15.1.24

Palacete Pinho será um espaço destinado às artes

Foto: Agência Belém (2024)
Depois de mais de 1 ano em reforma e restauro, o Palacete Pinho será entregue até final de janeiro, reabrindo as portas como sede do NACE – Núcleo de Educação, Cultura e Arte da Secretaria Municipal de Educação.

No coração da Cidade Velha de Belém, ele ergue-se majestoso. Testemunha silenciosa de mais de um século de história. Construído sob as ordens do visionário comendador Antônio José de Pinho em 1897, o edifício foi um marco inovador na cidade, refletindo a opulência do Ciclo da Borracha e foi reconhecido como um dos mais preciosos exemplares do patrimônio cultural de Belém.

No entanto, por diversas vezes deixado ao esquecimento, o belo exemplar arquitetônico vive uma saga que atravessa mais de um século, passando por questões judiciais, falta de recursos ou mesmo de interesse político. Tudo indica, porém, que agora um novo capítulo começa a ser escrito com sua reinauguração, em 2024. 

SEMEC assume administração do Palacete

Foto: Agência Belém (2024)
Palacete Pinho das Artes, Casa das Artes do Município ou, simplesmente, Núcleo de Artes da SEMEC, como vai se chamar oficialmente, tem lá sua relevância, afinal de contas o nome que se dá às coisas e lugares diz muito sobre eles, mas o mais importante é que um dos exemplares mais preciosos da nossa memória histórica e arquitetônica estará de volta, com serventia pública.

O Palacete Pinho vai ressurgir como um centro de criatividade, educação e cultura, mantendo viva a história que suas paredes guardam. Um resgate que, mais uma vez, confirma que o Patrimônio Histórico é um elo indissociável entre passado, presente e futuro. A seguir, conheça um pouco da saga do Palacete.

Um pouco de história

Foto/LM: Palacete (2019), fechado e esquecido
Após sua inauguração, no final do século 19, o Palacete Pinho transformou-se em um epicentro de atividade social, cultural e política, até que, em 1930, o falecimento do patriarca José de Pinho deixou o destino da mansão nas mãos de seus herdeiros, que a mantiveram como residência até 1970, quando as últimas herdeiras do clã a ocuparem o imóvel, faleceram.

Inicia-se uma saga. Em 1978, a família, sem ter recursos para sua manutenção, deixam o palacete ser leiloado. Os vencedores do certame, entretanto, deixaram em seguida o imóvel, levando, porém, sua rica decoração interna. 

Em 1982, assume a Yamada, com objetivo de torná-lo uma fundação cultural, mas logo substituído pela função de depósito, abrigando até materiais inflamáveis como colchões e botijões de gás.

Foto/LM: Palacete (2019), fechado e esquecido
O tombamento, que evitou a demolição, ocorreu posteriormente em 1992, quando o município assumiu a administração após uma disputa judicial com os antigos proprietários. O Palacete Pinho, porém, permaneceu fechado por anos até que teve início uma nova obra, em 2006, interrompida em seguida, por falta de recursos. 

Em 2010, a Justiça Federal exigiu que o município retomasse as obras, uma vez que o edifício estava à beira do colapso. A restauração foi retomada e concluída em 2011, custou R$ 7,8 milhões, captados de empresas como Vale e Eletrobras, além de recursos direcionados pela prefeitura. Uma felicidade que não durou muito tempo, pois nos anos seguintes, depois da reabertura, com exposição, ficou sem  planejamento de uso, não se destinou funcionamento e nem se abriu público, vítima do desuso, o Palacete ficou mais uma vez fechado e enfrentou novo período de deterioração. 

5 milhões

Foto: Agência Belém (2024)
Em 2022, sob a administração da atual prefeitura, via Secretaria Municipal de Educação, a obra estimada em R$ 5 milhões entrou em curso e chega ao fim ainda este mês, de acordo com informações do prefeito Edmilson Rodrigues, que esteve hoje (15) pela manhã visitando a obra, junto com a secretária de educação, Araceli Lemos, e reafirmou a entrega.

“O palacete já foi espaço de realização de grandes saraus, de grandes festas. Agora, ele é do povo de Belém, pertence à educação de Belém. Sob a coordenação da Semec teremos as crianças da periferia estudando todas as artes no Palacete Pinho, que será conhecido como Palacete Pinho das Artes”, celebra. 

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