13.7.10

Zé Celso Martinez em Belém na próxima semana

Está confirmado. Na semana que vem chega a Belém o Dionisíacas em Viagem, um mega projeto do grupo Oficina Uzyna Uzona, dirigido por José Celso Martinez Corrêa, com repertório de quatro espetáculos.

Zé Celso e sua trupe de atores e técnicos estrearam em São Paulo em abril e desde então vem viajando o Brasil. Até seu enceramento terá percorrido oito estados, com patrocínio do Governo Federal.

Por incrível que pareça, é a primeira turnê, em mais de 50 anos do grupo Oficina. A passagem por Belém será de 21 a 31 de julho, mas ainda não há informação sobre o local onde será montada, aqui, a Tenda E(x)stádio, uma estrutura gigantesca para abrigar milhares de pessoas.

Abrindo a temporada em cada capital, Taniko, um clássico do nô japonês, com interferências “bossa-nova”. Além dela, “Uma Estrela Brasileira a Brilhar - Cacilda!!”, “Bacantes” (foto) e “O Banquete” terão entrada gratuita, com doação de 1kg de alimento não perecível. É programa de longa duração, aviso. O mais curto dos espetáculos, Taniko, tem 1h40. Os outros chegam a seis horas.

Aos 73 anos, vigoroso e entusiasmado com a vida, Zé Celso, 73, diz que as quatro peças têm ligação muito grande uma com a outra. Em entrevista à Revista Cult (on line), ele falou um pouco sobre cada uma das peças. “Começa com o Taniko, que é um nô japonês [forma clássica de teatro japonês, que mistura música e poesia] em homenagem à imigração japonesa e também a João Gilberto.

Uma das peças começa com o aneurisma de Cacilda Becker [a atriz sofreu um aneurisma cerebral em pleno palco e morreu aos 48 anos, em 1969], depois ela volta à infância, então, são quatro peças sobre os 40 dias em que ela ficou em coma.

Tem Bacantes (foto), que é o nosso maior sucesso e está em cartaz desde 1996. Quando Zeus desce à Terra vestido de Fidel, se apaixona pela mãe de Dionísio, que é uma mortal, e faz um filho com ela.

Essa peça é uma crítica muito carinhosa a Cuba e ao Fidel, à esperança de que ele espalhe a democracia. Depois, há O Banquete, que é dado para comemorar a vitória nas Dionisíacas. É como se as pessoas fossem convidadas a participar de um banquete sobre uma peça que elas viram”.

Mas a programação inclui também a realização de oficinas técnico-artísticas. Em algumas cidades acontece também um tipo de festival das bandas dos espetáculos. Sim, porque a música é ao vivo, em todos eles. E quem não estiver presente pode ver tudo on line. Todos os espetáculos são transmitidos através do site do projeto.

A estréia de Dionisíacas fora de São Paulo aconteceu em Brasília, em maio. Estava lá e vi o primeiro espetáculo. Emoção em ver o teatro de Martinez e presenciar a do próprio, que desde os anos 60 não se apresentava na capital brasileira.

A itinerância já passou também por Salvador e na semana passada esteve em Recife. Próxima parada? Aqui na capital paraense. Em seguida ainda chegará a Manaus, Belo Horizonte e Rio de Janeiro.

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