira
Percebe-se que em 20 anos não foram poucas as suas parcerias e Márcio gostaria de ir de show em show reunindo todas elas. “Eu comecei a tocar muito novo e por isso tenho diversas parcerias, muitos amigos. 

Não dá pra reunir todos num único show e que nesse primeiro momento, é mais voltado para a percussão. Mas no segundo semestre tenho vontade de fazer outro, reunindo os mestres Sebastião Tapajós e Solano, por exemplo, nomes já consagrados, e com os quais tenho também ligações, tocando e gravando discos”, finaliza.

Ficha Técnica
Direção Musical: Márcio Jardim
Direção Artística: Carlos “Canhão” 
Produção: Luciana Medeiros e Carlos “Canhão” 
Técnico de Pa: Silvio Amorim;
Técnico de Monitor: Sérgio Brito, 
Iluminação: Cláudio Castro; 
Roadie: Paulo Henrique

Músicos
Márcio Jardim - Percussão
Wesley Jarim – Contrabaixo
William Jardim – Guitarra
Edgar Matos - Teclados

Convidados
Jacinto Kahwage - Midas Amazon Studio 
Trio Manari: Nazaco Gomes – Percussão e Kleber Benigno - Percussão
Tamboiara: Simone Viana - curimbó/backing vocal; Tâmara Aviz - curimbó/backing vocal; Néia Silva - curimbó; Roberta Evi - banjo; Ana Terra - matraca; Antônia Costeseque - maracas; Ludimila Maia - reco; Verena Brito - flauta; Luana Alves - vocal;
Jardim Percussivo: Jonielson Lopes, Lucas Magalhães, Tâmara Aviz, Marcelino Santos, Katarina Chaves, Gabriel Gomes.

Serviço
Conexão Amazônia - Márcio Jardim e Convidados. Nesta quarta-feira, 9, no Teatro Margarida Schivasappa do Centur. Ingressos: R$ 20,00 e R$ 10,00 (meia), antecipados no Núcleo de Conexões Ná Figueredo - Av. Gentil, com Benjamin Constant. Na bilheteria do teatro, no dia da apresentação, a partir das 19h.  Realização Central de Produção e Blog Holofote Virtual. Apoio: Pro Music, Midas Amazon Studio, UEPA, GUIART e Cultura Rede de Comunicação, Núcleo de Conexões Na Figueredo.