Mestre Damasceno e Dona Onete Foto: Guto Nunes |
Mestre Damasceno nasceu em 1954, é natural do município de Salvaterra, do arquipélago do Marajó. Cresceu em uma família de colocadores de boi-bumbá e atua na cultura popular desde os 19 anos, mesma idade em que se tornou deficiente visual devido a um acidente de trabalho.
Vindo da tradição do carimbó pau e corda, é dono de voz e timbre marcantes, típicos de mestres marajoaras e da verdadeira identidade de caboclo quilombola marajoara. Ele canta sobre a natureza, sobre o tempo, os rios, sobre as suas ocupações de pescaria e de artesanato. Fala sobre encantarias, sobre a influência da lua nas águas.
A gravação do novo álbum tende a reforçar tudo isso. Mestre Damasco gravou o disco em Salvaterra, em uma residência que foi transformada em estúdio pelo Produtor Musical Leo Chermont, com a ajuda de toda a equipe. Posteriormente, já em Belém, Leo Chermont realizou a gravação com Dona Onete no estúdio do Assis Figueiredo, e finalizou com a mixagem e masterização, no Casarão Floresta Sonora.
São 11 faixas, sendo 10 do verdadeiro carimbó marajoara vibrante, daquele tipo que transcende a sensação de felicidade, todas falando da forma de viver em contato com a natureza, no tempo e na atmosfera de quem vive no Marajó. Tem também uma toada que fala da cidade de Salvaterra. Falar das suas origens, da natureza e do seu modo de viver é a grande especialidade do Mestre.
O Conjunto de Carimbó Nativos Marajoara, que acompanha o Mestre desde agosto de 2013, é composto por cerca de 7 músicos, todos moradores do município de Salvaterra, e nasceu exclusivamente com o intuito de acompanhar Mestre Damasceno, sendo formado por Agnaldo Vasconcelos (curimbó), David Xaropinho (violão e flauta), Arivaldo Nicaca (banjo), Emerson Miranda (saxofone), Francisco Jr. (maraca), Anderson Pé (curimbó) e Naldo Modesto (ganzá), além da dançarina Bia Leal.
Feira do Veropa, em parceria com Dona Onete
Foto: Kleyton Silva |
Feira do Veropa é uma música feliz, alegre, com tambores, maracas e outros sons que falam sobre o sentimento de felicidade de quem já experienciou uma tarde festiva neste ponto turístico de Belém. Além disso, a Feira do Ver-o-Peso é um local muito querido e sempre visitado pelo Mestre e seu grupo, que escolhem esse local para almoçar refeições tipicamente paraenses, ao mesmo tempo em que podem escutar uma roda de carimbó acontecendo dentro da feira, ao vivo.
Atualmente com 67 anos, segue atuando no carimbo e colocando o famoso Cortejo do “Búfalo-bumbá” nas ruas de Salvaterra. É ainda repentista, compositor, artesão, pescador – inclusive consegue pescar com as mãos, e também é campeão local de dominó. A deficiência visual quase nada lhe impede. Devido a esta limitação, desenvolveu mais os outros sentidos. Conhece a cidade com a palma dos pés, vez que anda pelas ruas sozinho, sem se perder e em segurança porque conhece todos os caminhos.
Vamos aguardar "Encontro D’água”. Anotem: dia 21, nas plataformas digitais da música. O show será dia 5 de fevereiro, diretamente da Pousada Boto, em Salvaterra, transmitido via Live, sem público em decorrência da pandemia. Quem quiser acompanhar, pode procurar a página de Mestre Damasceno e a página dos Nativos Marajoara no Facebook, canais em que a Live será transmitida.
Equipe técnica
Guto Nunes (coordenador-geral, produtor fonográfico, cinegrafista e editor de vídeo), Léo Chermont (produtor musical), Camillo Royale (assistente de gravação), Kleyton Silva (fotógrafo), Marcelo Silva (cinegrafista) e Ana Paula Gaia (produtora executiva e social media).
Redes Sociais
Instagram Mestre Damasceno: https://instagram.com/mestredamasceno
Facebook Mestre Damasceno: https://www.facebook.com/MestreDamasceno
Facebook Nativos Marajoara: https://www.facebook.com/nativosmarajoara
Realização Lei Aldir Blanc do Estado do Pará. Secretaria do Estado de Cultura. Edital de Música 2020. Apoio: Gutunes Produções, Casarão Floresta Sonora, Gráfica Poliserv, Coletivo Pulsar Marajoara e Pousada Boto.
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