30.11.12

Black comemora o Dia Nacional do Samba

Arthur Espíndola faz o pré-lançamento de seu novo disco, numa noite cheia de surpresas e participações especiais. A festa começa com show da cantora Jana Figarella. É nesta sexta, dia 30, pra perder o fôlego na noite em homenagem ao Dia Nacional do Samba. 

Comemorado em todas as rodas de samba do Brasil no próximo dia 02 de dezembro, o Dia Nacional do Samba chega mais cedo na Black Soul com dois grandes shows: Jana Figarelle e Arthur Espíndola, com participação do compositor da Escola de Samba carioca, Portela: Toninho Nascimento, e mais uma grande surpresa pra botar o público na roda deste que é um ritmo bem brasileiro. 

Ele nasceu e cresceu em meio a rodas de sarais e cedo aprendeu a tocar pandeiro com o avô. Estava iniciado o ciclo do samba na vida de Arthur Espíndola, um dos cantores mais festejados da nova geração dos sambistas brasileiros nascidos no Pará. Junto a amigos, com quem mantém contato até hoje, o primeiro grupo de que participou como instrumentista foi "Só entre nós", uma contribuição para a permanente construção sonora na MPB e mais especialmente pela paixão a percussão e bateria, passando a freqüentar a escola de samba “Rancho Não posso me Amofinar”. 

Seu primeiro trabalho autoral veio em 2006, com o CD “Coisas que peço”. Suas influências passam por Gilberto Gil, Gonzaguinha, Chico Buarque, Zeca Pagodinho, Monarco e muitos outros. Para a festa desta noite do dia 30, Arthur vai levar uma dessas influências ao palco do Palafita: o sambista Toninho Nascimento, compositor da Portela, tradicional escola de samba do Rio de Janeiro, gravado por cantoras como Clara Nunes e Beth Carvalho.

“É uma participação mais que especial. Tem mais de 30 anos que o Toninho não vem à Belém, então eu estou reapresentando a cidade a ele”, conta Arthur. No show os dois cantarão clássicos de Toninho Nascimento como “Conto de Areia” e “Canto dos Orixás”, eternizadas na voz de Clara Nunes. 

Segundo Arthur, o show será repleto de conhecidas canções, deixando o público à vontade pra dançar e cantar junto. Além de sambas clássicos, o show de Arthur também vai mostrar as músicas de seu novo disco, “Tá falado”, a ser lançado no início de 2013. Momento em que as músicas “Carta ao meu amigo gringo” e “Tô fora de moda” (gravada com participação de Gaby Amarantos) terão parada obrigatória. 

E como se não fosse suficiente, Arthur promete uma grandessíssima surpresa, “tem que comparecer pra ver qual é”, avisa. Artur também ressalta a necessidade de mostrar a cara do samba produzido por pelas bandas do lado de cá: “Neste show eu vou levar curimbós pro palco e cantar músicas do Chico da Silva, por exemplo. Não é um show temático, mas vou evidenciar a bandeira do samba do Norte. A forma com a gente faz o samba aqui é diferente de todo o Brasil e essa é a oportunidade das pessoas conhecerem como é essa samba”. 

Samba, suor e poesia - Nascida em Manaus, criada em Belém, radicada em Recife e cidadã Santarena. Com carreira firmada em terras pernambucanas, Jana Figarelle vem direto de Recife para aportar na Black Soul Samba, abrindo a noite deste dia 30. Com show marcado para 11 e meia da noite, a cantora que já tem dois discos lançados, mostra o seu trabalho rico em sambas, baladas bem brasileiras e muita poesia. 

Vencedora do Festival da Canção de Marabá, em 2006, com a música “Sonho de índio”, Jana tem Isabela Moraes, Nena Queiroga, e Nilson Chaves como convidados em seu segundo CD: “Leve”, lançado em 2010. De acordo com o jornalista e produtor musical Toninho Spessoto: “Estamos diante de uma artista madura, que não tem pudores em expor suas mazelas, em abrir o coração através das canções.

‘Lá Vem Janaína’, seu primeiro CD, é um trabalho pautado por simplicidade e transparência. Autora habilidosa, Jana vai da balada ao samba com igual desenvoltura. Seu cantar é simples e bonito, condiz com o perfil das canções. Jana Figarella dá ‘a cara a tapa’ sem medo de se machucar. E faz música da boa”. 

A leveza de Jana pode ser conferida também no gingados de canções cheias de influência paraoaras como “Nada se Compara”, feita em homenagem a cidade de Santarém, e a própria “Lá Vem Janaína”.  Mas não é só, os sets dos DJs Uirá Seidl, Kauê Almeida, Homero da Cuíca, Fernando Wanzeller e Eddie Pereira, estarão cheios de raridades do universo do samba, passando pelos principais ícones brasileiros pra deixar todo mundo perder o fôlego na imensa roda de samba que vai ser transformar o Palafita. 

Serviço 
Dia Nacional do Samba com shows de Jana Figarella e Arthur Espíndola na Black Soul Samba Nesta sexta, 30 de novembro de 2012, a partir das 21h, no Bar Palafita (Rua Siqueira Mendes, ao lado do Píer das 11 Janelas, na Cidade Velha) Ingressos: R$10,00

E o heavy metal também passou pela ópera

Rodrigo e Bala em pose de rock, no palco da ópera
Depois que o jazz deu o ar da graça no XI Festival de Ópera do Theatro da Paz, ainda em outubro, no concerto da Amazônia Jazz Band, chega a vez do rock ter seu momento com a música erudita. O barítono que interpretou o João Batista, da obra de Strauss, Rodrigo Esteves, e o vocalista da banda Stress, Roosevelt Bala, amigos de velha data, se reencontraram em Belém, e falaram, nos bastidores de Salomé, como se conheceram.

Era 1985, um ano emblemático para o rock no Brasil. Acontecia no Rio de Janeiro, a primeira edição do Rock In Rio, no qual bandas como AC/DC, Ozzy Osbourne, Yes, Scorpions e Queen, além das brazucas Paralamas do Sucesso, Barão Vermelho e Blitz, entre outras, pisaram no palco mais cobiçado à época por roqueiros do mundo todo. 

Também nesta ocasião, a banda paraense Stress, que tinha surgido em 1983, em Belém, chegava à capital carioca para ali se firmar e seguir carreira, depois de algumas idas e vindas, entremeando shows na chamada Cidade das Mangueiras e no Circo Voador, considerado, então, o templo do rock no sudeste, em plena Cidade Maravilhosa.

O Stress, nos anos 1980
Na época, bandas como Azul Limão e Metamorfose dominavam o cenário ainda inóspito do heavy metal no Brasil, além da banda Stress, considerada a grande desbravadora do gênero em terra nacional. Ao se encontrarem, as três bandas tocaram muitas vezes nos mesmos palcos, sem imaginar o que o destino lhes guardava para 27 anos depois.

“Quando nós chegamos para morar no Rio de Janeiro, queríamos conhecer as bandas que mandavam no cenário de lá, e soubemos que a Azul Limão era a top e também já era conhecida no Brasil. Então quando soube que teria um show, saí do centro e fui até a cidade de Duque de Caxias, onde a Azul Limão ia tocar, naquele dia. Queria ver qual era a da banda que todo mundo falava”, lembra Roosevelt. “Cheguei na última música, mas deu pra ver que a banda arrebentava mesmo”, conta o vocalista. 

Foi assim que ele conheceu Rodrigo Esteves, vocalista da banda Azul Limão. Desde então eles não perderam mais o contato um com o outro. Nunca mais, porém, tinham cantado juntos num show, como no encontro que aconteceu, recentemente, no espetáculo de comemoração dos 30 anos da banda Stress, realizado no último dia 10 de novembro, no Memorial dos Povos, em Belém do Pará.

Rodrigo com a banda Azul Limão
Por coincidência, da mesma forma que Bala em 1985, no Rio de Janeiro, Rodrigo também chegou correndo e já na última música. Naquela noite mal o ensaio de “Salomé” acabou, no Da Paz, e ele já estava à caminho de lá.

"Foi demais. Eu sabia que eles estavam tocando ali com Metamorfose, banda também dos anos 1980. Consegui chegar na última música, justamente a música que eu tinha gravado no Rio com a Azul Limão, em homenagem ao Stress”, comemora Rodrigo.

A música era Coração de Metal e os dois concordam que foi um momento de catarse com o público. “Ninguém acreditava que Stress, Metamorfose e Azul Limão, ali representada pelo Rodrigo, estavam juntas após todos estes anos”, diz Bala.

Ele explica que Stress, Azul Limão e Metamorfose eram as três grandes bandas do heavy metal carioca. "Fomos adotados mesmo, quando estivemos por lá. Passamos a ser uma banda daquele circuito, pois fazíamos muito shows juntos. Aqui em Belém, por isso, o publico pirou! Foi um momento de consagração”.

Dias após este show, Roosevelt e Rodrigo voltaram a estar juntos, desta vez, no palco do Theatro da Paz, onde posaram no cenário da ópera Salomé para esta entrevista e relembraram como tudo aconteceu. E assim, a história de amizade que já durava 27 anos acabou se tornando lendária..

Estudar música foi uma necessidade (fotos: Carlos Sodré)
Do rock à ópera
Rodrigo começou a estudar música para apredner a compor suas músicas pro rock e acabou se apaixonando pelo canto e se entregando ao universo da música clássica. 
“Isso foi uma coisa curiosa. Estávamos começando a gravar os discos e ainda dependíamos da galera que sabia escrever partitura, pois a gente compunha no violão, com a voz e registrávamos  naqueles gravadores de fita K7. Por isso entrei na Estácio de Sá, faculdade que tinha um curso de música e comecei a estudar canto, por coincidência, com um grande tenor lírico, o Alfredo Colosimo, e me apaixonei. Em 1990 fui embora pra Espanha”, conta Rodrigo. 

 Longe dos tons agudos ou graves do heavy metal, Esteves hoje mora em Madri e está em Belém, onde chegou a morar muitos anos atrás,  a trabalho, participando do festival de ópera, que encerra neste sábado, com uma programação em frente ao Theatro da Paz e na qual o barítono fará uma participação, cantando junto a OSTP.  Não é aprimeira vez que ele participa do evento. Ano passado, ele foi um dos solistas em Tosca, mas ele diz que, este ano, fazer João Batista em Salmé,  foi seu maior desafio.

Interpretar João Batista foi um desafio (foto: Elza Lima)
“A música de Strauss não é convencional, mesmo tendo sido feita em 1905. Você escuta as bandas de hoje e pensa, como foi possível o cara escrever isso naquela época. Isso sim é que é ser moderno.

É uma música politonal, atonal , difícil, com acordes todos dissonantes.João batista é o papel mais consonante, tonal da ópera toda, pois que ele vai pregando deus e Strauss o coloca como uma catedral, vocalmente falando, com os acordes mais certinhos. O resto parece uma bagunça, e não é isso, há um sentido musical, mas você tem que acostumar o ouvido pra essa música”, explica Rodrigo. 

Roosevelt Bala, na classificação de voz, também é barítono. Para ele, a ópera se aproxima do rock’n roll,da mesma forma que os grandes instrumentistas, não só da música popular, heavy ou do rock, têm a música clássica como referência nos esudos para se tornar um grande músico.

“Um guitarrista tem que estudar piano clássico durante 15 anos de sua vida, pra depois pegar na guitarra. Com relação aos cantores, esta realção é ainda mais estreita. Lembro que quando fazíamos aulas de canto, treinávamos pequenos trechos de ópera. Aí, cada exercício tinha o seu fundamento. O professor de canto pega elementos da música clássica, ópera, pra ensinar a exercitar as cordas vocais. Depois se você vai cantar ópera ou rock, a escolha é sua”, afirma Bala. 

Bate papo no camarim (foto: Carlos Sodré)
Stress e Strauss - Brincando com a sonoridade do nome da banda de heavy metal paraense e do compositor alemão, os dois vocalistas arriscam em dizer que as semelhanças entre os dois são muitas e as diferenças poucas.

 “Eu acho que a semelhança está na complexidade da música, na beleza, no ‘tesão’ que se tem em tocar e cantar. Já a diferença não há muita, pois o que importa é a vontade de se fazer o que se faz, é a paixão”, diz Rodrigo. 

E quando pergunto para Roosevelt Bala se ele veria uma ópera, ele nem pensa e reponde rápido que sim. “Já vi várias e no ano passado, tive a honra de ver o Rodrigo em Tosca. Este ano estarei aqui novamente pra vê-lo também em Salomé. Não perco por nada”, encerrou Bala, para depois se despedir de Rodrigo. Ainda no camarim, ele recebe um abraço do solista, que depois segue apressado para o palco, onde mais um ensaio de Salomé o aguardava.

Serviço 
XI Festival de Ópera do Theatro da Paz. Encerramento neste sábado, 01 de dezembro, às 20h, em frente ao Theatro da Paz - Conserto da OSTP, Coral do Festival, canotres e balarinos participam. Mais informações: 91 4009.8750.

27.11.12

Ótimos documetários ganham exibição em Belém

Eduardo Coutinho, homenageado
Na próxima semana, agende-se para não perder. A Mostra Cinema e Direitos Humanos na América do Sul chega mais uma vez à capital paraense trazendo uma enxurrada de excelentes documentários. O evento, que iniciou dia 7 de novembro no país está em sua sétima edição e acontecerá aqui de 04 a 09 de dezembro, no Sesc Boulevard. Um total de 37 filmes serão mostrados, inlcuindo títulos inéditos. O cineasta brasileiro Eduardo Coutinho é homenageado e ganha destaque para suas produções. Tudo com entrada franca.  

Ao todo serão 26 capitais percorrida pela iniciativa que tem como objetivo estabelecer um diálogo franco e direto com o povo brasileiro sobre seus direitos fundamentais. Mais do que assistir a filmes, trata-se de um convite ao debate, à reflexão, para construirmos juntos um país que valorize a diversidade e garanta o respeito aos Direitos Humanos.

O grande homenageado do evento em 2012 é o brasileiro Eduardo Coutinho, considerado um dos mais importantes documentaristas da atualidade em todo o mundo. Seu trabalho é reconhecido pela sensibilidade e pela capacidade de ouvir o outro, registrando sem sentimentalismos as emoções e aspirações das pessoas comuns. 

Estão programados o clássico “Cabra Marcado Para Morrer” (1984), premiado no Festival de Berlim, “Santo Forte” (1999), um mergulho na intimidade de católicos, umbandistas e evangélicos de uma favela carioca, e “O Fio da Memória” (1991), mosaico sobre a experiência negra no Brasil a partir da figura de um artista popular. programação traz ainda uma série de títulos inéditos no circuito comercial, como os longas-metragens “Hoje”, de Tata Amaral, e “O Dia Que Durou 21 Anos”, de Camilo Tavares. 

O documentário revela documentos secretos que confirmam articulações de governos norte-americanos para a derrubada do presidente João Goulart, seguida pela instauração da ditadura militar brasileira (1964-1985).

“Hoje”, por seu turno, aborda reflexos atuais de fatos ocorridos durante essa mesma ditadura e tem no elenco Denise Fraga e o ator uruguaio Cesar Troncoso. O filme foi o grande vencedor do Festival de Brasília, onde acumulou cinco premiações, inclusive de melhor filme e de melhor atriz. 

Também inédito comercialmente no país, o colombiano “Chocó”, de Johnny Hendrix Hinestroza, foi lançado pelo Festival de Berlim deste ano e transformou-se em grande sucesso de público: meio milhão de pessoas assistiram ao filme na Colômbia. 

A obra destaca os problemas do desemprego, do desalojamento e da violência doméstica. Com sua estreia mundial também promovida pelo Festival de Berlim, o indicado oficial pelo Uruguai ao Oscar de Filme Estrangeiro “A Demora” mostra uma mulher, de família pobre, que não consegue internar seu idoso pai em um asilo e acaba tomando uma atitude drástica. Assinado pelo cultuado diretor Rodrigo Plá, o longa é inédito nas salas brasileiras. 

Maior bilheteria de um documentário em cinemas do Equador, “Com o Meu Coração em Yambo” tem sua estreia brasileira na 7ª Mostra Cinema e Direitos Humanos na América do Sul. Trata-se da história de uma família colombiana que foge da violência política de seu país e acaba tendo dois de seus filhos sequestrados e desaparecidos no Equador. A filha caçula María Fernanda Restrepo é a diretora do filme e nele realiza uma viagem pessoal misturada à memória de todo um país marcado por sua história. 

Longa-metragem inédito no Brasil, o paulista “Último Chá”, de David Kullock, focaliza um solitário que vive em um velho casarão em demolição e cujo filho foi assassinado pela ditadura militar. Bruno Perillo e Antonio Petrim lideram o elenco.

Duas obras focalizam a lei Maria da Penha, que alterou o Código Penal Brasileiro, permitindo que agressores de mulheres no âmbito doméstico sejam presos em flagrante ou tenham a prisão preventiva decretada: o média-metragem “O Silêncio das Inocentes”, de Ique Gazzola, e o curta “Maria da Penha: Um Caso de Litígio Internacional”, de Felipe Diniz. A lei leva o nome da biofarmacêutica cearense que ficou paraplégica após ser baleada pelo marido. 

Na programação está ainda “Elvis & Madona”, longa vencedor do Prêmio da Associação de Correspondentes Estrangeiros (ACIE) nas categorias melhor ator (para Igor Cotrim, melhor atriz (para Simone Spoladore), melhor diretor (para Marcelo Laffitte) e melhor filme segundo o júri popular. O divertido enredo acompanha o envolvimento de uma travesti com uma jovem entregadora de pizza. 

Já "Batismo de Sangue", dirigido por Helvécio Ratton, trata da participação de frades dominicanos na luta clandestina contra a ditadura militar brasileira, no fim dos anos 1960. Adaptado do livro homônimo de Frei Betto, vencedor do prêmio Jabuti, o filme foi vencedor dos prêmios de melhor direção e melhor fotografia no Festival de Brasília e tem no elenco Caio Blat, Daniel de Oliveira, Cássio Gabus Mendes e Ângelo Antônio. 

As projeções da 7ª Mostra Cinema e Direitos Humanos na América do Sul acontecem nas seguintes cidades: Aracaju, Belém, Belo Horizonte, Boa Vista, Brasília, Campo Grande, Cuiabá, Curitiba, Florianópolis, Fortaleza, Goiânia, João Pessoa, Macapá, Maceió, Manaus, Natal, Palmas, Porto Alegre, Porto Velho, Recife, Rio Branco, Rio de Janeiro, Salvador, São Luís, São Paulo, Teresina e Vitória. Em todos os locais há acessibilidade a pessoas com deficiência e as sessões contam com sistema de audiodescrição e de closed caption (voltadas a deficientes visuais e auditivos, respectivamente). 

Aniversário da Declaração Universal de Direitos Humanos

Uma realização da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República, com produção da Cinemateca Brasileira/MinC e patrocínio da Petrobras.

A Mostra tem o objetivo de celebrar o aniversário da Declaração Universal dos Direitos Humanos, proclamada pela Assembleia Geral das Nações Unidas em 10 de dezembro de 1948, exibindo filmes produzidos recentemente nos países sul-americanos, criando espaços para que produtores e demais profissionais do cinema possam divulgar seus trabalhos relacionados aos Direitos Humanos. 

A iniciativa conta com apoio do Ministério das Relações Exteriores, da TV Brasil, da Sociedade Amigos da Cinemateca e do Sesc. As obras mais votadas pelo público são contempladas com o Prêmio Exibição TV Brasil nas categorias longa, média e curta-metragem. A programação tem curadoria do cineasta e curador Francisco Cesar Filho.

PROGRAMAÇÃO

04/12 - TERÇA-FEIRA 
Abertura- 20h - Classificação indicativa: 12 anos
- O Cadeado - Leon Sampaio
(Brasil, 12 min., 2012, fic.)
- A Galinha que Burlou o Sistema - Quico Meirelles
(Brasil, 15 min., 2012, doc./fic.)
- Menino do Cinco - Marcelo Matos de Oliveira, Wallace Nogueira
(Brasil, 20 min., 2012, fic.)
- A Fábrica - Aly Muritiba
(Brasil, 16 min., 2011, fic. 

05/12 – QUARTA-FEIRA 
13h - Classificação indicativa: 12 anos 
- Menino do Cinco - Marcelo Matos de Oliveira, Wallace Nogueira 
(Brasil, 20 min., 2012, fic.) 
- Maria da Penha: um Caso de Litígio Internacional - Felipe Diniz 
(Brasil, 13 min., 2011, doc.)
- O Silêncio das Inocentes - Ique Gazzola
(Brasil, 52 min., 2010, doc.) 
15h - Classificação indicativa: 16 anos 
- Virou o Jogo: A História das Pintadas - Marcelo Villanova
(Brasil, 15 min., 2012, doc)
- Chocó - Johnny Hendrix Hinestroza
(Colômbia, 80 min., 2012, fic.) 
17h - Classificação indicativa: 12 anos 
- O Garoto que Mente - Marité Ugás
(Venezuela, 99 min., 2011, fic.) 
19h - Classificação indicativa: 14 anos
- Batismo de Sangue - Helvécio Ratton
(Brasil, 110 min., 2006, fic.)

06/12 – QUINTA-FEIRA
13h – Sessão de Audiodescrição (fechada) - Classificação indicativa: 10 anos
- Extremos - João Freire
(Brasil, 24 min., 2011, doc.)
- À Margem da Imagem - Evaldo Mocarzel
(Brasil, 72 min., 2003, doc.) 
15h – Sessão de Audiodescrição (fechada) - Classificação indicativa: 12 anos
- Santo Forte - Eduardo Coutinho
(Brasil, 80 min., 1999, doc.) 
17h - Classificação indicativa: 14 anos
- A Fábrica - Aly Muritiba (Brasil, 16 min., 2011, fic.)
- Hoje - Tata Amaral (Brasil, 87 min., 2011, fic.) 
19h - Classificação indicativa: 12 anos
- Justiça - Andrea Ruffini
(Bolívia / Itália, 34 min., 2010, doc.) 
- Último Chá - David Kullock
(Brasil, 97 min., 2012, fic.) 

07/12 – SEXTA-FEIRA
13h - Classificação indicativa: 12 anos 
- Estruturas Metálicas - Cristián Vidal L. 
(Chile, 47 min., 2011, doc.) 
- Saia se Puder - Mariano Luque 
(Argentina, 66 min., 2012, fic.) 
15h - Classificação indicativa: 10 anos 
- Uma, Duas Semanas - Fernanda Teixeira
(Brasil, 17 min., 2012, fic.)
- A Demora - Rodrigo Plá
(Uruguai / França / México, 84 min., 2012, fic.) 
17h - Classificação indicativa: 12 anos
- Elvis & Madona - Marcelo Lattiffe (Brasil, 105 min., 2010, fic.) 
19h - Classificação indicativa: 10 anos
- Com o Meu Coração em Yambo - María Fernanda Restrepo
(Equador, 137 min., 2011, doc.)

08/12 – SÁBADO 
13h - Classificação indicativa: 10 anos
- Disque Quilombola - David Reeks
(Brasil, 14 min., 2012, doc.)
- Vestido de Laerte - Claudia Priscilla, Pedro Marques
(Brasil, 13 min., 2012, fic.)
- A Galinha que Burlou o Sistema - Quico Meirelles
(Brasil, 15 min., 2012, doc./fic.)
- O Veneno Está na Mesa - Silvio Tendler
(Brasil, 50 min., 2011, doc.) 
15h - Classificação indicativa: 16 anos 
- Porcos Raivosos - Isabel Penoni, Leonardo Sette
(Brasil, 10 min., 2012, fic.)
- O Cadeado - Leon Sampaio
(Brasil, 12 min., 2012, fic.)
- Dez Vezes Venceremos - Cristian Jure
(Argentina, 75 min., 2011, doc.) 
17h - Classificação indicativa: 10 anos 
- Juanita - Andrea Ferraz
(Brasil, 8 min., 2011, doc.) 
- O Dia que Durou 21 Anos - Camilo Tavares
(Brasil, 77 min., 2012, doc.) 
19h -  Classificação indicativa: 12 anos 
- Cabra Marcado para Morrer - Eduardo Coutinho 
(Brasil, 119 min., 1984, doc.)

09/12 - DOMINGO  
13h Classificação indicativa: 12 anos 
- Olho de Boi - Diego Lisboa (Brasil, 19 min., 2011, fic.) 
- Funeral à Cigana - Fernando Honesko (Brasil, 15 min, 2012, fic.) 
- Carne e Osso - Caio Cavechini, Carlos Juliano Barros (Brasil, 52 min., 2011, doc.) 
15h Classificação indicativa: 10 anos 
- Cachoeira - Sérgio Andrade
(Brasil, 14 min., 2010, fic.) 
- Paralelo 10 - Silvio Da-Rin
(Brasil, 87 min., 2011, doc.) 
17h Classificação indicativa: 16 anos 
- Marighella - Isa Grinspum Ferraz
(Brasil, 100 min., 2012, doc.) 
19h Classificação indicativa: Livre 
- O Fio da Memória - Eduardo Coutinho
(Brasil, 115 min., 1991, doc.)

Serviço
7ª Mostra Cinema e Direitos Humanos na América do Sul. De 04 a 09 de dezembro no Sesc Boulevard (Avenida Boulevard Castilho França, 522/523-Campina) (91) 3224.5305 | 5654. Entrada franca. Patrocínio: Petrobras Realização: Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República Produção: Cinemateca Brasileira / Ministério da Cultura Belém-PA.

26.11.12

Eu me Confesso Eneida estreia no Pauta Mínima


A imortal Eneida de Moares no palco do Cuíra
Há quase dois meses, o projeto “Pauta Mínima” vem abrindo as portas do Teatro Cuíra para os espetáculos produzidos em Belém. Quatro dos sete selecionados através de edital, já foram apresentados. “Amor Palhaço”, dos Palhaços Trovadores, “Encantados S.A”, do GTU, “Parésqui”, da Cia Usina Contemporânea de Teatro, e “O Pequeno Grande Aviador e o Planeta do Invisível”. Esta semana, de 29 de novembro a 02 de dezembro, a estreia é de Eu Me confesso Eneida, do Grupo Ecológico Artístico EcoArte.

Eu me confesso Eneida já foi visto por aproximadamente quatro mil pessoas. Estreou em 2011, no Teatro Waldemar Henrique por duas temporadas de quinta à domingo. Já esteve em cartaz no Teatro Margarida Schivasappa por duas vezes, no Projeto 24 horas de Teatro, realizado pela Faces, no aniversário da Biblioteca Artur Viana e fez parte da programação da Feira Pan-Amazônica. Foi mostrado também no Instituto de Arte do Pará, no Teatro Cláudio Barradas e no Sesc Boulevard. 

Além de Belém, a peça foi levada também a Tucuruí. Com texto de Carlos Correia Santos e direção de Edson Chagas, o espetáculo também faz parte das comemorações dos 25 anos do EcoArte - Grupo Ecológico Artístico EcoArte.

“Eu Me Confesso Eneida” traz um embate lírico, intenso e provocativo. Em cena, três atrizes vivem Eneida de Moraes. Cercando-as figuras misteriosas que não são claramente reveladas ao público. Inquisidoras? Personagens que simbolizam a milícia que tanto perseguiu a ativista política? Representações arquetípicas da memória (símbolo do resgate de acontecimentos densos, penosos, intensos e atemporais) e da lembrança (simbologia de fatos esparsos e muitas vezes doces ligados a uma trajetória)? Eneida é torturada por essas figuras femininas.

Texto de Carlos Correia Santos e direção de Edson Chagas
É forçada a reviver sua vida, ora de maneira amena, ora de maneira dolorosa. Assim, ela se confessa ser o que é. Ela confessa ter orgulho de seu nome, de tudo o que viveu. Ela reconta suas experiências como escritora, política e carnavalesca. 

Um espaço dominado pelo elemento água. Água uterina, água da chuva, água dos guajarás, água das lágrimas, água dos suores de prazer, água dos banhos de cheiros. 

As três personagens manipulam essas águas todas. As suas misteriosas figuras oprimem, estimulam, enlouquecem, abençoam a escritora e ativista que se transformou num dos maiores nomes das letras nacionais. Mas a pergunta persiste: Quem são essas outras? Seriam projeções da alma da própria Eneida? Seriam todas elas faces da mesma mulher? O que importa é que se ouve uma voz que grita: “EU ME CONFESSO ENEIDA” .

No elenco estão os atores Elizangela Vasconcelos; Marta Ferreira; Rosa Marina. A direção é de Edson Chagas e Leandro Haick, com dramaturgia de Carlos Correia Santos. A cenografia, figurino e adereços, por Chagas Franco, a sonoplasta é de Venildo Cohen, a iluminação de Marckson de Moraes e a contarregragem de Paulo Magno.

Pro Ensaio geral é a próxima estreia - 06 a 09 - dezembro
Próximas atrações - Ainda serão apresentados mais dois espetáculos dentro desta primeira edição do Pauta Mínima. “Pro Ensaio Geral”, do BAI – Bando de Atores Independentes, ficará em cartaz de 06 a 09 de dezembro e encerrando o ciclo, um espetáculo inédito: Ritos, de Michele Campos. 

Para Zê Charone, que coordena o projeto, os resultados têm sido positivos. “Temos tido um ótimo público, embora sempre queiramos mais. Ter casa lotada garante em parte uma de nossas metas que é a formação de plateia para o teatro produzido por atores, técnicos e diretores de teatro do Pará. Tirar as pessoas de casa para ver o que produzimos aqui e ao mesmo tempo incentivar que os grupos produzam mais, contando com mais este espaço de apresentação em Belém. A ideia é lançar no ano que vem a segunda edição do edital”, diz ela.

Para Edson Chagas, da Ecoarte, participar do Pauta Mínima é um grande prazer. “Só tenho a agradecer em nome de toda a equipe que faz o Eu me Confesso Eneida, por esta oportunidade de circularmos com o espetáculo, visto que estamos comemorando 25 anos de trajetória artística”, finaliza.

História - O Grupo Ecológico Artístico EcoArte, foi fundado em 14 de Julho de 1987, na 29º Reunião Anual da SBPC em Brasília, com o intuito de trazer à tona debates acerca do meio ambiente pelo viés das artes cênicas, nesta ocasião o fundador do grupo o prof. Marconi Magalhães, reuniu alunos para abordar este universo ambientalista, resultando assim no “I ECOARTE, uma forma de Educação Ambiental”, composto de onze atos debatendo sobre o equilíbrio ambiental. 

"Ritos" é inédito em Belém. Fecha o Pauta Mínima 2012
No ano seguinte o Prof. Marconi Magalhães viajou para Quebec a fim de concluir seu doutorado em educação ambiental, passando assim a coordenação do grupo para o ator Edson Chagas. 

Desde então o grupo tem realizado diversos espetáculos em todo o Estado, bem como em outras cidades brasileiras. Dentre suas produções artísticas estão: Maria Marginalizada; Wajangá, o contador de histórias; Foi Macumba Zé; A Incrível História do Sapo Tarô Beque; O Avarento do Nordeste.


Serviço
Projeto Pauta Mínima apresenta “Eu me confesso Eneida”. De 29.11 a 02.12, no Teatro Cuíra - 20h – R. Riachuelo com 1º de março (próx. Praça da República). De 06 a 09 de dezembro, entra em cartaz "Pro Ensaio Geral". E de 13 a 16 tem "Ritos". Ingressos a R$20,00 (com meia a R$ 10,00). Patrocínio da Fundação Nacional de Artes (FUNARTE), Ministério da Cultura (MinC) e Governo Federal.


Paraenses nos bastidores e no palco da ópera

Mauro Wrona, com figuração paraense
O XI Festival de Ópera do Theatro da Paz apresenta nesta segunda, 26, e quarta-feira, 28,  récitas de “Salomé”, que estreou no sábado, com casa cheia. Em 2002 quando o evento iniciou foi realizado com cenário, figurino e iluminação importados de cidades como SP e MG, que já possuíam cancha com o formato. O tempo foi passando e hoje pouco se traz de fora.

Além de formação de plateia, o projeto idealizado por Paulo Chaves, secretário de estado de cultura, e Gilberto Chaves, diretor do festival, formou também profissionais e criou um núcleo competente e reconhecido nacional e internacionalmente por sua performance impecável. Na décima primeira edição do evento, a diretora do TP, Ana Cláudia Moraes, comemora o fato de 99% do Festival estar sendo feito por mãos paraenses.

“O Festival deste ano é genuinamente paraense. Ele está sendo feito por mãos paraenses, desde a concepção, com Gilberto Chaves, até a sua execução, com 99% da mão de obra empregada. É muito prazeroso chegar a este número e foi com muito trabalho que todos nós conseguimos. É um orgulho, pois quando a gente vê o resultado disso tudo, a resposta do público, dos profissionais envolvidos, da mídia especializa, que tem comentado nacionalmente sobre o trabalho dos profissionais paraenses”, celebra Ana Cláudia Moraes, que há dois anos é diretora do TP, mas participa da equipe realizadora do Festival desde 2002. 

Cláudio Bastos, diretor de palco e Rubens Almeida, da luz
Palco, luz - Vários nomes se destacam na constelação de estrelas do norte. Rubens Almeida é um deles. Funcionário do TP desde 1976, é considerado hoje um dos melhores iluminadores do Brasil. Na coletiva de Cavalleria Rusticana ele foi publicamente saudado e os elogios ao seu trabalho já fazem parte da história do Festival de Ópera do Theatro da Paz. 

A trajetória profissional intimamente ligada ao TP e o Festival de Ópera lhe rendeu, em 2010, a indicação para concorrer ao XXII Prêmio Carlos Gomes – Ópera e Música Erudita, na categoria Iluminação, pelo trabalho na ópera Romeu e Julieta, montada em 2009 no TP. 

“Comecei a trabalhar na área administrativa do Theatro. Consegui chegar na iluminação em 1978 no Theatro e me apaixonei pelo trabalho. Segui em frente, pois é um prazer chegar a este ponto, receber elogios e o reconhecimento pelo meu trabalho.  Em 2010 concorri com Paulo Pederneira e Wagner Pinto, dois grandes profissionais e consegui a segunda colocação”, diz Rubens. 

Cenografia - Com trajetória similar a de Rubens, Ribamar Monteiro Diniz também exalta os caminhos percorridos. O servidor público é cenógrafo oficial do Theatro da Paz e responsável pela confecção do cenário de Salomé, um dos maiores destaques da programação deste ano. 

Ribamar Monteiro, no Galpão onde os cenários são construídos
“Este cenário da Salomé foi o maior desafio da minha carreira, vê-lo pronto é uma das maiores satisfações da minha vida profissional. Trabalhamos em uma equipe de nove pessoas, além da Duda (Arruk), criadora do cenário, e da Clarice (Cunha), assistente de Duda", diz Ribamar.

"Eu fiquei surpesa com o que enocntrei aqui. Nós que somos de lá, achamos que aqui não há mão de obra. Na verdade não temos ideia de quanto vocês são profissionais e já adquiriram experiência coma ópera em todos estes anos. Fiquei muito satisfeita com este resultado e feliz em ter vindo pra Belém", diz Duda.

"Este contato com novas pessoas é uma das melhores coisas do Festival, a cada ano conhecemos novos profissionais, novas maneiras de criar, novas técnicas e é desta forma que conseguimos ampliar nossos conhecimentos. Você nunca sabe de tudo e sempre aprende alguma coisa com as pessoas”, considera o cenógrafo paraense.

“O Rubens e o Ribamar estão no TP desde a década de 70. Quando eles começaram não existia a função de iluminador cênico, cenógrafo ou de sonorização. Foram cargos que eles alcançaram com a experiência, com o trabalho. Ao longo da carreira deles, eles foram aprendendo e foram se aperfeiçoando. Hoje, o Rubens é um mestre em luz. Ele dá cursos, já foi premiado, trabalha com várias companhias. O Ribamar é contratado por produções de fora para construir cenários”, diz Ana Cláudia.

Fernando Pessoa, que criou cenário de Cavalleria Rusticana
Mais talentos - Vários outros paraenses se destacam no processo. Cristina Vianna, por exemplo, é a produtora de elenco, figuração, orquestra. 

Ela fica responsável pelas agendas de ensaios e por manter as informações conectadas entre todos os setores da ópera com a direção do espetáculo. Aliás, a figuração e segundo elenco de solitas também são formados por paraenses.
 
O maestro Vanildo Monteiro, que está na equipe do festival desde 2002, prepara o coro que canta nas apresentações, é outro paraense de destaque. Ele teve seu trabalho muito festejado este ano, recebendo elogios do maestro italiano Gian Luigi Zampieri, por seu trabalho em Cavaleria Rusticana, e recebeu ótimas críticas de público e crítica pela performance do coro, também no espetáculo “Quando o Jazz encontra a ópera”. 

Ana Claudia explica que Vanildo é um daqueles profissionais que sempre apresenta resultados de qualidade e que trabalhar com ele é garantia de sucesso. Sobre o trabalho no festival o maestro avalia o curso tomado.

“O festival hoje é de altíssimo nível. Nós construímos um trabalho e hoje vemos o resultado. Eu acho que neste processo todo me sinto cada vez mais privilegiado de participar e contribuir. A gente não para de aprender, com os regentes que chegam aqui, os diretores de cena. Há um intercâmbio com pessoas de outros lugares. E isso é enriquecimento musical e cultural, um trabalho de construção", comenta Ana. 

Equipe de visagismo preparando figuração
Ela lembra de 2002, quando montaram Macbeth, a primeira ópera executada. "O coro naquela época se comportava de uma maneira e no decorrer do tempo houve um aperfeiçoamento. Em 11 anos de festival, muitas pessoas ainda continuam no coro, outras, logo se tornaram solistas”, complementa.

Cláudio Bastos, contratado como diretor de palco do XI Festival de Ópera é outro profissional que tem sua carreira atrelada ao evento. Este ano assume a árdua função de organizar toda a caixa cênica do Theatro da Paz, durante o evento.

“É uma satisfação muito grande trabalhar no Festival. Hoje sou responsável por uma equipe de seis contrarregras e nosso trabalho é garantir que não haja problema algum durante a apresentação das óperas. Comecei a trabalhar com isso. Este festival me fez crescer profissionalmente e ainda me inspira a ser ainda mais”, fala Cláudio. 

Outros paraenses que vem se destacando são o figurinista Helio Alvarez, assistente de figurino de Cavalleria Rusticana e Salomé; Omar Junior, que prepara a maquiagem de solistas, coro e figurantes das três montagens deste ano; Fernando Pessoa, que montou o cenário de Cavalleria Rusticana e vários outros que trabalham nos bastidores. E isso sem falar nos solistas e na figuração também paraense que complementam o elenco das óperas, somando talento com os grandes cantores que também participam, como convidados. 

Ana Cláudia Moraes afirma que cada equipe desta possui no mínimo mais 10 pessoas. Por isso, dos quase seiscentos profissionais envolvidos, mais de 90% são paraenses, um grande feito para a cultura do estado e uma iniciativa celebrada pela classe artística do Pará e pelo Governo do Estado, realizador do evento. 

Serviço
O encerramento do evento será dia 1º de dezembro, às 20h, em frente ao Theatro da Paz. Patrocínio Secult, Governo do Estado, com realização do Theatro da Paz e apoio da Academia Paraense de Música e Fundação Amazônica de Música. Mais informações: 4009.8750. 

(Texto: Julia Garcia/AG c/ edição e + informações: Holofote Virtual)

24.11.12

Monarcha e Lenora Brito apresentam Gentil Puget


O recital integra a programação do Festival de Ópera do Theatro da Paz. A obra do compositor será interpretada pela soprano Carmem Monarcha e pela pianista Lenora Brito, num espetáculo dirigido por Maria Sylvia Nunes. Domingo, 25, na igreja de Santo Alexandre, às 20h, entrada franca.

Quem foi Gentil Puget? A questão que surgiu desde que o XI Festival de Ópera do Theatro da Paz divulgou o recital em homenagem ao centenário do compositor paraense não é fácil de ser respondida. 

Contemporâneo a Waldemar Henrique e do mesmo grupo artístico de Bruno de Menezes e Dalcídio Jurandir, modernistas que tinham um ideal de fazer com que a música do Pará brilhasse, ao firmar uma personalidade regional a ela, Puget era um homem tímido e morreu cedo, antes de completar 40 anos, no Rio de Janeiro. Sua família era contrária a sua carreira artística e por isso apresenta-lo ao público foi um desafio assumido pela direção do festival, que convidou três mulheres para assumir esta missão.  

Para apresentar a obra de Puget aos paraenses, a cantora lírica Carmen Monarcha e a pianista Lenora Brito se uniram em um processo de resgate e homenagem, dirigido pela intelectual Maria Sylvia Nunes. A tríade paraense peneirou em parcos documentos a história e face de Gentil Puget e destrinchou suas partituras em busca de sua música e seu ritmo. 

O espetáculo promete a interpretação magnífica de Carmen Monarcha, reconhecida por sua performance nos palcos nacionais e internacionais e o acompanhamento impecável de Lenora Brito, uma das maiores pianistas do estado. 

Maria Sylvia, que assina a direção do recital, falou sobre o processo de pesquisa e concepção artística da apresentação. “Apenas algumas pessoas ouviram falar em Gentil Puget, mas quase ninguém conhece a sua obra, a não ser as pessoas contemporâneas a ele. Era algo que estávamos devendo a todos, fazer uma mostra do que ele fez, fazê-lo conhecido", diz. 

"A ideia de homenageá-lo partiu do Dr. Gilberto Chaves, que me convidou a participar do espetáculo, aceitei imediatamente. As canções de Gentil Puget são bastante populares, algumas são como pontos de macumba, outras tipicamente folclóricas e outras entoam a velha tradição da seresta. O pouco que existe sobre a vida e trajetória dele está abrigada no Museu da UFPA É um prazer revelar este autor ao público”, comemora Mara Sylvia.

Carmen Monarcha veio a Belém especialmente para a homenagem. Em maio deste ano a cantora esteve em Belém e realizou os primeiros ensaios e retornou agora para afinar os últimos acordes. “É uma grande emoção estar revelando este compositor para o público paraense. Fazer isso ao lado de Lenora e Maria Sylvia, que são duas pessoas de quem sou muito próxima é ainda melhor. Gentil Puget é um grande autor, tão pouco conhecido. 

Participar desta descoberta, revelar este repertório que possui o nosso palavreado, que representa nosso povo, nossos costumes é muito bom e muito importante para a cultura do Pará”, diz a soprano. 

As composições de Gentil Puget giram em torno de temas regionais. Suas canções cantam os caboclos, os mitos e cotidiano do povo paraense, característica do movimento modernista que valorizava os traços específicos da cultura brasileira e regional. A pianista Lenora Brito avalia as razões do compositor ser tão pouco conhecido.

“É muito complicado a pessoa ser contemporânea de um grande nome, isso aconteceu com Bethoven e Schubert em Viena, entranto hoje Schubert é um compositor consagrado, considerado o criador dos líder, canções alemães. O Puget ficou meio engolido pela personalidade e sorte do Waldemar que tinha a sua irmã Mara para cantar. O Gentil estudava música escondido, seus pais não queriam que ele fosse artista, e não tinha nenhuma interprete para cantar suas composições”, lamenta Lenora. 

Segundo Celeste Proença, Puget era um homem tímido e reservado. O compositor era muito amigo da família da professora e costumava passar as tardes na casa dos pais dela tocando piano, compondo e cantando com as jovens Celeste e Adalgiza. 

“Ele era muito amigo da minha família, um homem muito educado, fino, inteligente e talentoso, mas muito acanhado. A família dele não gostava que ele fosse músico e atrapalhava como podia a verve artística dele. 

Na casa de meus pais ele encontrava conforto e nós cantávamos muito suas belas canções. O recital do dia 25 é muito merecido, apresentar as composições dele para o público é maravilhoso”, disse Celeste.

Gentil Puget, depois de encontrar grandes dificuldades de firmar sua carreira em Belém mudou-se para o Rio de Janeiro no começo da década de 30. Em terras cariocas ficou amigo de Eneida de Moraes, conhecida por acolher os paraenses que chegavam na Cidade Maravilhosa. Lá ele adquiriu hábitos ainda mais boêmios dos que já tinha em Belém e uma tuberculose lhe tirou a vida, antes de completar quarenta anos. 

A comemoração de seu centenário, planejada pelo XI Festival de Ópera do Theatro da Paz, pretende fazê-lo conhecido do grande público paraense e permitir a ele o espaço que merece na história da música e cultura do estado. Promete ser um dos momentos inesquecíveis do evento.

Serviço
Na programação do XI Festival de Ópera do Theatro da Paz. Estreia da ópera de Salomé, 24, às 20h, no Theatro da Paz. Recital Centenário de Gentil Puget, neste domingo, 25, às 20h, na Igreja de Santo Alexandre, com a soprano Carmem Monarcha e a pianista Lenora Brito. Direção de Maria Sylvia Nunes e iluminação de Rubens Almeida. Nos dias 26 e 28 haverá récita da ópera Salomé, às 20h. O encerramento do evento será dia 1º de dezembro, às 20h, em frente ao teatro. Patrocínio Secult, Governo do Estado, com realização do Theatro da Paz e apoio da Academia Paraense de Música e Fundação Amazônica de Música. Mais informações: 4009.8750.

(Agência Pará - Fotos: Rodolfo OLiveria/Texto: Julia Garcia)

21.11.12

CaBloco convida vários em dezembro no Afrikan

Pepeu Gomes (Foto: Taiana Lauin)
Não é qualquer convidado não. Tem Pepeu Gomes, Pedro Luis, Paulinho Moska e os DJs da Black Soul Samba. Eles vão estar junto com o CaBloco Muderno, em Belém, mostrando grandes sucessos ao lado dos músicos paraenses e em meio a batidas inusitadas que pulsam através da soma dos tambores típicos do folclore nortista e do samba. Vá logo se agendando. A festa será no dia 14 de dezembro, no Afrikan Bar, com patrocínio da Oi e Lei Semear.


Pepeu e Paulinho Moska, além de Pedro Luis, vêm dividindo ao longo dos anos o palco com alguns dos integrantes do CaBloco Muderno. Porém, jamais atuaram juntos com o grupo num mesmo momento e por isso o encontro promete fortes emoções.

Quando Pepeu esteve em Belém ano passado para uma apresentação com Marco André, Trio Manari, MG Calibre e João Paulo (percussionista do CaBloco), o baiano ficou empolgado pela guitarrada, prometendo adicionar a um dos números do show que envolve o ritmo paraense, todo o virtuosismo que levou-o a ser considerado um dos maiores guitarristas do mundo. 

Recentemente, Pedro Luis participou do CD do Manari produzido por Marco André, dividindo a faixa “Hã o que” com os paraenses, um rap que mistura diversas levadas como a do bangüê, samba de cacete, samba, carimbó e retumbão. Pedro Luis conheceu o Manari durante um encontro musical e desde aí mantém contato com Marcio, Kleber e Nazaco.

Paulinho Moska já se apresentou no próprio African Bar, quando dividiu o palco com Marco André, La Pupunha e DJ Dolores em 2006, onde mostrou toda sua versatilidade como interprete cantando carimbós, salsas e alguns de seus sucessos.

A Black Soul Samba, que reúne os DJs Fernando Wanzeler, Homero da Cuíca, Eddie Pereira, Kauê e Uirá, todas as sextas-feiras, no Palafita, vai se mudar pro Afrikan no dia 14, mas retorna à Cidade Velha no dia 21 de dezembro, com a festa de seus três anos de Coletivo, com show de Gigi Furtado.

Galera nas oficinas com Marco André (Foto: Divulgação)
Oficinas e sustentabilidade - O CaBloco Muderno surgiu este ano, mas já fez e aconteceu, sempre com objetivo de trazer às ruas de Belém a cultura musical contemporânea do Pará, somando esforços ao que já vem sendo realizado pelo Arraial do Pavulagem, há 25 anos.

Desde o mês de julho, o CaBolco promove oficinas de percussão gratuitas, capitaneadas pelo Trio Manari e Heraldo Santos. Atualmente, elas ocorrem às terças e quartas, às 19h, na sede dos Piratas da Batucada (R. Antônio Everdosa 1630, entre Lomas e Angustura, no bairro da Pedreira). Os interessados podem chegar junto e participar da bateria que se apresentará no evento do dia 14, ao lado dos músicos que formam a banda do CaBloco e dos artistas convidados. 

O grupo também está comprometido com atividades voltadas ao desenvolvimento sustentável e tem seus instrumentos percussivos confeccionados a partir de madeiras recicladas e materiais jogados na rua, como garrafões de água mineral sem utilidades e bacias velhas. 

O CaBoclo Muderno (Foto: Divulgação)
Formação - Em sua base, o CaBloco tem o cantor e compositor Marco André, que atua nos vocais, guitarra e guitanjo (mistura de banjo com guitarra), pelos percussionistas Marcio Jardim, Nazaco Gomes e Kleber Benigno (Trio Manari), Heraldo Santos, João Paulo, Douglas Dias, Mestre Paulo Black (mestre de bateria da Escola de Samba Piratas da Batucada), André Alcântara (mestre de bateria do Bole Bole), Zet instrumentos, Wesley Jardim e Arnaldo Wanzeller. 

A parte de sopros tem como arranjador o mais paraense de todos os cariocas, Humberto Araújo, profundo conhecedor e estudioso do folclore nortista. O naipe de metais é formado por Harley Bichara no sax, Jó Ribeiro no trombone e Joabe no trompete. Completando a parte harmônica, o grupo apresenta Igor Campelo na guitarra e MG Calibre no baixo. 

+ informações: nas redes sociais: www.facebook.com/CaBlocoMuderno e @CaBlcoMuderno.

(Holofote Virtual com assessoria de imprensa)

Tem Strobo no palco da Black Soul Samba

Dois músicos num palco e um som extremamente dançante, com desdobramentos em variáveis sonoras. A dupla, que tem percorrido diversos estados brasileiros, chega agora na festejada noite da música soul de Belém. Apresentação é nesta sexta, 23, no palco do Palafita. 

O trabalho de Arthur Kunz e Léo Chermont está incluído na categoria “Som do Futuro” da Funarte/MinC, onde a dupla se apresentou dentro do projeto “Som em quatro tempos”. Em um ano e meio de caminhada, o Strobo já rodou boa parte do país tocando em festivais como o “Até o Tucupi”, em Manaus – AM, o “Poraquê” em Roraima e shows em estados como o Rio de Janeiro, São Paulo e Acre. 

Para o guitarrista Léo Chermont, tocar em festivais como esses é bom para o ver o limite da banda, como por exemplo, tocar sob pressão, com um som não muito bom e ainda assim “fazer a diferença” na apresentação. Dentre todos, Léo cita a participação no “Abril Pro Rock” como uma das mais relevantes, “foi muito importante tocar em um festival de 20 anos que tem uma história na musica brasileira e ter saído na mídia como uma das bandas destaque do evento”, diz. 

Com a participação, o Strobo foi reconhecido em importantes jornais e revistas nacionais, tornando o trabalho ainda mais respeitado e principalmente, visto e escutado. Léo Chermont e Arthur Kunz estão sempre em busca de sonoridades e estéticas visuais e de timbres, criando a particularidade do Strobo, onde a pesquisa de ritmo é o maior diferencial. “O nosso estilo de vida e nossas carreiras musicais nos dão essa liberdade para fazer um som sem barreiras e que nos faça sentir bem”, explica o guitarrista. 

Cinema, conservatório e composição - As histórias e estilos de vida dos músicos têm caminhos diferentes, mas igualmente encorpados em som. Produtor musical e engenheiro de áudio nascido em Belém do Pará.  

Léo Chermont tem como principal intuito experimentar e fazer a fusão da música moderna com a música tradicional. Pesquisador de timbres e de ambientes sonoros usa a guitarra como uma extensão de seu corpo. Já se apresentou em diversos festivais pelo Brasil, como Rec Beat, Varadouro, Abril Pro Rock, Conexão Vivo, FMI, Se Rasgum, MDA, e Exposição Yoko Ono; e produziu inúmeros artistas como “Metaleiras da Amazônia”, “Originais de Marituba” e “Juca Culatra”. 

Como engenheiro de áudio, vem imprimindo sua marca no cinema paraense, onde já gravou documentários de artistas como Mestre Vieira, Chico Braga, Mestre Damasceno e Os Passaros juninos. Recentemente gravou o DVD da cantora Gaby Amarantos: Live At Jurunas e registros ao vivo de artistas como Dona Onete, Mestre Laurentino e Aíla. 

Saindo do cinema para o conservatório encontramos o baterista Arthur Kunz. Sua carreira começou em bandas de hard rock no final dos anos 90. Em 2001 ingressou no Conservatório Carlos Gomes, onde fez parte do curso livre de bateria, e em 2003 ingressou na Escola de Música da UFPa no curso de Arranjo e Improvisação. 

Durante o ano de 2004, Arthur aprofunda seu conhecimento estudando as formas harmônicas e melódicas tradicionais do jazz: twelve bar blues, rhythm chang e etc, além de aprimorar a técnica do instrumento. 

O resultado destes estudos é o início de sua carreira como compositor. Em 2007, na cidade de São Paulo, Arthur participa de clínicas de bateria com Zé Eduardo Nazário, baterista virtuoso que dentre outros acompanhou Hermeto Pascoal e Egberto Gismonti. Seus estudos são continuados na Itália, quando em 2010 fez parte da AMM - Academia de Música Moderna, situada em Pesaro. Participou do curso de Bateria com Matteo Pantaleoni e Musica d´insieme (prática de conjunto) com Riccardo Bertozzini. 

Juntos os dois músicos compositores promovem experimentações pulsantes de ritmos, com sonoridades que evocam a alegria da música brasileira com a técnica do som universal. Segundo Léo, “tudo que nos rodeia vira som e o som que vira musica e a musica viagem e a estrada diversão”. 

O encontro do Strobo com a noite da soul music de Belém terá as honrarias dos não menos pesquisadores musicais: Uirá Seidl, Homero da Cuíca, Kauê Almeida, Eddie Pereira e Fernando Wanzeller. 

Serviço 
Banda Strobo na Black Soul Samba. Nesta sexta, 23 de novembro de 2012, a partir das 21h, no Bar Palafita (Rua Siqueira Mendes, ao lado do Píer das 11 Janelas, na Cidade Velha). Ingressos: R$10,00.

20.11.12

Festival divulga canções premiadas em Santarém

Músicos e intérpretes comemoraram resultado
Depois de uma disputa difícil, os jurados do XI Festival da Canção do Oeste do Pará escolheram as melhores composições do evento realizado pela primeira vez em Santarém, de 15 a 17, pela Associação Artístico Cultura Olho D’água, com patrocínio da Mineração Rio do Norte e realização. 

A final que emocionou o público foi realizada no último sábado, no Espaço RDX Absolut. O evento iniciou no dia 15, com homenagem ao maestro Isoca, cuja obra foi interpretada durante os três dias. Houve também a exibição de um vídeo, onde familiares e amigos detalharam a vida do maestro, além de receberem uma plaqueta comemorativa. Durante os três dias 12 músicas concorrentes foram apresentadas. O resultado foi aclamado por finalistas e público como uma decisão justa e merecida.

O primeiro lugar ficou com a música “Caravelas” de Paulinho Moura e Márcio Faria, interpretado por Olivar Barreto, ganhando também o troféu de melhor arranjo musical e o valor de R$ 8 mil. O segundo lugar, com a premiação de R$ 5 mil e troféu de melhor interprete ficou para Patrícia Rabelo, que se apresentou com a canção “Triste Canto” de Tony Nakauchi. 

Olivar Barreto
Quem levou o terceiro lugar com o prêmio de R$ 3 mil foi Marcelo Sirotheau, com a música Acalanto para quem veio do mar. “Tudo estava ótimo, a produção, som e estrutura impecável, e as pessoas e candidatos maravilhosos”, afirmou o vencedor Olivar Barreto. 

O Festival, que surgiu no ano de 2001, tem como principal objetivo valorizar a produção artística regional. Foi realizado tradicionalmente em Porto Trombetas, distrito de Oriximiná, onde a MRN desenvolve suas atividades. O representante da Mineração, o analista de comunicação Renato Printes afirmou que o resultado muito positivo.

“O público atendeu o chamado, compareceu, prestigiou o evento, por ser essa a primeira vez, o resultado foi muito bom” enfatizou. O presidente do jure, o professor e músico Gilberto Figueiredo, que veio do Rio de Janeiro disse que ficou impressionado com o nível do Festival. “É muito bom ver o público grande, participando efetivamente, vibrando, mas não só no sentido afetivo da torcida, vi uma vibração espontânea, das pessoas apreciando a música e o carinho com os que vêm de fora”.

Patricia Rabelo e Marcelo Sirotheau
A variedade de ritmos e a música amazônica chamaram a atenção. “Bons músicos, a qualidade é tão bacana quanto em qualquer outro lugar do Brasil, não deixa a desejar a ninguém, altíssimo nivel” destacou. O coordenador do evento Elder Aguiar avaliou positivamente o Festival e ressaltou a importância da valorização dos músicos.

“O XI FECAN em Santarém só foi um sucesso de público por que quem mora na cidade e quem veio de outros lugares perceberam a grandiosidade e importância do evento, principalmente por que os participantes, além de renomados e aclamados na nossa região, trouxeram canções belíssimas, em alto nível de qualidade”, ressaltou. 

Ele reforçou ainda o mérito a MRN pela brilhante ideia quando lançou o projeto e por ter a preocupação com a Cultura regional, tornado-se um evento tradicional no país. Além do concurso, a programação contou com shows do contrabaixista Ney Conceição, e dos cantores Marianna Leporace, Eduardo Dias, e das bandas Circuito de Bar e Gregos e Troianos.

Para o advogado e ex-secretário de cultura do município Roberto Vinhote Santarém foi presenteado com o Projeto. “Um evento que valoriza a nossa arte, nossa cultura e, acima de tudo, fomos bem representados com a musicalidade”, disse. 

Quem não esteve presente ainda vai poder conferir o que foi o evento deste ano. Todo o festival foi gravado para sair em O DVD, para ser lançado já em Dezembro, com finalização da AD produções.