16.5.21

Fotógrafos doam obras para criar fundo solidário

João Ramid

A fotografia pode representar e recriar experiências, além de expressar sentimentos, registrar e documentar fatos. E foi esta a linguagem que o Sindicato dos Jornalista no Estado do Pará escolheu para realizar a campanha que pretende criar um fundo solidário em prol de jornalistas que estão enfrentando dificuldades por conta do coronavírus. O convite feito pelo SINJOR e atendido por 55 fotógrafos que doaram, juntos, as 127 obras que estarão na exposição virtual “Pará Ver-O-Peso que uma imagem tem”. A abertura com lançamento da campanha pela compra das fotografias será na próxima quarta-feira, 19, às 20h, com live pelo canal Sinjor Pará, no YouTube, com apoio do Acervo H, Max Color e PANAMAZÔNICA. Algumas das fotos você já confere aqui no Holofote Virtual. 

A programação de lançamento conta com o debate “Imagem e Solidariedade em tempos de pandemia”, que terá como participantes, Shirley Penaforte e Sidney Oliveira, que desenvolveram trabalhos específicos de fotografia relacionados a esse tempo de pandemia, e Cláudio Pinheiro, diretor do sindicato. O fundo servirá para a compra de cestas básicas, remédios, máscaras e álcool em gel para serem distribuídos aos profissionais de Imprensa.

A exposição virtual integra o projeto “Pará Ver-O Peso que uma imagem tem” do Grupo de Trabalho Contra a Covid-19 do Sinjor Pará, formado para pensar estratégias de combate à pandemia e de proteção à saúde dos jornalistas que atuam no estado. 

Paula Sampaio

"Queremos somar forças e recursos para ajudarmos os que adoeceram ou que foram atingidos pela crise econômica. Nosso intuito é fortalecer a união entre os jornalistas e a sociedade pela solidariedade e companheirismo. Somente unidos poderemos enfrentar este triste momento que o Brasil atravessa com a perda de mais de 400 mil vidas e 14 milhões de casos confirmados", diz Vito Gemaque, presidente do Sinjor-Pa.

Na mostra poderemos visualizar distintas gerações de fotógrafos e fotógrafas, alguns começando no campo da fotografia no início da década de 1980. Nas obras expostas é possível perceber também as múltiplas estéticas no fazer fotográfico, do fotojornalismo ao documental, passando por figuras e paisagens amazônicas, de natureza e de cunho social. 

A ideia foi inspirada na iniciativa dos familiares e amigos do fotógrafo Lilo Clareto, que criaram uma galeria para arrecadar fundos e ajudar no tratamento dele, vítima da Covid-19. O fotógrafo veio a óbito no último dia 21 de abril em decorrência do coronavírus. Com essa ideia em mente, o Grupo de Trabalho Contra a Covid-19 do Sinjor Pará decidiu organizar a exposição e venda de fotos para ajudar os jornalistas paraenses.

Hely Pamplona

“O Pará sempre foi um celeiro de grandes fotógrafos e fotógrafas. Fizemos o convite e, solidários, eles encamparam de imediato a ideia da exposição virtual. Cada obra será vendida por R$ 200,00, um valor simbólico considerando o peso dos profissionais envolvidos na ação”, relata a jornalista Claudia Aguilla, coordenadora do projeto, juntamente com os jornalistas Afonso Gallindo e Maria Christina, todos voluntários no projeto do Sinjor Pará. 

Disposta em ordem alfabética, a galeria conta com as obras e uma pequena biografia dos fotógrafos participantes. “Fiz com todo carinho. Coloquei meus talentos e conhecimentos em favor dos companheiros que precisam. Estamos juntos nesta caminhada e, juntos, vamos achar soluções para viver e trabalhar num mundo que muda a todo instante e necessita de muita solidariedade”, relata o jornalista Afonso Gallindo, da Matapi Produções, responsável pela montagem virtual da galeria.

Thiago Azevedo
O público poderá visitar a exposição e adquirir obras até o fim do mês de julho, no site que estará on line na próxima semana. Será possível passear por esta galeria, selecionar as obras e adicioná-las ao carrinho de compras. O pagamento pode ser feito por meio de boleto ou cartão.

Além da criação da galeria virtual, o que chama a atenção no “Pará Ver-O-Peso que uma imagem tem” é a capacidade de aglutinar pessoas em torno da ideia de realização da exposição, incluindo os fotógrafos e fotógrafas que cederam suas obras, os profissionais e estudantes que voluntariamente se dispuseram a atuar no projeto. “Aceitei somar forças e participar desta ação porque resistir é preciso. E ser solidária é a melhor resposta a um governo cujo descaso e negacionismo retira nosso direito de viver”, diz Maria Christina, que também está no projeto como uma das fotógrafas convidadas.

Veja mais fotos em @holofote_virtual 

Fotógrafos envolvidos

Bárbara Freire
Participam da exposição os fotógrafos Alessandra Serrão, Ana Catarina Peixoto de Brito, Bárbara Freire, Bob Menezes, Carlos Borges, Cezar Magalhães, Cláudia Leão, Cláudio Pinheiro, Cristino Martins, David Alves, Dirceu Maués, Eduardo Kalif, Elza Lima, Eunice Pinto, Fernando Nobre, Fernando Sette, Flávia Mutran, Hely Pamplona, Isabel Abreu, Iza Girard, João Ramid, Klewerson Lima da Silva, Kleyton Silva, Leonilda Fernandes, Lucivaldo Sena, Luís Celso Borges, Marcelo Kalif, Marcelo Seabra, Marcílio Costa, Marco Santos, Maria Christina, Mariano Klautau Filho, Mauro Fernandes, Michel Pinho, Nailana Thielly, Octavio Cardoso, Osmarino Souza, Oswaldo Forte, Paula Sampaio, Paulo Amorim, Paulo Santos, Paulo Souza, Pedro Cunha, Raimundo Paccó, Renato Chalu, Ricardo Lima, Sandro Barbosa, Shirley Penaforte, Sidney Oliveira, Tamara Saré, Thiago Azevedo, Uchoa Silva, Ursula Bahia, Wagner Santana e Walda Marques.

O SINJOR na Pandemia

David Alves

Diante de uma realidade tão desafiadora imposta pela Covid-19, o Sinjor Pará vem procurando alternativas para o combate e à prevenção do coronavírus, assim como diminuir as consequências danosas geradas pela pandemia junto à categoria de jornalistas. A primeira ação do sindicato foi solicitar às empresas para garantirem segurança sanitária para os profissionais de Imprensa com distribuição de Equipamentos de Proteção Individual (EPI) e adoção do home office. 

Em seguida, no último dia 7 de abril, a entidade lançou o Relatório Covid-19, onde está registrado o falecimento de 19 profissionais de Imprensa vítimas do coronavírus até 30 de março passado. Segundo o documento, o número de mortes é um dos mais altos do Brasil em comparação com os dados da Federação Nacional dos Jornalistas (FENAJ). O relatório informa que o Pará está entre os três primeiros estados com mais mortes de profissionais de Imprensa no país.

Alessandra Serrão

Após a divulgação do documento, o Sinjor Pará reuniu com o governador Helder Barbalho, com o secretário executivo da Federação das Associações de Municípios do Estado do Pará (Famep), Josenir Nascimento, e com representantes de Prefeituras Municipais para pedir apoio e assegurar a inclusão dos profissionais de Imprensa na lista de prioridade para a imunização contra a Covid-19, especialmente daqueles que estão na linha de frente cobrindo a pandemia no estado.

Atualmente, há 1.500 jornalistas registrados no Pará e 864 filiados ao Sindicato dos Jornalistas. A exposição “Pará Ver-O-Peso que uma imagem tem” dá sequência às atividades do Sinjor em prol da categoria neste contexto de pandemia. Para participar da live de lançamento da exposição acesse Sinjor Pará no YouTube. O projeto “Pará Ver-O Peso que Uma Imagem Tem” é uma ação do Grupo de Trabalho Contra a Covid-19 do Sindicato.

Para compra das fotografias: 

opesodaimagem.com.br (a partir de 19/05)

Instagram: @opesodaimagem

Facebook: /opesodaimagem

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