Mautner, ontem, na abertura do Tudo é Verdade no RJ |
Cinema
e música, casamento perfeito. Assim, entre Maracatus Atômicos e Panis et Circencis
foi declarado aberto, esta semana, o 17º Festival É Tudo Verdade. Na quinta, 22, em
São Paulo, e ontem, 23, no Rio de Janeiro.
O festival,
que em 2008 premiou “Pan-cinema Permanente”, sobre o poeta e compositor
Waly Salomão, de Carlos Nader, vem reafirmar, este ano, a maturidade do gênero
documentário musical, cada vez mais consolidado no país.
Foram exibidos, respectiviamente, nas sessões de abertura, “Tropicália”, de Marcelo Machado, e “Jorge Mautner - O Filho do Holocauto”, de Pedro Bial, que aliás, só conseguiu chegar no final da sessão carioca, segundo o também diretor do filme, Heitor D´Alincourt, porque estava confinado no reality show. Enfim, o festival começou este ano duas vezes musical e tropicalista.
Foram exibidos, respectiviamente, nas sessões de abertura, “Tropicália”, de Marcelo Machado, e “Jorge Mautner - O Filho do Holocauto”, de Pedro Bial, que aliás, só conseguiu chegar no final da sessão carioca, segundo o também diretor do filme, Heitor D´Alincourt, porque estava confinado no reality show. Enfim, o festival começou este ano duas vezes musical e tropicalista.
Neste sábado, 24, também será exibido no Rio, “Tropicália”.
Para quem foi à abertura de ontem, vai ficar impressão de que um é a
continuidade do outro. Caetano e Gilberto Gil, por exemplo (expoentes do movimento que traz
ainda Mutantes, Gal, Tom Zé e Bethania), também participam ativamente de
“O Filho do Holocausto”, realizado com a co-produção do Canal Brasil.
Afinal, faz parte da história deste compositor, o filme “Demiurgo”, uma espécie de pornochanchada filosófica, segundo Caetano e Mautner, feito
no exílio deles em Londres, no final da década de sessenta, sem
falar nas inúmeras parcerias, onde Gil e Caetano interpretam Jorge
Mautner, cuja obra também marca profundamente o movimento tropicalista. Justo! Para
o crítico Amir Labaki, idealizador e diretor do festival, os filmes
escolhidos para abrir o evento dialogam, apesar de serem muito
diferentes em suas linguagens estéticas.
"A coincidência de terem ficado prontos ao mesmo tempo mostrou que são filmes que rimam, que dialogam – têm até sequências de arquivo comuns. Por outro lado, são estilisticamente muito diferentes. ‘Tropicália’ se estrutura sobretudo sobre a articulação de um raro material de arquivo e deixa a ferramenta da entrevista apenas para a parte final do filme. Já o filme do Pedro Bial e do Heitor D’Aliconcourt se estrutura sobretudo em cima de depoimentos e músicas, com inserção muito pontual de material de arquivo”, diz.
O astral daquele finalzinho dos 1960, porém, não estava só na tela.
Não. Prestigiando a sessão carioca estavam, entre outros, Gilberto Gil, o
próprio Maunter, Nelson Jacobina, Eduardo Coutinho, Jards Macalé.
No filme, Mautner conta a própria história, narrando trechos de seu livro de memórias, mas também traz a filha do músico, que fala de sua infancia com o pai. O primeiro assunto da conversa gira em torno do nome da moça: Amora - sem referencia à fruta, mas sim com o feminino de Amor, segundo Mautner. "Ainda bem que vocês me colocaram na psicanálise aos 8 anos. Isso salvou a minha vida, além de todo o amor que vocês me deram", disse.
O filme faz uma longa reflexão em cima dos pensamentos filosóficos, anárquicos e de amorosidades de Mautner. "Quando ele chegou em Londres foi amor à primeira vista", diz Caetano. "Ele veio para nos enterter, inventava tudo", arremata Gil e todos caem na gargalhada. Com gosto de alegria e entremeadado por imagens de arquivo e conversas de Maunter com amigos, o filme traz 26 músicas do repertório surpreendente do violinista, interpretado por ele e por Caetano e Gil, acompanhados pelos músicos Kassim, Jacobina, Pedro Sá, Berna Ceppas e Domenico Lancelotti.
No filme, Mautner conta a própria história, narrando trechos de seu livro de memórias, mas também traz a filha do músico, que fala de sua infancia com o pai. O primeiro assunto da conversa gira em torno do nome da moça: Amora - sem referencia à fruta, mas sim com o feminino de Amor, segundo Mautner. "Ainda bem que vocês me colocaram na psicanálise aos 8 anos. Isso salvou a minha vida, além de todo o amor que vocês me deram", disse.
O filme faz uma longa reflexão em cima dos pensamentos filosóficos, anárquicos e de amorosidades de Mautner. "Quando ele chegou em Londres foi amor à primeira vista", diz Caetano. "Ele veio para nos enterter, inventava tudo", arremata Gil e todos caem na gargalhada. Com gosto de alegria e entremeadado por imagens de arquivo e conversas de Maunter com amigos, o filme traz 26 músicas do repertório surpreendente do violinista, interpretado por ele e por Caetano e Gil, acompanhados pelos músicos Kassim, Jacobina, Pedro Sá, Berna Ceppas e Domenico Lancelotti.
Em cartaz - Vale dizer que não é somente dentro de festival È Tudo Verdade que os documentários musicais estão literalmente pipocando. 2012
abriu com chave de ouro, tendo as estreias de dois longas que passeiam pela obra de dois importantes artistas da
música nacional.
“O Começo, o fim e o Meio”, que estreou nesta sexta, 23, retrata os loucos anos
de Raul Seixa e “A música, segundo Tom Jobim”, já desde o início de janeiro, que vem fazendo jus à carreira
emblemática e ímpar do maestro compositor de Garota de Ipanema, uma das
canções mais tocadas em todo o mundo e que, aliás, acaba de
completar 50 anos.
Mais uma vez haverá vem aquela impressão de continuidade, pois Gil, Gal, Caetano, mais uma vez os Tropicalistas, estão inseridos nos dois filmes, como protagonistas de uma época. O filme sobre Tom Jobim, por exemplo, traz Gal cantando a primeira música do filme “Se todos fossem iguais a você”. Linda, sedutora, ela ganha toda a atenção da plateia. Com narrativa musical plena, a obra de Nelson Pereira dos Santos e Dora Jobim traz momentos que na verdade todos nós já vimos alguma vez na vida, como o duo de Tom com Sinatra, com Elis.
Mais uma vez haverá vem aquela impressão de continuidade, pois Gil, Gal, Caetano, mais uma vez os Tropicalistas, estão inseridos nos dois filmes, como protagonistas de uma época. O filme sobre Tom Jobim, por exemplo, traz Gal cantando a primeira música do filme “Se todos fossem iguais a você”. Linda, sedutora, ela ganha toda a atenção da plateia. Com narrativa musical plena, a obra de Nelson Pereira dos Santos e Dora Jobim traz momentos que na verdade todos nós já vimos alguma vez na vida, como o duo de Tom com Sinatra, com Elis.
No entanto, a pesquisa
mergulhou mais fundo e na tela também estão imagens raríssimas do
compositor e seus diversos interpretes espalhados pelo Planeta Terra.
Sem nenhum diálogo, este é um filme que faz valer a máxima de que as
imagens, e eu acrescento ainda a música, valem mais do que mil palavras. É
imperdível.
Ainda não fui ver, mas é fato que, mais uma vez, na tela, se
verá Tropicalistas, uma vez que as imagens do Festival Phono 73, do
qual, além de Raul, participaram Caetano, Gal, Bethania e Gil.
Aliás, querendo ver, tem este DVD nas locadoras.
E como um filme único sobre a música brasileira seria algo impossível e interminável de se fazer, o jeito é ir contando aos poucos esta maravilhosa história da MPB. Paulinho da Viola, Tom Zé, Wilson Simonal, Nana Caymmi, Maria Bethania já foram biografados no cinema, graças a nova febre do documentário musical que se fortifica no pais.
Mas
ainda falta fazer muito. Quero saber agora, quando é que surgirão
focadas as
histórias de Jorge Bem Jor, Tim Maia e Rita Lee, Baden Powell, além de
outros ícones, e indo além, amplificando as sonoridades vindas também de regiões extras
ao eixo Rio São Paulo. No Pará, há projetos em andamento, como o de Mestre Viera, ícone das
Guitarradas do Pará, e a de Mestre Damasceno, do carimbó marajoara.
Em
meio a festa, também houve a tristeza da despedida. No mesmo dia em que
abriu o festival no Rio de Janeiro, também morreu Chico Anísio, cuja
história também invadirá os cinemas em 2013, trazendo além dos inúmeros
momentos da trajetória humoristica do artista, sua última entrevista
concedida aos diretores Fábio Porchat e Ian SBF. "Qual é a Graça"
vai trazer ainda, mais de 100 entrevistas com personalidades do humor
brasileiros, diretores e cartunistas de diversas gerações. Há também um quê de musical. Lembram de Chico Anísio - Baiano e Os Novos
Caetanos? Pois, é. Vai por aí.
Abertura do festival, no Espaço Itaú de Cinema Botafogo |
Em
uma delas, está a mostra "Coutinho - O Caminho até 'Cabra'", que
homenagea o grande Eduardo Coutinho, exibindo além de Cabra Marcado para
Morrer, Coutinho Repórter, Crônica de um Verão, Exu, Uma Tragédia
Sertaneja, O Pistoleiro da Serra Talhada, Seis Dias de Ouricuri e
Theodorico – O Imperador do Sertão. Tudo com direito a debate com o
documetnarista, no Instituto Moreira Salles, nos altos da Gávea.
Ao
cumprimentar o público, Amir Labaki ressaltou o crescimento do evento e os parceiros,
como o Oi Futuro, o BNDES e o Centro Cultural Banco do Brasil, além
claro, da Petrobrás e Ministério da Cultura. Todos eles, acreditando cada
vez mais no gênero documental como difusor da cultura brasileira. A
novidade deste ano fica por conta da realização do festival novamente em Brasília (abril) e também, pela primeira vez, em
Belo Horizonte (maio).
Para saber mais da programação, do É Tudo Verdade, entre no site do evento.
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