Historiador e fotógrafo, Michel Pinho desenvolve ações na área de educação patrimonial, fotografia e inclusão social. Atua como professor há mais de 20 anos. Pesquisando a história de Belém, a construção da sua memória imagética e suas relações com o patrimônio edificado e imaterial, ele vai além das observações históricas e arquitetônicas para falar das histórias que permeiam o imaginário de quem trabalha, vive ou visita aquela área portuária da cidade.
Os participantes vão percorrer o entorno e seguir por uma rua estreita que interliga o mercado à Praça do Carmo. Ocupada na década de 1970, erguida no terreno de uma empresa de navegação, esta rua ficou conhecida como Beco do Carmo. O público também vai conferir a exposição "Mastarel: As Águas de Dentro", que seguirá aberta com visitas guiadas até dia 9 de fevereiro. A mostra tem curadoria de Vânia Leal e reúne painéis, fotografias em tecido e vídeo.
Mercado é jóia arquitetônica no centro histórico de Belém
A influência arquitetônica mourisca, proveniente do norte da África, deixou sua marca no Mercado do Porto do Sal como um vestígio da influência construtiva portuguesa, que por sua vez absorveu elementos desses povos.
Essa fusão de estilos arquitetônicos, distintos na paisagem urbana, torna o mercado uma preciosa relíquia dessa herança importada da era colonial. Erguido em concreto armado, uma inovação para a época, o mercado destacou-se como um marco de modernidade em sua inauguração. Pouco depois, o concreto armado tornou-se um padrão na construção da cidade.
Inaugurado em 1933 como um centro vital para o abastecimento e distribuição de produtos provenientes da região das ilhas, o Mercado do Porto do Sal teve sua origem no movimento do Porto do Sal, nomeado durante o período colonial devido ao seu papel como ponto de entrada para o sal inglês.
Sob a administração municipal, o edifício passou por reformas em 1990 e em 2013, até que, em 2023, por iniciativa do Projeto Mastarel, liderado pela artista Elaine Arruda em colaboração com o mestre de carpintaria naval João Aires, recebeu uma intervenção significativa.
Graças ao patrocínio do Instituto Cultural Vale e com o apoio do Ministério da Cultura, Apneia Cultural e Tijuquaquara Produtora Cultural, o mercado foi submetido a uma restauração abrangente, incluindo a renovação completa do telhado, além de limpeza e pintura das paredes.
Além das melhorias estruturais, as áreas internas e externas do mercado foram revitalizadas. Uma iniciativa denominada "Lavadão" mobilizou a comunidade local em uma ação de limpeza, apoiada pela SECON, SESAN e Loja Frida Store, que forneceram os produtos necessários. Com o mercado devidamente limpo, teve início o processo de pintura.
Em dezembro, o Mercado do Porto do Sal recebeu a instalação da peça Mastarel em seu telhado, além de melhorias em acessibilidade. Foram construídas cinco rampas no total, sendo três internas e duas externas, uma delas na entrada principal e outra na calçada. As rampas foram pintadas seguindo um padrão uniforme, facilitando a orientação e identificação dos espaços de circulação para todos.
O Projeto Mastarel segue até dia 9 de fevereiro, com visitas Guiadas no mercado e com a realização de uma oficina de iluminação pública, com Lúsica Chedieck, em ma’rco, no Fórum Landi. As inscrições estão abertas. As novidades sobre a programação podem ser acompanhadas pelas redes sociais @projetomastarel
Serviço
Aula Aberta sobre o Mercado do Porto do Sal. Neste sábado, 2 de março, com concentração às 8h, no próprio mercado – Rua São Boaventura, com Gurupá – Cidade Velha. Exposição "Mastarel: As Águas de Dentro" - Visitas guiadas de quarta a sábado, das 8h às 18h, até o dia 9 de março.
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