Com oito anos de existência, o FICCA realizou cinco edições anteriores, sendo duas delas diretamente de Portugal, conexão que rendeu ao festival um certificado internacional da Escola Superior Artística do Porto. Trata-se de um evento de cinema com agenda contínua de atividades que ocupa escolas, universidades e espaços comunitários do Estado do Pará.
Os números gerais revelam a amplitude do festival. Somam-se centenas de obras inscritas ao longo destes anos. Até aqui, já foram selecionados 33 filmes estrangeiros, e 310 brasileiros, dos quais 63 são de origem amazônica - sendo 54 paraenses. A partir deste acervo, o poeta bragantino Francisco Weyl, idealizador do FICCA, organizou a mostra Oitava Maravilha para esta edição.
“Entre os filmes vencedores de edições passadas, trazemos agora um recorte democrático, compondo uma mostra expressiva, com longas, médias e curtas de diversos estados brasileiros e outros países, como Cabo Verde e Portugal. A mostra traz questões feministas e relacionadas aos Direitos Humanos, perspectivas do movimento trans e da negritude. Assumimos o melhor do nosso caráter cineclubista, dando espaço de divulgação para obras que estão alheias ao grande circuito e que abordam os debates de base do nosso festival”, explica Weyl.
Homenagens, rodas de conversa e oficina
“Homenagearemos essas três figuras por suas contribuições para o cinema. Sério Fernandes é um mestre da Escola do Porto, realizou dezenas de filmes e possui uma estética muito própria. O Chico Carneiro é um documentarista paraense incrível, cujo trabalho é referência. Já a Rosilene Cordeiro, parceira querida do FICCA que traz ao festival a força da performance, tem se voltado cada vez mais para o audiovisual”, comenta Weyl.
Cada homenagem se dará a partir de um ciclo de lives com debate e apresentação de trabalhos dos homenageados. A homenagem a Chico Carneiro contará, por exemplo, com a exibição do filme “Quem é Vanda”, filmado em Belém.
O FICCA também promove as rodas de conversa “O Cinema das Amazonas”, com mulheres do audiovisual, como a cineasta Célia Maracajá e a atriz Nani Tavares; e “A década internacional de afrodescendentes”, com a participação de Celso Prudente, organizador do Festival Internacional do Cinema Negro, de São Paulo. Na live de encerramento do festival haverá também o lançamento do livro KYNEMA, de Francisco Weyl.
Diretamente do Quilombo do América, comunidade de resistência negra localizada em Bragança, o FICCA realiza um ciclo de oficinas artísticas, seguindo todos os protocolos de segurança sanitária. “O Quilombo do América é parceiro do FICCA desde o princípio. Instrumentalizar os movimentos sociais faz parte da nossa missão. A ideia é firmar cada vez mais essa relação e também contribuir para a criação e manutenção de um cineclube da própria comunidade”, conta Weyl.
Serviço
6º FICCA - Festival Internacional de Cinema do Caeté – Projeto selecionado pelo edital Audiovisual – Lei Aldir Blanc-Pa. Programação de 25 de março a 5 de abril de 2021, pelo canal de Youtube. Mais informações: www.ficca.net.br e redes sociais @ficcacinema.
(Holofote Virtual com texto de Luiza Soares)
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