24.3.21

Ficca realiza a sexta edição em tom de celebração

O 6º Festival Internacional de Cinema do Caeté, o Ficca, abre nesta quinta-feira, 25 de março, às 18h, com transmissão pelo canal de YouTube do festival, realizado este ano com apoio da Lei Aldir Blanc-Pa. A programação vai até dia 5 de abril.

Este ano, o Ficca volta a reunir parceiros, para render homenagens e realizar oficinas remotas para o Quilombo América, em Bragança, rodas de conversas, a Mostra Oitava Maravilha, que começa na segunda-feira,  29, indo até 31 de março, reunindo 12 filmes, divididos em três dias com quatro estréias diárias, sempre às 16h, 17h, 18h e 19h, só de filmes já foram premiados ao longo das edições anteriores.

A abertura, nesta quinta-feira, 25, faz breve retrospectiva do festival, que nasce muito tempo antes de sua primeira edição ser realizada em 2014, em Bragança, às margens do rio Caeté, uma história que será contada pelo criador e coordenador geral do Ficca, Francisco Weyl, autodenominado Carpinteiro de Poesia e pelo realizador, músico, além de cineclubista, Mateus Moura. Eles vão bater um papo comigo, que estarei na mediação, e também será exibido o curta “Pará Zero Zero”. Na ocasião da abertura, também será lançado o site oficial www.ficca.net.br que se torna partir de agora a principal plataforma do projeto. 

Francisco e Mojica, em 2003 - Soledade - Belém
As bases que consolidam o Ficca começam a ser construídas em 2003, com a fundação do Cineclube Amazonas Douro, durante um Concílio Artístico Luso-Brasileiro, organizado por Francisco Weyl, com a presença do mestre de cinema da escola do Porto, Sério Fernandes, um dos homenageados do festival este ano; e de nada menos que o saudoso mestre do terror, José Mojica Marins. 

Naquele início de século, Zé do Caixão esteve em Belém e andou em diversos logradouros da cidade, como por exemplo, o Cemitério da Soledade, onde nasceu o Cineclube Amazonas Douro, em noite de lua cheia. 

Eu estava lá, assim como poetas e artistas que aderiram ao chamamento daquele instante. Ao longo de uma semana diversos diálogos foram provocados entre leituras de poemas e projeções cinematográficas também na Praça da República, Centro Cultural Brasil Estados Unidos, Instituto de Artes do Pará, Cine-Teatro Líbero Luxardo, Bar do Parque.

Os anos passaram, o cineclube completa agora 18 anos e com dez a menos, o Ficca se consolida com tudo que já construiu. Ao longo desses oito anos, realizou sessões de estreias de filmes independentes, brasileiros e estrangeiros; e assinou protocolos com parceiros como a Associação Nacional de Cinema e Audiovisual de Cabo Verde, homenageando o cinema do primeiro presidente desta entidade, o documentarista Júlio Silvão que este ano estará presente no festival, participando da mesa de homenagem ao cineasta paraense Chico Carneiro, no dia 3 de abril.

Roda de conversa e oficinas remotas 

Moradores do Quilombo do América que irão 
participar das oficinas.

Após a abertura, na sexta-feira, 26, às 19h, ocorrerá a roda de conversa “A Década Internacional de Afrodescendentes”, com organização de Celso Prudente, presidente do Festival Internacional de Cinema Negro, de São Paulo; e apresentação e mediação de Francisco Weyl, tendo como convidados Rosete Araújo (Presidente da Associação Remanescentes Quilombolas do América – ARQUIA/Bragança do Pará); Misá (Artista plástica e Terapeuta/Senegal-Cabo Verde); Clei Souza (Pesquisador/Gre Amazônia-Unifesspa); Denis Bezerra (Pesquisador/Perau-PPGArtes-UFPa) e Mariana Delgado (Pesquisadora/I2ADS-Identidades/Fbaup-Universidade do Porto).

Já no final de semana,  27 e 28, serão realizadas as oficinas artísticas no Quilombo do América, que serão ministradas de forma remota por Carol Magno, Francisco Weyl e Cuité Marambaia. A comunidade fica em Bragança (PA) e tem mais de 200 anos de existência, sendo certificada pela Fundação Cultural Palmares em 2015. 

"Este ano as oficinas estavam previstas para serem realizadas de forma presencial, mas a pandemia não permitiu. Os exercícios então serão acompanhados por meio de encontros remotos, com a liberdade para que os participantes exercitem a criatividade estética e ao mesmo tempo dialoguem e compreendam o audiovisual como ferramenta de consciência social", explica Francisco. 

No âmbito das oficinas artísticas, além da ARQUIA - Associação de Remanescentes Quilombolas do América, o Ficca também anuncia parceria com o projeto Aluno Repórter, de Bragança do Pará. Ou seja, com a presença dos alunos deste projeto, a 6a edição do festival alcançará dezenas de escolas públicas na Região dos Caetés. Disponibilizados por mídias sociais, os conteúdos que compõem o projeto pedagógico das oficinas estimularão o participante a produzir e realizar vídeos curta metragens com telefone celular.

Homenagens a cineastas e lançamento de livro


Sério Fernandes, Mestre da Escola do Porto - Pt
No dia 01 de abril, às 18h, iniciam as lives de homenagens, com reverência a José Eugénio Sério Fernandes, que foi Mestre da Escola Superior Artística do Porto, entre 1991 e 2015, lecionando no Curso Superior de Cinema.  Sério rodou dezenas de filmes no Porto e na Europa, além da África; e também filmou no Brasil, no Sertão e Amazônia, sempre com uma equipe formada por seus alunos. 

Nesta homenagem serão exibidos “Eu Génio”, “Sofia e o regresso ao paraíso” e “Música para uma exposição”, realizados pelo criador da Teoria dos Magníficos Quadros Artísticos Cinematográficos. A apresentação será de Francisco Weyl.

Rosilene Cordeiro também é homenageada este ano. No dia 2 de abril, às 19h, será exibido o longa Feitiço, com direção dela -  pelo Canal Youtube FICCA, com apresentação de Denis Bezerra. Mulher cis indígena-afro amazônica, Rosilene tem formação de atriz, pela Escola de Teatro e Dança da UFPA, já a colocou na tela do cinema e em palcos diversos. Mestra em Comunicação, Linguagens e Cultura pela Universidade da Amazônia/ UNAMA, com especialização em Artes Cênicas, Estudos Contemporâneos do Corpo pelo Instituto de Ciências da Arte/ UFP, ela também assumiu a direção de seus vídeo-performance, como Feitiço, trabalho mais recente.

No dia 3 de abril, às 18h, a terceira homenagem vai para Chico Carneiro. Será exibido o filme "Quem é Vanda?", dirigido por ele e pelo multi artista Luís Girard, seguido de debate, às 19h, com os convidados Wellingta Macedo, na medição, Julião Silva (Cabo Verde), Mateus Moura e Francisco Weyl (PA). Tudo pelo Youtube. Chico Carneiro é cineasta paraense com vasta filmografia, iniciada nos anos 70. Nos anos 80,  trabalhou em São Paulo e depois mudou-se para Moçambique. 

No dia 04 de abril, às 19h, o bate papo sobre “O Cinema das Amazonas”, com Célia Maracajá, Nani Tavares, Carol Magno e Rosilene Cordeiro e mediação de Luciana Medeiros. A programação encerra no dia 5 de abril pelo Canal Youtube do FICCA, às 17h, com a exibição de resultados das oficinas realizadas durante o 6o FICCA; apresentação da Carta-Proposta do FICCA e Lançamento do livro KYNEMA, de Francisco Weyl. 

A obra reúne ensaios científicos, semióticos, metafísicos, poéticos e políticos sobre arte, cinema e estéticas de guerrilhas, com apresentação de Mateus Moura. “É minha primeira incursão à prosa, particularmente aos ensaios, porque já publiquei  poesias em três livros de autor, além de coletâneas, e, apesar de que, como jornalista, já editei jornais e revistas, tendo, portanto, assinado textos, além de artigos científicos que publiquei em livros e publicações temáticas, no Brasil, Portugal e Cabo Verde”, diz Weyl.

Parcerias e regulamento para mostras competitivas

Beto Amorim, do Programa Tô na Rede - 
Rádio Educadora de Bragança
Antes de encerrar, no dia 5 de Abril, o Festival Internacional de Cinema do Caeté - FICCA vai lançar alguns projetos resultantes de parcerias articuladas no calor da construção desta sexta edição. Em parceria com a Faculdade de Bragança, será apresentado e lançado o Curta Caeté, um festival de curtas apenas para realizadores paraenses e amazônidas. 

Além das oficinas e vídeos, os parceiros Aluno Repórter e ARQUIA vão criar um Cineclube na Comunidade, como resultado dos encontros e das práticas durante o 6o FICCA. Os vídeos resultantes das oficinas do serão exibidos no canal Youtube do festival, mas as ações formativas em cinema e cineclube no Quilombo do América permanecerão até Dezembro.

O projeto Aluno Repórter é coordenado por Beto Amorim, jornalista e radialista que apresenta o programa "Tô na Rede", que vai ao ar de segunda a sexta, de 14:30 às 16:00h na Rádio Educadora FM 106,7, em Bragança-PA. É um programa de variedades e com principal apelo pra Educação e Cultura! 

"Este programa sempre foi parceiro do FICCA, bem como o Projeto Aluno Repórter, também coordenado por mim e pelos professores Diego Fernando e Socorro Braga, realizado na parceria entre a Fundação Educadora de Comunicação e a SEDUC-PA, onde somos lotados como Professores Multiplicadores de Tecnologias Educacionais", explica ele que durante a próxima semana estará no ar, também com transmissão pelo facebook, fazendo entrevista com realizadores e homenageados do Ficca.

E é bom ficar ligado mesmo no programa do Beto, aqui no Holofote e pelas redes sociais do @ficcacinema pois será anunciado, até dia 5, a data de lançamento do regulamento das mostras competitivas que serão realizadas de 8 a 10 de dezembro. Esta edição de marco e abril é realizada no âmbito do Prêmio de Difusão Audiovisual da Lei Aldir Blanc Pará 2020, através do Edital de Audiovisual da Associação de Artistas Visuais do Sul e Sudeste do Pará/Secretaria de Estado de Cultura – Secult/Pará, com financiamento da Secretaria Especial da Cultura/Ministério do Turismo/Governo Federal. 

Serviço

Abertura do 6º Ficca – Festival Internacional de Cinema do Caeté – Dia 25 de março, às 18h, pelo Youtube do Festival. A programação vai até dia 5 de abril, com lives, rodas de conversa, oficinas e mostras de filmes.  Realização no âmbito do Prêmio de Difusão Audiovisual da Lei Aldir Blanc Pará 2020, através do Edital de Audiovisual da Associação de Artistas Visuais do Sul e Sudeste do Pará/Secretaria de Estado de Cultura – Secult/Pará, com financiamento da Secretaria Especial da Cultura/Ministério do Turismo/Governo Federal. Programação completa e mais informações e acesso às redes sociais e Canal de Yotube, pelo www.ficcanet.br

Programação

VI FICCA - de 25 de Março / a 5 de Abril 2020

25 DE MARÇO, 18h/18h30 > Abertura do VI FICCA 

Lançamento do Site com Live > Redes sociais Youtube/Facebook/Instagram

Homenagem ao Cineclube Amazonas Douro 

Roda de Conversa 

Mediação > Luciana Medeiros

Convidados: Mateus Moura e Francisco Weyl

26 DE MARÇO, 19h/20h30  > A Década Internacional de Afrodescendentes

Live > Redes sociais Youtube/Facebook/Instagram

> Roda de Convera Celso Prudente (Pte Festival Int. Cinema Negro - SP)

Apresentação e Mediação > Francisco Weyl (Coordenador do FICCA)

> Convidados: Rosete Araújo  (Pte. Ass. Remanescentes Quilombolas do América – ARQUIA/Bragança do Pará); Misá (Artista plástica e Terapeuta/Senegal - Cabo Verde); Clei Souza (Pesquisador/Grey Amazônia-Unifesspa); Denis Bezerra (Pesquisador/Perau-PPGArtes-UFPa); Mariana Delgado (Pesquisadora/I2ADS-Identidades/Fbaup-Universidade do Porto)

27 e 28/03,  8h-18h > Oficinas artísticas

Quilombo do América (Bragança do Pará) 

29 a 31/03, 19h > Mostra OITAVA Maravilha 

Canal Youtube FICCA  > Exibição de filmes no Canal do FICCA 

29 de Março

- Nódoas (Ângelo Lima/GO/14Min39Seg) - GRANDE PRÊMIO FICCA DE DIREITOS HUMANOS FICCA 2016

- Deuteronômio 22 (Érico Luz/SP/5Min) - MELHOR CURTA-METRAGEM FICCA 2018

- Mestres Praianos do Carimbó de Maiandeua (Artur Arias Dutra/PA/15Min32Seg) - GRANDE PRÊMIO DO JURI  FICCA 2016

- Males sem Terra (João Arthur/RJ/73 Min)  - MELHOR LONGA-METRAGEM FICCA 2018

30 de Março

- Mãtãnãg, A Encantada (Charles Bicalho/MG/14 Min) - GRANDE PRÊMIO EGÍDIO SALES FILHO DE CURTA-METRAGEM FICCA 2020

- O bailarino (Lipe Canhedo/MG/13Min)  - PRÊMIO EXPERIMENTAL FICCA 2016

- A Ver o Mar (Ana Oliveira e André Puertas/PORTUGAL/25Min) - MELHOR MÉDIA-METRAGEM  FICCA 2018

- Paradoxos, Paixões e Terra Firme (Adriano Barroso/PA/80Min) - PRÊMIO IMAGEM-MOVIMENTO  FICCA 2016

31 de março

- feli(Z)cidade, de Clementino Junior (RJ/10Min) - MELHOR DOCUMENTÁRIO FICCA 2014

- Belém Sonora – A paisagem sonora e os marcos sonoros de uma metrópole amazônica (André Macleuri/PA/17Min24Seg) - MENÇÃO HONROSA FICCA 2018

- Desencontro Marcado (Alice Bessa, Duarte Dias e Marcley de Aquino/CE/13Min24Seg) - MELHOR MONTAGEM FICCA 2015

- O Cavaleiro, Elyseu (Iulik Lomba de Farias/MS/64Min) - MELHOR DOCUMENTÁRIO FICCA 2018

01/04 > Homenagem a Sério Fernandes, Mestre da Escola do Porto - Criador da Teoria dos Magníficos Quadros Artísticos Cinematográficos.

Canal Youtube FICCA, 18h > Exibição dos filmes: 

"Segundo Porto" (2017) | "Um Vulto na Praça da Batalha" (2019) | 

"Curtas" (2020).

Apresentação > Francisco Weyl

02/04 > Homenagem a Rosilene Cordeiro

Canal Youtube FICCA, 19h > Exibição Vídeo-performer realizado pela professora, mãe, atriz, performer, pesquisadora e sacerdotisa afro religiosa Rosilene Cordeiro. 

Apresentação Denis Bezerra.

03/04 > Homenagem a Chico Carneiro

Canal Youtube FICCA, 18h > Exibição filme “Quem é Vanda” (Chico Carneiro)

Live, 19h > Redes sociais Youtube/Facebook/Instagram

Apresentação > Wellingta Macedo

Convidados: Júlio Silvão (Cabo Verde), Mateus Moura

04/04, 19h > Roda de conversa “O cinema das Amazonas”

Live > Redes sociais Youtube/Facebook/Instagram

Mediação: Luciana Medeiros

Convidadas > Célia Maracajá, Nani Tavares, Carol Magno, Rosilene Cordeiro

05/04 > Encerramento 

Canal Youtube FICCA, 17h > Exibição do MiniDoc das oficinas do VI FICCA 

Live > Redes sociais Youtube/Facebook/Instagram

18h: Apresentação da Carta-Proposta do FICCA 

18h30: Lançamento do livro KYNEMA, de Francisco Weyl

Convidado: Mario Loft – Poeta de Cabo Verde

> Apresentação: Mateus Moura 

(Centro Cultural Cineclube Casa do Professor - Praia de Ajuruteua, Bragança Pará)

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