25.4.16

CD inédito de Mestre Fabico é entregue a família

Dono do boi-bumbá “Flor de Todo Ano”, Mestre Fabico deixou último registro, gravado em 201, no Estúdio Edgar Proença, no programa “Conexão Cultura Ao Vivo”, com participação de vários músicos, e prensado em parceria com a Ná Music. “Boi das Cabeceiras” ganhou 1.000 cópias e 300 foram entregues à família do artista nesta segunda, 25, pela Cultura Rede de Comunicação.

O disco reúne doze composições, todas elas de Mestre Fabico, e o projeto foi realizado em duas etapas: a primeira, no programa “Conexão Cultura Ao Vivo”, com participação de José Maria Bezerra (direção e violão) e Grupo Árvore Ar (José Maria Bezerra, violão; Rafael Barros, Franklim Furtado e JP Cavalcante, percussão), e a segunda com releituras das músicas. Foram produzidas inicialmente mil cópias e o lançamento será no próximo mês de junho, no Arraial de Todos os Santos, da Fundação Cultural Tancredo Neves. 

Mestre Fabico morreu pouco depois das gravações, em janeiro de 2012, aos 83 anos de idade. Fica o registro da genialidade do criador do boi-bumbá “Flor de Todo Ano”, um dos mais tradicionais de Belém. Adelaide Oliveira, presidente da Cultura Rede de Comunicação, e Beto Fares, diretor da Cultura FM, entregaram 300 cópias do álbum à filha de Mestre Fabico, Celina Correa Balera, que estava acompanhada da neta do artista, Ediane Balera. 

Elas contaram que, por dificuldades financeiras, o boi “Flor de Todo Ano” não sai mais às ruas do bairro do Guamá, mas prometeram resgatar a manifestação folclórica. 

“O disco vai nos ajudar a colocar o boi de volta”, disse Ediane, que guarda com cuidado as composições deixadas pelo avô. “Para nós era uma maravilha. Eu era a pajé, brinquei muitos anos, e também costurava e bordava as roupas. As crianças do bairro ainda hoje cantam as músicas”, lembrou Celina, sem esconder a emoção ao recordar-se do pai, compositor de toadas, sambas e marchas.

“O disco vai nos ajudar a colocar o boi de volta”, disse Ediane, que guarda com cuidado as composições deixadas pelo avô. “Para nós era uma maravilha. Eu era a pajé, brinquei muitos anos, e também costurava e bordava as roupas. As crianças do bairro ainda hoje cantam as músicas”, lembrou Celina, sem esconder a emoção ao recordar-se do pai, compositor de toadas, sambas e marchas.

Beto Fares ressaltou que o registro da obra dos mestres populares é missão da Cultura Rede de Comunicação. “Eles representam a riqueza da nossa cultura. Quando Mestre Fabico compunha uma toada, Mestre Setenta escrevia uma resposta. 

Os moradores ocupavam as ruas para brincar, além de trabalhar para manter o boi. É preciso que todos reúnam forças para manter viva essa tradição”, disse ele, ressaltando que em 2016 será celebrado o centenário de Mestre Verequete, outro importante símbolo da cultura popular paraense. 
  
Ed Guerreiro, gerente da gravadora Ná Music, diz que a parceria é fundamental para garantir que obras como a de Mestre Fabico não se percam. “A partir de agora, vamos trabalhar para que esse trabalho chegue ao máximo de pessoas, escolas, universidades, centros culturais, além de disponibilizar o disco nas plataformas digitais. O importante é que nossos mestres sejam ouvidos e reconhecidos por muita gente”. 

Ficha Técnica

Direção: Beto Fares
Produção: Regina Silva
Produção Musical: José Maria Bezerra
Ensaio, Gravação e Mixagem: Estúdio Edgar Proença, em setembro de 2011, por
Assis Figueiredo e Ulysses Moreira
Arranjos: José Maria Bezerra e Grupo Árvore Ar
Fotografia: Regina Silva
Projeto Gráfico: Ná Figueredo
Grupo Árvore Ar: José Maria Bezerra (violão), Rafael Barros (percussão), Franklim Furtado (percussão), JP Cavalcante (percussão).

(Com informações da Assessoria de Imprensa)

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