Ao todo são seis episódios gratuitos num módulo patrocinado pela lei Aldir Blanc e ficará no ar, aberto e disponível para quem quiser, durante 30 dias.
O projeto nasceu na pandemia, como algo que as pessoas pudessem fazer enquanto estavam em casa. “Inventei um jeito de ensinar qualquer pessoa a fazer música mesmo que não toque nada”, diz Almirzinho Gabriel, que parte do princípio de todo mundo é criativo e que basta praticar. “Tem aqueles mitos de que só os artistas, os arquitetos, os palhaços são criativos, a gente nasce curioso, inventivo, mas vai-se adaptando às normas da escola e da idade e acaba se convencendo que tem só que repetir o que já está inventado".
Ele resume o "Música de Vento" como um jeito divertido de usar as palavras como instrumentos musicais. “Elas já estão com a gente e eu só descobri alguns jeitos de usá-las. Já era uma brincadeira que eu fazia desde sempre, brincar com frases sem sentido e perceber ritmos que surgem do acaso. Basta treinar, treinar e começam a aparecer surpresas boas no imprevisível”.
Metodologia construída na brincadeira
“Eu chamo de 10 minutos de férias da matrix, o direito de errar, de parecer louco, de relativizar a ordem das coisas ditas normais e voltar a se divertir criativamente. E música de vento é porque a gente faz um monte de coisas e deixa o vento levar até que pinte uma interessante, opa, aí as palavras se dizem e se atrapalham e se mostram desconforme, daí aparecem as melodias (risos). Viram loops ritmos e intenções melódicas que só aparecem quando a gente deixa o controle e entra no jogo”, acrescenta.
O projeto foi desenvolvido em equipe e Almirzinho contou com a direção audiovisual de Samia Gabriel, cineasta e sua irmã, além do fotógrafo Renato Chalu, com quem o músico tem desenvolvido outros projetos também. “Eu precisava de alguma sensatez na equipe (risos), e a Samia tem experiência nisso e podia ver de fora, devolver com outro olhar. Ela e o Chalu foram fundamentais. Foi bem coletivo apesar da ideia ter sido minha”, continua.
E quem toca também vai gostar
Depois de morar muitos anos em Bragança-Pa com a família, onde desenvolveu projetos musicais, foi dono e gerenciou uma hospedaria, a Onça, Almirizinho Gabriel está morando em Belém há um ano e pouco e diz que há outros projetos em andamento. “O Música de Vento é o primeiro que lanço; é compromisso com a lei Aldir Blanc e vou deixar o curso livre por algum tempo, acho que 30 dias para as pessoas terem acesso, são as aulas fundamentais”, diz ele que depois lançará o curso, também pela plataforma Hotmart.
Músico, cantor e compositor com mais de trinta anos de estrada, Almirizinho toca cavaquinho, violão, contrabaixo, bandolim e, como todo bom TDAH, batuca na mesa, difícil é ver ele quietinho. Formado em Comunicação Social, com especialidade em Publicidade, na UFPa. Ele nunca trabalhou com isso, porque a música logo se impôs em seu caminho. Na trajetória fonográfica, gravou o LP “Tribos submarinas”; os CDs “Na boca do peixe” e “Vidaboa – Tzandai”, além de Nazarezinha (EP) - coletânea de músicas autorais para N.S. de Nazaré.
Acesse o"Música de Vento" - Disponível gratuitamente, até final do mês de janeiro:
https://www.youtube.com/playlist?list=PLXfSdgbAwW4RETDQBa6jzBQWO2HWRcU5X
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