27.3.21

Museu no Jurunas reúne acervo de arte e memória

Obra Dança para um futuro cego, de Maria Macedo. 
Exposição Inundada
O “Museu D’Água” inaugura na quarta, 31, com mostra artística e de salvaguarda da memória local do Jurunas e das periferias do “Distrito D’Água”, em Belém. O espaço ocupa uma casa de madeira de mais de 40 anos, reformada por meio da  Lei Aldir Blanc. A inauguração será virtual, pelo canal de Youtube do projeto, às 19h.

Além do fomento à produção de livros, EPs, álbuns, feiras, eventos em geral, um tanto de outras iniciativas também estão sendo realizadas  no âmbito da cultura e da memória, por meio de projetos desenvolvidos com recursos da Lei Aldir Blanc. E acabo de ter notícia de mais uma delas, o  “Museu D'Água”.

Esse projeto desenvolveu uma pesquisa histórica e afetiva tendo em vista a criação de um Museu para a comunidade, assim como gerou um acervo de obras de arte que também inaugura, dentro do museu, uma galeria de arte. São portanto, dois acervos, que foram construídos mediante dois dispositivos de ação.  

No Olhos D’Água encontraremos um acervo da memória local para salvaguarda e pesquisa. A partir de aquisições e doações de antigos moradores, como fotografias, registros de vídeo e objetos que contam a história da região onde o Museu se encontra. O acervo, que ainda está sendo montado, vai proporcionando diálogos antes invisibilizados na história da cidade, e provando que existe riqueza cultural na periferia. Em locais constantemente associados somente à violência, descaso público e preconceito.

Henrique Montagne na Galeria Izabel Aquino. 
Exposição Inundada | Museu d'Água. 
Imagem: Divulgação
“As primeiras peças do acervo são doações de fotografias de famílias familiares, que não são somente afetivas, de construções de sonhos e acontecimentos pessoais, mas que também se inserem em um contexto histórico de transformação urbana no próprio bairro a partir da década 1980.  O acervo garantirá pesquisa cientifica, produções de trabalhos escolares e interesse de estudantes e universitários das comunidades, sendo estes adolescentes, jovens, adultos e idosos para preservação da memória”, diz Henrique Montagne diretor do Museu.

Já o acervo Inundada é um projeto de exposição coletiva e aquisição de obras de arte promovida pelo Museu D’Água. Foi aberta uma chamada nacional para artistas visuais de diferentes linguagens, foram mais de 100 artistas brasileiros que submeteram trabalhos e 5 foram selecionados e participarão da exposição coletiva no bairro do Jurunas. Onde 3 artistas foram premiados e outros 2 tiveram menções honrosas. 

Os artistas premiados foram PV Dias (PA), Maria Macêdo (CE), Rodrigo Selles (SP), tendo os artistas Braco (SP) e Ordep (PA) como menções honrosas. Com curadoria de Henrique Montagne, a exposição terá o intuito de discutir e refletir além da importância da produção de jovens artistas visuais, obras que possuam inclinações poéticas e de investigação sobre a memória desde as periferias e aos interiores do Brasil. 

Acervo: memória
Vizinhos em comemoração - Copa do Mundo 2002
“Nesta exposição, percebemos interações entre contrastes locais e aproximações de passado, presente(s) e futuro. Reflexões sobre a história, paisagem, urbanidade e tradição de forma poética e política. O que pensa um artista fora do centro? Não são somente as diferenças que se destacam, mas as interações entre pontos que cada artista trás que vão formando uma linha em comum, construindo e nos levando a reflexões sobre o nosso presente e o nosso devir nessa inundação de ideias e construção de um espaço em meio ao horizonte de tantas culturas, diferenças, vivências e acontecimentos que integra o povo brasileiro”, diz Henrique Montagne. 

As obras que participarão da exposição foram doadas pelos artistas visuais selecionados, acreditando na construção de um acervo de arte na periferia de Belém, onde as obras poderão ser acessadas gratuitamente no site do Museu para consulta pública. Nesse sentido, é fundamental não pensar somente uma mostra para visitação e exposição temporária, mas também uma ação que integra a história do bairro e de Belém.

A Lei Aldir Blanc está fazendo muito pela cultura brasileira e precisa continuar, pois tem o peso de uma política cultural que tanto precisamos. Por meio dos editais têm sido gerados trabalho e renda não só aos artistas e produtores, mas por meio destes e seus projetos, muitos outros, uma vez que movimenta-se uma cadeia produtiva que hoje está restrita às plataformas digitais. Parabéns aos envolvidos no projeto "Museu D'Água" e que a Lei Aldir Blanc não só prorrogue como medida necessária e emergencial, mas que permaneça como política cultural, mesmo depois da pandemia.

Programação

Dia 31 será a inauguração do espaço, sendo assim promovida uma live no canal do Museu no Youtube para passeio pelo espaço. Contando com a abertura da exposição Inundada que está exposta na Galeria Izabel Aquino, espaço que integra o Museu D’Água. Podendo ser visitada virtualmente em realidade aumentada no site do Museu. O Acesso ao acervo “Olhos D’Água” também ficará livre para acesso no site do museu.

Live de Abertura Museu D’Água 

Dia 31 de Março (Quarta)

A partir das 19h

Instagram: @museudagua  

Youtube:

https://www.youtube.com/channel/UCPncxQ4LWxtvDLR64RvuMr

Exposição Inundada e Acervo Olhos D’Água

Site do Museu: www.museudagua.org

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