Um menino saiu vestido de menina, foi agredido e teve seu corpo jogado nas águas dos rios da Amazônia. Ao submergir, voltou em forma da flor de mururé, uma planta aquática com características femininas e masculinas, de origem amazônica, muito comum na região do Afuá (Ilha do Marajó - PA).
O grupo paraense do tradicional carimbó pau & corda misturou elementos documentais e ficcionais, com pitadas de surrealidade, fazendo uma ode ao afrofuturismo amazônico, para conta a lenda da “Flor de Mururé”.
A narrativa apresenta um episódio ficcional de violência, tendo como protagonista Gabriela Luz, atriz e travesti, que realizou, com a gravação de “Flor de Mururé”, seu primeiro trabalho após a transição de gênero. A trama, permeada pelo afrofuturismo amazônico, mistura elementos documentais e ficcionais com pitadas de surrealidade.
O vídeo traz também, como personagens, as Orixás femininas Iansã, Oxum e Iemanjá. Participam ainda artistas da cena cultural independente de Belém, donas de casa, travestis, crianças, homens cis e trans, os quais, juntos, mostram que a luta por uma sociedade menos violenta é uma bandeira que precisa ser levantada por todos.
“O mais valioso no processo do clipe é a questão da periferia como potência. É a reunião de pessoas de diferentes idades e gêneros na equipe e no elenco. Foi uma escolha política ter pessoas desse universo, ninguém foi levado para gravar em Icoaraci e Outeiro”, explica o co-diretor Marcos Corrêa.
“Quando você coloca no Google ‘Icoaraci’, o que mais aparece são os crimes e as violências. A gente quer mostrar que nesses lugares também tem belezas: nas imagens, na praia, na natureza, mas também nas pessoas. No sorriso de uma mulher cozinhando maniçoba no quintal da sua casa, de crianças brincando. Isso é extremamente potente: mostrar o olhar dessas pessoas periféricas, exibindo a sua beleza para o mundo”, conclui.
A composição é assinada não só por Naraguassu Pureza da Costa, mas também por Luana Peixe, Lana Beatriz Lima, Luah Sampaio Nogueira, Erika Mayane Bonifácio Ramos, Dandara Nobre de Oliveira Nascimento, Eduarda Gama Canto (fundadoras do coletivo Vacas Profanas). Com os ritmos lundu e carimbó, a música faz parte do repertório do Carimbó Cobra Venenosa desde que foi criado, em 2016, e está presente no seu primeiro álbum, homônimo, lançado em 2020. Para o clipe, ganhou uma nova roupagem.
“É mais que uma música, é um mantra de força, uma oração encantada que conecta as pessoas à questão de gênero. Os versos se desenhando em ritmo movimentam o corpo e nos estimulam uma sensação de liberdade, experimentada na cadência do lundu e do carimbó. Sentimos os tambores. Sentimos a presença da mata. Das águas. Sentimos a força dos encantados, das entidades, dos orixás, ao mesmo tempo que vibramos em uma contemporaneidade que experimentou anos de ocupações, ações coletivas, artivismo, performances e rodas em celebrações e protestos”, descreve Priscila Duque, co-diretora do clipe e líder do Carimbó Cobra Venenosa .
Ficha Técnica
Música
Priscila Duque: Voz e Maracas
Yago Dias: Banjo
Héron Rodrigues: Percussão & Efeitos
Raíra Maciel: Percussão
Reebs Carneiro: Flauta
Hugo Nascimento (Ugô): Saxofone
Gravação, Mixagem e Masterização: StúdioZ por Thiago Albuquerque
Clipe
Realização: Psica Produções
Direção: Marcos Corrêa
Direção: Priscila Duque
Direção de Fotografia: Cris Salgado e Hugo Chaves
Figurino: Labô Young, Maurício Franco, Roberta Mártires e Cris Salgado.
Maquiagem: Shayra Brotero
Designer: Mila Fraga
Montagem, finalização e Colorização: Cris Motta
Animação de Artes Digitais: Yan di Maria
Colagens Digitais: Moara Tupinambá
Drone e vídeo dos créditos: Walber Castelo
1ª Assistência de direção: Bárbara Von Paumgartten
2ª Assistência de direção: Mariana Mikaely Corrêa
Paisagem Sonora e Desenho de Som: Rafael Café
Protagonista e roteirista: Gabriela Luz
Consulta de roteiro: Greice Costa
Elenco: Dama das Chamas Circenses (Eli Pinheiro), mãe de santo Rosa de Luyara, Anastacia Marshelly, Shayra Brotero, Carmo Coutinho, Adelaide Oliveira, Maria do Socorro Rodrigues Duque, Astrum Zion, Maria José, Michely Corrêa, Zaira Maciel.
Conheça mais o Cobra Venenosa
https://open.spotify.com/artist/59imYrya01RkeB2XjcOskX
https://www.deezer.com/br/album/127207092
https://www.youtube.com/playlist?list=PLtBAZ-oDY1IV9tdrNAuREIukXnQss2PqD
https://soundcloud.com/cobravenenosa
https://www.instagram.com/carimbocobravenenosa/
Integrantes
Priscila Duque – Voz e Maracas
Yago Dias - Banjo
Héron Rodrigues - Percussão & Efeitos
Raíra Maciel - Percussão
Reebs Carneiro - Flauta
Hugo Nascimento (Ugô) - Saxofone
Conheça mais a Psica Produções
https://www.instagram.com/psicaproducoes/
https://www.instagram.com/marrcorrea/
https://www.instagram.com/prisciladuquemultividas/
https://www.instagram.com/kredoqdelicia/
Serviço
O Videoclipe será lançado às 10h da manhã no dia 8 der março no Canal do YouTube do Carimbó Cobra Venenosa.
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