Em “Clichê Maldito”, está a personificação da poesia maldita e a poesia marginal. Assina a encenação o Grupo Verbus, que sempre une poesia e música em seus espetáculos.
Na cena, obras que vão desde Rimbaud, Artaud e Baudelaire, passando por Augusto dos Anjos, Ferreira Goulart, Paulo Leminsk, Caio Fernando Abreu, até chegar à poesia urbana de Belém, com Pedro Viana e Edyr Augusto Proença, dentre outros autores.
Carlos Vera Cruz, do grupo, diz que o espetáculo não se limita somente à poesia, ampliando o leque de possibilidades dramatúrgicas a trechos de contos, romances e até mesmo peças, como no caso de Hamlet de Shakespeare. Sempre embalados pela música.
De acordo com ele também, há outro diferencial neste espetáculo, o repertório, montado não com o que há de maldito dentro da música popular brasileira, mas também reinventando músicas nas quais nem sempre se identifica a temática ou a atitude maldita. “Para o Verbus, Asa Branca, do imortal Luiz Gonzaga, também pode ser maldita”, escreve Vera na apresentação do espetáculo à imptrensa.
Ele explica que o espetáculo está divido em blocos, trazendo à tona temas como o Existencialismo, a Revolta e a Luta, o Sexo e o Fazer Marginal.
“No entanto, não deixa de cantar a vida e a poesia em momento algum, como é característica do Verbus.
O próprio uso da palavra ‘clichê’ no título já desmistifica a concepção do sombrio nessa montagem, que com humor, não se prende a figurinos e interpretações nebulosas, o que corriqueiramente é associado a esse tipo de poesia”.
Com direção musical de Felipe Cordeiro e direção cênica de Carlos Vera Cruz, Verbus – Clichê Maldito estreou ano passado no Teatro da Paz, abrindo o show do cantor e compositor Paulinho Moska. O elenco é formado por Ana Nunes, Armando Mendonça, Carlos Vera Cruz, Felipe Cordeiro, Gláfira Lobo, Luiza Braga e Raquel Leão.
Serviço
“Clichê Maldito”. Em cartaz nos dias 27 e 28 de março, às 20h, no Instituto de Artes do Pará – IAP. Que fica ao lado da Basílica Santuário de Nazaré. As fotos são de Shamara Fragoso.
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