O Cine Líbero Luxardo estreia nesta quinta (08/07) “Os famosos e os duendes da morte”. O primeiro longa de Emir Filho (dos curtas Tapa na Pantera, Saliva entre outros), traz um adolescente de uma cidade minúscula que quer apenas ser livre e encontrar seus pares.
As exibições acontecem sempre de quinta a domingo (08 a 18/07), às 19h30, com ingressos a R$ 5,00. Ás quintas estudantes com carteira de meia entrada não pagam.
As exibições acontecem sempre de quinta a domingo (08 a 18/07), às 19h30, com ingressos a R$ 5,00. Ás quintas estudantes com carteira de meia entrada não pagam.
Em seu primeiro longa Esmir nos mostra como o cinema consegue estimular nossos sentidos primários, a ponto de o filme se transformar em uma experiência completamente sensorial e intimista, e ainda nos remete a uma nova e empolgante tendência nas produções brasileiras: investigar os conflitos universais.
Baseado no livro homônimo de Ismael Caneppele, o longa conta a história de uma cidade em que cada um sonha em segredo. Ambientado em uma cidadezinha gaúcha habitada por descendentes de alemães, o filme mostra um jovem sem nome e sem rumo que conhece uma garota. Ela lhe mostra um mundo no qual ele embarca como alguém que nunca mais deseja voltar à realidade.
Para o menino, a vida virtual é a única verdade. Assim, Mr. Tambourine Man, codinome com o qual ele se apresenta na internet, expressa seu descontentamento com a vida e procura se abrir com contatos virtuais que compartilham de sua angústia, sempre guiado pela música de Bob Dylan.
Ganhador do Troféu Redentor no Festival do Rio 2009 e destaque em vários outros eventos ao redor do mundo, o filme segue criteriosamente o estilo de Esmir. A maioria dos planos é realizada lateralmente ou de costas, preferindo os frontais geralmente nas externas, que são poucas, causando um maior deslocamento das personagens com o mundo em que vivem.
Ao falar das distâncias que separam e aproximam o protagonista de seus problemas, Esmir Filho opta por construir um filme que, apesar da narrativa linear e da estrutura comum, consegue transmitir com naturalidade as “alucinações” desencadeadas pelos pensamentos do garoto.
Com isso, a mistura entre realidade e ilusão não se torna forçada ou irregular, e a inserção de devaneios como a visão de Dylan em um palco deserto contribui para a identificação entre espectador e personagem.
Como não pretende focar seu filme em nenhuma ação ou acontecimento específico, o cineasta entende que precisa concentrar seus esforços em retratar toda a aflição que arrebata o menino e que é, no fim, o grande elemento perturbador de sua obra.
A trilha sonora original, produzida por Nelo Johann e orientada pela famosa canção de Dylan que carrega a essência do filme, é um instrumento fundamental para o efeito que o longa exerce sobre seu espectador, além de corroborar com a estética nostálgica escolhida por Filho.
O clima retrô se junta ao uso de imagens digitais com pouca resolução, explicitando que o deslocamento do protagonista não é só espacial, mas também temporal. “Os Famosos e os Duendes da Morte” nos faz entender porque estar perto não é físico, e estar longe não é definitivo. Enfim, é o espelho de uma juventude desnorteada que precisa do auxílio das bebidas e das drogas para extravasar seus anseios.
Fonte: Cine Líbero Luxardo
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