3.7.20

Mercado do Choro retoma ensaios para o 2o álbum

Nascido nas ruas, praças e mercados da cidade de Belém, o grupo se reinventa e se prepara para começar a gravar um novo CD, com incentivos oriundos de emenda parlamentar. E também faz uma adequação no projeto “O Mercado do Choro roda a cidade”, contemplado pelo edital Banco da Amazônia, prevendo inicialmente uma oficina e um video clipe.

A ideia inicial do projeto selecionado pelo edital do Banco da Amazonia, além da produção e lançamento do videoclipe, estaria realização de uma oficina para crianças da comunidade que vive no entorno do Mercado do Porto do Sal, onde o grupo costuma se apresentar sempre, em parceria com o Coletivo Aparelho, que tem um trabalho de ocupação artística e social no local.

A oficina, por motivos óbvios de pandemia x isolamento social, ainda não será possível, mas continua na meta do projeto. A ideia agora é gravar o videoclipe em outubro, para lançar em dezembro. Em novembro, o grupo fará duas lives, dentro desse mesmo projeto, e fará doação de instrumentos musicais às comunidades do Porto do Sal. 

Essa foi a maneira de reverter todo um planejamento, assim foi também em relação a gravação do segundo álbum, "Passeio Publico". O processo de produção e composição desse novo trabalho seria realizado durante as conhecidas rodas de choro nos mercados de Belém, mas por enquanto, os ensaios para gravar o 2º álbum do Mercado serão dentro de um estúdio.

“O nosso processo de composição funcionou durante o isolamento social e assim seguimos os ensaios, primeiro online e agora vamos retomando aos poucos. Em julho estamos retornando em estúdio para iniciar a gravação desse novo trabalho. Um momento diferente para qualquer músico, em especial, pra nós que tocamos em mercados”, explicou Carla Cabral, cavaquinhista do Mercado do Choro.

Lançamento faixa a faixa a partir de setembro

Foto: Marcelo Lélis
Entre os ritmos que marcam as faixas do álbum "Passeio Público" estão o Baião, Maxixe e o Choro, claro, além dos  ritmos paraenses. 

"O nosso Choro é carregado de sotaques dos gêneros musicais daqui, então vai ter um pouco de carimbó, por exemplo, mas não que a gente apresente um carimbó, é que estamos influenciados por esse e outros ritmos, e também por compositores como Sebastião Tapajós, Adamor, Mestre Vieira. Tudo que tocamos é uma forma de reverenciar esses artistas", disse Carla ao Holofote Virtual.

Ela lembra também, o quanto o Mercado do Choro reverencia também a própria cidade. "Todas as nossas ações sempre serão para mostrar o quanto essa cidade é rica e o quando nos inspira", diz Carla  "Vamos citar lugares que gostaríamos de viver alguma coisa, trazer paisagem sonora da cidade que é cheia de sons e a gente, mesmo que tenhamos que ensaiar distantes do público e um do outro, vamos estar falando dos nossos encontros e do que a gente viveu", continua.  O disco começa a ser lançado, faixa a faixa, em setembro. O público vai ouvir os singles e até dezembro, a tiragem física deve ser lançada, nao se sabe ainda que presencialmente ou com outras lives.

O Mercado do Choro começa sua trajetória em 2013, reunindo músicos dedicados à pesquisa e criação do gênero musical choro. O grupo passou a se encontrar mensalmente em praças e mercados, ressignificando o passeio público; valorizando o patrimônio histórico; convidando as pessoas para as rodas de choro, mas principalmente convidando-as a reconhecer a cidade.

Formado por Carla Cabral, no cavaco; Diego Santos (violão de sete cordas); Gabriel Ventura (pandeiro) e Tiago Amaral (clarinete), o Mercado do Choro já realizou turnê pela Europa, em março e abril de 2018, como convidado do renomado Festival Internacional de Choro de Paris, estendendo-se também as cidades de Amsterdam na Holanda e Lyon na França. No mesmo ano participou também como convidado do XXXI Festival Internacional de Música do Pará, um dos maiores festivais da região. 

Enquanto aguarda-se o videoclipe e o novo álbum, que tal ouvir:
Mercado do Choro

Ouça também, o podcast:
Com Carla Cabral

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