7.11.18

Iphan debate Patrimônio Cultural Norte em Belém

O Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) deu início ontem (6) em Belém, ao Seminário Internacional Gestão do Patrimônio Cultural do Norte. O evento segue até esta quarta-feira, 7, no Teatro Maria Sylvia Nunes, na Estação das Docas.

Pesquisadores, gestores governamentais, estudantes, equipes do Iphan e representantes das comunidades locais visam ampliar o debate sobre o tema, trabalhando o Patrimônio Cultural como um ativo para o desenvolvimento social, econômico e sustentável.

Ontem a programação de abertura contou com as falas da presidente do Iphan, Kátia Bogea e convidados, e em seguida contou com a conferência Patrimônio, desenvolvimento e políticas de reconhecimento, ministrada pela antropóloga e arqueóloga australiana Laurajane Smith, além de uma apresentação da Política de Patrimônio Material do Brasil e duas mesas: Os desafios da Identificação do Patrimônio Cultural do Norte e Novos Olhares para o Reconhecimento do Patrimônio Cultural do Norte.

Nesta quarta-feira, 7, acontecem duas conferências: Patrimônio, autenticidade e diversidade, ministrada pelo museólogo português António Ponte e Patrimônio Imaterial e povos indígenas no Brasil. Haverá ainda as mesas Estratégias de Promoção para a Valorização e Difusão do Patrimônio Cultural e Dilemas para o Fortalecimento da Gestão do Patrimônio Cultural. 

A riqueza cultural do Norte impressa na Revista do Patrimônio

A arqueóloga australiana Laurajane Smith
em conferência no primeiro dia do evento.
Os participantes do Seminário Internacional Gestão do Patrimônio Cultural do Norte participarão também do lançamento da edição especial da Revista do Patrimônio, composta por dois volumes temáticos sobre o Patrimônio Cultural do Norte.

A publicação tem o patrocínio da Vale e traz temas relevantes sobre as culturas de diferentes etnias da região Norte, mitos, tradições, formas de expressão, problemas locais e regionais, situações de impacto ambiental e cultural, e visões do trabalho do Iphan nessa extensão territorial e cultural. 

A nova Revista do Patrimônio mantém a qualidade autoral e iconográfica reconhecida por sua excelência, tradição e importância de uma das publicações institucionais mais antigas do Brasil, editada pelo Iphan desde 1937. Os números 37 e 38 da Revista, que serão lançados conjuntamente, apresentam mais de 30 artigos de renomados autores, importantes pesquisadores e especialistas. Os textos se organizam em quatro eixos: os desafios para a identificação; novos olhares para o reconhecimento; estratégias de promoção para valorização e difusão; e dilemas para o fortalecimento da gestão. 

O desafio de romper as fronteiras do Brasil 

Grupo de carimbó "Quentes da Madrugada" (Santarém Novo)
Foto: Isaac Loureiro
O Iphan tem como um de seus desafios promover a compreensão do Patrimônio Cultural como vetor de desenvolvimento social, em uma interlocução direta com a comunidade, setor público, pesquisadores e detentores das práticas culturais.

Busca, assim, uma aproximação com os moradores de Centros Históricos e comunidades locais, a fim de promover o uso social do Patrimônio Cultural. O objetivo é romper as fronteiras entre os trabalhos de preservação e salvaguarda e engajar as comunidades na responsabilidade compartilhada de gestão dos bens culturais. 

Em 2018, o foco do Instituto é o Norte do país. Formada por sete estados - Acre, Amapá, Amazonas, Pará, Rondônia, Roraima e Tocantins a região Norte está no bioma Amazônia, que se caracteriza por uma variedade de ecossistemas como florestas densas de terra firme, florestas estacionais, florestas de igapó, campos alagados, várzeas, savanas, refúgios montanhosos e formações pioneiras. Todo o território é entrecortado por cursos d’água abundantes, que perfazem uma hidrografia inigualável no país.

Com mais de 3,8 milhões de km2 de extensão, dezenas de edificações, monumentos preservados, belezas do Patrimônio Natural e mais de 5 mil sítios arqueológicos, a região Norte também é formada por marcantes expressões imateriais. São representações de vários povos responsáveis pela sua formação que deixaram suas tradições e festas impressas na identidade dos brasileiros. Entre elas estão o Círio de Nazaré, no Pará, e a Arte Gráfica Wajãpi, do Amapá, que são, também, Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade. 

Serviço
Seminário Internacional Gestão do Patrimônio Cultural do Norte. Até esta quarta-feira, 7, das 09h às 18h, no Teatro Maria Sylvia Nunes, Estação das Docas, Belém (PA). O evento, patrocinado pelo BNDES, tem a participação de renomados especialistas brasileiros e estrangeiros, com atuação no campo do Patrimônio.  Mais informações: http://portal.iphan.gov.br/seminariodonorte

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