30.7.10

Mostra debate o novo momento do cinema paraense

Impulsionada pela retomada do cinema brasileiro no final dos anos 90, mais exatamente em 1997, com o lançamento do longa de Carla Camuratti, “Carlota Joaquina”, a produção cinematográfica paraense também reapareceu na cena. Na última década, foi notória a evolução deste cinema paraense.

É claro que vários outros fatores contribuíram também para que filmes de ficção, e principalmente de documentários, surgissem. O lançamento de editais, a profissionalização do setor e o maior acesso às novas tecnologias, são alguns deles.

Mas os incentivos ainda são poucos e muitas vezes sem continuidade. Sabe-se que não fosse o esforço e a persistência desses fazedores de cinema, menos ainda aconteceria.

O debate em torno da produção e da exibição de resultados desta, precisam acontecer mais, o que por enquanto tem sido raro. A maioria dos cineclubes existentes acaba optando por uma cinematografia brasileira ou internacional e a um debate sobre a estética ou obra de seus autores. O que não é ruim.

Mas na próxima semana um evento vem se propor a isso. Além da exibição de filmes dos realizadores, vai refletir algumas questões: Existe um cinema paraense? Qual a relevância deste movimento para a arte cinematográfica nacional e mundial? De que maneira tais obras representam os anseios poéticos dos amazônidas em pleno século XXI?

A "Mostra do Novo Cinema Paraense" é uma realização do Inovacine em parceria com o Instituto do Patrimônio Histórico Nacional (IPHAN) , que vai exibir nove filmes incluindo curta, média e longa metragens, de realizadores locais, que estarão presentes, após as sessões, para discutir junto com o público, os princípios artísticos e éticos que regem seus trabalhos.

"Através da ficção e da não-ficção, diversos artistas conseguiram dar forma a suas perspectivas sobre os fenômenos locais transcendendo as amarras do regionalismo exótico em busca da universalidade inerente à linguagem cinematográfica”, diz Miguel Haoni, do Inovacine e APJCC – Associação Paraense de Jovens Críticos de Cinema.

Para ele, “em maior ou menor nível, todo realizador paraense é essencialmente um guerreiro. A luta por condições de produção e distribuição transforma cada processo/filme num trabalho hercúleo de resistência e paixão. Obviamente, isso significaria muito pouco se na base das obras não houvesse a sensibilidade estética e a inventividade necessárias para a constituição de um Cinema Paraense maiúsculo, livre da muleta da indulgência histérica regionalista”, afirma.

PROGRAMAÇÃO

04/08:
I)"Puzzle" de Marcelo Marat
II)"Invisíveis prazeres cotidianos" de Jorane Castro
III)"Salvaterra - Terra de Negro" de Priscila Brasil

05/08:
I) "Semiótica-nossa-de-cada-dia" de Darcel Andrade
II) "Mãos de Outubro" de Vitor Souza Lima
III)"A Poeta da Praia" de Márcio Barradas

06/08:
I) "Dias" de Fernando Segtowick
II)"Contracorrente" de Francisco Weyl
III)"A Descoberta da Amazônia pelos Turcos Encantados" de Luiz Arnaldo Campos

Serviço
Mostra do Novo Cinema Paraense. dias 4, 5 e 6 de agosto. Sessões às 18h30 (seguidas de debates com os realizadores) no IPHAN (Av. Governador José Malcher, 563 - Nazaré). Entrada Franca. Realização: Inovacine. Parceria: IPHAN. Informações: 8813-1891.

2 comentários:

Anônimo disse...

EXcelente o seu blog, amiga.

Abraços de Ronaldo Franco.

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Anônimo disse...

Excelente o seu blog.
Abraços do Ronaldo Franco.

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