19.10.10

Matinta: é mais um curta paraense no circuito nacional dos festivais de cinema

A equipe está nas nuvens. Apenas uma dúzia de curtas metragens foi selecionada para a Mostra Competitiva do Festival de Brasília, que acontecerá de 23 a 30 de novembro deste ano e entre os escolhidos pelo primeiro júri está “Matinta”, de Fernando Segtowick. 

É mais uma conquista do audiovisual paraense que vem se destacando em vários festivais de cinema neste ano de 2010.

O curta, filmado em setembro do ano passado em uma pequena comunidade situada nas entranhas ribeirinhas da ilha de Mosqueiro, na região metropolitana de Belém, tem Dira Paes, Adriano Barroso, Astréa Lucena, Andrea Rezende e Nani Tavares, entre outros atores paraenses no elenco.

Na direção de fotografia e câmera está o carioca Pablo Baião (Tropa de Elite 2, longa de José Padilha), que trouxe para o filme de Fernando a agilidade e a temperatura de luz certa para as cenas, a maioria delas feitas à noite, dentro do mato, um bravo enfrentamento de toda a equipe que conseguiu driblar todas as dificuldades que há em se filmar dentro da floresta.

O filme que competirá na mostra competitiva de curtas 35 milímetros, ainda está sendo finalizado. Segtowick esteve semana passada no Teleimage/Cinecolor, em São Paulo, onde trabalhou arduamente. 

“Mantei uma versão em DVD para inscrever no festival. Foi feita cópia da master em HD, com som mixado e tudo, ficando em 20 minutos”, justifica Fernando que já considera uma vitória ter entrado pra mostra. “Ter entrado já é ótimo porque a seleção é muito rigorosa. Só 12 curtas do Brasil todo”, suspira.

O diretor diz que gostou muito do resultado final do filme. “ O resultado me agradou muito porque consegui fazer tudo o que eu queria em termos de fotografia, som e atores. Fazer um filme em 16 mm e ampliar para 35mm scope é uma coisa rara hoje ainda mais com o suporte digital”, diz ele, que já demonstra certa expectativa. “ O legal da seleção é pensar que o filme que tem uma temática mais regional possa funcionar para outras platéias”, comemora.

Fernando irá a Brasília, claro, para apresentar o filme. E diz que também comemora outros feitos do nosso audiovisual. “Fico feliz que os filmes paraenses voltem aos festivais, como o “Mãos de Outubro”,(Vitor Souza Lima) e “Quando a chuva chegar” ( Jorane Castro). Em Belém, Matinta deverá ser visto em dezembro.

Para o futuro Fernando diz que ainda não tem outro projeto exatamente engatilhado. “Sempre fico muito envolvido em um projeto, mas a idéia agora é desenvolver o roteiro do longa”, finaliza. Pelo visto, o tabu de décadas, vivido pelo cinema paraense, que desde Libero Luxardo não produz longas, começa a ser quebrado.

Ao lado, Matinta, em finalização (SP)

A minissérie “Miguel Miguel”, de Roger Elarrat, já lançada na telinha da TV Cultura do Pará, deve se tornar longa, finalizado em película para o ano que vem. A cineasta Jorane Castro está concorrendo com o projeto de longa “As Amazonas” no edital de filmes de baixo orçamento (BO) do MinC, para realização em 2011. Agora vamos aguardar que Fernando também tire o seu da gaveta e que novos ventos audiovisuais soprem por aqui.

O Festival de Brasília tem 43 anos de existência e é um dos mais tradicionais do país. A seleção rigorosa só escolhe 6 longas e 12 curtas para concorrer a diversos prêmios. A 43ª edição do Festival acontece de 23 a 30 de novembro no Distrito Federal. Para saber mais sobre a seleção dos filmes que entram para as competitivas do festival, clique aqui.

Um comentário:

João Bosco Maia disse...

Estive já por aqui e cá estou outra vez. Belo espaço para as letras, para a poesia, para o pensamento... para tornarmos mais claros nossos caminhos! Ao mesmo tempo em que te mobilizo para removermos este triste índice de 2 livros/ano por leitor brasileiro (na Argentina são dezoito livros/ano),
te convido a conhecer meus romances. Em meu blog, três deles estão disponíveis inclusive para serem baixados “de grátis”, em formato PDF.
Um grande abraço e boa leitura!