Elis era dramática, roqueira, sambista, divertida, alegre e iluminada. Tudo isso vem à tona e toma conta de nossa memória afetiva quando nos lembramos dela e de suas interpretações. É com este brilho múltiplo que a Balck Soul Samba rende suas homenagens à cantora, nesta sexta, 23, no bar Palafita, com o show “Elis – 30 anos de saudade”, da paraense Silvinha Tavares. Trazendo clássicos do tipo “Madalena”, “Tiro ao Álvaro” e “Vivendo e Aprendendo a Jogar”, a noite promete catarse e emoção.
“Ela era inigualável e se foi muito, muito cedo. Não procuro outra porque sei que jamais haverá outra como Elis”. A frase ao lado foi a resposta do compositor Milton Nascimento ao ser perguntado sobre o que o faz sentir saudade...
O mineiro, que compunha suas canções já pensando na interpretação da cantora porto-alegrense, foi um dos grandes parceiros da “Pimentinha”, alcunha que Elis Regina recebeu devido seu temperamento intrépido, irreverente e divertido.
Dona de um sorriso largo que marcaria sua trajetória, Elis Regina foi uma das mais aclamadas cantoras brasileiras. Sua passagem pela música popular revolucionou a MPB, numa dimensão só comparável à João Gilberto e ao Movimento Tropicalista.
Com Elis, cada canção recebia uma alma, um sopro da vida que emanava da cantora. Suas interpretações estão arquivadas não apenas na memória de quem viveu em sua época, mas ainda junto àqueles que hoje se baseiam em seu repertório e a tem como referência.
Não bastasse ter o dom da interpretação musical, Elis também foi responsável em lançar grandes compositores brasileiros, como João Bosco, Aldir Blanc, Ivan Lins e Edu Lobo. Ela também deu a Tom Jobim a mais elevada interpretação que suas composições já mereceram e, em menos de duas décadas de carreira, foi responsável por interpretações insuperáveis como em “Atrás da Porta”, de Chico Buarque, “Como Nossos Pais”, de Belchior, entre muitas outras, incluindo a insubstituível “Se eu quiser falar com Deus”, de Gilberto Gil.
Tributo – Segundo Silvinha, o show
“Elis - 30 anos de saudade” surgiu através de um projeto do empresário
Fernando Gomes , o “Gugão”, que nas palavras de Silvinha “é um
verdadeiro apaixonado, enlouquecido pela Elis e morre de saudade dela”,
informa a cantora.
“É um espetáculo para fãs, mas não vem com a carga pesada que algumas músicas da Elis remontam. Eu tenho o compromisso com o entretenimento, com a alegria, então o tributo vem com muito mais momentos pra cima”, avisa Silvinha.
Para dar forma a estes momentos, Silvinha conta com uma grande banda formada por músicos de sólida carreira, são eles: Pedrinho Callado no violão, Ziza Padilha na guitarra, Ney Rocha no baixo, e João Costa e Patury na percussão.
“Claro que tem músicas como ‘Corsário’, que não tem como ficar de fora, mas vou incorporar o lado mais dançante e divertido nessa noite na Black”, finaliza.
E como não poderia faltar, os DJs Uirá Seidl, Kauê Almeida, Fernando Wanzeller, Eddie Pereira e Homero da Cuíca, aquecem as pistas do Palafita com o melhor da música brasileira e as vertentes da black music, numa noite de homenagem e celebração ao talento das cantoras do Brasil.
Cantando "nos bailes da vida" desde 1995, Silvinha Tavares também é
compositora e violonista. Seu primeiro disco, intitulado “Simpatia”,
está em fase de finalização, e vem repleto de parcerias de músicos como
Ronaldo Silva, Márcio Macêdo, e Álvaro Drago.
Serviço
Black Soul Samba em tributo à Elis Regina com show “Elis – 30 anos de saudade” de Silvinha Tavares e banda. Nesta sexta, 23, a partir das 21h no bar Palafita (Siqueira Mendes, ao lado do Píer das 11 Janelas – Cidade Velha) - R$ 10,00. Mais informações: (91) 8413 0861 / blacksoulsamba@yahoo.com.br / www.blacksoulsamba.com
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