Nada melhor do que começar a semana destacando uma iniciativa que merece todo apoio e incentivo. O Movimento Moeda Verde implantado há dois anos em Igarapé-Açu, município da região nordeste do Estado, vem trazendo soluções para o descarte indevido de lixo reciclável na natureza, uma cultura caótica em todo o mundo. O projeto vem tendo êxito junto a população e acaba de dar mais um passo importantíssimo para manutenção e extensão de suas atividades.
Encampado pela sociedade civil, o projeto também já havia conquistado a parceria com o empresariado local, e agora ganha mais um braço fundamental, iniciando uma nova etapa! O prefeito Normando Riachão assinou, neste sábado, 11, o Termo de Colaboração com o Movimento Moeda Verde, numa cerimônia realizada na Central de Valorização de Resíduos de Igarapé-Açu.
O Convênio com a Prefeitura garante a concessão de um caminhão para que seja feita a coleta do material reciclável junto aos comerciantes, que doam seu lixo reciclável, ou buscar, por meio de agendamento, material na casa das pessoas. Elas também podem ir até o galpão, que também é cedido pela prefeitura, e onde funciona a Central de Valorização de Resíduos. Para o que é entregue, dependendo da categoria - a quantidade pode ser de 1 a 3 quilos - se recebe 1 moeda verde, que equivale a R$ 1,00. Há uma tabela para isso, disponível nas redes sociais do projeto.
Tudo é levado para um galpão, que também é subsidiado pela prefeitura, onde os resíduos passam por um trabalho de limpeza e organização, voltando ao mercado para resgate da própria moeda verde. Uma equipe pequena, de 10 pessoas trabalha nesta organização e reciclagem. E graças ao convênio com a prefeitura, estes funcionários terão seu pagamento garantido, mesmo em meio à pandemia do novo coronavírus, que quase inviabilizou tudo.
“Eles vão fazer repasse financeiro mensal para subsidiar as ações do Moeda, pois neste momento é fundamental. O mercado de recicláveis desabou nesta pandemia. O quilo do papel branco, que era vendido por 40 centavos, agora despencou para 3. Íamos estagnar, por isso estamos comemorando bastante a parceria com o poder público”, explica Carol Magalhães, uma das coordenadoras do movimento.
Além de inflacionar esse mercado, a pandemia também inviabilizou as ações públicas do Movimento Moeda Verde, realizados para que haja o resgate da Moeda Verde distribuída no município. “Quando a gente vende esse material reciclável, por enquanto apenas enfardado, parte dele é para resgatar as moedas que estão no comércio e outra parte vinha para ações do projeto, inclusive para pagamento das pessoas que trabalham diretamente no projeto. “Fazíamos eventos itinerantes chegando a vilas próximas, a última na Vila de Santo Antônio do Prata, num evento coletamos quase 10 toneladas de material reciclável”, diz Carol.
A moeda verde é usada não somente nas redes de supermercado, o que tem ajudado a matar a fome de muita gente, mas também as academias de ginastica, studio de pilates e outros empreendimentos também já aderiram o movimento e recebem a moeda verde. O movimento também vem ganhando voluntários que ajudam a difundir a iniciativa pelos meios digitais, explicando para a população a relevância de sua colaboração.
Toneladas de lixo deixam de ir para os rios e floresta
Foi observando a quantidade de lixo descartados nosrios e e igarapés que alguns moradores perceberam que algo precisava ser feito. A estimativa nacional feita pelo Ministério do meio Ambiente, é que cada um de nós produz um quilo de lixo por dia. Em Igarapé Açu vivem cerca de 38 mil habitantes, que geram cerca de 38 mil quilos de lixo/dia, equivalendo a 1 milhão 140 mil quilos de lixo por mês. Desse montante estima-se que 456 toneladas são de resíduos recicláveis.
“E isso tudo poderia ir direto para o lixo e consequentemente para o meio ambiente. É o que estamos tentando evitar, da melhor forma possível, empreendendo e buscando a conscientização das pessoas”, continua Carol.
A parceria com a Prefeitura da cidade firma um tripé importante e desejado, formado por sociedade civil, empresariado e poder público, que vai impulsionar o Movimento Moeda Verde à ampliação de suas ações de educação ambiental e de implantação da coleta seletiva em Igarapé-Açu.
“Este foi um primeiro passo para iniciarmos a implantação do programa de coleta seletiva em Igarapé Açu, oficialmente. Em parceria com a SEMMA, vamos articular a criação de um Fórum para que a gente possa dialogar com a cidade sobre o modelo de coleta seletiva que nós sonhamos para Igarapé Açu e construir o nosso projeto para que seja inclusivo, economicamente viável e ambientalmente sustentável”, finaliza Carol Magalhães.
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