3.8.16

Documentário traz a voz poderosa de Janis Joplin

Ela criou um lugar para as mulheres no mundo do rock. Ela foi a pioneira. Seu nome: Janis Joplin. A garota branca, com a voz negra e feroz que invadiu a cena musical, é o tema do documentário “Janis: little girl blue”, em cartaz no Cine Estação das Docas. Dirigido por Amy Berg (indicada ao Oscar pelo documentário “Livrai-nos do Mal”), o filme revela a história de um dos maiores ícones do rock n’ roll na virada dos anos 60 para a década de 70. “Janis: little girl blue” fica em cartaz até o final de agosto no Cine Estação das Docas, e traz também extraordinárias performances ao vivo de clássicos como "Piece of My Heart," "Cry Baby," e " Me and Bobby McGee."

“Janis: little girl blue” levou sete anos para ser concluído e centra o foco na breve carreira e na intimidade da cantora, por meio de imagens de arquivo (algumas inéditas), correspondências pessoais de Janis e entrevistas com seus contemporâneos. 

Passados 46 anos da morte de Janis Joplin, a vida breve, sofrida e gloriosa da cantora pode ser vista em imagens de sua passagem por San Francisco (cidade onde se apresentou em bares e casas noturnas), até virar sensação no Festival Monterey Pop, quando arrebatou plateias com blues e rocks em interpretações passionais e debochadas.

Sua única passagem pelo Brasil também é mencionada no filme, com trechos de performances ao vivo de canções icônicas, tanto da fase com a Big Brother & the Holding Company, quanto em sua carreira solo. Janis Joplin veio ao Brasil para tentar se livrar de consumo de drogas. No Rio de Janeiro foi a praia, inferninhos e escolas de samba. Na volta aos EUA, meses depois, sofreu recaída e morreu de overdose, aos 27 anos.

Com narração de Chan Marshall (mais conhecida como Cat Power), “Janis: little girl blue” retrata a carreira conturbada da cantora que fez fama e fortuna com voz rasgada e entrega total ao público. Por ironia do destino, sempre reclamava das apresentações para grandes audiências, ao declarar que após amar mais de 20 mil pessoas, ia dormir sozinha num quarto de hotel.

Ouvindo blues e cantando folk com os amigos

Janis Joplin nasceu na cidade de Port Arthur, no Texas, nos Estados Unidos. Ela cresceu ouvindo músicos de blues tais como Bessie Smith, Leadbelly e Big Mama Thornton, e cantando no coro local. Joplin concluiu o curso secundário na Jefferson High School, em Port Arthur, no ano de 1960, e foi para a Universidade do Texas, na cidade de Austin, onde começou a cantar blues e folk com amigos.

Cultivando uma atitude rebelde, Joplin se vestia como os poetas da geração beat. Mudou-se do Texas para San Francisco em 1963. Passou a morar no bairro de North Beach e a trabalhar como cantora folk.

Depois de retornar a Port Arthur para se recuperar do vício das drogas, ela voltou para San Francisco em 1966, onde seu interesse pelo blues a aproximou do grupo Big Brother & The Holding Company, que estava ganhando algum destaque entre a nascente comunidade hippie em Haight-Ashbury. A banda assinou um contrato com o selo independente Mainstream Records e gravou um álbum em 1967. Entretanto, a falta de sucesso de seus primeiros singles fez com que o álbum fosse retido até seu sucesso posterior.

O auge da banda foi a sua participação no Festival Pop de Monterey, com uma versão da música "Ball and Chain" e os marcantes vocais de Janis. O álbum seguinte da banda, Cheap Thrills, de 1968, fez a fama de Janis: foi seu álbum de maior sucesso. Continha a música “Piece of my heart”, que atingiu o 1º lugar nas paradas da revista Billboard e se manteve na posição durante oito semanas não consecutivas.

Ao sair da banda Big Brother, no final de 1968, Janis formou um grupo chamado Kozmic Blues Band, que a acompanhou no festival de Woodstock. Com o grupo, Janis gravou o álbum “I Got Dem Ol' Kozmic Blues Again Mama!” de 1969, que veio a ser premiado como disco de ouro, mas que não alcançou o mesmo sucesso de Cheap Thrills. 

O grupo se separou, e Janis formou o Full Tilt Boogie Band. O resultado foi o álbum Pearl de 1971, lançado após sua morte, e que teve, como destaque, as músicas "Me and Bobby McGee" (de Kris Kristofferson) e "Mercedes-Benz", escrita pelo poeta beatnik Michael McClure e feita como um presente de aniversário para John Lennon, que faria aniversário em 9 de outubro.

O documentário “Janis: Little Girl Blue”, de Amy Berg retrata a artista a partir de um olhar íntimo e revelador a respeito de suas escolhas artísticas e pessoais. Tem 107 min. 14 anos. Confira o trailer: https://www.youtube.com/watch?v=M0iKbR92lYQ

Datas e horários
  • 03/08 (quarta), 19h
  • 04/08 (quinta), 19h
  • 21/08 (domingo): 10h,18h e 20h30
  • 23/08 (terça), 19h
  • 24/08 (quarta),19h
  • 25/08 (quinta), 19h

Ingressos: R$ 12,00. Meia entrada R$ 6,00: crianças de 3 a 12 anos e estudantes mediante apresentação de carteira de estudante expedida pela entidade estudantil. Gratuidade: pessoas acima de 60 anos e crianças de 0 a 2 anos.

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