5.3.10

Pontos de Cultura conversam entre si e com órgãos de cultura

Depois de um longo processo de construção dos Pontos de Cultura, a abertura oficial da Teia da Cultura Amazônica aconteceu na noite de quinta-feira, 05, no Parque dos Igarapés, com ato sociopolítico e mostra artística.

Mas o encontro começou muito antes, ainda pela manhã, com a rodada “Ponto para Todos”, de apresentação entre os participantes que ainda estavam chegando de vários outros municípios das regiões Metropolitana, Xingu, Caetés, Tapajós, Baixo Amazonas, Tocantins, Lago Do Tucuruí, Capim, Marajó, Carajás, Araguaia e Guamá.

Foi um dia intenso, onde cada um teve a oportunidade de conhecer um pouco mais do saber do outro, mas principalmente ouvir o que os órgãos governamentais, ligados direta ou indiretamente à cultura e aos interesses dos pontos, tinham a dizer para as associações, Ongs e diversos grupos e coletivos culturais que estão à frente dos Pontos de Cultura do Programa Nacional de Cultura, Educação e Cidadania, Cultura Viva e Programa Mais Cultura.

Secult, Fundação Curro Velho, Instituto de Artes do Pará, TV Cultura, Diretoria de Patrimônio, Fundação Carlos Gomes, Sedect e Fapespa explicaram como trabalham e quais focos possui cada um. A ideia foi de mostrar aos pontos o que eles podem ter de apoio ou parceria com cada uma dessas instituições de governo.

A manhã encerrou com as falas do assessor especial do governo, Edílson Moura, que acaba de deixar o cargo de secretário, deixando à frente da Secult, o músico, compositor, professor e Mestre em Geografia Humana pela USP, Cincinato Marques de Sousa Jr.

“Este é um momento, também, em que os antigos e os novos pontos de cultura se conhecem, articulam e integram a rede, fortalecendo o compartilhamento de informações e de ações integradas”, afirmou.

Pela parte da tarde, as discussões acirraram. Era o momento mais esperado desse primeiro dia, com a oportunidade de se tirar dúvidas sobre assuntos que ainda assustam alguns gestores.

Criados recentemente, os 60 Pontos de Cultura do Pará contemplados pelo edital firmado através de convênio assinado em 2008, entre a Secretaria de Estado de Cultura (Secult) e Ministério da Cultura, são a esperança de uma nova maneira de gerir a cultura, de forma compartilhada.

Juntos aos 15 pontos mais antigos e os dois pontões, no Pará, hoje, existem 77 Pontos de Cultura. Os convênios foram assinados recentemente.

Poucos pontos iniciaram a execução de seu plano de trabalho. A burocracia, além de outras coisas, traz junto a si, a insegurança e a dificuldades de quem está começando a lidar com esta nova realidade, principalmente nos itens de prestação de contas, recolhimento de impostos, contratação de pessoa física, entre outras.

O encontro está só começando. Até domingo, muito vai se falar, trocar e refletir. Mas desde já, uma coisa ficou clara: é necessário que se faça implantar uma Política Cultural de Estado, que não seja descartável a cada nova gestão governamental.

Custo Amazônico - Fortalecida com os pontos de cultura, esta nova política precisa ser aprovada e lançada em um Plano Nacional de Cultura que contemple as especificidades da região Amazônica.

Por isso uma das discussões importantes na Teia será “O Custo Amazônico”, inserido na roda de sensibilização que acontece nesta sexta-feira, 05, sobre a agenda sociopolítica do movimento de Pontos de Cultura (Lei Cultura Viva; PEC 150).

A mesa terá como convidados: Delson Cruz (Representação Regional Norte do MinC – Ministério da Cultura); Nonato Chacon (Pontão A Bruxa Tá Solta – RR/Executiva TEIA BRASIL 2010) e Nilton Silva (Pontão Rede Juvenil/CNPdC – Comissão Nacional de Pontos de Cultura).

Na programação desta sexta, ainda, a Roda de conversa “Pontos de Cultura e Transformação Social”, com participação de Célio Turino (SCC/MinC), Marcelo Manzatt (SID/MinC), Dan Baron (IDEA) e Carlos Siqueira (CPPC- Comissão Paraense de Pontos de Cultura); Painéis do “Tecendo as Teias de Cultura”e “Apresentando os Pontões de Cultura da Amazônia”.

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