31.5.20

Junho abre com Arraial do Pavulagem na internet

As cores e brincadeiras do mês juninos não serão as mesmas em 2020. A pandemia do novo coronavírus não permite aglomeração de pessoas. Uma tradição de mais de 30 anos, o Arrastão do Arraial do Pavulagem, por exemplo, não poderá sair das ruas, mas para quem é apaixonado pela manifestação, temos uma boa notícia. Estreia nesta segunda, 1º de junho, na Mostra Égua do Filme, iniciativa do Amazônia Doc – Festival Pan Amazônico do Cinema, o documentário “Boi Pavulagem É Boi do Mundo”. O lançamento, nacional, será em ambiente virtual, pelo site www.amazoniadoc.com.br

Tudo começou em 1986. O Arraial do Pavulagem que surge como um grupo de música regional, formado pelos músicos Ronaldo Silva, Júnior Soares e Rui Baldez, se expande no ano seguinte para um cortejo realizado aos domingos na praça da República. Carregava na época o boi Pavulagem do teu Coração. O cortejo cresceu, ganhou as ruas, virou um arrastão que, em 2003, também deu inicio ao Instituto Arraial do Pavulagem. 

Anos depois, em 27 de junho de 2017, o brinquedo de rua foi consagrado Patrimônio Cultural de Natureza Imaterial do município de Belém, um reconhecimento justo pelo trabalho de difusão e fortalecimento da cultura brasileira praticada em nossa região. No documentário esta história é tecida pelas lembranças e vivências de Junior Soares e Ronaldo Silva, dois dos principais integrantes fundadores do Arraial. 

Dirigido por Ursula Vidal e Homero Flávio, com realização da Abre-te Cérebro Produções, em coprodução da ZFilmes, a produção paraense chegou a ser exibida, em 2019, mas para um público restrito, que já conferiu as imagens que traduzem o universo encantado das tradições e da fé de Cachoeira do Arari e Bragança, nutrido ainda nas origens da cultura popular do Maranhão.

“Boi Pavulagem é Boi do Mundo” faz um mergulho lúdico e poético nos territórios de afeto e memória dos criadores do brinquedo, para contar a história de uma das maiores manifestações da cultura popular do Norte do Brasil.  “É um passeio pelas memórias afetivas de 2 personagens, compostas de lugares, imagens, símbolos e fluxos contínuos. Tem o tempo do pensamento, das elaborações sobre as complementariedades que formaram o grupo”, diz Úrsula Vidal, jornalista, realizadora e atual Secretária de Cultura do Estado. 

Ronaldo Silva e Junior Soares trazem a cor, a forma e os sons de seus territórios. Para Ursula Vidal, o documentário “é mais sobre esse tecido da memória do que sobre uma cronologia dos 30 anos do Arraial. Mas há muitos relatos também, muitos capítulos marcantes dessa história. A condução da narrativa tem essa intencionalidade contrastante, como é feito de contrastes o coração criativo do grupo”, complementa.

“Ronaldo e Júnior são a paixão da poética e a razão da métrica musical, mas há poesia em toda a composição imagética do documentário: seja nas águas do Arari, do Caeté, seja na beira do Guajará, ou ainda no rio de gente colorida e brincante que transborda nas ruas de Belém”, conclui Vidal.

A ideia de realizar um documentário sobre o Arraial do Pavulagem surge em 2015, a partir de um mini documentário feito com o músico Ronaldo Silva, com direção de Homero Flávio, convidado a fazer o trabalho para o projeto Sonora Pará da Cultura Rede de Comunicação. 

Os recursos eram pequenos e foram investidos  numa viagem com o músico até Cachoeira do Arari. “Ele não nasceu lá, mas todas as suas raízes de mestre da cultura popular foram tecidas na sua infância vivida no Marajó. O material ficou extenso e muita coisa que não entrou no mini documentário de 5 minutos, está agora presente neste documentário, que ficou com 57 minutos”, diz Homero Flávio. 

Os diretores acompanharam os percursos de Ronaldo Silva e Júnior Soares no arrastões entre 2016 e 2017, resultando em um material emocionante e que vai muito além de uma história que agora já tem mais de 30 anos. “Estamos falando de um documento vivo em que mostramos a construção da cultura popular no Arraial do Pavulagem como uma ferramenta social e fundamental, hoje abraçada por uma fatia gigantesca da população, inclusive de fora do Pará”, diz o realizador. 

Documentário ficará disponível até dia 30

Caso você perca ou queria ver várias vezes o filme,  basta acessar a Mostra Égua do Filme, onde "Boi Pavulagem é Boi do Mundo" ficará disponível até dia 30 de junho. Lançada em abril, a mostra traz outras 42 produções paraenses que podem ser vistas a um clic no site do Amazônia Doc.

“É uma honra fazer a estreia nacional desse documentário na Mostra Égua do Filme, que desde que entrou no ar já teve acessos de mais de 10 países e mais de 10 mil visualizações. Estamos alcançando nosso objetivo que era de trazer a atenção do público para o cinema paraense”, comemora Zienhe Castro, diretora do Amazônia Doc.

Boi Pavulagem é Boi do Mundo
Produção e Realização
Abre-te Cérebro Produções

Coprodução
ZFilmes

Lei Tó Teixeira 
Prefeitura de Belém

Patrocínio
Banco do Amazônia
Terra Plena

Ficha Técnica
Direção:
Homero Flávio
Ursula Vidal

Roteiro: 
Zienhe Castro

Produção Executiva
Ursula Vidal

Direção de Fotografia
Homero Flávio
Lucas Escócio

Direção de Arte
Boris Knez

Direção de Produção
Homero Flávio

Produção 
Lorenna Montenegro

Assistente de Produção 
Luiza Chedieck

Câmeras
Homero Flávio
Lucas Escócio
Rodrigo Bitencourt
Marcelo Barbosa

Assistente de Câmera
Cláudio Castro

Operação de Drone
Júlio Cesar
Paulo Henrique Touro

Som Direto
Victor Kato

Microfonista
Junior Castro

Montagem
Zienhe Castro

Edição 
Juca Culatra
Renan Castro

Pós Produção 
Desenho de Som
Estúdio Apce
Assis Figueiredo

Colorização 
Alt Produções
Neto Dias

Design e Motion Graphic
Andrei Miralha

Serviço
Estreia nacional on-line do documentário “Boi Pavulagem é Boi do Mundo”. Nesta segunda-feira, 1º de junho de 2020, às 18h, na Mostra Égua do Filme – site: www.amazoniadoc.com.br

29.5.20

Sábado de guitarrada em casa com Félix Robatto

Depois do grande sucesso da primeira edição, Félix Robatto faz a segunda live Guitarrada em Casa. O passeio pelo repertório do artista traz mistura de guitarradas, lambadas, merengues, cúmbias, bregas e carimbós. Neste sábado, 30, a partir das 19h, no canal de Youtube oficial do artista.

Sucessos de seus dois discos solo Equatorial, Quente e Úmido (2015), não vão faltar. Robatto também vai apresentar músicas que inspiraram o surgimento da Lambada de artistas como Midnight Groovers e Les Aiglons, além de clássicos da Lambada nacional e internacional e Bregas, que é quase unanimidade entre os paraenses.

Por conta do distanciamento social, Félix se apresenta sozinho, com guitarra, voz e bases disparadas. “Na live, eu preciso escolher o repertório, preparar a base antecipadamente para poder tocar a música. Como não estou com banda, tem essa limitação, por isso estou aceitando sugestões prévias pra dar tempo de preparar e tocar no sábado”, explica.

O canal do artista no YouTube é Félix Robatto Oficial. Para acompanhar as novidades, é só se inscrever non canal e acionar o “sino”, que avisa quando tiver novidades. “Eu me empolguei com essas lives e consegui organizar uma estrutura legal aqui em casa. A partir de agora, vou começar a produzir vídeos pro meu canal no YouTube. É só acompanhar lá que vai ter muita novidade”, revela.  

Guitarrista e percussionista, Félix Robatto fundou, em 2004, a banda La Pupuña que apresentou a “Guitarrada Progressiva” para o mundo. Produziu o CD “Treme”, de Gaby Amarantos, indicado ao Grammy Latino 2012, e o DVD Mestre Vieira – 50 anos de Guitarrada. Autor do “The Charque Side of the Moon”, releitura com gêneros amazônicos do “The Dark Side of the Moon” do Pink Floyd. Tem dois álbuns solo “Equatorial, Quente e Úmido” e “Belemgue Banguer”, de música latino-amazônica. É o idealizador do Clube da Guitarrada. 

Em junho de 2016, criou a Lambateria, festa de música paraense realizada toda quinta há dois anos e meio, que entre gêneros como Merengue, Brega e Carimbó, é regada a muita Lambada e Guitarrada. Em 2018, lançou o disco “Guitarrada para Bebês”, que faz releituras de clássicos da Guitarrada com sons de caixinha de música. Atualmente, está trabalhando no DVD “As Origens da Lambada”, que conta com show e documentário sobre essa importante história da  nossa música.

Serviço
A live é gratuita, mas quem quiser colaborar com o artista pode colaborar ou adquirir produtos do artista no www.sympla.com.br/felixrobatto. Além de colaborações, é possível comprar discos, camisas e patrocinar a live. Neste sábado, 30, às 19h. Colaborações: www.sympla.com.br/felixrobatto.

19.5.20

Websérie estreia trazendo receita bem paraense

O nosso tradicional Vatapá é tema do primeiro dos quatro episódios da websérie do projeto Boas Energias. Vai ao ar nesta terça-feira, 19 de maio, a partir das 17h, pelas redes sociais da Equatorial Energia Pará.

Atuando há 11 anos na área gastronômica, a chef Dani Martins abre o ciclo da websérie apresentando um prato muito conhecido na região e de simples preparo, o vatapá paraense. O prato possui algumas peculiaridades que diferem da receita do vatapá baiano. Uma delas, é a adição de jambu á receita e outras delícias paraenses que a incrementam de forma muito saborosa e que será mostrado na websérie.

“A troca de conhecimento sempre foi essencial para o ser humano e nesse período de isolamento, o conhecimento pode se tornar entretenimento. A Equatorial acertou em cheio ao oferecer ao público um pouco mais de cultura e interação durante a quarentena. De forma simples e divertida, vou passar uma receita que todo paraense gosta de degustar e mostrar que se pode preparar até no dia a dia”, diz Dani.

A websérie conta ainda com conteúdo de profissionais de várias áreas com temas pertinentes ao período de distanciamento social. Além da participação de Dani Martins, a chef Verena Aquino também aparecerá para falar sobre receitas paraenses. A personal organizer Aracy Santa Maria, com dicas de como organizar ambientes domésticos e o personal trainer Jhonatas Feio, que fará uma aula de dança especial para ser feita em casa, também serão as atrações da série.

Projeto cultural conta também com lives musicais

Keila Gentil faz live na quinta, 21
Foto: Divulgação
A iniciativa faz parte do projeto cultural Circuito Boas Energias, que vem reunindo artistas da música e profissionais de diversas áreas para fazer apresentações em formato de “lives” e webséries, para entreter o público nesse período de distanciamento social.  

Além da sequência de episódios que irão ao ar sempre às 17h nas próximas terças-feiras, as lives de artistas paraenses que acontecem às quintas-feiras, no mesmo horário. Nesta quinta-feira (21), a cantora Keila Gentil dará continuidade às apresentações “ao vivo” que iniciaram com um super do show artista Félix Robatto, na semana passada.

Onde acompanhar: Instagram da Equatorial Pará, no @equatorial.pa; e na fanpage da empresa, no perfil de facebook Equatorial Pará.

Horários: sempre às 17h das terças e quintas-feiras.

13.5.20

Casarão do Boneco realiza o 1o Amostra Aí online

Desenvolvido desde 2015, com apresentação de espetáculos e contação de histórias, um sábado a cada mês, o Amostraí está de volta, neste sábado, 16 de maio, a partir das 17h, em formato virtual. A transmissão será realizada pelo Facebook, na página oficial do Casarão do Boneco. O ingresso continua sendo na base do pague quanto puder, mas desta vez, por meio de depósito bancário.

A última ação do Amostraí ocorreu este ano, no dia 13 de março, antes de iniciarmos o processo de isolamento social no dia 14, 15 de março, oficialmente, e necessário à prevenção contra o coronavírus. Em abril, nenhuma atividade foi realizada, mas foi um tempo necessário para que o coletivo amadurecesse a iniciativa, aderindo ao que já vem sendo adotado pelo meio cultural como forma de manter  atividades e a sobrevivência de espaços, grupos coletivos e artistas em meio a pandemia.

Nesta edição, serão apresentadas três contações de histórias que duram entre 15 e 20 minutos. “No que acreditam nossos parentes”, da Cia. Girândola de Contadores de Histórias, com Alci Santo; “Mundiado – A história da Cobra Grande”, da Cia de Teatro Madalenas, com Leonel Ferreira e ainda “Narrações cantaroladas de gatos e outros animais selvagens”, da a Cia Sorteio de Contos, com Lucas Alberto .

Seguindo a tradição de suas narrativas, nesta apresentação on-line, Lucas Alberto pede licença para entrar em nossas casas e uma leitura cantada do livro infantil “Gato Cachorro”, de autor desconhecido. O ator contador de histórias pedirá para que as pessoas sigam uma cantoria animada e descontraída dos bichos de cada foto do livro de pano, que será mostrado.

Lucas Alberto, da Cia Sorteio de Contos
Foto: Luciana Medeiros/Março de 2019
“Não vale errar heim”, brinca. Em seguida, ele vai animar objetos que podem ser encontrados em casa. “Contarei a história de como os gatos começaram a morar com os humanos. Começa com uma gata esperta que conquista todos com sua música, mas que deseja encontrar o anima mais... O resto não conta agora”, diz Lucas.

Alci Santos traz a história de três mitos de origem, segundo os povos da floresta do Brasil. E Leonel Ferreira faz um mergulho no imaginário popular amazônico no qual causos são representados e divididos em momentos de suspense e diversão todos ligados ao universo da encantaria.

“Nós do Casarão do Boneco, em primeiro lugar, queremos dizer que estamos solidários a todos os que perderam um ente querido, ou que estão em sofrimento por este processo pandêmico que estamos atravessando. Sabemos que nada pode reparar tantas perdas, e que diante deste caos e desgovernos que vivemos, estamos tateando caminhos de cura, de mais amor e solidariedade”, finaliza o grupo.

O objetivo agora é ocupar os espaços virtuais com o intuito de manter a casa, pois ainda que esteja de portas fechadas, precisa de manutenção. Ano passado, o coletivo intensificou atividades e realizou eventos dentro da Campanha Chão e Teto - Salve o Casarão do Boneco. Conseguiram arrecadar o suficiente para mexer no corredor mas havia e ainda há outros problemas estruturais que precisarão ser solucionados. Tudo que estava arrecadado, além de ser dividido em modestos cachês aos artistas, também era investido no espaço físico.

“Acreditamos na arte como um caminho, é o que temos a oferecer em contrapartida a tudo que todos estão vivendo neste momento de Pandemia e contamos com o seu apoio para que possamos continuar nosso trabalho de incluir a arte como ingrediente importante na cesta básica de todo cidadão”, diz o coletivo de artistas que integram o Casarão do Boneco.

PROGRAMAÇÃO
  • No que acreditam nossos parentes...?
  • Mundiado – A história da Cobra Grande
  • Narrações cantaroladas de gatos e outros animais
Serviço
AMOSTRAÍ VIRTUAL - Sábado, 16 de maio, às 17h - Transmissão ao vivo pelo facebook: https://www.facebook.com/casaraodoboneco/ . Ingresso: Pague quanto puder, com depósito na conta do Banco do Brasil - Ag. 2946-7 – c/c:  716.222-7 (Leonel Rodrigues Ferreira). Mais informações: 91 9 8365.8581 (Whatsapp).

Patrimônio é tema de live do Circular com o Iphan

A iniciativa faz parte das ações digitais do projeto Circular, em tempos de Pandemia. Nesta quinta-feira, 14, às 17h, a live terá Maria Dorotea de Lima, conduzindo a live com Cyro Lins, do IPHAN Pará. Transmissão pelo Instagram do Circular.

É uma nova realidade. Ao invés de chamar a ocupar as ruas, o Circular, em tempos de pandemia, vem potencializando seus canais. Trocou #vemcircularbelem por #SerCircular e ficar em casa.

Em abril, o projeto realizou 30a edição, a primeira em 2020, inteiramente digital, por causa da situação pandêmica pela qual passa o mundo. Por meio de seus canais no Youtube, Facebook e Instagram, reuniu e apresentou ao público conteúdos de diversos artistas e parceiros. Foram 14 horas de programação com cerca de 40 conteúdos. Foi sucesso de acessos, curtidas e visualizações. Diante da ótima repercussão, a dose deve se repetir na 31ª edição que está sendo preparada para um domingo no mês de junho, mas enquanto isso, nada está parado, e outras ações digitais estão sendo feitas. 

Nesta quinta-feira, 14 de maio, por exemplo, o Circular realiza uma live para falar sobre patrimônio cultural. Maria Dorotea de Lima, coordenadora do Fórum Circular – Patrimônio, Cidadania e Sustentabilidade, vai conversar o antropólogo Cyro Lins, técnico do Iphan no Pará, sobre o Prêmio Rodrigo Mello Franco, versão 2020, cujas inscrições estão abertas,  e também sobre as Ações de Salvaguarda do Patrimônio Imaterial no Pará.

Realizado pelo Iphan desde 1987 o prêmio Rodrigo Melo Franco de Andrade, de abrangência nacional, é uma ação de reconhecimento e promoção de iniciativas relevantes de valorização e preservação do patrimônio cultural levando-se em conta originalidade, exemplaridade e contribuições consideradas merecedoras de reconhecimento público.

Maria Dorotea de Lima (Foto divulgação)
O Circular foi um dos vencedores do prêmio do Iphan, em 2018. E assim como ele, outros projetos do Pará também já foram premiados com as mais diversas iniciativas, uma delas, parceira do Circular também, o Roteiro Geo Turístico, projeto de extensão da Faculdade de Geografia, da UFPA.



O objetivo da live, de acordo com Dorotea, é contribuir com a divulgação dessa iniciativa e trazer mais prêmios para o nosso estado. Ao longo destes 33 anos e sem fugir de seus objetivos, o formato do prêmio passou por alguns ajustes e adaptações visando ao seu melhor desempenho, corrigindo distorções e lacunas identificadas. E, em tempos de pandemia, quais as mudanças realizadas visando atender as condições de isolamento social e até de “lockdown”? 

Todos os anos, Cyro realiza uma oficina presencial para explicar e incentivar projetos da região. Desta vez não foi possível. Em 2020, uma das mudanças no edital foi a diminuição do valor da premiação. Há outras questões. O técnico do Iphan vai trazer essas informações e poderá tirar dúvidas de quem estiver inscrevendo ou pretendendo submeter propostas.

Cyro Lins, técnico do Iphan-Pa (Foto: Cláudio Ferreira)
O Iphan é a instituição nacional responsável pela coordenação em nível nacional das políticas relacionadas ao patrimônio cultural brasileiro, entre as quais a salvaguarda do patrimônio cultural. Outro assunto da Live, portanto, serão os bens registrados do Pará, planos de salvaguarda, ações entre outros direcionamentos.


O governo federal nomeou nesta segunda-feira (11/5) a nova presidente do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), Larissa Rodrigues Peixoto Dutra. Ela substitui a historiadora Kátia Santos Bogéa, que ocupava o cargo desde junho de 2016 e vinha realizando um trabalho já com dificuldades, por falta de recursos e outras questões impostas pelo governo Bolsonaro. Formada em Turismo e Hotelaria, não ter em seu currículo referências a uma atuação relacionada com preservação do patrimônio histórico e cultural do país. A nomeação de Larissa é polêmica. O tema, porém, mereceria uma outra live.

Serviço
Live do Circular Campina Cidade Velha, com Maria Dorotea de Lima, e IPHAN-PA, com Cyro Lins. Das 17h às 18h, no Instagram do circular: @circularcampinacidadevelha.

12.5.20

Tenho “Catolé e Caraminguás” na memória do blog

“Catolé e Caraminguás”, da In Bust Teatro com Bonecos está na memória do que já escrevi durante estes 11 anos de blog. A estreia foi no dia 14 de maio de 2009, mas antes o grupo fez duas apresentações especiais. No ano seguinte, seguiu em circulação por vários municípios, oportunidade para fazermos uma espécie de diário  de estrada. 

“Catolé e Caraminguás” é o 13º espetáculo da In Bust Teatro com Bonecos, cuja trajetória remonta ao final dos anos 1990. Adaptação de Adriana Cruz, sobre a obra “Os Ciúmes do Pedestre, ou O Terrível Capitão do Mato”, de Martins Pena, foram necessários alguns meses de gestação, muitos jogos teatrais até a estreia. Em 12 de maio, ele foi mostrado primeiro para uma plateia seleta, uma espécie de ensaio geral, no charmoso anfiteatro rodeado de Tajás gigantes, que fica no quintal amazônico do Casarão do Boneco, situado na Av. 16 de Novembro, próximo a Praça Amazonas. 

Montado com recursos do Prêmio Cláudio Barradas - Fomento às Artes Cênicas – Secult, de 2008 -  quem lembra desse edital? -, trazia no elenco original, Aníbal Pacha, um dos fundados da companhia; Charles Wesley; Cristina Costa, produtora do grupo que acabou indo pra cena, além de Marilea Aguiar e Michel Amorim. Posteriormente, houve substituições com Adriana Cruz, Vandiela Foro e Paulo Nascimento. 

O espetáculo já tinha sido revelado a outro público seleto, em Igarapé Açu, durante a circulação do Bonecos na Estrada – Em Caravana, realizado com recursos da Lei Rouanet e Banco da Amazônia. A ideia da montagem havia surgido lá, em uma oficina com fazedores do teatro local, e então foi uma espécie de teste para a In Bust, e uma surpresa para a plateia.

Naquela circulação, oficialmente, eram apresentados “Fio de Pão – A Lenda do Cobra Norato” e “Curupira – Um Milhão de Nós”. Passamos não só por Igarapé Açu, como também pelos municípios de Tomé-Açu, Concórdia do Pará, Inhangapi, Bujarú, São Domingos do Capim, Bonito, São Miguel do Guamá, Irituia, São Francisco do Pará, Nova Timboteua e Peixe-Boi.

As experiências de estrada e rios com a In Bust fazem parte da minha trajetória e crescimento profissional. Em 2010, o projeto Circula Catolé realizado com o Prêmio Funarte de Teatro Myriam Muniz, do Ministério da Cultura, numa época que já nos parece tão distante, levou o espetáculo a Rodon do Pará, Marabá, Abaetetuba e Cametá.

Inspirado na Commedia Dell’Arte, o espetáculo seguiu sua trajetória em 2011, participando da Feira Pan Amazônica, evento realizado pelo Governo do Estado, via Secult-Pa, e circulou pela Região Norte, com o Amazonia das Artes, projeto que dá saudade, do Sesc. Houve apresentações, se não me falha a memória (risos), em 2015. Para não me alongar, a quem interessar, deixo links a seguir, com as várias matérias escritas no blog. 

Links de referências

24 de julho de 2009 – Apresentação em Igaparé Açu
https://bit.ly/Catolé_surpresa

12 de maio de 2009 – Dois dias antes da estreia oficial
https://bit.ly/Pre_Estreia

9 de maio de 2010 – Circula Catolé em Rodon do Pará e Marabá
https://bit.ly/CatoleCircula

28 de maio de 2010 – Enceramento do Circula Catolé em Belém
https://bit.ly/Catole_Encerra

Link geral 
https://bit.ly/CatoleTodas

11.5.20

Série celebra 15 anos do Centro Cultural Oi Futuro

O primeiro episódio da série já pode ser vista no canal do Oi Futuro no Youtube. Os episódios vão ser lançados semanalmente, às segundas, às 10h. E nas próximas semanas, haverá webinars com debates mensais com especialistas e artistas sobre os episódios, sobre as questões que são levantadas nos episódios. Foi a maneira que o Oi Futuro encontrou para comemorar os 15 anos de existência de seu Centro Cultural, inaugurado no dia 11 de maio de 2005. 

Com o cenário da pandemia da COVID-19 e o isolamento social preventivo, as portas do espaço estão temporariamente fechadas e a celebração será no ambiente digital, com o lançamento da série original “Oi Futuro Agora”, produzida e dirigida por Batman Zavareze, artista visual que concebeu diversos projetos inovadores em parceria com o instituto desde a abertura do espaço.

Acabei de ver o mini doc com Arnaldo Antunes, que mostra trechos da apresentação dele, em 2009, no palco do Oi Futuro, na abertura do festival Multiplicidade naquele ano. Em pouco mais de dois minutos, o doc traz a intensidade que marca a trajetória do artista com a palavra. Arnaldo falar sobre o desafio de transformar a tecnologia em linguagem artística e seu poder sedutor. “É um repertório de respostas em busca de perguntas; temos que criar essas perguntas”, diz o músico. 

Em formato de pílulas de cerca de três minutos, os episódios costuram imagens dos arquivos do Oi Futuro – registros de performances e exposições passadas – com entrevistas inéditas e recentes, produzidas por meio remoto especialmente para a ocasião. O tempo curta nos dá margem para refletir sobre a fala dos entrevistados. 

Batman Zavareze
Os próximos episódios trazem reflexões de Gilberto Gil, Fernanda Montenegro, o cineasta britânico Peter Greenaway; os diretores teatrais Bia Lessa, Felipe Hirsch, Marcio Abreu e Rubens Velloso; o curador Marcello Dantas; os artistas visuais Luiz Zerbini, Raul Mourão e Roberta Carvalho, a paraense idealizadora do Festival Amazonia Mapping, que tem apoio do Oi Futuro. 

“A série ‘Oi Futuro Agora’ mexe nos acervos do Centro Cultural, mas sem nostalgia, mirando no futuro. Os episódios, em vídeos curtos, apontam sobre a atualidade dos projetos, que eram muito à frente do seu tempo já na época. Mesmo nos dias incertos que vivemos, o centro cultural chega à casa das pessoas e traz luz, oxigena, fortalece e reflete futuros possíveis”, diz o diretor do projeto, Batman Zavareze.

“O Centro Cultural Oi Futuro é uma plataforma viva da arte de vanguarda e palco de inúmeros encontros inesquecíveis. Para comemorar os 15 anos de existência, em tempos de quarentena, queremos provocar uma experiência virtual que possa construir pontes de afeto e abrir novas janelas na forma de ver, ouvir, criar, interagir e ressignificar nosso presente e nosso futuro”, diz  Roberto Guimarães, gerente executivo de Cultura do Oi Futuro.

15 anos de história do Centro Cultural Oi Futuro

Conheci as entranhas do Centro Cultural Oi Futuro ano passado, em uma coletiva de imprensa para divulgar o resultado de uma pesquisa sobre o Futuro dos Museus. O lugar que respira e inspira tecnologia, está instalado no prédio histórico da Rua Dois de Dezembro 63, no Flamengo, onde há cem anos funcionava a Estação Telefônica Beira-Mar, uma das principais do Rio de Janeiro nos primórdios da telefonia brasileira. 

A estação Beira-Mar levava esse nome porque na época o mar chegava próximo à sua porta – antes da criação do Aterro do Flamengo – e ela foi a última central telefônica manual da cidade a ser desativada, nos anos 1940. O local também teve importância como uma das primeiras portas de entrada das mulheres no mercado de trabalho, por meio da profissão de telefonista.

Em 1981, foi inaugurado no local o Museu do Telephone, sob gestão do Instituto Telemar, que mais tarde tornou-se o Oi Futuro, instituto de inovação e criatividade da Oi. Em 2000, o museu foi fechado para obras, com o objetivo de modernizar a construção e criar ali um centro cultural de vanguarda, onde arte e tecnologia dialogassem. 

Foi promovido um concurso público em parceria com o Instituto de Arquitetos do Brasil para selecionar um projeto de arquitetura que transformasse o espaço por completo, tornando sua estrutura um convite às experimentações artísticas e combinando elementos arrojados e a fachada histórica da rua Dois de Dezembro.

E no dia 11 de maio de 2005 o centro cultural abriu suas portas, com a exposição de arte contemporânea Corpos Virtuais, com curadoria de Ivana Bentes, que reuniu artistas brasileiros que despontavam com trabalhos entre arte, ciência e tecnologia, como Arthur Omar, Simone Michelin, Lucas Bambozzi, Regina Silveira.

Com obras de arte digital, videoarte e ambientes imersivos, a mostra materializava a proposta do local: um espaço de convergência de culturas, tecnologias, linguagens e pessoas. Mais tarde, as galerias foram ocupadas por exposições de artistas internacionais como Andy Warhol, Nam June Paik, Gary Hill, Tony Oursler, Jean-Luc Godard, Pierre et Gilles, David Lachapelle, Chantal Akerman; e brasileiros como Rosângela Rennó, Daniel Senise, Eduardo Kac, Lenora de Barros, Iran do Espírito Santo, Marcos Chaves e outros.

Naquele mesmo mês em que o Centro Cultural foi inaugurado, nasceu no local a primeira edição do festival Multiplicidade_ Imagem/ Som/ Inusitados, projeto pioneiro de arte contemporânea com curadoria de Batman Zavareze. Outros festivais surgiram ali, como o Novas Frequências e o Tempo _Festival, e tantos outros foram abrigados, como o Festival do Rio, Panorama de Dança, FIL, Festival Internacional de TV e outros.

No sexto nível foi instalado o Museu das Telecomunicações – recentemente reformulado e rebatizado como Musehum – Museu das Comunicações e Humanidades – um dos primeiros museus no Brasil a explorar a interatividade e a tecnologia como recursos para envolver os visitantes. 

No sétimo nível, foi criado o teatro multiuso, com projeto modular, que comporta nove configurações de palco e plateia: italiana, arena, semiarena, passarela, café-concerto e outros. São inúmeras as possibilidades cênicas, que frequentemente se expandem para a escadaria de vidro do centro cultural, onde ocorreram inúmeras performances artísticas.

Para o palco do Oi Futuro foram criados espetáculos de nomes como: Felipe Hirsh, Gerald Thomas, Enrique Diaz, Antonio Abujamra, Denise Stoklos, Victor Garcia Peralta, Aderbal Freire, Irmãos Guimarães, João Fonseca. Nas artes cênicas, a curadoria do Oi Futuro sempre estimulou trabalhos de pesquisa e obras nascidas da inquietação de jovens autores e diretores brasileiros, abrindo espaço e contribuindo para o reconhecimento de nomes como Diogo Liberano, Vinícius Arneiro, Cristina Moura, Jô Bilac, Pedro Brício, Inês Vianna, Daniela Pereira de Carvalho e outros.

Dica

Além dos mini documentários da serie que acaba de estrear, é possível navegar por vários outros conteúdos disponíveis por meio da página do Oi Futuro no facebook. Para quem estiver a fim de ver coisas instigantes, fica a dica. O instituto criou uma agenda online, inédita e gratuita com conteúdos de cultura, educação e inovação social, incluindo teatro online, pocket shows, webinars, mentorias, cursos  e materiais de apoio a educadores e escolas.

Link site Oi Futuro

Link para o Canal de Youtube Oi Futuro

8.5.20

Regina Duarte concede outra entrevista desastrosa

"Houve algum engano. Não me sinto nada confortável em pisar num terreno desses. Para que cutucar o touro com vara curta? Por que desenterrar defunto? Quem lucraria? Você?" A fala é de Regina Duarte, mas não é da entrevista que ela concedeu ontem a CNN, e sim, trecho de uma reportagem publicada em 2013 pela Revista Bravo.

A atriz já havia demonstrado que seu pensamento tende ao fascismo. Não deveria haver motivos para a gente se espantar, mas mesmo assim assistimos a entrevista da CNN, incrédulos. Visivelmente confusa, a ex-namoradinha do Brasil se denuncia fascista e sem competência para assumir esse cargo, no qual,  na verdade, qualquer um que aceitar o desafio será apenas fantoche do fantoche.

A entrevista foi mais um capítulo dessa “novela”, agora mais do que nunca, sobre a cultura brasileira, ou melhor, a sua gestão no atual governo nacional. Nos cerca de 40 minutos de bate papo com Daniel Adjuto e os apresentadores Reinaldo Gottino e Daniela Lima, ela disse muita besteira, deixando claro tudo aquilo que ela acredita, o que se revelou de uma alienação que beira a loucura. Em alguns momentos, pensei: coitada. Ela não tem a menor noção do que é trabalho coletivo, não tem ideia da real necessidade do investimento em cultura, ou o que é, de fato, uma política cultural.

Ontem, o repórter da CNN, embora meio atônito com as reações da entrevistada, fez perguntas que ficaram sem respostas. Que ações a Secretaria de Cultura estaria encaminhando em apoio a classe artística e fazedores de cultura em tempos de pandemia?

Ela se restringiu, entre outras coisas, a dizer que estava prorrogando prazos de prestação de contas! Nenhuma palavra sobre a questão da ANCINE, por exemplo. Perguntada pela falta de manifestação de luto da Secretaria de Cultura de em relação a artistas importantes da nossa cultura, mortos pela Covid-19. O que ela fez? Piorou sua reputação.

Em um determinado ponto da entrevista, ela achou uma falta de respeito a intervenção dos ancoras do programa. Logo em seguida, surge na nossa tela Maitê Proença, exigindo "os feitos" da amiga, que ela chegou a apoiar quando aceitou o convite de Bolsonaro para a Secretaria Especial de Cultura.  Regina achou que o vídeo era um arquivo antigo. "Ela nos enviou hoje", disseram os ancoras, mas ela já havia tirado os fones e não ouviu. "Ah, parem de desenterrar mortos”, repetiu à CNN. E encerrou o papo!

Acumuladora vai parar na lixeira da história

Foi aí que resolvi revirar meu baú para encontrar a dita Bravo, pois lembrava muito dessa outra entrevista, mas acho que muita gente não leu e eu digo que vale muito à pena. Sugerida por uma assessora de imprensa da atriz, que a época estava comemorando 50 anos de carreira, a reportagem seria para que a atriz falasse sobre política. “Regina gostaria de dar uma entrevista à BRAVO! sobre política. Interessa?”, escreveu o jornalista e editor chefe da Revista Bravo, Armando Antenore. 

“Quando a assessora de imprensa me fez a oferta por telefone, em meados de 2012, confesso que fiquei bastante intrigado. A Regina Duarte? Uma entrevista sobre política? Depois de tanto tempo sem abordar o assunto em público? “A própria. Ela está festejando 50 anos de carreira e logo, logo vai lançar uma peça, uma exposição e um livro. O timing é perfeito para a revista, não?”, disse-lhe a assessora de imprensa.

Antenore ficou curioso, mas resolveu pagar para ver. E foi pessoalmente fazer a entrevista, mas apenas em 2013, passadas as eleições de 2012. E o que acabou acontecendo é que Regina não quis falar de política. O que houve foi um mergulho no universo cotidiano e de devaneios de Regina, com desdobramentos até na redação após ela ter concedido a entrevista. 

O repórter abre a matéria discorrendo sobre o encontro com a atriz, que vai falando de sua vida e aos poucos revelando-se um ser humano desequilibrado. Ela se diz uma acumuladora, péssima mãe e avó, que vive sob forte sentimento de culpa e que tem muitos arrependimentos, um deles de não ter se unido a "patota do cinema".

Eu era uma consumidora da Bravo, desde o lançamento da revista em 1997, e tenho esse exemplar publicado em fevereiro de 2013. As capas da Bravo sempre foram comentadas e várias geravam polêmicas. A capa com Regina foi uma delas, mas foi também uma das edições menos vendidas.

Li a entrevista na época. Já não achava ela equilibrada mesmo e aí confirmei. Regina Duarte tem medo. Sempre teve. Do Lula, do comunismo e da esquerda, estes pintados a bel prazer pela Direita e todos os fascistas. A atriz que já foi chamada de namoradinha do Brasil, hoje inimiga número um da cultura, fez o escarcéu e foi parar ao lado do Messias. Esse que disse que não faz milagres, quando na verdade ele só precisaria ter bom senso para nos brindar com um. Ela noivou, casou, ajoelhou... rezou a cartilha! A reza, porém, não foi forte o suficiente. Chegou a lixeira da história.

Quando lembro daquele discurso de posse meu estômago revira. Imagino o medo que, mais uma vez, ela deve estar sentindo agora, provavelmente o mais real que ela já sentiu na vida, o de olhar para si mesma. Mas... Será que ela percebe? A entrevista para a Revista Bravo, assim como a entrevista que ela deu (e interrompeu) ontem para a CNN, provam que não! 

Para ler a entrevista da Bravo
Tá aqui o link, no blog do próprio Antenore!
https://bit.ly/3bh5v6b

Para conferir a entrevista à CNN
Tá aqui o link!
https://bit.ly/2yuvqtS

6.5.20

Tv Zitinha entra no ar para a alegria da criançada

Lu Maués é Zitinha, na sua tela do Youtube.
Foto: Divulgação
No YouTube, a TV Zitinha apresentará 2 vídeos por semana, com mediação de leitura, às quartas, e contacão de histórias, nas sextas-feiras. Apresentado por Zitinha, o programa vai ensinar a criar brinquedos e brincadeiras. A estreia é nesta quarta-feira, 6, a partir das 10h.

Que tal apresentar às crianças um novo tipo de televisão? A TV Zitinha traz como ideia central, incentivar a leitura e a importância de se ouvir histórias, possibilitando momentos mais recreativos em família e, melhor que tudo, levando as crianças ao universo de fantasia da criança, desincentivando o consumismo.

A personagem Zitinha nasceu da extinta "EntreAtos Companhia de Arte", no espetáculo teatral "Eu aqui brigando com o mundo e vocês aí fazendo palhaçada", mas libertou-se das amarras de uma encenação para viver outras aventuras, passando por projetos e eventos educativos em praças, escolas, feiras literárias e outros.

Mediação de leitura, brincadeiras e dia do cordel!
Foto: Divulgação
A afirmação e mergulho no universo literário veio com sua participação no projeto "Barca das Letras", uma biblioteca infantil itinerante, que passava por comunidades tradicionais, indígenas, ribeirinhas e quilombolas, no Norte e em outras regiões.

Na TV Zitinha, as histórias, tanto nas quartas, quanto nas sextas, terão um repertório diversificado, baseado em narrativas populares e nas literaturas infantis.  As lendas Amazônicas e obras de autores paraenses estarão sempre presentes nestes repertórios. Haverá o Dia Do Cordel, que vai trazer, todo mês, uma leitura mediada por algum cordelista. Em maio, o quadro estreia com Francisco Pinto Mendes, cordelista de Cametá.

Para acessar a TV Zitinha, acesse o link: 

Ficha Técnica

Lú Maués: Palhaça Zitinha
Knine: Cenários
Jhonny Russel: Artes e Edição
Caroll Cruz: Redes Sociais
Janete Borges: Consultoria Pedagógica
Giselle Griz: Música

5.5.20

P. Emmanuel lança "O Humor nos Tempos do Golpe"

Nem amor, nem cólera. Paulo Emmanuel, cartunista, caricaturista, artista plástico, designer e jornalista, está lançando o livro "Humor nos Tempos do Golpe", com charges produzidas entre 2015 e 2020, comemorando seus 35 anos de trajetória. A aquisição pode ser feita por meio de depósito bancário, como diz na imagem ao lado.

Tudo começou na fila de matricula para o curso de Comunicação Social, na UFPA, em 1985. Paulo Emmanuel encontrou uma velha amiga que o convidou para fazer uns desenhos pro jornal do DCE e, naquele mesmo ano, teve a primeira charge publicada num informativo rodado em “stêncil comum”.  

De lá pra cá, são muitas memórias sobre fanzines, exposição no bar 3x4, cotidiano na redação do jornal A Província do Pará.  Essa história é o próprio autor quem conta no livro, que tem ainda a apresentação do jornalista e cartunista Walter Pinto, que aborda ainda um pouco da história do cartunismo paraense, passando pela trajetória do desenhista. 

Em formato PDF, com mais de 50 páginas de charges, o livro vem recheado de críticas que ilustram as trapalhadas e crueldades do atual governo que a gente vai chamar sempre de desgoverno, seja do Bolsonaro, na esfera federal, ou de Zenaldo, no caso da capital paraense, mas não se poupa também o governo estadual e nem outros políticos e magistrados que colaboraram para o golpe de 2016. 

Paulo Emmanuel nasceu em Manaus, mas se criou em Belém. Editor da revista de humor PH Parazão Herbo e, desde 1986, participa de salões de humor no país e no mundo. Já ganhou diversos prêmios. Ultimamente, porém, ele diz que não tem sido fácil fazer charges. 

“Todo dia as notícias defasam meia hora depois de ter acontecido. Isso é muito ruim porque não tem mais um assunto. E para o chargista virou uma loucura”, diz ele que faz questão de afirmar que mesmo assim “o time é muito bom”, e cita LatuFF, Laerte, Aroeira, Duke, Cazo, Camelo e muitos outros que tem o nanquim nas veias. Daqui de Belém não tenho visto, mas é notória a competência dos colegas do traço”, comenta.

O humor com obstáculos em tempos de Pandemia

Historiadores terão certamente um trabalho hercúleo para contar tudo isso que vem ocorrendo politica e socialmente no país, desde 2013. Manter o humor em tempos de Golpe já é complicado, mas e agora, que os tempos são também de pandemia? 

“O humor basicamente é frágil e tenso. O riso é nervoso. O raciocínio é atropelado pelos acontecimentos, que pra mim, as sandices do “Bozo” são piores do que a pandemia. Pior por que é ela que está matando. Quando ele se expõe e diz para as pessoas que é apenas uma “gripezinha”, muitos estão em todos os lugares espalhando o vírus e ele diz que é o isolamento que não está dando certo. É perverso”.

Quando a pandemia se estabeleceu, ele estava e segue, assim, produzindo, principalmente esculturas e caricaturas em miriti, que ele diz estarem fazendo sucesso e tendo procura. “Estava indo ao meu estúdio, mas depois da última sexta estou direto em casa. O trabalho remoto, para ele, não é exatamente uma novidade. “Pra mim é tranquilo. Sempre foi assim quando estou fora do mercado. Trabalho sem problema. Na verdade sou meio avesso ao burburinho. E ficando velho isso vai piorando...”, brinca.

Pai de quatro filhos e já avô, ele diz que não é muito otimista em relação ao futuro, mas pondera. “Considero que, estar vivo, produzindo e criando, merece um grande respeito por parte do ser humano, temos que agradecer a Deus a oportunidade de estar contribuindo de alguma forma com as pessoas. Pelo menos eu tento e insisto”.

Emmanuel acredita que o que o humor tem trazido contribuição neste momento triste da história da humanidade. 

“O humor serve pra ‘humanizar” o ser humano. Sou caçador de sorrisos no facebook. Quando faço uma postagem, um comentário, ou uma charge, eu conto aquela carinha feliz, por que eu penso que, quando ela aparece , alguém deu um sorriso. E isso me faz feliz. Fico verdadeiramente satisfeito. Tipo numa postagem: 9 sorrisos x 7 curtidas. Digo: Estamos ganhando. Apesar de saber que muitos estão nervosos, apreensivos”.

Os planos daqui para frente estão voltados a um novo projeto de realizar instalações com miriti que está criando. “Um projeto contemporâneo que está em andamento. É grande e ousado e espero conseguir alcançar porque ele é bastante complexo”, diz ele que acredita que a melhor maneira de apoiar a cultura neste momento é fazendo e difundindo.

“Está complicado porque as relações virtuais não se mostram olhos, nem caras, mas não dá pra parar. O artista é um ser transformador e isso tem que ser potencializado. Os canais de fomentação cultural deixam a desejar sempre. Mas acredito numa transformação pós pandemia. Só não sei se é pra bom ou pra ruim. Uma coisa eu sei. Meu caminho está estabelecido e só cabe a mim alcançar meus sonhos”, conclui. 

O Humor em Tempos de Golpe
Peça o seu pelo WhatsApp: 91 9 9854.3228

4.5.20

Festival reúne o teatro da região Norte do Brasil

O teatro que pede passagem nas lives, para apresentar mais de 20 espetáculos entre 11 e 19 de maio, através do aplicativo Zoom (https://www.zoom.us/). Caso você nunca tenha usado, é só baixar no celular, tablet ou no computador. Entre as atrações  estão "Marahu", da Cia de Teatro Madalenas, e "Curupira - 10 Milhões de Nós", da In Bust Teatro com Bonecos.  Os ingressos já estão à venda.

A pandemia do novo coronavírus (Covid-19) também afetou os trabalhadores do setor cultural brasileiro, que tiveram suas atividades interrompidas, sem uma data de retorno possível. O cenário ficou difícil para artistas, produtores e técnicos que vivem de suas funções nas artes. 

É neste contexto que surge o PAN – Potência das Artes do Norte, o primeiro Festival online de artes que contará com a participação de espetáculos oriundos do Amazonas, Pará, Roraima, Amapá, Tocantins, Rondônia e Acre. A iniciativa tenta minimizar os impactos causados pelo isolamento social, possibilitando que o público tenha acesso às obras da programação, sem sair de casa, durante o período de realização do festival. Parte do valor arrecadado na bilheteria será voltado a programas que atendem artistas em situação de vulnerabilidade na região Norte.

O PAN surge como um espaço virtual que congregará 20 espetáculos de todos os estados da região Norte, além de outras ações, como explica a coordenadora geral do festival, Ana Oliveira. "Logo que a pandemia surgiu nós artistas fomos os primeiros a parar. Por duas semanas eu fiquei meio sem chão, perdida. Não sabia como lidar com essa parada forçada tão brusca em todas as nossas atividades. Nesse período foram surgindo várias ações de outros grupos e artistas, lives, links liberados, etc. Assim fui criando coragem para também testar algo nesse novo lugar em que se estabeleceu a nossa presença - o mundo virtual", explica Ana.

A coordenadora do festival pontua que a abertura para esse novo processo de descoberta, foi como um "novo respiro". "Conseguia levantar da cama porque encontrei, ou melhor, reinventei um propósito de vida no meio desse caos todo que estamos vivendo", completa.

A primeira edição do PAN conta com espetáculos de grupos e artistas convidados, que contemplam todos os estados da região Norte. "Se tudo der certo, queremos muito abrir um processo de inscrição em que todos os artistas e produtores da região possam mandar seus materiais para futuras edições. Só precisamos testar esse formato primeiro", ressalta Ana.

Além da coordenação geral assinada por Ana Oliveira, o evento conta com Francis Madson na programação acadêmica, Jean Palladino na identidade visual, Ítalo Rui e Gleidstone Melo na comunicação, Hamylle Nobre e Eduardo Klinsman nas mídias sociais, e Wallace Abreu na assessoria de imprensa.

"Acredito que o restabelecimento dessa rede e união é algo que pode gerar muitos frutos. Tem também a possibilidade de trabalhos sendo exibido para novos públicos, pessoas de outros estados, que dificilmente conseguiriam ver ao vivo. Os espectadores poderão conhecer mais a fundo as diferentes realidades nortistas e alimentarem sua alma com arte e afeto, por meio das mais diversas linguagens que o festival contempla", finaliza Ana.

Arte para refletir

A programação contará ainda com o "Setorial de Teatro do Norte", um braço da programação do PAN que visa convocar artistas, técnicos e produtores culturais do setor da economia criativa, para refletir acerca das ações que envolvem o governo federal, estadual e municipal da região e, além disso, promover uma debate aberto e criativo sobre as iniciativas para o setor após a pandemia de Covid- 19, levando em consideração todos arrochos que estão por vir na estrutura econômica mundial e, portanto, nas instituições públicas e privadas que formaram a cultura, que podem deixar de  assistir essa classe.

“Há um tempo que os Estados do Norte não se visitam entre si para dialogar acerca de políticas públicas ligadas a cultura. O festival de teatro da Amazônia, no princípio, surgiu para estreitar os laços entre os Estados com o objetivo de pensar relações entre público e privado, cultura, estética, ética e política pública. Acreditamos que o Pan pode trazer esse elã novamente, mesmo mediado por tecnologia, a força fundamental de manutenção das artes: o coletivo”, pondera Francis Madson, que está à frente da programação acadêmica do evento.

A programação do evento trará ainda o projeto "Pensamento de Perto", no qual pesquisadores do campo artístico poderão falar sobre as pesquisas que vêm realizando. Nesta primeira edição os artistas/pesquisadores convidados são Ítalo Rui e Yara Costa.

Bilheteria Online

Os ingresso podem ser adquiridos no link https://bit.ly/BilheteriaOnlPAN.  Preencha as informações solicitadas, juntamente com os espetáculos escolhidos para que seja redirecionado a etapa de pagamento pelo PagSeguro na próxima seção. Após a confirmação do seu pagamento, será enviado ao e-mail informado no cadastro, os links e detalhes de acesso ao espetáculo desejado. 

O ingresso unitário no valor de R$ 5 garante acesso a um dos espetáculos da programação. No entanto há ainda a possibilidade de compra do Combo 1 (R$ 20), que garante o acesso a cinco espetáculos e o Combo 2 (R$ 80), que dá direito a programação completa do festival.

O evento conta com 'Selo Patrocinador', no valor de R$ 100 que o torna um patrocinador do festival, assiste toda a programação e ganha de brinde o livro "Dramaturgias", de Francis Madson autografado.

Confira a programação

11/05 - SEG 
9h30 - "Augusto" (RR) - Locômbia Teatro de Andanças // LIVRE
14h  - "Pensamento de Perto"

11/05 - SEG 
21h - "Helena" (AM) - Ateliê 23 // 14 Anos

12/05 - TER 
9h30 - "Imundo de Sofia" (AM) - Ana Oliveira // LIVRE
21h - "A Mulher do Fim do Mundo" (AC) - Associação Artística Cultural Companhia Casa Circo // 14 Anos

13/05 - QUA 
9h30 - "Curupira - 10 Milhões de Nós" (PA) - In Bust Teatro com Bonecos // Livre
14h - "Tempo de Brincar" (TO) - Trupe Açu // LIVRE
21h - "Provérbios de Burro" (AM) - Ítalo Rui // 14 Anos

14/05 - QUI 
14h - "Ikuâni" (AC) - Cia. Garatuja de Arte Cênicas // 14 Anos
21h - "Marahu" (PA) - Cia de Teatro Madalenas // 14 Anos

15/05 - SEX 
9h30 - "ÜHPÜ - Corpo" (AM) - Grupo Tabihuni // LIVRE
14h - "Quarto Azul" (AM) - Grupo Jurubebas de Teatro // 14 Anos

16/05 - SAB
9h30 - "Vestido Queimado" (AM) - Soufflé de Bodó Company // LIVRE
14h - "A Borracheira" (RO) - O Imaginário // LIVRE
21h - "Quando encontramos sonhos perdidos nas roupas que costuramos" (AM) - Grupo Garagem // 16 Anos

17/05 - DOM 
09h30 - "Preciso Falar" (AM) - Cacompanhia de Artes Cênicas // 10 Anos
14h - "Diário das Marias" (AM) - Cia Trilhares // 14 Anos
21h - "Rito de Passagem" (AM) - Índios.com Cia de Dança // 16 Anos

18/05 - SEG 
14h - "Pensamento de Perto"
21h - "Marília Gabriela não vai mais morrer sozinha" (AM) - Coletivo UTC-4 // 16 Anos

19/05 - TER
9h30 "As nove luas" (RO) - Cia de Artes Fiasco // 12 Anos
14h "Setorial do Norte"
21h Show de Encerramento "Gramophone em Estúdio" (AM) // LIVRE

A programação completa do 1º PAN  - Potência das Artes do Norte também está disponível para download no link https://bit.ly/PAN20programacao

(Holofote Virtual, com informações da assessoria de imprensa do festival)

“As Amazonas do Cinema" com inscrições abertas

Mostra competitiva de curta, média e longa-metragens, oficina, debates e homenagem. O pensamento e a atuação das mulheres no cinema vão mais uma vez ganhar espaço e visibilidade no Amazônia Doc que em sua 6a edição, nos apresenta o 1o Festival As Amazonas do Cinema. Inscrições de filmes, podem ser feitas pela plataforma Filmfreeway, que você pode acessar pelo site amazoniadoc.com.br/amazonas.

(Atenção: inscrições prorrogadas até 30 de junho!)

A ênfase da mulher no cinema não é uma novidade no Amazônia Doc. A ideia de dar maior visibilidade à produção audiovisual feminina e feminista vem se fortalecendo  desde 2019. "Durante o processo de construção da 5ª edição dei-me conta de que era só eu cercada de homens na organização e curadoria do Festival e isso me deixou muito incomodada. Resolvi convidar outras mulheres para abraçarem o Festival em vários setores da produção do projeto. Acabamos construindo uma edição com forte presença da mulher, foi o começo de tudo”, conta Zienhe Castro que é realizadora e diretora geral do Amazônia Doc.

O festival As Amazonas do Cinema vai homenagear uma grande personalidade da nossa cultura. “Estamos desenvolvendo o Troféu ENEIDA DE MORAES, que não era uma mulher do cinema, mas foi uma mulher da Literatura, importante militante política e Cultural e ainda fundadora do MIS-PARÁ, em 1971, ano que ela faleceu. Achamos que é uma mulher plural, multifacetada, que representa todas as linguagens, ela é sobretudo uma mulher da Cultura. Foi uma grande defensora da cultura popular. Acredito que Eneida esta para nós mulheres da Amazônia paraense com Leila Diniz está para as mulheres cariocas. Somos todas Eneidistas”, continua Zienhe.

A participação feminina no audiovisual vem crescendo em diversas posições, mas ainda  falta equilíbrio na área. “Acredito que o audiovisual é uma linguagem muito potente e que o uso dessa linguagem contribui pra reverberar o movimento feminista, potencializar nossas conquistas e fortalecer nossas lutas, e assim nos dar maior visibilidade; inclusive os Festivais de Cinema com maior participação de mulheres tornam-se uma forma excepcional para ampliar e promover nosso discurso”, diz Zienhe.

“Percentualmente os números de mulheres diretoras ainda são bem reduzidos. É necessário refletir mais, discutir mais e fazer mais para mudar essa realidade. E esse festival reafirma a potência das narrativas feitas por mulheres”, diz a produtora e artista visual Carol Abreu, que coordena a iniciativa, ao lado da crítica e jornalista Lorenna Montenegro, a convite de Zienhe Castro.

“As mulheres vêm desconstruindo o olhar normativo que ainda domina a cena audiovisual brasileira, mas que na região amazônica vem se fortalecendo com viés cultural e ancestral. Isso é algo que reverbera de uma forma potente em filmes realizados, pelo menos desde meados dos anos 80. Temos os documentário de Edna Castro feitos naquela época e Jorane Castro, que possui uma filmografia de vídeos artísticos, assim como ficção, em curta e longa-metragem, sempre tendo questões femininas como eixo central”, comenta Lorenna Montenegro.

Carol Abreu, concorda. “Temos um cinema paraense amazônico feito por mulheres. Destaco Zienhe Castro (Promessas em Azul e Branco), Jorane Castro (Ribeirinhos do Asfalto) , Adriana Oliveira (Batalha de São Braz), Luciana Medeiros (Série de animação Os dinâmicos), Joyce Cursino (Elenão!), entre outras paraenses, como mulheres que reenergizam a cena com olhares femininos no cenário Pan-amazônico, que adentram camadas de um território que tem muito a ser experienciado”, reflete.

A 6ª Edição do AMAZÔNIA DOC está prevista para o segundo semestre. “Nós estávamos no início do processo de organização do Festival quando fomos surpreendidos pela pandemia da COVID-19, no momento já temos confirmada a parceria/apoio da ELO COMPANY que oferecerá um prêmio de distribuição para o filme vencedor da Mostra Competitiva da 1ª edição do Festival AS AMAZONAS DO CINEMA”, revela a diretora do evento.

A realização do AMAZÔNIA DOC 3 em 1 é do Instituto Culta da Amazônia em Co-Realização com a SECULT- Governo do Estado do Pará e Instituto Márcio Tuma. A Produção é da ZFilmes, com parceria do Sesc; Sebrae; Belém Soft Hotel. Apoio Cultural:  FCP - Cine Líbero Luxardo - Funtelpa - Pará 2000- Distribuidora Estrela do Norte, Elocompany – Distribuição Audiovisual. Apoio institucional: Chama Amazônia Brasil; Holofote Virtual – Comunicação, Arte e Mídia.

Serviço
1º Festival AS AMAZONAS DO CINEMA acaba de abrir convocatórias. Inscrições abertas e regulamento na plataforma Filmfreeway. Acesse pelo site amazoniadoc.com.br/amazonas.

1.5.20

Live de sábado traz em foco a literatura paraense

Alberto Silva Neto volta a sua linha do tempo no Facebook, neste sábado, 02 de maio, a partir das seis da tarde, para mais uma apresentação, desta vez, destacando poetas da literatura paraense. O convite está no ar! Para o seu delírio e inspiração.

As intervenções de Alberto Silva Neto na internet pegaram o caminho da literatura, abordada e lida em vários de seus formatos e aspectos, e iniciaram no dia 10 de abril, com a leitura de textos diversos. Naquele primeiro momento, a ação feita de forma espontânea, causou reações positivas na rede de amigos de Alberto, mas atraiu outras pessoas que toparam com ele nos feeds do Facebook. "O que foi isso? A live de poemas do Alberto da Alberto Silva Neto foi uma religação com o verbo cosmogônico . Ave!", exclamou o poeta Paulo Nunes. "Alberto Silva Neto, obrigada pela Live com as melhores poesias. Respiro, enfim", escreveu Angela Arruda.

Foi tudo tão energizante que ele voltou à live no dia 12 de abril, Domingo de Páscoa, para ler "Primavera de 1938", de Bertolt Brecht, antecipando a segunda intervenção, que rolou em 17 de abril, trazendo como temática a Poesia Política, com leituras de vários autores. Esta live foi mais densa, não menos emocionante, e abriu para a ideia de trazer, na terceira live, no dia 24, os poetas da MPB, que dias antes geraram pedidos na time line do jornalista.

“'A flor e o espinho', em parceria com Guilherme de Brito e Alcides Caminha. Para o poeta Manoel Bandeira essa música tem a frase mais bonita da música popular brasileira: 'tire o seu sorriso do caminho, que eu quero passar com a minha dor'", sugeriu o músico Luiz Pardal.

As lives ganharam força e se transformaram em um projeto, com a parceria irrefutável de Ernani Chaves, Doutor, Mestre e Professor em Filosofia, que transita pela arte em toda a sua trajetória. Juntos, eles têm nos aberto uma janela para um mundo de afetos e reencontros digitais em tempos de pandemia. Eu passei a esperar pelo momento "sextou" de ver e ouvir as leituras de Alberto Silva Neto e cheguei a protestar que as lives passassem para o sábado, mas já estou cá, no aguardo.

A poesia paraense pede passagem

Neste sábado, mudando o dia da semana em que já estávamos acostumados, os protagonistas da live da vez serão os poetas Abílio Pacheco, Airton Souza, Ana Meireles, Antônio Moura, Carol Magno, Clei Souza, Dand M., Daniel da Rocha Leite, Edson Coelho, Eleazar Carrias, Josette Lassance, Iracy Vaz, Laura  Nogueira, Lilia Chaves, Luciana Brandão, Mayara La Rocque, Marcílio Costa, Ney Paiva, Paulo Nunes, Paulo Vieira, Regivan Santos, Renato Torres, Rosângela Darwich, Rudinei Borges e Vasco Cavalcante, entre outros. 

Vale ressaltar, porém, que a lista poderia ser bem mais extensa, mas foi necessária uma curadoria que iniciou na semana passada. Alberto Silva Neto recebeu indicações da plateia virtual e fez ele sua própria seleção entre autores que já conhecia.  “O objetivo maior dessa é dar visibilidade a esses autores novos ou novíssimos e a essa literatura contemporânea, contribuindo para a divulgação dessas obras que acabam sendo conhecidas em círculos restritos de amigos e pessoas interessadas em literatura”, disse Alberto Silva Neto ao Holofote Virtual.

Ele chama atenção de que essa falta de reconhecimento é gerada desde os tempos de escola e vai até às famosas leituras obrigatórias do vestibular. “Costuma-se destacar, e a própria mídia contribui para que só se fale, quando se fala, nos autores canônicos da literatura brasileira, ou seja, aqueles grandes autores que muita gente conhece, embora pouca gente leia; e isso rola tanto em termos da literatura nacional quanto na literatura paraense. No entanto, há uma imensa e excelente produção que fica à margem desse processo”, continua Alberto Silva Neto.

No caso da literatura, em especial, a paraense, observa-se a ausência de políticas públicas para esta área cultural, assim como falta consciência e interesse da mídia em geral, sem falar, enfatiza Alberto, “da falta de hábito de leitura generalizada em nosso país, que acaba deixando de fora um leque de excelentes escritores, tanto poetas, quanto prosadores e romancistas, que são pouco lidos ou mesmo desconhecidos do grande público”.

Um projeto em construção 

A experiência da apresentação ao vivo através de uma tela não é algo inteiramente novo para Alberto, que por muitos anos apresentou um programa de revista cultural ao vivo na televisão paraense. Alguns de vocês devem bem lembrar do Cultura Pai D`égua, exibido às quintas-feiras, ao vivo, na TV Cultura do Pará. O programa foi criado por ele e o saudoso jornalista e também ator José Carlos Gondim, em 2002, se não me falha a memória, e eu tive a honra de integrar a equipe, até 2008.

Aos poucos, porém,  Alberto e Ernani estão descobrindo uma nova estrutura e a própria linguagem da live.  “Fomos introduzindo os trechos musicais, contraponto com a palavra mas que também abrem um diálogo e fazem parte do mesmo universo. Os escritos do Ernani,  apresentando e fundamentando as escolhas, nos traz uma pedagogia da arte e da literatura, no melhor sentido desta palavra. Destaco sua participação, pois sem ele, isso não seria possível.

A emoção que sentiu aliada a reação do público foi determinante para que Alberto desse continuidade ao projeto. “A primeira live foi, por uma série de fatores, extremamente emotiva, cheia de sentimentos que transbordavam de mim. Basta lembrar, no final, quando lembrei do Beto Paiva (saudoso ator) e falei de Maria Lúcia Medeiros (saudosa escritora). Eu fui às lágrimas. Brotou aquela emoção pura como a gente fala, uma emoção verdadeira quase incontrolável, e depois eu tive retorno de vários amigos sobre esse momento, da própria Valéria (Andrade), que deu o texto no Arte pela Vida”.

Ele se referia ao espetáculo realizado nos anos 1990 pelo Comitê Arte Pela Vida no Teatro Margarida Schivasappa, que envolveu várias apresentações, entre elas a da atriz Valéria Andrade que estava assistindo à live, naquela sexta-feira. Alberto, ela e eu também nos emocionamos. E isso evidenciou as razões pelas quais ele decidiu dar sequencia a essas ações digitais. 

“Eu percebi o quanto essa experiência emotiva que eu tive, se tornou uma experiência para muitas outras pessoas, tanto através dos comentários, como pelas mensagens que recebi ‘in box’ das pessoas que estão se comunicando comigo. Tem sido catártico, por conta de tudo isso que estamos vivendo. Assim estas lives vem cumprindo, um papel de troca e reafirmações dos laços afetivos entre as pessoas. É uma renovação de esperanças, e isso tem me feito um bem enorme”.

Comparando às experiências de sua trajetória nas artes cênicas, ele ressalta um comentário da atriz, diretora, professora e encenadora  Wlad Lima, que também estava na plateia virtual.  “Ela disse que a cena vai além da cena, ou seja, quando nós sabemos que o teatro na sua essência e definição é uma arte que acontece no aqui e agora, na presença física do ator e do espectador, as lives têm demostrado que é possível transpor e ultrapassar essa ideia, e estabelecer novas relações e vínculos, sendo uma nova forma de presença, que é virtual, mas que, ao mesmo tempo, se faz concreta”, finaliza.

PARA ACOMPANHAR
















Página no Facebook: @albertosilvaneto

Midiateca das lives: