2.5.21

Felipe Cortez revela a veia de ator no curta "Madá"

Felipe Cortez faz sua primeira atuação no cinema.
Foto: Divulgação
O jornalista e produtor audiovisual Felipe Cortez está em Bragança participando das filmagens de Madá, na função de assistente de direção e também ator, novidade na carreira dele, sobre a qual a gente bate um papo a seguir. O curta tem direção e roteiro de San Marcelo, da Sapucaia Filmes, e foi  selecionado pelo edital de audiovisual da Lei Aldir Blanc e Secult-PA. 

"Tá sendo uma experiência também desafiadora, porque envolve atuar, mas também estar atento a todo o processo de realização, uma vez que estou também na função de assistente de direção, o que exige dedicação, energia física, além de foco e ímpeto de fazer o trabalho avançar conjuntamente".  

Felipe Cortez diz que sempre curtiu encenação e que há dez anos, fez até iniciação teatral na Unipop. Fora isso, a experi6encia em frente às câmeras, só mesmo como apresentador em programas da Tv Cultura e alguns comerciais publicitários. 

"É uma delícia voltar a atuar, isso me faz lembrar de uma parte muito gostosa da minha vida” diz ele, que foi chamado de última hora para substituir o ator que iria fazer papel de Diego Tavares, o par romântico da protagonista, Madá. "Eu tinha correspondências físicas e de idade do personagem, que também é do universo da dança, que na história, Madá quer muito explorar. Diego é um personagem que traz um tom mais cômico e romântico ao filme", comenta Cortez. 

Para ele, porém, o maior desafio tem sido contar uma história que se passa no início dos anos 2000, com suas marcas culturais e tecnológicas, no período pandêmico em que vivemos em 2021. "Acredito que nossa equipe está dando conta", continua o também Mestre em Artes. "Madá tem o que eu gosto num filme: emoção, drama, romance e muita dança!”.

Entre a dança e a necessidade de cuidar da família

O curta narra a história de Madalena, uma jovem que sonha em ser dançarina, mas fica dividida entre a busca do crescimento profissional na dança e o desejo e necessidade de cuidar da família. O elenco principal conta com Astrea Lucena, que interpreta Dona Rosa, a mãe de Madá, interpretada pela jovem atriz Luana Oliveira.

O cotidiano de Madá é revelado, segundo Felipe, em sua casa e no ambiente de trabalho, até que ela encontra algo que pode ser um novo começo em sua vida.  A narrativa toca "em temas universais, com texturas da vida e cultura da cidade de Bragança, trazendo danças como o brega e o retumbão, a religiosidade de São Benedito, a relação quase anímica com a imagem do santo preto, como se o santo fosse um ente querido com quem se pode conversar", considera Cortez. 

As questões emocionais da história, para Felipe, serão fortalecidas, ele acredita, por grandes atuações "como da atriz Astréa Lucena, que dá vida a personagem Rosa do Rosário, mãe de Madá, personagem livremente inspirada na história de vida da maruja Rosa, bastante conhecida no quadro da Marujada”, diz.

No set cuidados redobrados em prevenção da Covid-19

Já falamos de Madá aqui no blog, na ocasião em que as gravações foram adiadas com o lockdown decretado em Bragança. O município paraense, localizado na nossa zona do Salgado, apresentou números altos de contaminação e óbitos, bem no início do mês de abril. 

Já com a suspensão a equipe finalmente está no Set e já conseguiu realizar as cenas que ocorrem em locações, maioria delas, no centro da cidade, próximo já da beira do rio Caeté, e em outras locações, como o Liceu de Música, um dos prédios históricos da arquitetura patrimonial da cidade, fundando como Escola Estadual monsenhor Mancio Ribeiro.

Durante as filmagens, todos os cuidados de proteção contra a covid-19 foram e estão sendo tomados, incluindo o monitoramento de um profissional de saúde.  "Toda a equipe – técnicos, elenco, figurantes, etc -, fez exames no início das gravações. Somos acompanhados de profissional de saúde, que monitora constantemente temperatura, saturação e quaisquer eventuais sintomas de saúde atípicos", diz Felipe Cortez. 

Namoro antigo com o audiovisual bragantino

Felipe já vem frequentando o município há alguns anos, conhecendo diferentes aspectos e personagens da cena cultural da cidade. 

"É pelo audiovisual que eu chego a Bragança” diz ele que em 2012, como produtor da TV Cultura do Pará, conheceu o trabalho do músico bragantino Toni Soares e, nesse contexto, a religiosidade em torno de São Benedito. Vieram depois o videoclipe “Clareia” (Roger Paes, 2012) e o documentário “Beneditos” (Lygia Maria, 2012). Posteriormente, já como diretor, realizou o documentário 'Caminhando com Toni Benedito Soares'.

O convite para a assistência de direção veio do próprio San Marcelo, roteirista e diretor de fotografia, além de fundador da Sapucaia Filmes, que também realiza o Curta Bragança. "O San Marcelo eu conheci em 2015, e ele sempre manifestou um desejo muito grande de contar as histórias de Bragança pelo cinema. Ele me convidou em 2018 para a assistência de direção do curta 'Assustado', mas não consegui participar. Neste ano, foi com muita alegria que recebi o convite para atuar em 'Madá' na mesma função”, conta.

Embora venha atuando no audiovisual, como roteirista e produtor, esta é a segunda vez que Felipe Cortez está assumindo o papel de Assistente de Direção, no audiovisual, com a diferença de que desta vez se trata de trabalho também de um amigo que está vendo esse filme como um primeiro curta de sua carreira, ainda que ele tenha feito outros trabalhos, como "Assustado". 

"É muito bacana ver a evolução do San, na forma de condução desse trabalho, na maneira dele resolver questões, interagir com equipe e elenco. Ele tem um processo interessante, de constante mutação, em busca de referências tanto teóricas, quanto artísticas. Isso enriquece muito o trabalho, além disso é um cara gente boa, bem humorado que torna o trabalho muito leve e isso é muito importante", conclui. 

(Holofote Virtual, com registros dos bastidores das filmagens)

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