Serão exibidos os filmes Permanência (1976) e Sombras (1977), nesta quarta-feira, 20, às 18h30, no auditório do IPHAN (Trav. Rui Barbosa, com Gov. José Malcher). A entrada é franca e a realização é do Inovacine, com apoio do Ipahn.
Nos anos 70, em Belém do Pará, era complicado fazer cinema, até mesmo para os que tinham dinheiro. A película, mesmo a de 16mm, era muito cara, tanto sua aquisição quanto sua revelação. Foi quando surgiu o super-8, criado pela indústria para uso doméstico.
A partir de então, as câmeras saíram das mãos de poucos, e, gradualmente, foi fazendo, cada vez mais, parte do cotidiano de toda a população. Poetas, amadores, todos os indigentes tinha o direito de fazer registros e/ou se expressar através da ferramenta de gravação audiovisual.
Vicente Franz Cecim, poeta nato, amador por excelência, na época já um apaixonado por cinema, resolveu começar seu processo alquímico que anos mais tarde seria reconhecido como revolucionário quando este resolveu deixar o caminho da imagem/som e adentrar o da escrita. Teve início a Viagem a Andara.
Por muitos o projeto cinematográfico de Cecim foi esquecido, por outros sequer conhecido. Um projeto de resgate protagonizado por Carlos Pará da revista PZZ foi o que proporcionou o contato de alguns poucos nestes últimos anos.
Os filmes em super-8 que Vicente Cecim categorizou como parte do “kinemAndara: Cinema do Invisível”, não devem apenas ser conhecidos, mas reconhecidos como o que são: o vôo mais alto que um cineasta que nasceu nesta terra já deu. Serão apresentados, nesta ocasião, dois filmes: Permanência (1976) e Sombras (1977). Cineasta ontológico, documentarista da ficção do ser no seio da material realidade, Cecim ultrapassa, como sempre, quaisquer delimitações críticas.
Fonte: APJCC - Associação Paraense de Jovens Críticos de Cinema
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