12.11.20

Amostraí Virtual em mais uma edição na pandemia

Pelo sétimo mês consecutivo, no próximo sábado, 14 de novembro, às 17 horas, vai ter mais um Amostraí Virtual, evento já estabelecido no circuito arte-pandêmico da cidade. Os responsáveis pela empreitada são os integrantes e os convidados do coletivo Casarão do Boneco, situado no limite entre os bairros da Cidade Velha e Batista Campos. 

Por Edson Nascimento

Edição: Holofote Virtual

Como vem se tornando tradição, desde que o coronavírus aportou por essas plagas, uma turma aguerrida se encontra no segundo sábado do mês para contar histórias, tendo como desafio transpor essa linguagem, tão associada àquela roda de pessoas sentadas ao chão, para o solo virtual de pixels e algoritmos, emoldurado em telas de computadores e smartphones.

Em sua versão convencional, o Amostraí apresenta também números musicais e circenses, além de espetáculos teatrais. Já na variante eletrônica, a prioridade é a contação de histórias. “Por causa do tempo. Até março, presencialmente, no Casarão, a programação era de cerca de duas horas; na versão virtual, o tempo que nós conseguimos fidelizar o espectador é de cinquenta a sessenta minutos. Mais que isso, ele começa a sair”, conta Leonel Ferreira, ator, diretor e produtor da Cia de Teatro Madalenas e “casarônico”, como são carinhosamente chamados os membros do coletivo.  

O Amostraí nasceu faz quase cinco anos para ajudar na manutenção do prédio secular, tanto em sua estrutura física, como no pagamento de água, luz e internet. E esse é um outro ponto delicado do processo de virtualização da arte, marcha em curso nesses tempos de isolamento social: nem sempre o objetivo financeiro é alcançado; no caso do Amostraí, só as três primeiras edições atingiram a meta. 

“A nossa maior dificuldade é sensibilizar as pessoas para que elas possam contribuir com o Casarão, que tem contas fixas, e, sem as atividades dentro da casa, a gente não consegue levantar recursos para honrar nossos compromissos”, completou Leonel.

Para reverter a sequência negativa, o Casarão do Boneco trouxe um time de peso para a frente das câmeras. Serão três contações de história, tendo como anfitriã e apresentadora Adriana Cruz, atriz da In Bust – Teatro com Bonecos e professora da ETDUFPa.

Desfazendo nós

A primeira narrativa do dia fica por conta do próprio Leonel Ferreira, que assina também a dramaturgia, uma livre adaptação do livro “Nós”, de Eva Furnari. Em “Mel & Kiko: uma história com muitos nós”, Mel, uma garotinha, moradora da cidade de Pamonhas, vivia cercada por borboletas, suscitando risos, brincadeiras e comentários maldosos por parte de seus vizinhos. A atitude de seus conterrâneos a deixava muito triste, mas a menina simplesmente não conseguia chorar. Um dia, ela resolve sair da cidade, e nessas andanças conhece Kiko, que vai lhe mostrar um outro jeito de viver.

Classificação: Livre 

Dramaturgia e Narração: Leonel Ferreira 

Confecção de bonecos: Aníbal Pacha 

Ah, se minha calça falasse!

“As Histórias que Meu Guarda-roupa Guarda” tira do armário as memórias e lembranças de indumentárias e acessórios: o que aquela blusa de duas décadas atrás diria sobre você? E o vestido de sua avó, como ele contaria a trajetória de sua família? Pensando assim, quantas histórias cabem em um guarda-roupa? Munida dessas perguntas, Nanan Falcão, atriz com mais de vinte anos de estrada, atuante do coletivo Casarão do Boneco, mantenedora do Atelier de Nanan e estudante do Curso técnico de figurino cênico na Escola de Teatro e Dança da UFPa, foi a campo em pesquisa pessoal sobre figurino e atuação. Confira o resultado no próximo sábado, 17 horas, em https://www.facebook.com/casaraodoboneco.

Classificação: Livre 

Dramaturgia e Narração: Nanan Falcão 

É tempo de Colheita

Lucas Alberto entra em cena para fechar o Amostraí de novembro com “Contos dos Kayapós e outros Heróis da Floresta”. São três relatos contando sobre a chegada dos Kayapós aqui na terra, depois como o grande Ajuricaba se tornou o rio da liberdade e, finalizando, o coco do “Arcebispo que abençoou as comidas doadas pelos Sem Terra”.

Para o ator, criador da @ciasorteiodecontos, trata-se de uma reverência à tradição dos povos originários. “A meu ver, a contação de história na cultura tradicional é uma ferramenta de profunda importância para o gerir da comunidade, deve-se ter cuidado e respeito ao recontá-la em outra comunidade, para que o efeito original permeie, agrade aos antepassados e nos dê boas colheitas”. E é de boas colheitas que o Casarão do Boneco está precisando.

Para colaborar participe com quanto puder. 

As contas disponíveis são:

  • Leonel Rodrigues Ferreira: Banco do Brasil | Ag. 2946-7 | C/C: 716.222-7 | CPF: 395.501.252-20.
  • Maria de Fátima Sousa Sobrinho: Caixa Econômica Federal | Ag. 0022 | C/Poupança 31965-3 | CPF  049. 559. 942-53
  • Virginia Abasto | Nu Bank | Ab. 0001 | C/C 63587988-6 | CPF 536.329.232-7

Anote:

Amostraí Virtual. Neste sábado, 14 de novembro, a partir das 17h, com transmissão ao vivo pelo Facebook do Casarão do Boneco.

https://www.facebook.com/casaraodoboneco. 

Informações pelo celular: (91) 9 9175.3114.

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