Em Belém pela primeira vez a , a peça Perfídia Quase Perfeita
, encenada pela companhia paulista é dirigida pelo paraense Claudio Marinho. Trata-se de uma comédia dramática, escrita por Carlos Correia Santos. Mistério, humor e poesia são os ingredientes do texto que foi um dos contemplados no ano de 2006 pela Seleção Brasil em Cena, concurso promovido pelo Centro Cultural Banco do Brasil, do Rio de Janeiro. Não deixe de ir. Nesta sexta, 23, sábado, 24 e domingo, 25, no Centro Cultural Ssec Boulevard, às 20h, com entrada franca.
A encenação da Cia. Fé Cênica teve sua estreia em 2010 no Fringe, a mostra paralela do Festival de Curitiba, e no ano seguinte foi apresentada em duas temporadas na capital paulista.
A trama de “Perfídia Quase Perfeita“ se desenrola dentro de uma radionovela dos anos 1950. No último capítulo o casal Cezinha (Geraldo Machado) e Dagmar (Viviane Bernard) precisa desvendar um mistério.
O marido acorda atordoado no chão da sala e a mulher conta para o perplexo e desmemoriado Cezinha que houve uma traição conjugal e desentendimento que resultou num disparo de revólver. O caixão no meio da sala reforça a informação dada por ela: um deles está morto e o outro está alucinando. Até chegar ao desfecho da história, Cezinha e Dagmar dão espaço para outros personagens, como, a eufórica Dilma Daiane e o mal humorado Johnson e Johnson, que são ouvintes do programa. Situações inesperadas, erros dos radioatores e jingles dão ar cômico ao trabalho.
O espetáculo resulta numa homenagem aos antigos programas de rádio.
Toda a história é narrada e comentada por um locutor, que no texto original existe como voz em off. Durante os ensaios o diretor Claudio Marinho lia as falas do locutor somente para auxiliar na criação das cenas com os atores. Mas de tanto fazer isto, o grupo percebeu que o personagem poderia aparecer em cena. É o que acontece na montagem, o diretor acabou cedendo à ideia de também atuar.
“Em Perfídia Quase Perfeita buscamos a riqueza de nuances no trabalho dos atores para criar um clima de humor ácido e crítico. O objetivo é fazer na frente da platéia um ardiloso jogo cênico, com suspense, poesia e humor. Primeiro tratei de observar os dois atores para depois entrar em cena”, conta Claudio Marinho.
Sobre o texto e a parceria com a Cia. Fé Cênica Carlos Correia Santos diz: “Perfídia Quase Perfeita é um texto muito importante para mim porque tem representado uma ponte fantástica entre a minha dramaturgia e o cenário teatral do sudeste, sempre cobiçado pelas possibilidades de visibilidade. Primeiro, a dramaturgia venceu o Seleção Brasil em Cena, com leitura dramática dirigida pela Stella Miranda e depois ganhou essa linda montagem da Fé Cênica que já nos permitiu subir aos palcos em Curitiba e São Paulo. A montagem do Cláudio é a prova de que a produção teatral com DNA nortista tem caminho aberto para o mundo. Tenho orgulho desse trabalho pelo grau de excelência e pela oportunidade que me deu de fazer dessa equipe um núcleo de amigos, irmãos”.
O autor, que tem como característica acompanhar de perto as montagens de seus textos marcou presença nas duas estreias.
“Perfídia Quase Perfeita” integra um projeto iniciado em 2007, com o objetivo de montar peças de dramaturgos paraenses. Desde que as atividades se iniciaram o grupo encenou também “Fogo Cruel em Lua de Mel”, de Nazareno Tourinho, apresentando-se em quatro temporadas entre os anos de 2007 e 2009; duas versões da peça “As Ruminantes”, de Saulo Sisnando, em 2009. O grupo ainda montou a peça infantil “A Fábula das Águas”, também de Carlos Correia Santos, com estréia em 2011 na capital paulista e apresentações no interior do Estado.
Ficha técnica
Elenco: Viviane Bernard, Geraldo Machado e Claudio Marinho
Iluminação: Sônia Lopes
Trilha sonora original: Cláudio Hodnik
Operação de som: Roger Magno Nunes
Cenário e figurinos: Geraldo Machado e Viviane Bernard
Fotos: Lenise Pinheiro
Design gráfico: Reinaldo Elias
Produção local: Sue Pavão
Direção de produção: Geraldo Machado e Claudio Marinho
Texto: Carlos Correia Santos
Direção: Claudio Marinho
Serviço
A peça “Perfídia Quase Perfeita” será apresentada no Centro Cultural SESC Boulevard (Boulevard Castilho França, 522/523, em frente à Estação das Docas). Sessões nos dias 23, 24 e 25 de março, às 20h. Entrada franca. Classificação etária: 14 anos. Duração: 50 minutos. Informações: (91) 3224-5305 ou 3224-5654.
(com informações de Carlos Correia Santos)
Nenhum comentário:
Postar um comentário