1.3.12

O protagonismo através do hip hop e da arte visual

Em março, a Cufa Pará dá início ao projeto Crias do Futuro, que vai realizar oficinas gratuitas em bairros periféricos da cidade, com duração de três meses, em escolas, centros comunitários e em dois Centros de Recuperação do Coqueiro. Estão sendo oferecidas oficinas de percussão, fotografia, Dj, break dance e grafite. Inscrições abertas.

Ao todo serão atendidos 100 jovens, em cinco bairros. Os espaços escolhidos proporcionam aos participantes um melhor desenvolvimento de seus talentos, uma vez que são seus próprios ambientes de convívio. “Eles contarão com instrutores que estarão preparados para que todos possam interagir e aprender a conviver melhor entre si, trocando ideias, conhecimentos entre outros”, explica Victor Pamplona, coordenador de Produção e Design da CUFA PA - Central Única das Favelas.

De acordo com Victor, a Cufa vem, desde o ano passado, trabalhando com projetos voltados pra jovens de periferia, visando o seu protagonismo em ações realizadas não apenas através da cultura Hip Hop, mas também por meios que lhes tragam interação, discussão e reflexão. “Nosso objetivo é levar às comunidades de periferia oportunidade de desenvolvimento pessoal e profissional aos jovens residentes dessas áreas”, reforça Victor.

Em meio à correria para as ações de março, ele também reforça que a Cufa está preocupada em atender não apenas estes jovens, mas todos aqueles que estão em torno de sua formação. 

“Queremos participar de forma atuante no projeto, atingindo a todos os jovens e também seus familiares. Queremos chamar a família para acompanhar o andamento das oficinas e dessa forma o projeto será executado de forma mais eficiente. Acreditamos que não teremos resultados significativos sem isso”.

Este ano, a entidade pretende realizar um trabalho mais amplo e já tem outros projetos andamento, como a LIBRA – o maior campeonato de basquete de rua do Brasil; o BRANDAN, um campeonato de dança de rua, além da 2ª edição do projeto Cine Periferia Pai D'égua, em setembro, mais uma vez no Cine Olympia. Em 2011, a 1° edição do projeto Cine Periferia Pai D'égua, recebeu a presença de mais 4000 pessoas durante uma semana inteira de mostra de filmes no Cine Olympia, além de ter levado a mostra, em circuito itinerante, para outras 16 localidades.

Na programação, estavam os filmes produzidos por moradores de periferia de todo o Brasil. “Em Belém, tivemos como destaque as oficinas de audiovisual que atenderam quatro bairros, dois centros de recuperação, onde internos e internas produziram documentários mostrando um pouco do dia a dia dentro do cárcere. Cada produto dessas oficinas será exibido na abertura da 2° edição do Cine Periferia”, explica. 

Os documentários que resultaram das oficinas trazem o depoimento de cada participante contando como é a vida e o trabalho desenvolvido dentro do cárcere. A experiência foi tão boa que as oficinas que serão realizadas pelo projeto Crias do Futuro, acontecerão dentro dos mesmos centros.

As oficinas realizadas nos centros de recuperação, aliás, de acordo com o coordenador, foram as mais concorridas e que mais despertaram curiosidade. Victor diz que não houve nenhuma dificuldade de adaptação e a receptividade foi muito boa, tanto por parte dos funcionários como por parte dos internos.

“Realizamos a mesma oficina na comunidade do Guamá e na Marambaia, mas foi surpreendente como nos dois centros de recuperação o interesse pelos participantes foi bem maior, a interação foi melhor e o resultado teve cobertura significativa em várias mídias, não só pelo ambiente em que foi realizado o trabalho, mas também pelo produto das oficinas”, afirma.

A Cufa é composta, hoje, por Aline Machado, como coordenadora geral, além de Victor Pamplona, na coordenação de produção, Márcia Lima, na Comunicação e Elrik Lima, na área do audiovisual. Outras pessoas interessadas em agregar e somar serviços, parcerias podem entrar em contato com o grupo através do Blog www.cufapara.blogspot.com.

Serviço
As inscrições para as oficinas deste mês de março já estão sendo realizadas na Terra Firme: UIPP – Unidade Integrada Pro Paz. / Oficina de Graffiti; no Guamá: Associação Beneficente Amigos do Guamá / Oficina de Break; na Cidade Velha: E.E.E.F.M General Gurjão / Oficina de Dj e no Coqueiro: CRC - Centro de Recuperação do Coqueiro / Oficina de Percussão. A iniciativa tem patrocínio da Oi, com apoio cultural da Oi futuro, do Governo do Estado através da Lei Semear. Mais informações, também no blog.

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